Envelhecer com saúde: saiba o segredo para uma vida ativa e feliz

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A fase terceira idade pode ser repleta de realizações e bem-estar e, para isso, é essencial que sejam adotados hábitos e cuidados que promovam a saúde física, mental e emocional. Com o aumento da expectativa de vida para 76,4 anos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o  olhar para as necessidades dessa parcela da população também mudou, dando ênfase para os cuidados e precauções que merecem ser tomados para uma boa qualidade de vida dos idosos. Jaqueline Fátima de Souza, franqueada de Londrina (PR) da Padrão Enfermagem, empresa de agenciamento de profissionais na área da saúde, listou algumas dicas de como promover essa melhora.

Saúde mental e as relações sociais: manter o cérebro ativo é fundamental para prevenção de doenças como Alzheimer e depressão. “Atividades como leitura e grupos de convivência são ótimas opções. Além de trabalhar a cognição, proporcionam momentos de descontração e alegria, fundamentais para os idosos que, com o isolamento, tendem a sentir-se sós e depressivos”, destaca a especialista.

Estímulo e companhia: Outra maneira de evitar a solidão e receber auxílio necessário é optar por cuidadores. “Mais do que prestar assistência, existe um papel crucial dos profissionais no aspecto emocional.  Além de auxiliar nos cuidados diários, o cuidador é uma ponte para que o idoso tenha uma vida mais ativa e feliz. O profissional promove independência e bem-estar, além dgarantir o convívio com a família e a saúde mental do paciente, visto que a sua companhia é essencial”, completa.

Exercícios físicos: Praticar atividades regularmente é uma boa maneira de manter-se saudável na terceira idade. “O primeiro passo para a escolha correta da atividade física é uma avaliação, que deve ser feita por um especialista preparado para identificar condições clínicas que podem interferir na segurança e desempenho desse idoso, como complicações cardiovasculares, por exemplo. A partir daí é interessante optar por exercícios que os agrade e se encaixe em suas limitações e condições físicas. Entre os idosos os mais comuns são caminhadas, musculação, dança, pilates e hidroginástica”, detalha. 

Hidratação e alimentação balanceada: A associação de alimentos saudáveis com a ingestão correta de água ao longo do dia ajuda a prevenir doenças e manter a energia necessária para o bom funcionamento do organismo. “Recomenda-se o consumo de proteínas magras, frutas e legumes e ingestão regular de água. Criar esses hábitos é importante para que o idoso proteja seu sistema imunológico e mantenha-se saudável”, afirma.

Sobre a Padrão Enfermagem

Fundada em 2006, é uma rede de franquias com mais de 40 unidades no Brasil, especializada no agenciamento de profissionais da saúde para uma série de serviços primordiais aos pacientes, tais como: Acompanhamento hospitalar, Serviços de enfermagem, Cuidador de idosos e Cuidador infantil. Todos os profissionais agenciados pela Padrão Enfermagem estão preparados e habilitados para atender com segurança e qualidade a clientes em ambiente domiciliar, hospitalar e empresarial, com suporte 24h. Os sócios da rede, Rafael Schinoff e Roberta Bellumat, são autores do livro O Dever de Cuidar. A obra é um guia para apoiar famílias e inspirar quem deseja empreender no segmento

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Experiências vividas no parque municipal da pessoa idosa de Palmas

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Trata-se de relato de experiências por mim vividas junto aos idosos do Parque Municipal da Pessoa Idosa de Palmas pela disciplina Intervenção em Grupos, cuja equipe tem em sua formação Andreia Alves de Carvalho, nossa líder, Clarissa Souza Lira, Eryka Cristina da Silva Santos, Gabriel Wállef Silva Avelino e eu, Adhemar Chufalo Filho, sob a supervisão do Professor Mestre Sonielson Luciano de Sousa. 

A intervenção se deu em 4 encontros de 1 hora cada, no Parque Municipal, sendo que no primeiro dia ocorreu na quadra de esportes com a presença de 10 idosos (as) de ambos os sexos, e o tema da roda de conversa, que se deu pelo método dialético com perguntas semiestruturaras, estavam relacionadas à vivência familiar, rede de apoio, situação econômica, saúde. 

Insta salientar que esse diálogo entre nossa equipe e os (as) idosos (as) foi muito à vontade, e eu não me senti como um estranho ou intruso em suas vidas, pois estavam bem tranquilos e abertos tendo interesse em apresentar suas demandas de forma individualizada, e alguns idosos (as) eram um pouco mais prolixos que outros. 

No segundo encontro compareceram somente 3 pessoas, não me recordo, mas parece que grande parte dos usuários do Parque tinha viajado para a cidade de Santa Fé do Sul, Estado de São Paulo, para participar de jogos com idosos (as) de outras instituições no âmbito nacional, porém o encontro com os presentes, marido e mulher, e uma terceira pessoa que, vinda do Nordeste, foi muito proveitoso e esclarecedor sendo que o terceiro narrou um pouco de sua vida e por causa de sua filha se mudou para Palmas. 

Fonte: Segundo encontro com os idosos em 1º de abril de 2024.

A adesão aos encontros foi aumentando, e, nos terceiro e quarto, compareceram mais de 15 pessoas em cada um, e, com esse aumento na frequência, notei que os idosos (as)  estavam gostando da nossa presença e do nosso diálogo, inclusive dei alguns poucos relatos de minha própria experiência como idoso que sou, e isso foi possível por eu adotar,  como acadêmico de Psicologia, a abordagem da Psicologia Analítica de Jung. 

No terceiro encontro utilizamos as técnicas Mindfulness, dialética e métodos terapêuticos outros como a caixa com espelho para que os (as) idosos (as) falassem um pouco da pessoa que viam no fundo da caixa, no espelho, e eu observei, com certa restrição, os depoimentos sobre si mesmos, pois em nenhum momento os que se manifestarem narraram suas dificuldades, pois somente tinham palavras de elogio, otimismo, satisfação plena com suas condições subjetivas e objetivas de vida. 

Fonte: Terceiro encontro com os idosos o corrido em 8 de abril de 2024.

Abro parênteses para relatar que o Parque não oferece encontros de   grupos terapêuticos para poderem os (as) idosos (as) dialogar das suas necessidades psicológicas ou não, mas somente atividades físicas como natação, capoeira, vôlei, sem qualquer prática voltada à meditação, relaxamento, reflexão, pelo menos o que eu constatei em conversa com os usuários (as). 

No último encontro, o quarto, utilizamos das técnicas Mindfulnes, dialética e técnicas terapêuticas outras em que se distribuiu aos (às) participantes parte de uma folha de papel para que escrevessem qual a percepção que tinham a respeito dos encontros que foram realizados junto a eles (as), e a maioria respondeu que foi o reconhecimento por termos nos disponibilizados ao mister.  

Fonte: Quarto encontro com os idosos ocorrido em 15 de abril de 2024.

Concluindo, a intervenção feita junto ao grupo de idosos (as) do Parque Municipal  da Pessoa Idosa,  de Palmas, trouxe-me muitas reflexões a respeito das necessidades de reconhecimento, lugar de fala, visibilidade, respeito, temas recorrentes que restou demonstrado nos diálogos em, por serem perguntas semiestruturadas, permitiam a troca de ideias entre os próprios usuários (as) e a interação com a equipe de estagiários (as). 

As técnicas terapêuticas utilizadas como Mindfulness, dialética com perguntas semiestruturadas, métodos outros como a caixa com espelho, os bilhetes para que pudessem deixar suas impressões, fizeram  com que o grupo de idosos (as) se sentisse mais a vontade e pertencentes a um contexto que não privilegia ou hierarquiza a relação entre os acadêmicos estagiários do curso de Psicologia e os (as) usuários (as) / idosos (as) que frequentam o Parque Municipal da Pessoa Idosa, tornando, assim, a nossa intervenção muito proveitosa e enriquecedora. 

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Explorando os horizontes da Educação

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“A educação deve ser um encontro de sonhos e esperança… de melhor qualidade de vida e inclusão”

(En)Cena entrevista Sirlene Ulombe, 54 anos, natural  do Rio de Janeiro. Sirlene possui graduação em enfermagem, é educadora especialista em Saúde Pública e Vigilância Sanitária. No momento, cursa mestrado em Gerontologia. Atualmente está dedicada ao ensino acadêmico de enfermagem e presta consultoria para famílias com pessoas idosas, auxiliando no envelhecimento com qualidade.

(En)Cena : Sirlene, como a educação pode contribuir na vida dos idosos?

Sirlene: Envelhecimento é um processo contínuo, universal, porém desigual (isso é, não acontece da mesma forma para todos). Nesse sentido precisamos todos aprender a envelhecer: e aprender a envelhecer é continuar aprendendo tudo que nos propusermos! Assim a Educação é qualidade de vida, é esperança, é continuidade. Só aprendemos quando queremos e só vivemos até o momento que queremos viver.

(En)Cena: Que tipos de programas ou cursos de educação são mais populares entre os idosos?

Sirlene: Pessoas idosas procuram conhecimento em informática e tecnologias, artes manuais, práticas alternativas complementares e culinária.

(En)Cena: Como a educação pode ajudar os idosos a se manterem mentalmente ativos?

Sirlene: A mente humana sobrevive por estímulos. Aprender algo novo sempre é estimulante para o cérebro. Aprender coisas novas pode retardar processos de demência e ajudar na recuperação de AVC e AVE.

(En)Cena: Quais são os desafios comuns enfrentados pelos idosos ao buscar oportunidades de aprendizado?

Sirlene: Preconceito (sofrem com fracos que tentam menospreza-los), inacessibilidade (os ambientes e  as cidades não são adaptadas) e falta de estímulo (principalmente de familiares) .

(En)Cena: Como as tecnologias estão impactando a educação dos idosos?

Sirlene: Constituem desafio e ao mesmo tempo limitação. Acho que por isso mesmo é a formação mais procurada.

(En)Cena: Qual é o papel das instituições educacionais na promoção da educação para os idosos?

Sirlene: Tornar acessível, tornar prazeroso, tornar contextualizado o processo ensino/aprendizagem.

(En)Cena: Qual o papel da educação como ferramenta de inclusão social e combate à solidão?

Sirlene: Como comecei a citar na primeira pergunta: Educação deve ser encontro de sonhos e esperança; de melhor qualidade de vida; de inclusão. Em minha experiência terapêutica, mesmo pessoas com déficit de saúde mental, almejam se sentir iguais, incluídas, ter o prazer de se sentir capazes de aprender e ensinar mais alguma coisa. Com idosos não é diferente. A busca por conhecimento aproxima pessoas, diminui a solidão… Por isso digo que melhora a qualidade de vida. Saber viver o envelhecer aprendendo até o fim.

(En)Cena:Como a comunidade pode incentivar o idoso a buscar oportunidades de aprendizagem no decorrer dessa fase?

Sirlene: Reduzindo barreiras, promovendo acessibilidade, dizendo não ao preconceito, aprendendo com idosos.

                                                                                         Fonte: Arquivo Pessoal

             

 A razão pela motivação pelo trabalho com idosos.

O (En)Cena agradece a participação da Enfª Sirlene Xavier de Lima Ulombe, em nossa recente entrevista. Foi um prazer contar com a contribuição enriquecedora, sobre uma pauta tão relevante.

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A história é contínua: prevenção e promoção de saúde mental do idoso

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Envelhecer com qualidade de vida recebeu a nomenclatura de envelhecimento ativo, o que implica em oportunidades de saúde, sociabilidade e segurança aos idosos. O termo envelhecimento ativo foi adotado pela Organização Mundial da Saúde para representar um desejo comum de que a velhice seja uma experiência positiva. Mas para isso é necessário o comprometimento de pessoas e de instituições públicas e privadas. Estar ativo é ter a possibilidade de participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis.

Isso traz a solidariedade entre as gerações como essencial para o envelhecimento ativo, já que o adulto é o idoso de amanhã.

O envelhecimento é o principal fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, incluindo o câncer. As neoplasias representam mais de 45% dos óbitos em indivíduos acima de 80 anos, com tendência a um aumento gradativo de suas taxas de mortalidade. São Paulo: Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP, 2012)

De acordo com dados do Ministério da Saúde de 2018, há alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Nessa faixa etária, foi registrada a taxa média de 8,9 mortes a cada 100 mil idosos. Para fins comparativos, a taxa média nacional é de 5,5 por 100 mil. BRASIL. Ministério da Saúde.. Portaria Nº 529, de 01º de abril de 2013.

                                                                                                             Fonte:Freepick.com 

Segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística a doença atinge cerca de 13% da população entre os 60 e 64 anos de idade. Ao redor do mundo, o transtorno afeta, em média, 264 milhões de pessoas de todas as idades. O abandono familiar e o sentimento de inutilidade são duas das principais causas de depressão no idoso. (IBGE, 2019)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define os cuidados paliativos como uma abordagem que busca proporcionar a melhor qualidade de vida possível para pacientes e familiares que enfrentam doenças que ameaçam a vida por meio do alívio do sofrimento, tratamento da dor e de outros problemas físicos, psicológicos e espirituais

Para que haja um envelhecimento saudável, os bons hábitos precisam ser cultivados, como alimentação, atividades e sono de qualidade. Outra prática crucial é a interação social para que o idoso se sinta amado, respeitado e como pertencimento de onde está.

                                               Fonte: google/imagens.com

Outra dica é evitar estereótipos e não se referir aos idosos com termos pejorativos como “ranzinza”, “teimoso” e “gagá”. Há uma diversidade muito grande no envelhecimento, com idosos conectados às redes sociais, que namoram, saem com amigos, enquanto outros seguem uma rotina mais tranquila. O importante é que os vínculos familiares se fortaleçam, que cada um respeite suas individualidades e estejam abertos às adaptações do processo de envelhecer.

Na terceira idade acontecem diversas mudanças psicossociais, vida pessoal e profissional das pessoas, além disso, alguns sintomas físicos e psíquicos começam a surgir como a diminuição da visão, a perda ou aumento de peso, maior dificuldade para se locomover, perdas cognitivas e outros. De acordo com Cataldo, por mais que esse processo seja natural, vivenciar essas mudanças no corpo e no âmbito social podem afetar a saúde mental das pessoas idosas

As percepções sobre o processo do envelhecer e adoecer denotam que, para eles, envelhecer constituiu um privilégio e, apesar das dificuldades, são gratos pela vida, por isso experimentaram integridade em vez de desesperança. Não obstante, o adoecimento e o acesso ao tratamento são percebidos como eventos geradores de estresse, constituindo fonte de angústia e sofrimento. Para fazer frente às perdas e adversidades do envelhecer e adoecer utilizam, sobretudo, as estratégias de enfrentamento características de um processo resiliente, destacando-se: o suporte espiritual, a reestruturação cognitiva e a aceitação.

Entende-se que a compreensão, pela equipe de saúde, das estratégias de enfrentamento dos doentes pode agregar qualidade no cuidado prestado a eles. Logo, sugere-se que essa temática seja difundida principalmente entre os profissionais que prestam cuidados aos idosos em cuidados paliativos por meio de discussões em grupo e atividades de educação continuada nas instituições de saúde.

Referência:

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov. br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0529_01_04_2013.html. Acesso em: 04 dez. 2023.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida.

Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Manual de cuidados paliativos. 2ª ed. São Paulo: ANCP; 2012.

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A importância dos vínculos familiares no contexto da institucionalização de idosos

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Os idosos institucionalizados são pessoas idosas que residem em instituições de cuidados, como lares de idosos ou casas de repouso. Os vínculos familiares contribuem para a manutenção do  senso de pertencimento e bem-estar

O rápido e gradual envelhecimento da população suscita diversas preocupações, principalmente no que se refere à saúde e cuidados com os idosos. O processo de envelhecimento, mesmo quando ocorre de forma saudável, muitas vezes leva à perda da função, afetando a autonomia e a independência do idoso e exigindo cuidado e atenção. No Brasil, a proporção de idosos na população é cada vez mais evidente. Além disso, pode-se observar a expectativa de vida, ou seja, as pessoas vivem mais. No entanto, esta realidade levanta outros problemas, como o apoio a essa população (BARROS; GOMES JÚNIOR, 2013).

À medida que envelhecemos, tornamo-nos mais sensíveis ao ambiente ao nosso redor devido à diminuição das capacidades de adaptação. É essencial garantir que esse processo seja saudável e ativo, o que implica incentivar os idosos a praticarem sua independência e autocuidado. A família desempenha um papel central no cuidado e no bem-estar dos idosos, sendo uma fonte crucial de apoio para aqueles que necessitam de cuidados.

Dutra (2016) traz que tradicional e historicamente, o cuidado ao idoso tem sido atribuído à família, com a responsabilidade de suprir suas necessidades, principalmente se o idoso em questão estiver com a autonomia e independência comprometidas.

Segundo Estatuto do Idoso:

É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária (BRASIL, 2003).

Alcântara (2009) completa que a sociedade espera que as famílias devam assumir essa necessidade. No entanto, isso nem sempre acontece, por diversos motivos, as famílias podem não conseguir ou se interessarem por assumir esse cuidado. Com isso, as famílias podem recorrer a uma instituição que atende e acolhe esse público. Esses lugares, devem promover um ambiente de lar em que os idosos se adaptam e podem realizar suas necessidades enquanto moradores, oferecendo cidadania e dignidade.

Santos (2014) Por mais que as políticas públicas em relação às instituições de longa permanência adotarem medidas necessárias para atender os idosos, buscando fazer com que  eles se sintam acolhidos e tenham uma sensação de estar em um lar,  muitas vezes a família se distancia, abandonando o idoso e perdendo o vínculo familiar.

Fonte: Gerald no Pixabey

Idoso em segundo plano

Vieira (2016) Coloca o idoso no contexto de  institucionalização, como um fator de risco para o rompimento de vínculos afetivos e sociais. Esse rompimento pode provocar no idoso o medo, a angústia, e sensação de desamparo.  Dito isso, a importância de manter esse vínculo familiar, fica muito claro, pois favorece os aspectos afetivos e emocionais desses indivíduos, à medida que envelhecemos, muitas vezes buscamos conexões mais fortes para obter esse equilíbrio.

Bertolin e Viecili (2014) completam que ao se sentir ignorado e esquecido, o idoso sente-se desvalorizado e excluído. A vivência dessa fase da terceira idade pode ser bastante dolorosa e carrega diversos desafios, como mudanças de rotina, de se adequar a um novos ambientes, às perdas e limitações.

Mesmo ao considerar que o idoso institucionalizado esteja em um espaço de cuidado e bem-estar, Fonseca (2005) não descarta as relações familiares como um fator importante para além do acolhimento oferecido na instituição, destacando o convívio com a família, amenizando a solidão e o afastamento. O autor traz que os laços afetivos são de suma importância para os idosos, principalmente os que se encontram institucionalizados, pois estabelecem um laço de parceria. A família continua sendo o centro da vida dos idosos, mesmo quando estão institucionalizados. É a família que passa ao idoso o sentimento de ser acolhido e amado, e que lhe dá a motivação e a coragem necessárias para continuar a ter uma visão positiva.

Fonte: StockSnap no Pixabay

Vínculo familiar

Referências:

ALCÂNTARA, A. O. Velhos institucionalizados e família: entre abafos e desabafos. 2. ed. Campinas, SP: Editora Alínea, 2009.

BARROS, R. H.; GOMES JÚNIOR, E. P. Por uma história do velho ou do envelhecimento no Brasil. CES revista, v. 27, n. 1, p. 72-92. 2013.

BERTOLIN, G.; VIECILI, M. (2014). Abandono Afetivo do Idoso: Reparação Civil ao Ato de (não) Amar? Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 5, n.1, p. 338-360, 1º Trimestre de 2014.

BRASIL. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil.

DUTRA, R. R.; VARGAS, S. C.; TORNQUIST, L.; TORNQUIST, D.; MARTINS, V. A.; KRUG, S. F.; CORBELLINI, V. A. Refletindo sobre o processo de institucionalização. 2016.

FONSECA, A.M. 2005. Desenvolvimento humano e envelhecimento. Lisboa, Climepsi Editores, 242 p

SANTOS, N. O. dos, Beuter, M., Girardon-Perlini, N. M. O., Paskulin, L. M. G., Leite, M. T., & Budó, M. de L. D. (2014). Percepção de trabalhadores de uma instituição de longa permanência para idosos acerca da família. Texto & contexto enfermagem, 23(4), 971-978.

VIEIRA, S. K. S. F.; ANJOS, M. N. C. DOS; SANTOS, F. A. N. DOS, DAMASCENO, C. K. C. S.; SOUSA, C. M. M. DE; OLIVEIRA, A. D. DA S. Avaliação da qualidade de vida de idosos institucionalizados. Revista Inter-disciplinar, Teresina, v. 9, n. 4, p. 1-11, 2016.

 

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Sexualidade na velhice: velhos fazem sexo?

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A pergunta base do título poderia ser simples responder. Do ponto vista físico/fisiológico não há nada que impeça uma pessoa, homem ou mulher, a prática de sexo/sexualidade na fase da velhice.

Contudo, em nossa sociedade, sexo/sexualidade são cercados de tabus e preconceitos. Na fase da velhice o assunto é ainda menos explorado. Assim, quanto pensamos a sexualidade nesta fase da vida temos a tendência a nega-la vendo indivíduos velhos como seres assexuados, como algo que não é natural, afinal, “sexo é para jovens” como uma ideia corrente no imaginário popular, mesmo para a população afetada. Pensar que nossos avôs e avós podem ter vida sexual nos causa grande estranhamento e surpresa, afinal, já são velhos.

Os tabus e preconceitos que envolvem o sexo em nossa sociedade estão muito relacionados a religiosidade que credita ao sexo apenas a reprodução, assim, nesta fase da vida onde não há mais a capacidade reprodutiva, mulheres após a menopausa não possuem mais capacidade de engravidar e homens tem sua fertilidade diminuída, a sexualidade perde o sentido seguindo esta linha de pensamento. Tabus em relação ao próprio corpo, afinal não são mais viris e rígidos, flacidez, menopausa, dificuldades de ereção ou manutenção da ereção, maior tempo para lubrificação vaginal, também são considerados um problema para esta parte da população.

Contudo, é preciso lembrar que sexualidade não envolve apenas relação sexual pênis/vagina, mas que a expressão da sexualidade pode ser vastamente explorada, no entanto, esses próprios tabus e vergonhas, acima mencionados, impendem que as pessoas nesta fase da vida procurem outros modos de sentir prazer já que o prazer pelo prazer é considerado pecado pela maioria das religiões cristãs. Deste modo, temos no imaginário popular que os velhos são seres assexuados, sem libido e/ou vontade de praticar sexo ou qualquer expressão de sexualidade.

Assim, respondendo à questão levantada no título do texto: velhos podem e devem praticar sexo e explorar sua sexualidade da forma que melhor lhes satisfazer. Mas para isso o debate deve ser aberto, sincero e sem preconceitos. Não podemos negar a esta população algo que faz parte da vida. O envelhecimento da população é algo perceptível e nesta fase da vida muitos direitos são negados e tolhidos, sendo entendido como mais uma violência simbólica, aquela violência sutil e não percebida tanto por quem a pratica quanto por quem está sofrendo.

Para finalizar, ressaltamos o que diz a Organização Mundial de Saúde – OMS, sobre sexualidade: “A Organização Mundial de Saúde considera a sexualidade como um aspecto fundamental na qualidade de vida de qualquer ser humano. Essa dimensão é fundamental em tudo o que somos, sentimos e fazemos. A OMS considera ainda a saúde sexual como uma condição necessária para o bem-estar físico, psíquico e sociocultural”. Observemos que este texto inclui “qualquer ser humano” sendo assim, a população de idade mais avançada também está incluída não sendo justo negar-lhes a possibilidade da busca do prazer e bem-estar que as diversas expressões de práticas sexuais são capazes de proporcionar.

Referências:

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Sexual and Reproductive Health. WHO, 2006. Disponível em: https://www-who-int.translate.goog/teams/sexual-and-reproductive-health-and-research/key-areas-of-work/sexual-health/defining-sexual-health?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_pto=sc . Acesso em: 17/03/2022.

UCHÔA, Yasmim da Silva. Et. Al. A Sexualidade sob o Olhar da Pessoa Idosa. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2016; 19(6): 939-949. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgg/a/7dtmjLMf3c4bHR8bgcQDFXg/abstract/?lang=pt.  Acesso em: 18/03/2022.

VIEIRA, Kay Francis Leal. Et. Al. A Sexualidade Na Velhice: Representações Sociais De Idosos Frequentadores de Um Grupo de Convivência. Psicologia: Ciência e Profissão jan/mar. 2016, Vol.36 Nº 1, 196-209. doi: 101590/1982-3703002392013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/dtF8qQ6skTwWk4jK5ySG7Gq/abstract/?lang=pt. Acesso em: 18/03/2022.

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Infantilização do Idoso e os Impactos em sua autonomia

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O processo de envelhecimento é algo inerente a qualquer ser vivo. Todos e todas iremos envelhecer e o modo que idosos são tratados em sociedade é algo que muda conforme a cultura. Em nossa sociedade ocidental o velho e a velha são considerados cidadãos de menor valor. A violência contra a população idosa é praticada de várias formas. Entende-se violência como qualquer ato que gere danos físicos ou mentais e podem ser praticadas de forma ativa ou passiva.

Dentre as violências físicas, as mais conhecidas e, embora sejam condenadas socialmente, ainda são muito presentes no dia-a-dia, podem ser entendidas como as omissões de cuidados, violência física e sexual como também a patrimonial. Mas existe também um tipo de violência praticada contra essa população que não é percebida, em muitas ocasiões é até mesmo fomentada e incentivada, confundida com o excesso de cuidados, mas que são entendidas como violências simbólicas.

Uma das formas de violência simbólica contra a população idosa é a negação de sua autonomia e esta pode ser percebida de várias formas, uma delas é a maneira infantilizada como esta população é tratada sendo caracterizada pelos exageros de mimos e excesso de diminuitivos no processo de comunicação.

Imagine as familiares da atriz Fernanda Montenegro dizendo: “cada minha gatinha?? vamos gravar a novelinha?!” Ou do ator Anthony Hopkins: “E esse mocinho?? Vamos lá ganhar um oscarzinho?” Pode parecer carinhoso e cuidadoso, mas se referir aos pais e aos avós como crianças: “agora virou meu/minha filhinho/a”, “vamos tomar bainho” é uma forma sutil de violência simbólica que mina a autonomia destes cidadãos e cidadãs. Negar-lhes o direito de ir e vir com a premissa de cuidados não proporciona à essa população a autonomia que lhes é de direito.

Diante do exposto, entendemos que esta é uma forma sutil e dissimulada de violência simbólica contra a população idosa mascarada de cuidado, mas que na verdade nega à essa população parte de sua autonomia uma vez que não se trata de “crianças crescidas” e sim de adultos que possuem plena capacidade cognitiva, mesmo que algumas situações as limitações próprias da idade os impeçam ou limitem a executar algumas funções.

Entendemos que estes comportamentos são práticas comuns em nossa sociedade e não exercida de forma premeditada ou com má intensão e a desconstrução desses padrões é algo que não será de imediato, mas que o debate aberto e sincero é fundamental para a promoção de uma velhice saudável e autônoma, com os devidos cuidados necessários à essa fase da vida. Estamos nos referindo a pessoas que envelheceram. Apenas.

Referencias:

SERRA, J. do N. Violência Simbólica contra os Idosos: Forma Sigilosa e Sutil de Constrangimento. R. Pol. Públ. São Luís, v.14, n.1, p. 95-102, jan./jun. 2010. ISSN 2178-2865. Disponível em: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rppublica/article/view/357.

SANTOS, A. A. e S. Et. Al. Atenção no Cuidado ao Idoso: Infantilização e Desrespeito à Autonomia na Assistência de Enfermagem. Rev Pesq Saúde, 17(3): 179-183, set-dez, 2016.

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Terapia, muito amor e atividade física podem ajuda a recuperar a saúde mental dos idosos no pós-pandemia

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A crise sanitária ocasionada pela pandemia da Covid-19 mudou a rotina de todas as pessoas dos quatro cantos do mundo, como o uso obrigatório da máscara e o distanciamento social, como forma de conter o avanço do vírus e salvar vidas. No Brasil o cenário não foi diferente, todos se viram obrigados a ficar o maior tempo possível dentro de casa, como forma de prevenção da doença.  No entanto, a sociedade não esteva preparada para enfrentar uma pandemia, em especial, a terceira idade, que foi a mais afetada pelo coronavírus. 

Considerada o grupo mais vulnerável a contrair o vírus, a terceira idade teve sua rotina totalmente modificada, e por recomendação da OMS, os familiares tiveram que evitar as visitas para não contaminarem os parentes mais velhos. Então, muitos avós celebraram virtualmente os aniversários dos filhos e netos, e as declarações de amor e abraços calorosos, foram substituídos por mensagens de áudio e abraços virtuais. Ninguém estava preparado para essa mudança, situação que mexeu com a emoção de muito idoso.

 Sobre o assunto, Rodriguez (2020) explica que as pessoas idosas, fazem parte do grupo de maior risco para a COVID-19, devido à maior exposição à comorbidades associadas ao aumento da letalidade da doença. Ou seja, por ser o grupo prioritário, foi preciso precaução para evitar o contágio, mesmo assim, muitos idosos morreram, antes da entrega da vacina em massa.  Fatores que desencadearam efeitos psicológicos nesse público.

 

Fonte: Freepick

 

Insônia, medo de ser contaminado, ansiedade, bem como as preocupações com os familiares, além da frustração por não saber como seria o desfecho da pandemia são alguns fatores que afetaram a saúde mental do grupo pertencente à terceira idade informaram Rocha, Dias, Silva, Lourenço e Santos (2020). Ainda reforçam que a falta de atividade física, pelo fato de ficarem mais tempo em casa, contribuiu para o desgaste emocional. 

De acordo com Fiorillho e Gorwood (2020) o aumento da solidão por não estarem mais próximos dos familiares fisicamente, como consequência a redução das interações sociais colaboraram para que muito idoso desenvolvesse quadros de depressão geriátrica.  E foi para evitar uma depressão por morar sozinho, o ator Ary Fontoura, de 88 anos, resolveu compartilhar sua rotina durante o lockdown, que fez um sucesso nacional, o que acumulou para o artista três milhões de seguidores, no Instagram. Atividades físicas, receitas estão entre seus postes que mais rederam likes nas redes sociais.

Fonte: Freepick

 Infelizmente a história de muitos idosos foram diferentes do ator global, e por isso é necessário a procura de um profissional para ajudar a equilibrar e curar as dores emocionais, de muitas pessoas, em especial, da terceira idade, o que irá trazer uma melhor qualidade de vida, em especial a aqueles que perderam entes queridos. Ademais agora que os estabelecimentos voltaram a funcionar, incentive o idoso da sua família a fazer atividade física orientada, para evitar qualquer tipo de lesão. Por fim, faça muitas visitas aos seus familiares, que já estão na terceira idade, só não se esqueça de usar álcool gel e máscara em lugares públicos. 

 

Referências

Fiorillho A, Gorwood P. The consequences of the COVID-19 pandemic on mental health and implications for clinical practice. Eur Psychiatry( 2020)

Organização Mundial de Saúde(OMS). Disponível em < https://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/> Acesso:  12, de nov, de 2021.

Rocha, S; Dias C; Silva, M; Lourenço e Alves, S. A pandemia de COVID-19 e a saúde mental de idosos: possibilidades de atividade física por meio dos Exergames(2020). Disponível em< file:///C:/Users/Daniel/Downloads/14424-Texto%20do%20Artigo-55964-1-10-20201029.pdf> Acesso:  12, de nov, de 2021.

Rodríguez MA, Crespo I, Olmedillas H. Exercising in times of COVID-19: what do experts recommend doing within four walls? (2020)

Fontoura, Ary. Disponível em < https://www.instagram.com/aryfontoura/>  Acesso:  12, de nov, de 2021.

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CAOS 2021 – Promoção da Saúde Mental do Idoso em Tempos de Pandemia

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No segundo dia do congresso, quinta-feira, 04 de novembro, aconteceu diversas atividades no decorrer do dia, dentre elas os minicursos e sessões técnicas. No período noturno, às 19h, ocorreu o minicurso com a temática “Promoção da Saúde Mental do Idoso em Tempos de Pandemia”, tendo como convidada a psicóloga Isabela Aires De Melo, o mesmo fora mediado pelas acadêmicas de psicologia, Ludimylla Sousa e Izabela Fernandes, o evento foi transmitido através da plataforma digital Google Meet, contando com cerca de 30 participantes.

O evento teve início com a apresentação curricular da convidada, no qual fora realizada pelas mediadoras. Assim que a psicóloga recebeu a palavra, estabeleceu abertura para os participantes, de forma dinâmica, em que permitiu que os mesmos se apresentassem e relatasse de forma breve o interesse pelo tema. Em seguida concedeu aos alunos que construíssem uma nuvem de palavras que representasse para cada um o conceito de “velhice”. A partir dessa atividade, a psicóloga iniciou a contextualização a respeito do tema proposto.

Fonte: Divulgação CAOS

Conforme as discussões trazidas durante o minicurso, a convidada instigou os participantes a refletirem sobre o processo de envelhecimento, como também na estigmatização do mesmo e em como podem gerar sofrimento aos indivíduos, nos quais esses reflexos podem expressar de forma comportamental e emocional. Diante do cenário atual, percebe-se que em grande parcela houve intensificação do estresse diário, devido à privação da vida social, assim contribuindo para adoecimento psicológico. Portanto, encontra-se a necessidade de buscar a promoção e autonomia desses velhos.

Por fim, o minicurso contribuiu para a concretização de conhecimentos a respeito do processo de envelhecimento, entendendo que esse ocorre de forma biopsicossocial, além de compreender que a velhice é um resultado de uma construção cultural e temporal. A partir de tais pontuações foram percebidos, através das diversas participações dos acadêmicos, como o engajamento dos mesmos puderam contribuir para o enriquecimento da atividade.

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