Coloque em exercício a prática do elogio

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Uma ação pequena e simples, assim é o poder do elogio, capaz de transformar o dia da pessoa que o recebe. Ou seja, uma atitude nobre em reconhecer as qualidades positivas do outro, em palavras. O elogia tem a capacidade de promover diversos benefícios, como a autoconfiança, alegria, alívio do estresse do cotidiano, além de um belo sorriso, em qualquer ambiente.

Nesse sentindo, Zanttoni (2011) explica que o elogio é essencial para a formação da autoestima da criança, bem como para a formação de sua identidade enquanto ser social. Para ele, o elogio configura-se como um evento que privilegia a formação da autoestima, já que “caracteriza uma relação de apreciação de outros indivíduos acerca do comportamento da criança”.  Ou seja, esta passa a ver valor em si mesma, adquire autoconfiança e segurança.

Ainda segundo Zanttoni (2011), “o elogio possui um papel especial no desenvolvimento da autoestima, principalmente se vindo de sujeitos os quais a criança respeita e possui admiração com o ressalte dos pais, irmãos mais velhos e professores.” Isto é, a criança precisa ouvir palavras de autoafirmação das pessoas mais próximas do seu convívio, por isso é importante que os pais e professores entendam e coloquem em prática o elogio, como instrumento fundamental na formação de um futuro adulto confiante, decido e com uma autoestima saudável.

Fonte: Freepik

Nessa mesma perspectiva, Silva e Aranha (2005), que durante uma pesquisa feita, em sala de aula, com alunos com deficiência, mostrou que eles se tornaram mais proativos, após receberem mais elogios, durante o período das aulas. A intenção da pesquisa foi construir dentro de sala de aula uma relação mais inclusiva com os alunos portadores de deficiência, a partir do elogio. “Ações desse tipo ajudam no próprio processo de construção de uma identidade positiva por parte de todos os alunos, aumentando sua autoestima, melhorando as suas condições cognitivas”. (Silva e Aranha, 2005).

Sobre o elogio Delin e Baumeister (1994) apontam que o mesmo, busca realizar uma avaliação positiva de determinado alvo, bem como é capaz de desencadear emoções positivas, como alegria e orgulho. Enquanto Henderlong & Lepper (2002), já são mais cuidadosos, para eles elogio, por mais que seja uma ação positiva em relação a pessoa ou ao seu desempenho em alguma atividade, é preciso ter cuidado com a intepretação, de quem recebeu a mensagem. “O elogio pode afetar a opinião do outro sobre si próprio, tornando-se uma ferramenta preciosa se utilizada corretamente”.

Sobre o assunto Souza (2016) aborda sobre a importância do elogio, no ambiente de trabalho, para gerar um sentimento de pertencimento ao grupo inserido, bem como valorização profissional, além da produtividade em equipe.  O autor supracitado observa que é necessário valorizar cada sucesso obtido do funcionário, e enfatiza que cada mérito e conquista precisa ser elogiados. “Para que o mesmo produza com mais satisfação, prazer, e se sinta valorizado por fazer parte dessa equipe de trabalho”, relata (Souza, 2016).

Fonte: Freepik

Outro público que precisa ser muito elogiado é a terceira idade, que muitas das vezes é deixada em asilos pelos seus familiares, no final da vida. Etapa que merece estar rodeada de pessoas. Nesse aspecto, Carneiro e Facolne (2013) esclarecem sobre os efeitos benéficos do elogio dirigido a idosos, em especial, quando é em público. Para elas, o bom uso das palavras gera um bem-estar significativo para esse público, que é mais vulnerável devido o avanço da idade.

As palavras têm o poder de transformar o ambiente, ou até mesmo mudar a perspectiva de uma situação complicada, após um indivíduo receber um elogio. Por isso, é importante saber proferir as palavras. O elogio pode ser uma ferramenta auxiliar no processo criativo de uma criança, seja na produção de um desenho ou no desempenho da escola, bem como um fator motivacional de um vendedor que precisa bater meta de vendas. Ou seja, elogie, sempre que possível.

REFERÊNCIAS

Carneiro,  R  e Falcone Eliane. O desenvolvimento das habilidades sociais em idosos e sua relação na satisfação com a vida. (2013). Disponível em < https://www.scielo.br/j/epsic/a/js4wxRt4tLKnTmhF5TQnn8q/?format=pdf&lang=pt>  Acesso: 09 de nov, de 2021.

Delin, C. R., & Baumeister, R. F. (1994). Praise: More than just social reinforcement. Journal for the Theory of Social Behaviour.

SILVA,S, C e ARANHA, M, S. Interação entre professora e alunos em salas de aula com proposta pedagógica de educação inclusiva(2005). Disponível em <https://www.scielo.br/j/rbee/a/QxyYHKJt9Yp4nSsjXj8fjth/?lang=pt&format=pdf>  Acesso: 09 de nov, de 2021.

Souza, Hellen. A importância de valorizar os colaboradores no ambiente organizacional(2016). Disponível em < https://www.inovarse.org/sites/default/files/T16_M_041.pdf> Acesso: 09 de nov, de 2021.

Henderlong, J. & Lepper, M. (2002). The effects of praise on children’s intrinsic motivation:A review and synthesis. Psychological Bulletin,

ZATTONI, Romano Scroccaro. A autoestima em crianças da terceira infância e sua relação com o elogio no contexto educacional. (2011) Disponível em <https://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5262_3496.pdf>.  Acesso: 09 de nov, de 2021.

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A eficácia da gratidão

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A palavra gratidão tem origem no termo do latim gratus, que pode ser retratada como agradecido ou grato. Também deriva de gratia, que significa graça. A neurociência nos ajuda a compreender, que quando temos sentimentos de gratidão, estimulamos o “sistema de recompensa” do nosso cérebro.

Por meio desse sistema, passamos a ter sensação de bem-estar em relação às emoções. Quando praticamos a gratidão, estamos estimulando a ação desse sistema, que é a base neurológica da nossa autoestima e satisfação.

Ou seja, quando o cérebro compreende que algo de bom aconteceu, ou que estamos gratos por alguma coisa, é liberado uma substância denominada dopamina. Esse neurotransmissor é encarregado pela sensação de recompensa e de prazer. De forma em que promove um resultado de conquista, a dopamina nos estimula a agir sempre em direção de outras metas, objetivos e necessidades. 

Fonte: encurtador.com.br/dhNTV

Quanto mais essa busca e conquista se repete, mais o nosso corpo procura por novas sensações de recompensa e prazer. Quando sentimos falta de entusiasmo, procrastinação significa que estamos com níveis baixos de dopamina. 

Temos também além da dopamina, um hormônio denominado ocitocina, que o cérebro libera, o famoso hormônio do amor. É ele que estimula o afeto, o bem-estar, diminui a ansiedade, o temor e fobias. Exercitar a gratidão nos traz boas sensações, além de nos ajudar na diminuição das nossas angústias, medos, raiva, ou seja, fica muito mais simples dominarmos nossos estados emocionais negativos. Quanto mais exercitamos a gratidão, mais a reforçamos. 

Fonte: encurtador.com.br/cuFGL

As pessoas que exercitam a gratidão conseguem ter níveis elevados de emoções positivas, e conseguem viver com mais satisfação e otimismo.  Isso não quer dizer que as pessoas que aprendem a ser gratas negam sentimentos ou questões negativas da vida, mas conseguem viver e levar a vida com sentimentos mais agradáveis.

Para termos alguns benefícios através da gratidão, temos que ter o hábito de executar três coisas na nossa vida: agir, decidir e ser persistentes. Que possamos ser gratos sempre e encontrarmos sempre motivos para agradecer, aí sim aprenderemos a ter felicidade independente da circunstância.

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Experiência com um grupo de adolescentes: a dor que agrega

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“Quando percebem que foram profundamente ouvidas, as pessoas quase sempre ficam com os olhos marejados. Acho que na verdade trata-se de chorar de alegria. É como se estivessem dizendo: “Graças a Deus, alguém me ouviu. Há alguém que sabe o que significa estar na minha própria pele”

 (Carl Rogers)

  Eu os ouvi atenciosamente. Mas eles me ouviram sem eu dizer ao menos, uma só palavra.

Era correria, eu precisava iniciar mais um semestre. Devido a motivos pessoais, voltar as atividades acadêmicas foi um grande desafio.  Nem de longe, imaginei que esse período seria repleto de tantas mudanças. Estou cursando o quinto período de psicologia e depois de ter contato com tantas teorias, tive a oportunidade de aplicá-las e pude sentir na pele os desafios da profissão.

Matéria prática, primeiro grupo que tive oportunidade de gerir, teríamos que trabalhar com adolescentes. Éramos em três, eu, Isaura e Lorena. Tivemos o primeiro contato com o grupo e foi desesperador. 19 adolescentes e três estagiárias – já contava que iria ser difícil, de fato isso é uma coisa que qualquer acadêmico deve esperar.

Tivemos literalmente que nos desdobrar, era muita coisa a ser feita, conhecer os participantes, se apresentar, falar o motivo de estarmos ali, colher demandas… e opa, colher demandas.

Esse foi o meu primeiro choque. A primeira coisa que me fez despertar para o real sentido de estarmos ali, longe de qualquer teoria ou obrigação, eram DEZENOVE adolescentes, cada um com uma história de vida e apesar de terem “só” 12 anos já possuíam muitas aflições.

A cada encontro era perceptível como cada um deles me afetava diretamente. Então percebi, minha grande superação não estava relacionada somente ao profissional, estava interligada a minha vida pessoal!

As demandas eram diversas, mas se resumiram basicamente em comunicação não assertiva, depressão, automutilação e suicídio.

Fonte: https://goo.gl/XdDCpm

Como que em tantas possibilidades, eu fui gerir um grupo exatamente com demandas similares às minhas?  Já dizia Jung:

“O que não enfrentamos em nós mesmos, encontraremos como destino”

Acho que foi isso, talvez o destino tenha me presenteado com a possibilidade de enfrentar minha dor juntamente com aqueles 19 adolescentes. Não tive a alternativa de desistir, não tive escolha. O destino, dessa vez, me acertou em cheio!

Recentemente perdi um amigo para o suicídio e isso tem me feito passar por várias transformações. Tentar ressignificar essa perda me fez sentir muitas dores. Não me sinto totalmente livre delas e durante um período significativo, reprimi qualquer tipo de sentimento que surgia em mim.

Mas agora, eu estava ali.  Naquele grupo, com aquelas demandas. Eu era exposta diariamente a minha dor e a dos demais participantes.

Eu via meus medos. Eu via minha incapacidade de revolução. Eu via todas as possibilidades infinitas dos diversos fatores que levam uma pessoa a ter práticas de autolesão. Eu via minhas angústias. Eu via meu amigo em cada rostinho daquele.

Eu não podia transferir esses sentimentos para o grupo. Me resguardava na ética profissional e dava o meu melhor a cada encontro. Era libertador participar de um grupo tão bem desenvolvido. Era reconfortante perceber como um auxiliava na dor do outro e como o grupo por inteiro, se engajava. No final, era terapêutico e o grupo em si, era uma grande rede de apoio.  

Mas não vou negar, após finalizar eu sempre me permitia sentir o impacto, o peso, a responsabilidade de estar ali. As lagrimas escorriam, e meu coração mesmo estando cheio de gratidão, pagava o preço. E assim como eles se tinham, eu tinha eles, e tinha principalmente, minhas colegas de estágio.

Essa experiência singular foi um grande crescimento profissional e acrescentou significativamente minha história de vida pessoal.  Pra finalizar, eu quero dizer que:

“Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior”
(O Teatro Mágico)

Gratidão grupo, por tanto crescimento!

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Meu filho doente no SUS: uma história de gratidão

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Eu tive várias experiências com o Sistema Único de Saúde (SUS), algumas ruins outras boas, mas quero relatar sobre a melhor de todas que tive até hoje em minha vida. Tive o  meu primeiro filho com 15 anos, e ele nasceu com pneumonia (pelo fato de não ter esôfago. Engoliu a urina que fez dentro da barriga e foi direto para o pulmão), devido a esse fato foi transferido para o hospital Dona Regina de Palmas –TO, e lá ele faz vários exames e raio-X,  para verificar a proporção da pneumonia, só que foi nesse momento que o médico descobriu que ele havia nascido com Atresia Total de Esôfago.

E foi aí que começou nossas frequentes estadias e idas ao hospital. Ficou internado na U.T.I. desse mesmo local por 26 dias, e com apenas quatro dias de vida precisou passar por sua primeira cirurgia, para começar a se alimentar. Foi feita a cirurgia na qual, o médico fez uma pequena abertura (buraco) no pescoço para que a saliva tivesse por sair (para não cair direto no pulmão), e colocado uma sonda na barriguinha dele para que pudesse alimentar-se por ela.

Fonte: https://msdmnls.co/2ljqY6M

Durante esses 26 dias tivemos todo o apoio dos médicos da U.T.I., do médico cirurgião pediátrico, do quadro de enfermeiros, nutricionista, psicólogas. Tinha uma base fortalecedora muito boa, em todos os âmbitos, um auxilio e um apoio por parte dessa equipe muito grande. Porém depois da alta, tínhamos que voltar no Hospital Dona Regina de 15 em 15 dias para fazer novos exames, para consultas pediátricas e consultas com o médico cirurgião. Esse processo quinzenal durou em média 4 meses, depois o período foi de 30 em 30 dias.

Quando o meu pequeno completou 1 ano e 6 meses, fomos avisados que ele iria partir para a segunda etapa do processo (de fazer um esôfago), ficamos internados antes da intervenção cirúrgica no hospital por duas semanas, para que todos exames fossem feitos, as dietas nutricionais adequadas fossem seguidas. Após todo protocolo seguidofoi realizada a segunda cirurgia, na qual o médico (fantástico) usou parte do intestino do meu filho e fez o esôfago, segundo ele foram feitas quatro emendas para que esse intestino se “transformasse” em esôfago. Porém a pequena abertura no pescoço agora eram duas, uma continuava sendo para a saída da saliva, e outra, a nova era o novo esôfago que estava preso ali, se ele vomitasse sairia por esse nova abertura (buraco), ele continuou com a sonda. Em meio a tudo isso, foram feitas duas dissecações de veias para que não fosse preciso fura-lo tantas vezes para passar o soro e os medicamentos.

Fui muito bem orientada sobre essas novas intervenções cirúrgicas, como deveria agir caso ele vomitasse (foi o que mais aconteceu). Foram longos anos nesse segundo processo, muitas idas e vindas ao hospital, consultas e exames a cada 30 dias, sem interrupções, mas sempre muito bem assistida pelo SUS. A última intervenção cirúrgica foi realizada dia 19 de abril de 2009, mas antes disso ficamos novamente internados no hospital para fazer os cabíveis procedimentos pré cirúrgicos. Em um desses momentos de “pegar” veia para colocar soro, teve um dia de muito sofrimento para todos, incluindo as enfermeiras do setor, ele foi furado 22 vezes, chorava tanto que no final já não mais forças, e só pedia para minha mãe orar pra Deus ajudar que desse certo. Muitas enfermeiras já estavam chorando junto conosco nesse momento difícil, mas deu certo.

Fonte: https://bit.ly/2JQVsf9

Então dia 19 de abril ele foi operado pela última vez, Hospital Dona Regina, todas as cirurgias demoravam por volta de quatro horas e meia, porém essa demorou um pouco mais, eram horas e horas de espera por algum tipo de notícia, mas ela não vinha. Quando veio, foi dizendo que ele seria encaminhado às pressas para a U.T.I. do Hospital Geral de Palmas (HGP), foi um grande susto, mas novamente tivemos um grande apoio em todos os aspectos, não foi fácil, mas deu certo. Para nossa surpresa não foi tirada a sonda como imaginamos, ele continuava lá, e continuou por algum tempo.  Ele precisava ficar sedado por dez dias, porque estava todo entubado, respirando por aparelhos, e era tão pequeninho ainda, não tinha nem 4 aninhos.

Assim começou as sedações na U.T.I. do H.G.P., ele ficou quietinho por dois dias, depois começou a se mexer, e a dose do sedativo foi tendo que ser aumentada cada vez, e não estava resolvendo, até que um dia eu chego no horário da visita (em U.T.I., não podia todo o tempo, ele dormia “sozinho”) ele estava com a mãozinhas e os pés amarrados, porque havia tentado tirar os tubos e os aparelhos que estavam ligados a ele.

A noite então o médico cirurgião (o mesmo sempre) me incumbiu de mais uma decisão difícil, segundo ele não poderia aumentar mais nenhuma gota do sedativo, pois ele já estava tomando dose de um adulto, e ele era apenas um “bebê”, ou tirava o sedativo e eu convencia esse bebê de três anos e poucos a ficar quietinho, sem mexer em nada que estava de estranho em seu corpo, pois se tirasse algum aparelho poderia morrer, ou continuar com o sedativo que poderia mata-lo. Claro escolhi pela retirado do sedativo, mas ele não ficou quieto, e tentava todo tempo tirar os aparelhos que lhe davam a sobrevivência.

Como previsto ele não ficou quieto, cheguei no outro dia e ele estava novamente amarrado, fiquei muito desesperada, as enfermeiras tentaram me acalmar, mas foi em vão. Mas um milagre aconteceu, ele ficou super quietinho, pois meu pai por telefone prometeu-lhe um cavalo quando ele saísse do hospital. Para nossa surpresa fomos transferidos novamente para o Dona Regina antes do esperado, devida a rápida recuperação que ele teve depois que tirou o sedativo e os aparelhos.

Fonte: https://bit.ly/2K6mw9s

Voltamos, e lá ele ficou em um quarto separado, por alguns dias, depois fomos transferidos, para o quarto comum, mas ele pegou infecção hospitalar duas vezes, depois dessa transferência. Fomos novamente isolados em um quarto sozinhos e restringiram o contato, somente eu e minha mãe. A cirurgia que já tinha mais de 20 dias foi aberta no pescoço, devida uma das infecções, voltou a tomar vários medicamentos, e médico ia vê-lo duas ou três vezes ao dia. Foi um processo de uma semana muito longo, pareceu até mais, porém o médico achou melhor libera-lo, para que não pegasse mais nenhuma infecção hospitalar, mesmo com o pescoço aberto. Em meio todo esse processo ele ainda se alimentava por sonda.

Fomos para caso com vários tipos de medicamentos, em vários horários, o médico nos disse a seguinte frase “ele tem até um mês para se recuperar, e esse buraquinho no pescoço se fechar, ou senão teremos que fazer todo o processo novamente, desde o primeiro, e ele possivelmente não resistirá, antes ele era bem gordinho, hoje ele está bem magrinho”. Então fizemos nossa parte em casa e com 30 dias retornamos ao hospital, e o buraquinho havia fechado. Mas o médico então nos deu uma nova tarefa, “Vocês tem que faze-lo comer em 45 dias e retornem aqui dia 20 de setembro, pra eu ver ele comer pela boca.”

Durante esses dias íamos duas vezes na semana na fonoaudióloga, que o SUS nos disponibilizou, para auxiliar nesse processo, porém ele não obteve avanço com ela. Então paramos de ir e ficamos de casa tentando, minha mãe conseguiu fazer ele comer. Voltamos no médico dia 20 de setembro (no dia que ele completou 4 anos), e então ele disse que ele estava comendo bem pela boca, mas que iria continuar com a sonda até o próximo retorno com 30 dias, retornamos após esses dias e então a sonda enfim foi retirada.

Fonte: https://bit.ly/2K4gKFm

Ele precisou fazer dilatações de esôfago por três vezes, fizemos todas disponibilizados pelo SUS, em Goiânia no Hospital das Clínicas. Essas dilatações tem o risco de estourar todas as intervenções cirúrgicas que ele já fez até hoje, mas é obrigatório faze-las, para que ele possa comer com mais facilidade. Pois o seu novo esôfago é como se fosse um canudo, não tem contração, não tem fechamento, é sempre um tubo liso. Devido esse fato ele tem refluxo desde antes dos 2 anos e terá para sempre.

Até hoje fazemos o acompanhamento com esse médico que operou desde a primeira vez, porém hoje com um espaço de tempo bem maior, nos últimos 4 anos, foram visitas anuais. Muito obrigada Deus, muito obrigada SUS, muito obrigada Dr. Renato.

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Gratidão traz inúmeros benefícios quando inserida no cotidiano das pessoas

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A psicóloga, ​coach e mentora Bia Nóbrega propõe atividades que resultam em uma maior qualidade de vida

A gratidão não é um estilo de vida muito partilhado na sociedade. É notável que as pessoas passam muito mais tempo se queixando por não terem determinadas coisas, sejam posses, relacionamentos e outros valores que são ostentados no nosso dia a dia, do que agradecendo pelas coisas boas que possuem. No entanto, essa qualidade pode ser trabalhada como um hábito.

Mesmo quando a Bíblia e até William Shakespeare atestam que “a gratidão é o único tesouro dos humildes”, algumas pessoas insistem em reproduzir os mesmos discursos derrotistas. Mas para psicóloga e coach Bia Nóbrega, é essencial remar contra essa maré e fazer algo a respeito: “há comprovação científica que identificar e agradecer pelas coisas boas que acontecem todos os dias melhora a vida dos indivíduos”, garante.

De acordo com a psicóloga, a gratidão opera através da Lei da Atração, que controla toda a energia do Universo. Segundo essa lei, você atrai para si tudo o que pensa e sente. Portanto, se você pensa coisas positivas, muda sua frequência pessoal e atrai coisas boas.

Por essa razão ela propaga ideias e também um pequeno programa para exercitar a gratidão no cotidiano, apesar dos problemas normais da vida cotidiana. As atividades foram apresentadas durante a palestra “1, 2, 3 já é hora de mudar a sua Vida” no Congresso Mundial da Gratidão e englobam 3 passos, sendo elas: autoconexão, conexão física e conexão social.

Para iniciar, é preciso saber quais são as áreas da sua vida você deseja melhorar, como saúde, relacionamento, finanças etc. Quanto mais precisão, melhor. Na sequencia você aprende técnicas simples para se conectar melhor consigo mesmo, o seu corpo, o ambiente em que você vive e as pessoas ao seu redor.

Com base nas respostas das perguntas sugeridas pela psicóloga é mais simples identificar quais são os caminhos que você deve seguir para alcançar o objetivo. Na última etapa basta colocar os ensinamentos em prática para ser mais feliz.

Psicóloga, ​Coach e mentora Bia Nóbrega

Sobre Bia Nóbrega

É coach, mentora, palestrante e atua há mais de 19 anos na Área de Recursos Humanos em empresas líderes em seus setores. Graduada em Psicologia pela USP, pós-graduada em Administração de Empresas pela FGV-SP, em formação para Conselheira, possui diversos cursos de formação, certificação e atualização. Liderou projetos de clima e cultura, estratégia, políticas, programas e práticas de RH, desenvolvimento organizacional, gestão de talentos e desenvolvimento de liderança. É afiliada à International Coach Federation (ICF), Associação Brasileira de Coaches (ABRACOACHES), Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Associação Brasileira de Treinamento & Desenvolvimento (ABTD) e Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) e coautora do livro “Mapa da Vida” – Editora Ser Mais. Possui mais de 500 horas de atendimentoem coaching executivo, carreira e vida. Para saber mais, acesse o canal no YouTube 

 

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carta a josé saramago

Carta a José Saramago

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Normalmente envio cartas a familiares, amigos ou à namorada. Na verdade, sou um adulto, tenho meus 30 anos, que poucas cartas mandei em minha vida. : uma ou duas para minha mãe, umas duas para algum amigo que não me lembro qual ou quais, e para namoradas que tive. Talvez esteja te perguntando a que te mando uma carta se não temos o mesmo sobrenome, se até a esse momento e talvez até aos próximos, e aos de além, chamar-te amigo seja intimidade forçada, e se de questões amorosas estamos resolvidos. Tenho resposta à pergunta mesmo que não te tenha feito. A resposta está nos teus livros; deixe-me explicar.

Eu estava voltando de ônibus para casa, depois do meu trabalho, e te escrevi uma carta, após ler algumas crônicas tuas; fechei o livro e comecei a sentir o que sempre sinto quando leio tuas crônicas e teus romances, mesmo que seja pela décima vez: um prazer que comprime, sem doer, o estômago e o coração; uma ânsia que me leva a encontrar, nas palavras lidas, um fluxo daquilo que está retesado na vida, no ar, no em volta; um suspiro de alívio por uma cumplicidade que tenho com as palavras que o Sr. escreve, pelo poder que elas têm de traçarem um sentido humano para a inevitável humanidade da vida e das palavras; é como quando as pessoas dão Odes alegres a Beethoven, ou quando cavalgam com Wagner e as Valquírias; ou quando lhes brilham aos olhos o amarelo girassol de Van Gogh ou ainda sentem frio com uma paisagem de Monet; tem ainda aqueles que conversam com estátuas ou vivem, cotidianamente, os feitos de Dom Quixote; enfim gosto de ler tuas crônicas e teus romances.

Para mim, o tema de Nietszche “Humano, demasiado humano” foi desdobrado de maneira esmiuçadamente humana em tuas obras, em todas elas. Além de uma antologia, teus livros formam um ensaio filosófico sobre o homem, na lida com aquilo que lhe atravessa desde o início das civilizações, como o mito da caverna, que nos sempre retorna, até ao que nos é particular, nesses nossos tempos atuais da cegueira da própria selvageria. Acredito que se Baltazar Sete-Sóis e Blimunda Sete Luas não se tivessem encontrado, a humanidade teria sucumbido de lá para cá, totalmente, ao invés de parcialmente. Mas é aqui que nos vamos levando, agora mesmo que te resolveu partir, em 18 de junho de 2010. A morte é o fim da comunicação? Não sei. Mas, quem sabe, em um dia futuro, a lucidez que tu ensaiaste possa ser vivida e vista. Nesse dia, se eu ainda por cá estiver, saberei que tuas palavras nunca cessaram a comunicação.

Permita-me tecer análises, mesmo que timidamente. O Ano da morte de Ricardo Reis é, para mim, a leitura primeiramente indicada para iniciantes da poesia de Fernando Pessoa e de Ricardo Reis, pois lhes dissecou as ideias, como o mestre faz aos discípulos que respeita, tu, que tanto se instruíste em e do que Fernando Pessoa, Reis, Caeiro e Campos instruíram a si. Creio que teu livro seja a ponte (até geracional) entre aqueles e nós amantes da língua portuguesa.

Antes do próximo comentário, desculpo-me de antemão pela petulância, a juventude com ela compensa a falta de sabedoria. Mas nunca cri na ideia de que foste, quando aqui esteve, ateu. Vejo, no Evangelho Segundo Jesus Cristo, uma obra literária de respeito a Deus, seja lá como o definamos ontologicamente, seja lá como o definias. Sua proibição em Portugal, mostra apenas a tacanhês de um governo no entendimento à nossa língua e no que quiseste comunicar. E, nas obras últimas, em Caim especialmente, achei-te com raiva de Deus; senti-o amargado com a vida, não a tua, mas esta da qual já sabias que deverias se despedir aos poucos, pelo fato de ter que dela se despedir, tu que tantos detalhes da vida soubeste, por tantos detalhes que nela criaste. Ficamos nós nessa jangada de pedra, criando nossos próprios detalhes, para um dia nos amargarmos quando nos aproximarmos do fim.

A despedida eterna, a passagem, a morte é algo que trás luto, até a quem morrerá; fazemos lutos de nós mesmos, do que deixamos sem saber para onde iremos. Se um dia eu pudesse ler, daqui, pequenas memórias que escreves daí, eu saberia a diferença entre estar vivo e estar morto. Digo isso sem drama e nem tragédia. Vivo bem. Mas tuas descrições foram sempre fidedignas de cá, não vejo motivo nenhum para isso mudar do lado daí, sabia muito bem o que querias daqui, certamente sabes também daí, só de deus é que duvidamos da vontade, às vezes, quando ainda nele cremos. Enfim, José Saramago, a conversa está boa. É certo que há comunicação após a morte. Se eu ler o encontro de Baltazar e Blimunda agora, certamente irei às lágrimas, água que cai dos olhos por ficarem atentos ao que o farol da ilha, o que cada um somos por aqui, comunica o que tem para comunicar; o sal vem da vida, que é mar.

A carta que te escrevi, no ônibus de volta da lida, não foi esta. Esta é aquela com uma grande modificação. Aquela, mandei ao teu blog, para a seção Carta ao escritor. Infelizmente nunca foi publicada, nunca soube se a leste, mandei-te quando ainda estava vivo. Dizia-te o que aqui te digo, do quanto gosto dos livros que escreveste. Essa agora tem outro objetivo: além de tentar comunicação com o além, é também para te homenagear no dia do escritor, hoje, dia 25 de julho de 2012. O Sr. és um personagem por aqui, ou seja, és referência. Eu acho que as pessoas deveriam ler os teus livros. “Levantado do chão” é uma lição de vida, sem baboseiras de auto-ajuda.

Esse objetivo é fácil e está feito. Quanto à comunicação com o além, desconheço; mas não me entristeço. Está aqui a minha homenagem que te fiz quando vivo, e não vejo motivos para a não repetir agora. Assim é a vida. Como o Sr. Mesmo escreveste: viver assim, como o sorriso, “mesmo sem olhos que nos percebam, é o verbo mais transitivo de todas as gramáticas. Pessoal e rigorosamente transmissível. O ponto está em haver quem o conjugue”.

Victor Meneses de Melo.

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