A solidão na Era Digital: como a hiperconectividade pode isolar

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“Conectados, Mas Sozinhos: O Impacto da Hiperconectividade Digital na Solidão e na Saúde Emocional”

Vivemos em uma época em que a conectividade digital está em seu auge. Com a facilidade de se conectar com amigos e familiares em todo o mundo através de redes sociais e aplicativos de mensagens, poderíamos esperar que a solidão fosse coisa do passado. No entanto, a realidade parece ser bem diferente. Em um mundo cada vez mais digital, a sensação de isolamento emocional e social está se tornando uma preocupação crescente. Como é possível que, apesar de estarmos constantemente conectados, ainda nos sintamos tão sozinhos? E o que podemos fazer para lidar com isso?

O Paradoxo da Conexão Digital

A tecnologia trouxe uma nova forma de comunicação, permitindo que estejamos sempre em contato com outras pessoas. No entanto, essa conectividade não tem se traduzido em um aumento genuíno de interação social significativa. Sherry Turkle, professora do MIT e autora do livro Alone Together (2011), explora como, apesar da promessa de maior proximidade, as interações digitais muitas vezes são superficiais. Turkle argumenta que as conexões digitais não substituem as interações humanas profundas, mas frequentemente oferecem apenas um contato rápido e impessoal (TURKLE, 2011). Esse fenômeno é conhecido como o “paradoxo da conectividade”, onde a facilidade de comunicação não se traduz em profundidade emocional.

Além disso, o conceito de “conexões fracas” — aquelas interações que são superficiais e não contribuem significativamente para o bem-estar emocional — está cada vez mais prevalente. Turkle observa que, enquanto a comunicação digital facilita a manutenção de um grande número de conexões fracas, ela não oferece a mesma qualidade de conexão encontrada em interações face a face. O resultado é uma rede social expandida, mas emocionalmente rasa, que pode acentuar a sensação de solidão (TURKLE, 2011).

A Solidão e Seus Efeitos na Saúde

A solidão não é apenas um sentimento passageiro; ela pode ter impactos significativos na saúde. Julianne Holt-Lunstad, psicóloga da Universidade de Brigham Young, tem conduzido pesquisas importantes sobre os efeitos da solidão. Em seus estudos, ela aponta que a solidão pode ser tão prejudicial à saúde quanto fumar 15 cigarros por dia. Holt-Lunstad (2020) destaca que a solidão crônica está associada a uma série de problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas e comprometimento do sistema imunológico, além de afetar negativamente a saúde mental, contribuindo para depressão e ansiedade.

Um estudo adicional de Holt-Lunstad e sua equipe também revela que a solidão pode aumentar o risco de mortalidade prematura, tornando-a um problema de saúde pública significativo. Esse risco é amplificado pela falta de suporte social e pela incapacidade de construir e manter relacionamentos significativos em um ambiente digitalizado. A solidão, portanto, não é apenas um estado emocional, mas um fator crítico que afeta a longevidade e a qualidade de vida (HOLM-LUNSTAD, 2020).

                                                                                                            Fonte: www.freepik.com

O Papel das Redes Sociais

As redes sociais, projetadas para conectar pessoas, muitas vezes acabam criando um ambiente propenso a comparações sociais prejudiciais. Um estudo conduzido por David L. P. (2021) revelou que o uso intenso de plataformas como Facebook e Instagram pode intensificar sentimentos de inadequação e solidão. Essas plataformas muitas vezes mostram uma versão idealizada da vida dos outros, levando os usuários a se sentirem insatisfeitos com suas próprias vidas.

Essas comparações são alimentadas pela “economia da atenção”, onde a busca por engajamento e visibilidade pode levar a uma competição constante para exibir uma imagem perfeita. Nancy Etcoff (2019) sugere que esse ciclo de validação pode criar um vazio emocional, uma vez que a gratificação instantânea proporcionada pelas redes sociais não se traduz em uma satisfação duradoura. Em vez disso, a necessidade constante de aprovação online pode reforçar sentimentos de inadequação e solidão.

A Falsa Sensação de Proximidade

A sensação de proximidade oferecida pela comunicação digital pode ser ilusória. Embora possamos trocar mensagens instantaneamente, isso não garante que essas interações sejam emocionalmente satisfatórias. Estudos mostram que as interações digitais podem carecer de aspectos essenciais da comunicação, como o tom de voz e a linguagem corporal, que são fundamentais para o entendimento e a empatia (DAVID, 2021). Esses elementos ausentes podem contribuir para mal-entendidos e uma sensação de desconexão, mesmo quando estamos tecnicamente conectados.

A falta de profundidade nas interações digitais pode resultar em uma comunicação menos eficaz e em uma maior dificuldade para resolver conflitos e construir relacionamentos significativos. Isso reforça a ideia de que, apesar das vantagens tecnológicas, a comunicação face a face ainda é essencial para manter relações saudáveis e satisfatórias.

Estratégias para Mitigar os Efeitos da Solidão

Para enfrentar o paradoxo da solidão na era digital, é importante adotar estratégias que promovam interações mais significativas. Aqui estão algumas sugestões baseadas em pesquisas recentes:

  1. Limitar o Tempo de Tela: A pesquisa realizada por Smith et al. (2022) sugere que reduzir o tempo gasto nas redes sociais pode melhorar a sensação de solidão e aumentar a satisfação com a vida. Estabelecer limites claros para o uso de dispositivos e buscar momentos para desconectar pode beneficiar o bem-estar emocional.
  2. Priorizar Conexões Autênticas: Em vez de focar em números de seguidores ou curtidas, é mais saudável buscar interações reais e profundas. Participar de atividades sociais presenciais pode ajudar a fortalecer laços genuínos e oferecer suporte emocional mais robusto.
  3. Praticar Mindfulness: A prática de mindfulness pode ajudar a aumentar a consciência sobre como a tecnologia afeta nossas emoções. Kabat-Zinn (2020) sugere que a atenção plena pode ajudar a equilibrar o uso da tecnologia com interações significativas, reduzindo a sensação de solidão.
  4. Buscar Suporte Profissional: Se a solidão se tornar um problema sério, é fundamental procurar o apoio de um terapeuta. A terapia pode fornecer ferramentas para construir e manter conexões significativas e oferecer suporte para lidar com os impactos emocionais da solidão.

Conclusão

Embora a hiperconectividade digital ofereça várias vantagens, ela também traz o paradoxo da solidão. Interações digitais, embora convenientes, muitas vezes não substituem o contato humano genuíno e podem contribuir para sentimentos de isolamento. Reconhecer esses desafios e adotar estratégias para promover conexões autênticas pode ajudar a mitigar os efeitos negativos da solidão. Em última análise, apesar das constantes conexões digitais, a importância das relações humanas reais e significativas permanece fundamental para nosso bem-estar.

Referências

ETCOFF, Nancy. Happiness: The Science Behind Your Smile. HarperCollins, 2019.

HOLM-LUNSTAD, Julianne. The benefits of social connections for health and longevity. American Psychologist, v. 75, n. 7, p. 752-764, 2020.

KABAT-ZINN, Jon. Wherever You Go, There You Are: Mindfulness Meditation in Everyday Life. Hachette Books, 2020.

SMITH, Aaron; PERRIN, Andrew; TURNER, Emily. The impact of social media use on well-being: A systematic review. Journal of Digital Health, v. 8, n. 4, p. 123-139, 2022.

TURKLE, Sherry. Alone Together: Why We Expect More from Technology and Less from Each Other. Basic Books, 2011.

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My Shy Boss: chefes também podem ser introvertidos?

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“Por que você observa secretamente as pessoas por trás? Por que nunca está na frente delas? É porque você não consegue? Achei que você desprezasse as pessoas. Será que talvez você… tenha medo delas?” (Chae Ro Woon).

Não é de hoje que as pessoas introvertidas sofrem por não poderem ou não conseguirem expressar seus sentimentos ou pensamentos, mas o que seria uma pessoa com essas características? São pessoas que se comportam de maneira mais restrita, não se manifestam tanto quanto outras, geralmente são mais calmas, quietas e não gostam de falar sobre seus sentimentos. Também gostam de fazer auto análises, dando ênfase a seus sentimentos e pensamentos diante de situações vividas, mas muitas vezes preferem não manifestar o que se passa na sua cabeça.

Até certo ponto isso pode não ser nenhum problema, mas quando tais comportamentos e pensamentos começam a trazer conflitos para as pessoas, pode-se dizer que elas podem desenvolver o transtorno de ansiedade chamado de fobia social. No DSM-IV-TR (APA, 2002), é expressado que a fobia social se caracteriza por um medo acentuado e persistente de uma ou mais situações sociais ou de desempenho. As pessoas com sintomas de fobia social podem ter receio de agir e que isso possa trazer humilhação, constrangimento ou sentimentos de frustração, e a exposição a um contexto social aversivo pode provocar respostas ansiogênicas intensas, sendo capaz de gerar um ataque de pânico. Assim indivíduos com tais características evitam estas situações ou as suportam com intenso sofrimento.

Para D’El Rey e Pacini (2006), a fobia social se expressa de modo significativa interferindo nas rotinas de trabalho, acadêmicas e sociais e/ou sofrimento acentuado por ter a fobia. O medo social na grande maioria das vezes está associado às situações de desempenho, como falar em público, as interações sociais do dia-a-dia, como ir a uma festa, uma entrevista de emprego, etc (FURMARK, ET AL., 2000; STEIN, TORGRUD, WALKER, 2000). As pessoas diagnosticadas como fóbicas sociais apresentam uma hipersensibilidade a críticas, mantêm uma avaliação negativa a respeito de si mesma, sentimentos de inferioridade, e apresentam grande dificuldade em serem assertivas (LAMBERG, 1998; STOPA, CLARK, 1993).

Fonte: encurtador.com.br/kBST1

O Dorama Coreano “My Shy Boss” retrata a história de Eun Hwan Gi, o CEO de uma grande empresa de relações públicas na Coreia do Sul. Ele é um rapaz muito inteligente, consegue ter boas ideias em seu ramo, porém ele não consegue falar em público, todas suas propostas são executadas por seu melhor amigo, que também cuida das comunicações com imprensa e com todos os funcionários. Assim, Eun Hwan fica apenas nos bastidores, observando tudo o que acontece nas sombras. Ao contrário de nosso chefe tímido, temos a personagem Chae Ro Woon, uma mulher muito extrovertida, animada e bastante comunicativa, seu sonho é ser uma grande atriz, mas um evento desencadeado na empresa de Eun Hwan faz com que ela mude seus planos e comece a trabalhar lá.

Os dois não se conhecem pessoalmente, mas ambos têm uma conexão como um fato traumatizante, Eun Hwan se aproxima primeiro de Chae Ro por culpa e acompanha seus passos mesmo distante, ele tenta falar com ela em diversas ocasiões, mas sua timidez e seu medo lhe coíbem. Já ela tenta se aproximar para desvendar a identidade de um suposto chefe que maltrata os funcionários, no entanto eis um desafio: Como se aproximar de alguém pouco acessível, que foge de tudo e de todos?

Aos poucos todos na empresa começam a conhecer o chefe tímido, é proposto pelo presidente dela que uma nova equipe seja montada a “Silent Monster” (uma referência a forma como os funcionários chamavam o chefe) e que o CEO enfim possa enfrentar seus medos. Ao se deparar com os desafios de fazer esse novo grupo dar certo, Eun Hwan enfrenta seus medo e traumas do passado, começa a deixar seus funcionários se aproximarem dele, além de deixar que seus pensamentos e sentimentos sejam expressados para o mundo exterior.

Fonte: encurtador.com.br/mtDU9

Modelos mais antigos de explicação da fobia social se focalizaram no condicionamento clássico e postularam que uma experiência traumática, como um embaraço momentâneo em uma situação social, poderia ser responsável pelo início da fobia (ÖST, HUGDAHL, 1981). No drama é visto que o personagem principal sempre era inibido por seu pai, que esperava mais de seu herdeiro e em um episódio na faculdade quando ele queria se declarar para uma garota, ela levou uma grande plateia, para ele aquilo era para “humilha-lo e rejeita-lo”, o que o levou a fugir de situações sociais que exigissem demonstração de afeto.

O preconceito acerca das pessoas é algo ainda a ser enfrentado, especulações, falatórios magoam e impedem com que os indivíduos se abram para o mundo, que eles possam se expressar de modo genuíno e sem julgamentos. Nesse dorama é possível perceber o desenvolvimento dos personagens, eles aos poucos começam a ressignificar questões passadas, que antes não havia entendimentos. Chae Ro como todos na obra tinha uma visão deturpada de seu chefe, chegando a pensar que uma pessoa assim não deveria liderar e ainda mais se importar com seus funcionários e com a empresa.

No fim, eles se permitem conhecer um ao outro sem preconceito, os dois se aproximam e desvendam a verdade sobre o passado. Um drama divertido, com comédia, romance, fofo, muito fofo e que trata questões complicadas como suicídio e depressão. Do qual os personagens são convidados a repensarem suas vidas, a forma como tem lidado com ela e se abrindo a novas oportunidades de relacionamentos com os outros e com eles mesmos.

FICHA TÉCNICA

Fonte: encurtador.com.br/pAU58

Título original: My shy boss
Direção: Song Hyun Wook
Duração: 960 minutos, 16 episódios
Classificação: 16 anos
Ano: 2017
País: Coreia do Sul
Gênero: Comédia, Drama, Romance
Onde assistir: Netflix

Referências

APA. DSM-IV-TR: manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. , 4ª ed. rev .Porto Alegre: Artmed. 2002.

D’ EL REY, G. J. F; PACINI, C. A. Terapia cognitivo-comportamental da fobia social: modelos e técnicas. Psicol. estud. vol.11 no.2 Maringá May/Aug. 2006.

FURMARK, T. et al. Social phobia subtypes in the general population revealed by cluster analysis. Psychological Medicine, 30(6), 1335-1344. 2000.

LAMBERG, L. Social phobia: Not just another name for shyness. Journal of American Medical Academy, 280(8), 685-686. 1998.

ÖST, L. G.; HUGDAHL, K. Acquisition of phobias and anxiety responses patterns in clinical patients. Behaviour Research and Therapy, 16(3), 439-447. 1981.

STEIN, M. B.; TORGRUD, L. J.; WALKER, J. R. Social phobia symptoms, subtypes and severity. Archives of General Psychiatry, 57(9), 1046-1052. 2000.

STOPA, L.; CLARK, D. M. Cognitive process in social phobia. Behaviour Research and Therapy, 31(2), 255-267. 1993

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Vygostky e a medicalização na educação básica

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Vygotsky ocupou-se das demandas políticas de seu tempo, e mergulhou na vida acadêmica para produzir uma psicologia de base marxista, que atendesse a criação de um novo homem

Lev Semenovich Vygotsky nascido na cidade de Orsha (1896), Rússia, morreu com apenas 38 anos em Moscou (1934). Formado em Direito, História e Filosofia nas Universidades de Moscou e A. L. Shanyavskii. Com essas informações de sua história percebe-se o que possivelmente induziu a sua produção e exercício: a Revolução Russa de 1917 e o percurso de solidez que se sucede. Vygotsky é um marxista e procura instrumentar uma Psicologia com essas qualidades (OLIVEIRA, 1993).

Para ele, o indivíduo é algo que se transforma no contato com o sociocultural, entendendo a necessidade desse contato com outro indivíduo. Acreditava que essa construção se dava na interação entre o indivíduo com os outros em sua volta. Desse modo, a pessoa se molda a partir do contato com o seu meio e vice-versa. Assim, esse interagir de cada indivíduo com o seu meio, essa vivência única de cada um, é primordial a ele. E com isso, a metodologia de aprendizagem de Vygotsky teve a nomenclatura socioconstrutivismo com eixos de foco na aprendizagem e ciclo vital. Assim seu trabalho pesou na desconstrução de paradigmas anteriores em metodologias pedagógicas existentes.

Esse olhar social é capaz de determinar o desenvolvimento cognitivo e o especialista deve traçar respostas favoráveis impostas pela subjetividade do ensino na sala, no qual o profissional utiliza essa ciência na construção do ensino-aprendizagem, sendo perceptível a visualização, no trajeto do ciclo infantil, o progresso na mostra do pensar e de se expressar desse indivíduo podendo ser verbal ou não (MOREIRA, 1995).

Fonte: encurtador.com.br/uzLS1

Os fundamentos de Vygotsky trabalham com as primícias do homem no mais substancial, a criatividade, a autonomia, o estar desse indivíduo nesse processo e não enxergando só como algo aleatório, mas como um ser pensante. A educação faz parte de todos os aspectos gerais na construção de alguém e de uma sociedade. Desta forma, esse trabalho pretende trazer a visão da abordagem de Vygotsky e a medicalização infantil dentro do contexto da educação básica e das práticas educacionais brasileiras, para o trabalho do psicólogo na Psicologia da Aprendizagem.

Vygotsky

Vygotsky ocupou-se das demandas políticas de seu tempo, e mergulhou na vida acadêmica para produzir uma psicologia de base marxista, que atendesse a criação de um novo homem, de uma nova sociedade e de uma nova educação. Foi assim que nasceu o que hoje conhecemos como teoria histórico-cultural (BORTOLANZA; RINGEL, 2016). A escola de Vygotsky formada por Luria, Leontiev e Vygotsky, apresenta o contexto histórico-cultural na constituição do ser humano como ser social.

Décadas antes de se tornar conhecido como o homem que ao unir marxismo e psicologia criou a teoria histórico-cultural, o menino Lev Semenovich nasceu a 17 de novembro de 1896, em uma pequena cidade provinciana, conhecida por Orsha, ainda bebê, mudou com a família para a cidade de Gomel, onde viveu por um longo período, na companhia de seus pais e de seus sete irmãos (REGO, 1995).

Vygotsky, de origem judaica, cresceu com sua família com situação econômica estável no que diz respeito ao aspecto econômico, o que possibilitou a valorização da educação, propiciando-lhe um ambiente desafiador em termos intelectuais (BORTOLANZA; RINGEL, 2016). Seu pai trabalhava em um banco e em uma companhia de seguros. Sua mãe professora formada, falava vários idiomas, dedicou grande parte da sua vida à criação dos filhos (BORTOLANZA; RINGEL, 2016).

Fonte: encurtador.com.br/cuIM7

Vygotsky passou a frequentar aulas de História e de Filosofia na Universidade Popular de Shaniavski, onde embora não tenha recebido nenhum título acadêmico, aprofundou seus estudos em psicologia, filosofia e literatura, o que foi de grande importância em sua vida profissional posterior (OLIVEIRA, 1993). Concomitantemente aos seus estudos na Universidade Popular Shaniavski, Vygotsky seguiu o curso de Direito na Universidade de Moscou, e formou-se no ano de 1917.

No fim de 1917, Vygotsky retorna a Gomel, “onde assumiu vários trabalhos, como: lecionando Literatura Russa em escolas, Psicologia Geral, Infantil e Pedagógica nos cursos técnicos de pedagogia e, também, se dedicando às atividades culturais” (PUENTES; LONGAREZI, 2013, p. 54). Em Gomel, Vygotsky entra em contato com uma nova realidade. Com seu trabalho na escola de formação de professores, lhe colocou em contato com os problemas de crianças com defeitos congênitos – cegueira, surdez, retardamento mental – o que estimulou a descobrir maneiras de ajudar tais crianças a desenvolver suas potencialidades individuais. Foi ao procurar respostas para estes problemas que se interessou pelo trabalho dos psicólogos acadêmicos (LURIA, 1988).

A teoria histórico-cultural, popularmente conhecida como escola de Vygotsky, constitui-se como uma vertente da psicologia que se desenvolvia na União Soviética, no início do século XX. Essa corrente de pensamento foi denominada histórico-cultural, por seus autores, ao partir do pressuposto de que o homem é um ser de natureza social. Admitia a origem animal do homem, sendo que cada um com suas especificidades frente aos outros animais (MELLO, 2008).

A aprendizagem é uma vivência do meio que os cerca, sendo conectada pelo uso de instrumentos e signos. Entendendo os aspectos socioculturais de cada indivíduo, onde acontece a junção da fala e do comportamento. Um signo então, diz ser um significado de alguma coisa para a pessoa, como o dialeto falado e escrito. Esse intermédio entre pessoas, disponibiliza a construção de novos repertórios e de saberes (MOREIRA, 1995).

Fonte: encurtador.com.br/cjzQ7

Para Vygotsky, esse progresso cognitivo do aluno acontece pelas vivências sociais, assim sendo, pela relação com outras pessoas e com o ambiente em sua volta. De tal modos que, para a substancialidade acontecer precise pelo menos o envolvimento de duas pessoas fazendo trocas de vivências e saberes (MOREIRA, 1995).

Para que a aprendizagem ocorra, a relação social tem que ser dentro da zona de desenvolvimento proximal (ZDP), sendo ao trajeto a percorrer daquilo que existe para o que se sabe, seu saber de fato, e o que se tem disponibilidade interna para aprender, sua potencialidade de inteligência. Desse modo, a aprendizagem ocorre na pausa da ZDP, onde a inteligência real é a que o indivíduo consegue fazer só, e a potencialidade é aquela que ele precise de ajuda de outros para fazer (MOREIRA, 1995).

O papel do professor é de fazer a mediação da aprendizagem e traçando conteúdos que sejam capazes de levar o aluno a potencialidades de saberes de maneira independente dos outros e o estimule nessa construção de saberes, assim criando uma nova ZDP a todo instante. O professor por sua vez, estimula através de trabalhos em grupos e fazendo a junção com técnicas motivacionais, intermediando a aprendizagem e diminuindo sensações de exclusão do aluno (MOREIRA, 1955).

Mas este professor deve sempre estar em observações constantes, para entender melhor a cada aluno, com estratégias que sejam capazes de construir mais vivências e saberes em grupo com interação ativa e cooperativa desse grupo. Essa estratégia de metodologia possibilita novos meios de atuação, parceria e imutáveis estímulos (MOREIRA, 1995).

Fonte: encurtador.com.br/bhrMQ

Educação Básica

A educação básica é um nível de ensino que corresponde aos primeiros anos da educação escolar. De acordo com a Classificação Internacional Normalizada da Educação (ISCED), a educação básica inclui no primeiro estágio ou educação primária a aprendizagem básica da leitura, da escrita e das operações matemáticas simples; e no segundo estágio ou ensino secundário inferior corresponde à consolidação da leitura e da escrita e às aprendizagens básicas na área da língua materna, história e compreensão do meio social. Já no ensino secundário superior são lecionados conteúdos associados às áreas vocacionais e de preparo para o mercado de trabalho e o ensino superior (ALVAREZ, 2015).

A Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, aprovada pela UNICEF e a Assembleia Geral das Nações Unidas em 1989, estabelece a educação básica como um dos direitos das crianças, estabelecendo os padrões mínimos de educação. A oferta da educação básica universal é considerada como uma das principais prioridades para iniciar o processo de mudança social e de desenvolvimento sustentado dos países em vias de desenvolvimento, sendo por isso o objetivo do programa Educação para Todos (Education For All) patrocinado pela UNESCO.

A Constituição Federal Brasileira de 1988 traz a ideia de educação como direito de todos e dever do Estado e da família. Mas, é com a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que se define a grade curricular, a divisão dos níveis escolares, a formação dos profissionais da educação e a distribuição de recursos financeiros educacionais. A constituição federal garante o direito à educação a todos através do ensino público, obrigatório e gratuito.

Outras leis importantes para a Educação brasileira que podemos citar são: Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8069/90; Lei nº 10.098/94 que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências; Lei nº 10.436 de 2002 que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais, Lei nº 7.853 de 1989 sobre apoio às pessoas portadoras de deficiência, Lei 10.172 de 2001, conhecida como Plano Nacional de Educação, consoante art. 9º inciso I da LDB e Lei 9131 de 1995 que criou o Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão responsável por auxiliar o Ministério da Educação na formulação e avaliação da política nacional de educação;(SERENNA, 2019)

Fonte: encurtador.com.br/bjKZ5

A lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional também estabelece a coordenação do Ministério da Educação, sobre a educação básica brasileira, colaborando com a união, os estados e os municípios. É competência da união elaborar o plano nacional de educação e a elaboração de diretrizes para educação básica. Pela lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional as escolas possuem autonomia e são responsáveis por criar o projeto pedagógico, bem como administrar equipe de colaboradores e recursos financeiros. Garantindo assim a autonomia em métodos a cada instituição escolar. É importante ressaltar que a responsabilidade pela Educação não é somente do Estado, mas também da família e da sociedade.

Educação Básica No Brasil

No Brasil, a educação básica compreende a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, e tem duração ideal de dezoito anos. É durante este período de vida escolar que se toma posse dos conhecimentos mínimos necessários para uma cidadania e serve também para tomada de consciência sobre o futuro profissional e área do conhecimento que melhor se adapte.

Primeiro estágio é destinado a crianças de cinco a onze anos, caracteriza-se por proporcionar destrezas básicas em leitura, escrita e matemática, além de formar uma base para a compreensão das áreas essenciais do conhecimento, incluindo o desenvolvimento pessoal e social dos estudantes. O segundo estágio normalmente destinado a adolescentes de doze a quinze anos, caracteriza-se por aplicar um modelo mais orientado por disciplinas, como física, química, biologia, história, geografia, com a finalidade de introduzir conceitos teóricos sobre uma ampla gama de temas.

Alguns sistemas educativos oferecem também programas vocacionais orientados a desenvolver habilidades pessoais para o acesso ao mercado de trabalho. Como exemplo destes temos as escolas de ensino médio que oferecem curso técnico profissional integrado. A segunda parte do ensino secundário é destinado a adolescentes de quinze a dezoito anos. Caracteriza-se por consolidar a educação secundária com instrução mais diversificada, avançada e especialista, visando à preparação para Educação Superior, ou proporcionando destrezas para a formação profissional de nível médio.

Fonte: encurtador.com.br/eHT24

Medicalização Na Educação

O termo “medicalização” refere-se ao processo de converter questões não médicas, eminentemente de origem social e política, em questões médicas, isto é, tentar encontrar no campo médico as causas e soluções para problemas dessa natureza (COLLARES e MOYSÉS, 1994).Na atualidade, a medicalização das manifestações humanas tem se expandido no Brasil e em outros países em diferentes áreas, saúde, estética, educação, administração, esporte, direito, etc. Em consonância com essa expansão, tal fenômeno tem sido pautado em diversos âmbitos, como na ciência, pesquisa, política, mídia (impressa, eletrônica, televisiva), enfim na sociedade em geral (RIBEIRO, 2014)

Atualmente, verifica-se um aumento do número de diagnósticos médicos e de subsequente ingestão de medicamentos por crianças e jovens em idade escolar, o que reflete uma crescente medicalização em particular, da educação. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtorno desafiador opositivo, transtorno obsessivo compulsivo e mesmo obesidade e dislexia constituem uma parte substan­cial das patologias ou distúrbios que ocupam as salas de aula das escolas (PAIS, MENEZES e NUNES. 2016).

Queixas a partir das quais ocorrem encaminhamentos de alunos a clínicas de saúde estão, em geral, relacionadas a questões comportamentais, de atenção e de aprendizagem. Prioritariamente formuladas por professores, tais queixas referem-se a alunos que: “não conseguem permanecer sentados por muito tempo”; “pedem para sair da sala constantemente”; “mostram-se distraídos”; “não se engajam nas atividades”; “não copiam do quadro”; “têm inscritas em que faltam letras”; “cujos textos não têm sentido”; “têm dificuldades para aprender”; “não conseguem ler”; “são agressivos”, “não aceitam regras” etc. Esses relatos acabam sustentando diagnósticos, indicação de tratamentos, e, muitas vezes, prescrição de medicamentos para o controle dos sinais que se manifestam em sala de aula (SIGNOR, 2013).

Fonte: https://www.pensarcontemporaneo.com/1641-2/

O Brasil é citado como o segundo maior consumidor mundial de metilfenidato (IBUM,2012). Medicamento que tem por finalidade controlar a atenção e o comportamento. E mesmo consumindo esse medicamento de forma expressiva, o índice de dificuldade de aprendizagem é absurdo. O que leva o questionamento sobre não somente a parte biológica comprometida, mas o contexto social, a qual essa criança está inserida.

No contexto escolar essa ideia contribui com o pensamento equivocado de que crianças são geradoras do seu próprio fracasso escolar, pois carregam algum tipo de distúrbio ou problema que atrapalha o processo de aprendizagem. Esse discurso de que problemas de saúde são as causas de grande parte do fracasso escolar faz com que problemas maiores sejam encobertos, tornando mais fácil culpar a criança, parte mais vulnerável, do que criar novas práticas e estratégicas pedagógicas para melhorar o ensino (NEGREIROS  et al., 2016).

O TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é um diagnóstico exemplo destas problematizações que vem sendo bastante discutido. Descrito pela grande maioria das pesquisas atuais como um dos transtornos neuropsiquiátricos mais comuns à infância, com hipóteses de que afetaria cerca de 7% da população mundial, teria como tratamento, muitas vezes único e exclusivo, a prescrição de psicofármacos. Suas características, seriam marcadas pela tríade desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade, aspectos que supostamente assumiram formas combinadas ou separadas. No entanto, a popularização do termo “criança hiperativa” passou a preocupar muitos estudiosos que questionam suas bases biológicas e seu tratamento medicamentoso e denunciam a banalização deste diagnóstico para a infância contemporânea (CRUZ  et al., 2016).

Fonte: encurtador.com.br/duxyI

O fato é que os problemas de comportamento, aprendizagem e de atenção nem sempre são sintomas de algum distúrbio e podem estar relacionadas ao método de ensino. Conforme Vygotsky (2004), a cognição se constitui na interação, é por meio do olhar do outro (o professor) que a criança se torna “atenta” ou “desatenta”, “ativa” ou “hiperativa”, “boa” ou “má” aprendiz. Assim, o sintoma pode (ou não) ser produzido a depender do contexto interacional. Há de se entender, nessa direção, a relevância da afetividade para o desenvolvimento da criança na escola. O sujeito responde às interações nas quais está inserido; responde de forma favorável às interações que propiciam o desenvolvimento e a aprendizagem e de forma opositiva às interações desfavoráveis.

De acordo com Vygotsky (2010), “toda a aprendizagem só é possível na medida em que se baseia no próprio interesse da criança. Outra aprendizagem não existe”. Ainda segundo o autor, a atenção infantil é orientada e dirigida quase exclusivamente pelo interesse, e por isso a causa natural da distração da criança é sempre a falta de coincidência de duas linhas na questão pedagógica: do interesse propriamente dito e daquelas ocupações que são propostas como obrigatórias.

Para Vygotsky (2010), se na criança foram criadas formas antissociais de comportamento, a regra para a reversão do problema é justamente o contrário daquela aplicada aos infratores das leis na sociedade, onde a medida é a exclusão do meio social: “Ali, é ínfima a preocupação com a personalidade do próprio infrator, e tudo se volta para neutralizá-lo e proteger o meio de sua influência”. Na escola, assegura o autor, a regra é distinta; isto é, a regra é o contato social mais estreito, pois é na convivência mediada que as crianças desenvolvem capacidades ligadas à criação e manutenção de laços afetivos.

Fonte: encurtador.com.br/fqvGR

A contradição de Vygotsky a esses pensamentos medicalistas, evidencia então a existência de diferentes formas de interpretação da realidade e mostra que há a necessidade de uma profunda reflexão sobre os problemas que se apresentam em relação à escola brasileira. Tal reflexão possibilitaria uma revisão crítica de nossas representações sobre o homem, a sociedade que queremos construir, o papel do Estado e da escola, o processo de produção de conhecimentos, a relação família-escola, os valores que a escola não pode se eximir de trabalhar com seus alunos, enfim, seria um processo que possibilitaria uma ampla ressignificação de nossos referenciais políticos e ideológicos (SIGNOR  et al., 2017).

CONCLUSÃO

As questões aqui expostas apontam para as contribuições de Vygotsky na educação básica, tendo como enfoque sua teoria histórico cultural e as reflexões da medicalização infantil. O autor da teoria apresenta o sujeito como um ser de natureza social, ora produtor da sua cultura, ora produto de suas internalizações. De maneira que o contato do ser humano com o outro produz transformação no mesmo. Cabe acrescentar nesse meio que, os acontecimentos básicos que fundamentaram o surgimento da educação básica hoje asseguram o indivíduo do direito de receber um ensino justo e gratuito. O que possibilita novas interações dentro de um contexto escolar, e conforme tais relações forem estabelecidas propiciará ou não a aprendizagem.

 Essa interação no âmbito escolar tem exposto alguns conflitos entre professores e alunos, no que diz respeito aos comportamentos apresentados, visto como “comportamentos problemas”. Graças à busca por soluções milagrosas que possam sanar as dificuldades da vida é que inúmeras crianças são medicalizadas nas instituições de educação. Professores depositam essa incumbência na ciência médica, mas o problema, na maioria das vezes, tem outro caráter. A educação sofre influência de déficits não orgânicos, mas econômicos e sociais, como o baixo incentivo, salas lotadas, desvalorização da atuação profissional, além de cursos despreparados para formação de profissionais qualificados, entre inúmeros outros.

Fonte: encurtador.com.br/fqxHO

A partir desses levantamentos há de se entender de acordo com a teoria socioconstrutivista, a relevância da afetividade para o desenvolvimento da criança na escola. De modo que a atenção é orientada pelo interesse, e culpar, diagnosticar, medicalizar a criança é caminho mais curto e fácil para “solucionar” os possíveis problemas dentro da educação. Vale conscientizar e refletir sobre as consequências advindas de tais condutas.

REFERÊNCIAS

ALVAREZ, Ana Maria Torres (2015). Projeto CNE UNESCO 914BRZ1009.2: A Qualidade Social da Educação Brasileira nos Referenciais de Compromisso do Plano e do Sistema Nacional de Educação. Conselho Nacional de Educação – CNE. Novas Diretrizes Curriculares Nacionais. São Paulo: Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO. Acesso em 25 de mai de 2019. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=41841-estudo-sobre-cenario-internacional-das-areas-educacional-empresarial-pdf&Itemid=30192>

SIGNOR, C.; BERBERIAN, P; SANTANA, P.  A medicalização da educação: implicações para a constituição do sujeito/aprendiz Educ. Pesqui., São Paulo, v. 43, n. 3, p. 1 a 22 , jul./set., 2017. 743 http://www.scielo.br/pdf/ep/v43n3/1517-9702-ep-S1517-9702201610146773.pdf acesso em 27/05/2019

BORTOLANZA, Ana Maria Esteves; RINGEL, Fernando. Vygotsky e as origens da teoria histórico-cultural: estudo teórico. Revista Educativa-Revista de Educação, v. 19, n. 3, p. 1020-1042, 2017.

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Suicídio: tipos e possíveis intervenções

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Primeiramente, é preciso que se defina conceitualmente o que seja suicídio. Segundo Émile Durkheim (1858-1917), diferente de outros tipos de morte, nesse caso, a retirada da vida ocorre mediante a ação do próprio indivíduo. “(…) entre as diversas espécies de morte, há as que apresentam a característica particular de serem feito da própria vítima, de resultarem de um ato cujo paciente é o autor; e, por outro lado, é certo que essa mesma característica se encontra na própria base da ideia que comumente se tem de suicídio” (DURKHEIM, 2000, p. 11).

Fonte: http://zip.net/bktKcV

Cabe destacar que a ação é intencional e acompanhada por algum objetivo. Referente à fundamentação teórica do conceito, temos que: “(…) chegamos portanto a uma primeira formulação: chama-se suicídio toda morte mediata ou imediatamente de um ato positivo ou negativo, realizado pela própria vítima” (DURKHEIM, 2000, p. 11). Dentre os tipos de suicídio, temos os três seguintes: suicídio egoísta, suicídio altruísta e suicídio anômico. A seguir explanaremos a respeito de cada um e por fim, apresentaremos possíveis intervenções para os casos explicados.

Suicídio Egoísta

O egoísmo, segundo o dicionário Aurélio (2017, s/p), é o “amor exclusivo à pessoa e aos seus interesses próprios”. Partindo desse conceito, suicídio egoísta é aquele em que o ego individual se afirma fortemente frente ao ego social, ou seja, há uma individualização exagerada. A fragilização do vínculo relacional/emocional/afetivo contribui com a sensação de solidão e tristeza, o que facilita que a perda de direção/senso/sentido na vida se instale.

Acontece quando as pessoas se sentem totalmente separadas da sociedade. Nele os interesses particulares estão acima dos interesses da sociedade. Geralmente, as pessoas estão integradas à sociedade por papeis de trabalho, laços com a família e comunidade, e outras obrigações sociais (DURKHEIM, 2000).

Quando esses laços são enfraquecidos através de aposentadoria ou perda de familiares e amigos, a probabilidade de ocorrência aumenta. Os idosos que perdem estes laços são os mais suscetíveis ao suicídio egoísta (DURKHEIM, 2000). O suicídio egoísta acontece, especialmente, nas sociedades ditas “superiores” (as sociedades ocidentais modernas em contraposição às “primitivas”, tribais ou indígenas), mas com determinadas carências de integração entre sociedade e indivíduo.

O referido autor acredita que existem diferenças entre as populações mais intelectualizadas e que viver nas cidades seria a razão de terem maior inclinação ao suicídio, por exemplo, quanto maior a cidade, mais a pessoa sente-se sozinha considerando que existem pessoas que ela não conhece e nunca vai conhecer.

Fonte: http://zip.net/bvtKBw

A sociedade é individualista o que leva Durkheim (2000), a afirmar que uma individualização excessiva leva o suicídio. Quando desligado da sociedade, o homem é propenso a se matar facilmente. É o tipo de suicídio que prepondera na modernidade e, geralmente, é praticado por pessoas que não se sentem devidamente integrados à sociedade e, de certo modo, estão isolados dos grupos sociais (família, amigos, comunidade, por exemplo) (DURKHEIM, 2000).

A depressão, a melancolia, a sensação de desamparo moral provocadas pela desagregação social tornam-se, então, causas deste tipo de suicídio. Essa desintegração causa sofrimento à pessoa a tal ponto de ela chegar ao estado mais extremo de se matar para que, dessa forma, não continue sofrendo. Outras características desse tipo de perfil é que costuma ser um ser humano que não possui laços de amizade amigos, perdeu, ou nunca teve namorado/namorada, não se integra à família e não se sente útil de forma alguma. Diante dessa situação, ele é assolado por pensamentos de que ninguém vai sentir sua falta e acaba com tudo.

Ornish (1999, p. 31) salienta que: “o poder curativo do amor e dos relacionamentos tem sido documentado em um número crescente de estudos científicos bem orientados, que envolvem centenas de milhares de pessoas no mundo todo”. Assim, diante do potencial efeito de cura do amor, podemos ressaltar que a manifestação de afeto presente nas relações interpessoais causa em quem o recebe diferentes sensações. Com ações assim, vínculos são fortalecidos e problemas são mais facilmente encarados.

Nesse contexto, cabe destacar que a capacidade de se emocionar e de se comunicar de forma verbal consiste num dos atributos mais relevantes que diferencia o ser humano de outros seres. Segundo um dos principais suicidólogos do país, Carlos Felipe D’oliveira, a principal causa do suicídio é a depressão. “O indivíduo fica deprimido, se isola, e o isolamento alimenta ainda mais esse processo de depressão” (TRIGEIRO, 2015, p. 128).

Fonte: http://zip.net/bltJGY

Ou seja, quando o ser humano não se encontra num estado de experimentação de bem-estar e contentamento, ele tende a fugir de situações festivas, de momentos em que será mais visualizado. Sua tendência é se afastar de contextos que propiciem interação social. No entanto, devemos alargar a visão ao pensar em causas do suicídio, pois as possíveis razões conseguem ir além do que foi supracitado. Adiante veremos mais razões para a emissão desse tipo de comportamento. Durkheim (2000) observa que o homem é um ser duplo, possui uma personalidade individual e uma coletiva, sendo que a última representa um padrão comum entre todas as pessoas.

Assim, quando a sociedade, por algum motivo, não consegue infundir seus valores coletivos de pertencimento e de existência na pessoa, este pode dar fim à própria vida se alguma situação relacionada tão somente ao seu particular tenha dado origem a uma decepção, desilusão, descrença. Ainda, segundo Émile Durkheim (2000), pessoas casadas se matam em menor proporção que as solteiras, apontando uma relação estreita entre a formação familiar e a preservação da vida.

Há ainda uma relação direta entre o estado civil, que são: casado e solteiro. Foi verificado ainda associação entre o voto de celibato e maior tendência ao suicídio. Segundo o autor:

  • Os casamentos demasiado precoces têm uma influência agravante sobre o suicídio, principalmente em relação aos homens: os casamentos prematuros determinam um estado moral cuja ação é nociva, sobretudo para os homens;
  • A partir de 20 anos, os casados, homens e mulheres, se beneficiam de um coeficiente de preservação com relação aos solteiros;
  • O coeficiente de preservação dos casados com relação aos solteiros varia de acordo com os sexos: o sexo mais favorecido no estado de casamento varia, por sua vez, conforme a natureza do sexo mais favorecido;
  • A viuvez diminui o coeficiente dos casados, homens e mulheres, no entanto, na maioria das vezes, não o suprime completamente. Os viúvos suicidam-se mais do que os casados, mas, no geral, menos do que os solteiros (2000, p. 214-217).

Suicídio Altruísta

Considerando a perspectiva inicial, no que tange a possíveis causas, é sabido que, diferente do exemplo anterior, a individuação insuficiente é um dos fatores relevantes para a efetuação do comportamento de se suicidar (DURKHEIM, 2000).

Para o Dicionário Aurélio (2017, s/p), individuação consiste em: “acentuar as particularidades individuais de”. Assim, se utilizando dessa definição, compreendemos que esse processo existe a partir da visualização/reconhecimento de características pertinentes ao indivíduo.

Fonte: http://zip.net/bvtKBy

Nesse contexto, há os casos de suicídio obrigatórios, em que o meio social aborda a temática de forma explícita/clara. Alguns exemplos: “Suicídios de homens que chegam ao limiar da velhice ou são afetados por doenças; suicídios de mulheres por ocasião da morte do marido; suicídios de clientes e servidores por ocasião da morte de seus chefes” (DURKHEIM, 2000, p. 272).

Existe ainda casos de autoviolência praticada de maneira espontânea, como quando ocorre uma briga conjugal ou mesmo alguma demonstração ciumenta. É importante citar que esses comportamentos são mantidos em razão da falta de interesses próprios, de um sentido maior à existência. E, embora, nesse momento, não sejam, de forma formal, estimulados a se matar, a opinião social favorece a execução desse ato (DURKHEIM, 2000).

Fonte: http://zip.net/bltJKw

Como veem-se nas outras modalidades do suicídio a ausência do olhar apurado da sociedade, a falta de afeto e a falta de amor, constituem-se um quesito importante que levam ao ato suicida. Isso tudo exerce influência sobre como o indivíduo se vê, sobre a realidade de se sentir alguém diferente/diferenciado ou não.

No suicídio altruísta, tem-se uma causa curiosa, que seria o ato heroico do indivíduo, ou seja, dar sua própria vida em uma “suposta melhoria” para as demais pessoas. Não existe depressão, a pessoa está integrada à sociedade, mas mesmo assim decide tirar sua vida, por acreditar, que isso poderá contribuir positivamente na vida das pessoas ou na sociedade. 

Suicídio Anômico

Durkheim (2000) ainda nos fala de uma terceira forma de suicídio como uma tipologia social: o anômico. Esse termo, anomia, ao analisarmos separadamente, refere-se à uma “ausência generalizada de respeito a normas sociais, devido a contradições ou divergências entre estas” (FERREIRA, 2001). No entanto, em “O Suicídio”, o termo está mais relacionado a crises financeiras e individuais.

O suicídio anômico pode ser caracterizado como aquele possivelmente decorrente de perturbações da ordem coletiva, uma ruptura do equilíbrio econômico-social em que o indivíduo se encontra, como crises financeiras; atingem, principalmente, industriais e comerciais (DURKHEIM, 2000). A relação proposta pelo autor há um século continua presente na sociedade atual. Em parte, pode-se afirmar que nosso sistema econômico atual é muito sensível às crises financeiras mundiais devido aos mercados cada vez mais globalizados.

Uma pesquisa realizada em 2009 e publicada na “British Medical Journal”, mostrou que, nos 54 países americanos e europeus pesquisados após a crise financeira de 2008, o número de suicídios masculinos aumentou 3,3% nos países afetados pela crise financeira (BBC, 2013); o que nos mostra que o ato suicida pode ser influenciado grandemente por estes fatores.

Fonte: http://zip.net/bctJ3Y

É importante deixar claro que o suicídio não é um fenômeno social exclusivo de períodos anômicos porque, unicamente, os indivíduos passam a possuir menos. Mesmo em tempos de relativa paz econômica o suicídio ocorre. Contudo, o que se pode observar na anomia é um aumento dos índices.

Durkheim (2000) ainda nos apresenta algumas causas individuais que, decorrentes da anomia, podem atuar no aumento de suicídios. Uma delas é quando suas necessidades já são supridas, mas o indivíduo busca mais, como o luxo. Em outras palavras, significa não ultrapassar a barreira de ter aquilo que se consegue alcançar, baseado no seu poder de compra e classe social. Caso contrário, para o funcionamento dessa dinâmica, haverá dor e infelicidade.

O suicídio anômico é considerado diferente do suicídio egoísta porque aqui temos uma forma que depende da regulamentação da sociedade sob a vida dos indivíduos; diferentemente do segundo, no qual depende da maneira que os indivíduos estão ligados à sociedade (DURKHEIM, 2000).

Possíveis intervenções

No que tange a possíveis práticas interventivas, podemos citar que:

Diferentemente da realidade que vivenciamos, é necessário abordar a temática, por ser considerado um problema social (baseado na perspectiva apresentada até agora) e também de saúde pública – já que fere um dos maiores direitos garantidos por Lei, a saber, a vida. Nesse viés, entendemos que: “Na área de saúde, prevenção se faz com informação” (TRIGUEIRO, 2015, p. 46). Existe também a relação de que a pessoa que comete suicídio apresentada estado de intensos dor e sofrimento mental.

Ao se tratar do suicídio egoísta, a realização de grupos operativos (focados numa tarefa) pode ajudar a estruturar relações, o aprofundamento de vínculo relacional. O que, consequentemente, contribui para uma maior  integração/envolvimento ao meio social/comunidade em que se está inserido. Além disso, a psicoterapia pode ajudar no acompanhamento do estabelecimento de relações saudáveis.

Fonte: http://zip.net/bgtJ6X

Ao se referir ao suicídio altruísta, a base histórico-social precisa ser observada de forma minuciosa, uma vez que, a partir da história de vida do indivíduo é que esses valores – matar por algo maior – são instituídos. Nesse caso, o líder religioso e o momento da pessoa de filiação à determinada religião devem ser consultados.

Por fim, ao abordar o suicídio anômico, os profissionais de saúde mental – principalmente psicólogos e psiquiatras – devem ajudar o indivíduo a se fortalecer para conseguir enfrentar/lidar/superar as adversidades/instabilidades de cunho financeiro.

 

Referências:

Anderson, M.L. and Taylor, H.F. (2009). Sociology: The Essentials. Belmont, CA: Thomson Wadsworth.

BBC. Estudo liga aumento de suicídios à crise global. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/09/130918_crise_economica_suicidio_lgb> Acesso em: 17 mai 2017.

CABRAL, J F P. “Sobre o suicídio na sociologia de Èmile Durkheim”; Brasil Escola

Dicionário Aurélio. Individuação. 2017. Disponível em: <https://dicionariodoaurelio.com/individuar> Acesso em: 16/05/2017

ESTABLET, R. A atualidade de ‘O Suicídio’. In: MASSELLA, Alexandre Braga (org.). Durkheim: 150 anos. Belo Horizonte, MG: Argvmentvm, 2009, p. 119-129.

DURKHEIM, É. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

DURKHEIM, É. Suicídio: definição do problema; suicídio egoísta; suicídio altruísta; suicídio anômico. In:______. Émile Durkheim: sociologia. Organizador José Albertino Rodrigues. São Paulo: Ática, 1981, p. 103-122.

FERREIRA, A. B. de H. Miniaurélio Século XXI: o minidicionário da língua portuguesa. 5ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

ORNISH, D. Amor e sobrevivência: a base científica para o poder curativo da intimidade. Brasil: Rocco, 1999, 268 p.

TRIGUEIRO, A. Viver é a melhor opção: a prevenção do suicídio no Brasil e no mundo. São Bernardo do Campo – São Paulo: Correio Fraterno, 2° ed, 2015, 51 p.

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Processo tecnológico e a Psicologia Social do século XXI

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Nem sempre ciência e tecnologia andaram juntas. Somente a partir do século XIX que o avanço tecnológico passou a fazer uso de conhecimentos científicos. Desde então, ambas se complementam, contribuindo uma com a outra e causando grandes impactos no ambiente global (PIRRÓ apud LONGO, 2007).

Pode-se afirmar que o ser humano sempre utilizou a tecnologia a seu favor, sendo as ferramentas utilizadas por seus ancestrais as mais primitivas, voltadas principalmente para a alimentação. A utilização de técnicas e tecnologias sempre influenciou o homem em todas as suas esferas, inclusive, intensificando seus conhecimentos e as trocas sociais. Saindo da sociedade primitiva e adentrando na sociedade atual, percebe-se uma grande massificação no uso da internet e outras tecnologias que afetam principalmente a comunicação. Isso porque não há comunicação mais natural do que aquela que ocorre “cara a cara” (VIDAL, 2009).

Fonte: http://zip.net/bktD1p
Fonte: http://zip.net/bktD1p

A comunicação mediada por tecnologias requer um esforço cognitivo maior do que aquela feita pessoalmente. Entretanto, as experiências vivenciadas no meio social ajudam na compreensão do uso destes aparatos, uma vez que é o contexto vigente e logo se faz necessário aprender a conviver nele. Ou seja, o ser humano é preparado biologicamente para se adaptar as transformações de seu meio, inclusive as transformações do processo tecnológico, e desta forma, um influencia o outro (KNOCK apud LONGO, 2001).

No estudo de Psicologia Social, sabe-se que o objeto principal de estudo são as interações entre os indivíduos de uma sociedade. O século atual demanda também que se estudem estas interações no meio tecnológico. Segundo Strauss (apud LONGO, 2007), real e virtual são apenas dois nomes diferentes, mas ambas retratam uma realidade. A grande preocupação atual sobre as relações está em reconhecer como elas estão se dando, de forma a aproximar quem está longe e afastar os próximos.

Fonte: http://zip.net/bltDspCopiar
Fonte: http://zip.net/bltDspCopiar

Neste caso, o que deve ser observado é o real/virtual/presencial, sabendo que esses se interconectam e é a forma que as sociedades do século XXI usam para se comunicarem, produzirem conhecimento e deixarem seu legado. Portanto, a tomada de consciência é importante nesse processo.É preciso entender que esta é a realidade de agora e que não precisa ser vista como um mal, mas sim, como algo que possa ser desenvolvido da melhor maneira possível, sendo usada a favor da sociedade e dos seus indivíduos (VIDAL, 2009).

REFERÊNCIAS:

LONGO, W. P. E. Alguns impactos sociais do desenvolvimento científico e tecnológico. DataGramaZero, v. 8, n. 1, p. 0-0, 2007. Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/brapci/v/a/4297>. Acesso em: 29 Jan. 2017.

VIDAL, M.  A influência das inovações tecnológicas sobre o comportamento humano. Psicologia&Atualidades, 2013.Disponível em: <http://monicavidalpsi.blogspot.com.br/2013/08/a-influencia-das-inovacoes-tecnologicas.html>. Acesso em: 29 Jan 2017.

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