Saúde do adolescente em ação

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Parte integrante do processo avaliativo da disciplina Gestão e Políticas na Odontologia Social II, ministrada pela Professora Micheline Pimentel Ribeiro Cavalcante no Curso Odontologia, do Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA, este trabalho intitulado “PROJETO DE INTERVENÇÃO SAÚDE DO ADOLESCENTE EM AÇÃO- UMA AÇÃO INTEGRADA”. Objetiva executar o plano de intervenção idealizado pelas acadêmicas Franciele Rodrigues dos Santos, Amanda Teles Amorim, Ana Eduarda Freitas Araujo, Karen Mylla Cunha, Vanise Dias da Silva e Mariana Rezende Oliveira do Curso de Odontologia, que foi aplicado junto aos/às estudantes do 1º ao 3º ano do ensino médio no Centro de Ensino Médio Castro Alves, vinculada à Secretaria de Educação, Juventude e Esporte do Governo do Estado do Tocantins (Seduc).

A escola se configura em um espaço de interação social, que promove educação, construção de valores, formação cidadã, bem como do desenvolvimento de habilidades socioemocionais e autoconhecimento. É nesse organismo vivo que se pode perceber o tecer diário na formação do sujeito, aos poucos desenhado através do pensamento crítico, da aquisição de conhecimentos e da expressividade emocional.

A Base Nacional Comum Curricular compreende que o processo educativo vai além do conhecimento e da propagação científica, sendo necessário o desenvolvimento de competências e habilidades, que contribuam na formação de atitudes e valores dos indivíduos inseridos dentro da comunidade escolar.

Em função disso, a BNCC propõe na sua oitava competência um relevante aspecto para a promoção da saúde física e mental do sujeito: Conhecer-se, apreciar se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

Diante do contexto apresentado, entende-se que há uma ciranda entre escola, educação e saúde, compreendendo que quanto mais ocorre a comunicação entre esses elementos, mais benefícios poderão ser percebidos na comunidade escolar, indo assim de encontro à perspectiva do desenvolvimento integral do aluno proposto na BNCC. Os bons níveis de educação, que envolvem a melhor compreensão dos conteúdos, podem ser percebidos em indivíduos mais saudáveis. Em função disso, a escola deve ser entendida como promotora de saúde, através de práticas interdisciplinares e multiprofissionais, intervindo nos mais diversos contextos de vida do estudante.

Nessa perspectiva, as metodologias educacionais devem priorizar a participação e a interação dos atores da escola, compreendendo que o conceito de saúde configura um conjunto de habilidades, tais como autonomia e a tomada de decisões, sendo necessário estimulá-las nos indivíduos, favorecendo atitudes mais saudáveis como a corresponsabilização e o enfrentamento das situações.

Dessa forma, diante do cenário pandêmico em que o contexto escolar está vivenciando com completa mudança da rotina e estrutura vivenciada até então, o presente projeto busca realizar ações de promoção, educação e prevenção em saúde do adolescente ampliando a integralidade do cuidado de forma interprofissional e criando elo entre a saúde e educação.

Com vistas à problematização e ao enfrentamento dos problemas elencados, este relato de experiência apresenta a execução de uma intervenção, cujo procedimento terá na utilização de grupos terapêuticos a sua referência principal.

Fonte: encurtador.com.br/uzFZ1

Discussão da Experiência

No dia 26/04/2022 e 07/05/2022 realizamos um projeto de intervenção multiprofissional “Adolescente em ação” sob responsabilidade da professora Micheline Pimentel com parcerias da Secretaria Municipal da Saúde de Palmas (SEMUS), e com a Fundação Escola de Saúde Pública (FESP) e a Universidade Federal do Tocantins (UFT) onde teve curso de nutrição, psicologia, enfermagem e agentes comunitários de saúde, na escola CEM Castro Alves, cada curso ficava em uma sala recepcionando os alunos para realizar a atividade educativa destinada a sua responsabilidade. Como palestras educativas, avaliação bucal, fisioterapia, avaliação nutricional e outros serviços.

Nosso grupo ficou responsável por apresentar uma palestra educativa que tem como objetivo sensibilizar os adolescentes quanto às fakes news sobre estética facial encontradas nas redes sociais, apresentamos para cinco turmas do turno vespertino e além das palestras teve uma orientação de higiene bucal, e aplicação de flúor. Realizamos uma dinâmica no qual os alunos descreviam em um papel os que eles sabiam a respeito do assunto abordado e colocar também pontos negativos e positivos.

A ação mobilizou a escola inteira, levando aos alunos acesso à informação sobre a saúde mental, a utilização de métodos clareadores que são comprados pela internet, sobre IST ‘s, e também sobre a gravidez, além de estimular as atividades físicas. Observamos que grande parte dos alunos não têm acesso às informações sobre alguns temas, e acaba indo em busca desse conhecimento pela internet e achando informações erradas, dessa forma mobilizar eles com a ação é um incentivo para que eles filtrem os conhecimentos que acham nesse meio na internet.

É importante ressaltar que houve a avaliação da saúde bucal e depois os alunos serão levados para unidade Básica de saúde para realizar o tratamento, a minoria dos alunos demonstrou não ter cuidado com a cavidade bucal, deixando de lado a escovação, o uso do fio dental.  A grande parte dos alunos não tem como ir ao dentista, fica com receio de ir, ou não observa a cavidade bucal, quando acontece uma ação educativa e preventiva ele tem a oportunidade de que um profissional aponte suas necessidades e o incentive a procurar um dentista para poder avaliar e melhor a cavidade bucal deles.

Considerações finais

Concluímos que o encontro foi positivo, pois eles se interessaram pelo assunto e tiraram suas dúvidas, puderam ver que as mídias sociais podem influenciar o modo como pensamos e que nem sempre isso é o melhor para nossa saúde física e mental. Ter o contato com os alunos matriculados na escola CEM Castro Alves nos motivou a ajudar a comunidade a ver suas reais necessidades e a ajudá-los a encontrar os tratamentos e resultados desejados de maneira correta baseadas em evidências científicas.

Visando que esses trabalhos são significativos para a comunidade, fica evidente a necessidade de intervenção nesse ambiente, dando amparo, acolhimento e mostrando a realidade de fake news que a mídia trás principalmente para os jovens, por isso abordamos o ensino médio onde encontra-se jovens tentando acompanhar a moda. A cada dia algo novo surge para os jovens a qual fazem de tudo para acompanhar, o que às vezes leva no prejuízo fazendo de qualquer jeito e com pessoa incapacitada de fazer certos procedimentos. Ao levar essa ação para a escola damos a oportunidade para os alunos terem conhecimento e buscar uma melhora na sua qualidade de vida.

Referências

Alencar, A.C.I.; Lemos, D.C.R.B.; Rodrigues da Silva, E.V.; Sousa, K.B.N.; Sousa Filho, P.C.B.;Ciranda entre Educação e Saúde: Aspectos da Saúde Mental do Adolescente em Contexto Escolar em Tempos de Pandemia. saúdecoletiva  •  2021; (11) COVID.

Brasil. MEC/CONSED/UNDIME. Base Nacional Comum Curricu-lar (BNCC). Educação é a Base. Brasília; 2017.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Orientações básicas de atenção integral à saúde de adolescentes nas escolas e unidades básicas de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. 1. ed., 1 reimpr. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção em Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes nacionais para a atenção integral à saúde de adolescentes e jovens na promoção, proteção e recuperação da saúde. / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção em Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. 132 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos.

Casemiro  JP,  Fonseca  ABC,  Secco,  FVM.  Promover  saúde  na  escola:  reflexões  a  partir  de  uma  revisão  sobre  saúde  escolar  na  América Latina. Ciência & Saúde Coletiva. 2014; 19(3): 829-840.

Menezes KM, Rodrigues CBC, Candito V, Soares FAA. Educação em Saúde no contexto escolar: construção de uma proposta inter-disciplinar de ensino-aprendizagem baseada em projetos. Rev. Ed. Popular. 2020; 48-66.

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Relato de experiência sobre a execução do Planejamento Estratégico Situacional na Escola Estadual Cívico-Militar Maria dos Reis Alves Barros

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O referido Plano Estratégico que se apresenta elegeu a Escola Estadual Cívico-Militar Maria dos Reis Alves Barros como foco de ação interventiva, e verificou os seguintes problemas: a baixa autoestima dos/as estudantes, bem como a busca pela imagem perfeita visada nas redes sociais, o bullying entre os adolescentes e a crescente demanda de adoecimento psíquico, como a ansiedade. Com vistas à problematização e ao enfrentamento dos problemas elencados, este relato de experiência apresenta a execução de uma intervenção, cujo procedimento terá na utilização de grupos operativos a sua referência principal.

Quanto à escola, vale destacar que a mesma foi criada pelo Decreto Estadual de Lei Nº 2.785 de 29 de junho de 2006, e inaugurada no dia 29 de junho de 2006. O nome da escola é uma homenagem à Profa. Maria dos Reis Alves Barros, pioneira na educação do distrito de Taquaruçu, e localiza-se no bairro Taquari, no município de Palmas-TO. O perfil dos/as estudantes da escola encontra-se em torno da faixa etária de 09 a 18 anos de idade, no período diurno, nas modalidades do ensino fundamental e ensino médio. No período noturno há exceções de idade para os alunos inseridos no mercado de trabalho, a partir dos 18 anos, sendo a maioria desses/as estudantes, trabalhadores e pais (responsáveis) de famílias.

O perfil dos/as estudantes se mostra desafiador, pois compete à árdua missão de alinhar as aprendizagens desiguais em sala de aula; situação de distorção idade/série; abandono e evasão escolar; formação de vida familiar e social fragmentada, em razão de problemas econômicos; convivência realidade presente ou próxima de drogas lícitas e ilícitas; violência doméstica; a gravidez precoce que tem interrompido a vida escolar de muitas adolescentes, entre outros desafios mais relevantes.

Relato de Experiência

O modelo de trabalho escolhido foi o de Grupos Operativos, este que tem como objetivo principal proporcionar uma experiência de aprendizado grupal, visando a faixa etária de adolescentes. O grupo operativo em questão é regido pelos acadêmicos do curso de psicologia, odontologia e educação física do Ceulp/Ulbra. Referente às escolhas de estratégias para serem aplicadas na resolução dos problemas, foi utilizada a dinâmica de grupo para tal objetivo. Com essa ferramenta foi possível trabalhar diversos aspectos dos indivíduos inseridos nesses grupos, como: melhora na habilidade de comunicação e relacionamento interpessoal, melhor percepção de si mesmo, instigar a interação afetiva entre os indivíduos e entre outros (ZIMERMAN, 2000).

Todas as intervenções educativas ocorreram no dia 09/04/2022 (sábado) das 07:30 às 12:00, facilitada pelos acadêmicos do CEULP/ULBRA, sendo supervisionados pela Professora Micheline Pimentel Ribeiro Cavalcante que administra a disciplina: Práticas Interprofissonais de Educação em Saúde.

Um dos temas propostos para o grupo, foi referente a Ansiedade, Técnica de Meditação mindfulness e Bruxismo. No primeiro momento foi a palestra e discussão sobre a ansiedade e a técnica das tiras de papel que continham palavras relacionadas ao tema (medo, fraqueza, suor intenso, nervosismo, preocupação, sensação de perigo, respiração acelerada e pensar claramente). No segundo momento foi a palestra sobre Bruxismo. E por último foi a técnica de meditação mindfulness (atenção plena) que teve duração de 10m. Quanto à experiência nessa intervenção, devido à preparação no decorrer da semana, foram as várias expectativas no sentido de se estar motivado, tranquilo e centrado na proposta. Ao chegar na escola houve bom acolhimento por algumas professoras que já estavam no local. Às 08:00, as turmas de alunos foram distribuídas nas salas. Apesar do aparecimento de alguns tumultos foi possível dar início à prática educativa, com a presença de um pequeno contratempo de não ter dado certo a demonstração dos slides, focando apenas na exposição verbal do tema. A princípio alguns alunos estavam dispersos, mas aos poucos eles foram interagindo de forma positiva. É importante ressaltar que o último grupo trabalhado correspondeu à prática de forma mais interativa, houve mais dialética em forma de trocas de ideias no qual alguns alunos pediram sugestões de temas de redação para o vestibular. Referente ao tema ansiedade e bruxismo, foi possível associar que o bruxismo está intimamente ligado à ansiedade e explicar que hábitos adquiridos no dia a dia, em excesso, por eles podem afetar o mesmo.
Foram trabalhadas também oficinas sobre aceitação e autoestima, onde foram trabalhadas questões de imagem real e as relações com as redes sociais, aceitação, forma de lidar com a opinião do outro, cuidado com os amigos, tentar entender o porquê da mudança de comportamento, as relações com os pais e familiares, a procrastinação com o uso excessivo das redes sociais. Nas dinâmicas em grupo, foram trabalhadas a dinâmica da caixa do espelho e do papel numerado. A dinâmica do espelho consiste em colocar um espelho dentro de uma caixa, e perguntar aos participantes quem é a pessoa mais importante de sua vida? Após a resposta, entrega-se a caixa e ao abrir se vê no espelho, observando que a pessoa mais importante é ele. A dinâmica do papel numerando e distribuindo dois pares de números e chamar um par por vez em que um fala ao outro uma qualidade e se pergunta se sabiam que o outro tinha conhecimento desta qualidade.

Dinâmicas referentes à estética corporal, a estética facial e influência na mídia foram utilizadas para levar aos alunos um conhecimento acerca dos extremos com o cuidado estético e consequentemente seus malefícios com reflexos a ansiedade e transtornos psicológicos e ainda os cuidados basilares que devem ser cultivados para a manutenção da saúde e da estética como um todo.

Outra oficina trabalhada pelos acadêmicos, refletiu sobre o Bullying, onde foram trabalhadas questões que há uma associação ou uma simultaneidade entre os atos que caracterizam os diferentes tipos de bullying, em como a intimidação sistemática pode se dar por meio de agressões físicas, social psicológico, verbal, material, cyberbullying , expressões depreciativas,  ameaças, perseguição, chantagem, isolamento social, além da tentativa de entender o porquê da mudança de comportamento, as relações com os pais e familiares, observando o comportamento tanto das vítimas quanto dos agressores, na busca de identificação de alguns padrões. Na dinâmica proposta pela oficina de Bullying, foi realizada uma dinâmica da empatia, a dinâmica foi realizada da seguinte forma, os alunos foram instruídos a formar duas filas, ficariam frente a frente, deveriam observar um colega por 1 minuto, durante a observação a música seria usada como concentração. Pouco depois, uma fila foi retirada da sala e outra permaneceu. Quando foram separados, foi necessário que eles mudassem três coisas neles, cabelo, roupas, tirar ou colocar acessórios etc. Quando eles voltaram para a sala com a outra fileira, os demais estarão de costas para eles, então eles se virarão para a frente e olharão para o mesmo colega por 1 minuto. Depois que a observação terminou, as instrutoras começaram a questionar se haviam observado alguma mudança em seus colegas. A intenção da dinâmica era sobre a importância de observar quando alguém do convívio não está se sentindo bem, cabisbaixo com algo, por algum sofrimento, até mesmo sofrido bullying na escola por algum colega. E ter alguém para ouvir sem ter nenhum julgamento é bastante importante. Assim, todos têm a possibilidade de se colocar no lugar do outro. Foi realizada a dinâmica do papel amassado também, onde cada participante recebe uma folha. Em seguida, o instrutor deve pedir que, todos os membros, olhem bem para aquela folha e depois a amassem e formem uma bolinha. Em seguida, peça que todas as pessoas tentem desamassar o papel e deixá-lo igual ao que estava antes. Todos os membros vão tentar voltar o papel ao normal e até mesmo sugerir ideias para que fique como antes, entretanto, cada folha estará alterada e não terá mais a mesma forma de antes de ser amassada, trazendo a reflexão acerca do bullying, onde agressões físicas e verbais ocorrem e mesmo que em determinado momento cessem, esse sujeito tende a não voltar a ser quem era, podendo sofrer consequências emocionais por toda a sua vida.

Fonte: acervo dos autores

Considerações Finais

Este trabalho teve como objetivo uma intervenção na perspectiva de grupos operativos, considerando temas acerca da ansiedade, bullying entre adolescentes, autoestima e as redes sociais, bem como da imagem perfeita, trabalhando-os com jovens do ensino médio Escola Estadual Cívico-Militar Maria dos Reis Alves Barros, com visitas presenciais dos acadêmicos da faculdade do CEULP/ULBRA como facilitadores. Para a condução do grupo, assuntos estudados sobre Pichon e Zimerman se fizeram presentes, associando-se assim, prática a teoria.

Com relação às atividades desenvolvidas, foram divididos e organizados temas para o encontro que aconteceriam ao sábado, das 7:30hrs às 12hrs, no dia 09/04/2022. Inicialmente, procurou-se conhecer melhor os participantes, bem como entender o que eles buscavam com suas participações no grupo e em seguida transmitir o conhecimento visando aprendizado e troca de experiências. O encontro foi marcado por grandes discussões acerca da temática, visando provocar nos participantes do grupo a busca pelo amor-próprio, autoaceitação e educação em saúde, proporcionando momentos descontraídos e de reflexão.

Ao final das atividades, foi possível perceber que os grupos onde a faixa etária era maior, o alcance bem como a participação dos envolvidos era maior. Outra percepção reflete a carência percebida de apoio emocional dos participantes, com alguns jovens apresentando pensamentos destrutivos e incapacitantes, entretanto, outros participantes buscaram as facilitadoras para esclarecer algumas dúvidas e outros temas não abordados, além de demonstrar interesse sobre o futuro e suas formações. No geral, todos os alunos foram bem comunicativos, muitos participaram corretamente e foi possível realizar uma bela apresentação para todos.

Avaliamos o projeto de intervenção como uma experiência enriquecedora, pois beneficia o desenvolvimento pessoal e profissional da equipe. Além disso, as atividades que os alunos realizaram possibilitaram perceber mudanças nas percepções e práticas dos alunos. Trabalhar de forma integrada facilita o alcance dos objetivos das atividades propostas.

Referências bibliográficas

PICHON-RIVIÈRE, Enrique. O processo grupal. Trad. Marco Aurélio Fernandes. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

ZIMERMAN, David E. Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

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Dicas para o estudante driblar o esgotamento mental

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É normal se sentir cansado e desanimado com os estudos, principalmente, no momento em que vivemos. Todos estão passando pelo isolamento social necessário e, consequentemente, ficamos mais reféns da tecnologia e da internet, que por si só, emprega um distanciamento e um vazio.

A vida do estudante, portanto, teve uma reviravolta. Dedicar-se aos estudos com o objetivo da aprovação não é uma tarefa fácil. O esgotamento mental existe, mas é possível driblar e obter um desempenho melhor nos estudos. 

Além do isolamento, um dos motivos para o esgotamento é o perfeccionismo. É de comum acordo que nada em exagero faz bem, certo? O perfeccionismo na hora dos estudos gera um desequilíbrio emocional que se não for bem tratado, afeta até o seu corpo. Pois, sempre que a mente começa a apresentar problema, o corpo sente. 

Fonte: encurtador.com.br/frFPT

Para termos a mente sã, é essencial cuidar da saúde física. Não é aconselhado estudar 24 horas por dia, buscando uma performance perfeita. Principalmente quando não se faz uma atividade física, não se tem uma boa alimentação e/ou não cuida da saúde mental.

O estresse aumenta e prejudica o desempenho. Por isso, é necessário um conjunto. Caso deseje uma aprovação, entenda que não é uma máquina. Compreenda que você é um conjunto harmonioso entre mente e corpo. 

Vale frisar ainda a importância do apoio da família nesses momentos. Os familiares devem ser a parceria mais importante da vida do aluno, incentivando e mediando as boas expectativas. Nós somos a média aritmética das pessoas que vivem ao nosso redor. Esteja com pessoas que te coloque para cima. 

Também use e abuse do QTS – Quadro de Trabalho Semanal. Nele, você determina os horários do estudo, da atividade física e do lazer – que é muito valioso. Faça algo que te dê prazer. Isso vai permitir que seu corpo funcione bem melhor, além de aumentar consideravelmente seu desempenho. 

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Saúde mental de estudantes universitários: onde intervir?

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Estudos revelam que alguns estudantes apresentam grandes sofrimentos psíquicos durante a graduação.

Cada vez mais as demandas e as exigências da vida universitária têm contribuído para um desgaste físico e psicológico dos estudantes. Considerando que o ambiente acadêmico tem se tornando um fator estressor, e que o mercado de trabalho cobra mais e mais qualificações, o universitário tem se entregado arduamente a longas jornadas de estudos com intuito de suprir essas expectativas do mercado de trabalho.

O período da vida acadêmica é marcado por grandes desafios como: estabelecimento de novas relações, ajustamento de novos modelos de aprendizagem, entre outros; fatores estes, que podem ser percebidos como perturbadores, independente do nível em que o aluno se encontre no andamento do curso (BRANDTNER; BARDAGI, 2009). Estudos realizados por Andrade et al. (2016) revelaram que alguns estudantes apresentam grandes sofrimentos psíquicos durante a graduação, além do uso de álcool e outras drogas. Verificou-se ainda, altos índices de depressão, estresse, absenteísmo laboral, assim como alguns quadros de doenças psíquicas.

Castro (2017) ressalta que uma das principais dificuldades que os estudantes enfrentam é a falta de suporte dentro das universidades. Lembrando que o ambiente universitário tem como objetivo, além da prática do saber, ser fonte de bem-estar e autodesenvolvimento. Com isso, é preciso que dentro das suas possibilidades as instituições de ensino superior viabilizem isso aos seus estudantes.

Fonte: encurtador.com.br/koIO3

Silva e Costa (2017) destacam que estudantes do ensino superior têm mais chances de cometer suicídio, e que pessoas do sexo feminino apresentaram maiores taxas de sofrimento psíquico. Diante disso, o sofrimento psíquico durante a graduação não pode ser analisado de forma generalista, mas deve-se considerar as variáveis presentes dentro desse contexto, como sexo, condições econômicas, raça e credo.

Portanto, projetos com esse público justificam-se por serem ferramentas importantes de promoção à saúde mental dos universitários. Silveira et al. (2011) destacam que é principalmente durante a vida adulta e durante no período universitário que podem surgir maiores perturbações mental. Diante disso, intervenções que viabilize maiores interações sociais entre os universitários e ações em prol da promoção e prevenção em saúde mental se tornam de muita importância.

Diante desse quadro, em que aspectos a vida acadêmica pode prejudicar a saúde mental dos acadêmicos? Levantaremos neste texto alguns desses aspectos de forma mais aprofundada, são eles: a ansiedade associada à formação superior e a constante demanda por habilidades sociais.

Fonte: encurtador.com.br/ivLW9

Ansiedade e comorbidades

De acordo com o relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 2017, o Brasil é o país mais ansioso da América Latina. Conforme os dados, cerca de 18 milhões de brasileiros sofrem algum distúrbio relacionado à ansiedade (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2017). A ansiedade pode ser definida como um sentimento repulsivo de medo e angústia, caracterizado por tensão ou inquietação proveniente de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho, passando a ser considerado patológico quando é desproporcional em relação a sua causa ou estímulo, calhando a interferir na qualidade de vida, conforto emocional ou o desempenho diário (CASTILLO et al., 2000).

Um estudo realizado com 200 universitários iniciantes e finalistas em uma universidade privada brasileira, apontou que cerca de 20% dos estudantes que participaram do estudo poderiam ser diagnosticados com alguma patologia ansiosa. Além da ansiedade, revisões na literatura relacionada ao âmbito universitário indicam que até 29% dos estudantes podem apresentar algum tipo de transtorno mental ao longo de sua vida acadêmica (BRANDTNER; BARDAGI, 2009).

Entre os possíveis prejuízos causados pelas patologias ansiosas podem ser listados: déficits no desempenho acadêmico, menor comprometimento com a educação; dificuldades em relacionamentos interpessoais e obtenção de habilidades. O mesmo estudo também indica alta correlação entre ansiedade e a depressão, indicando a possibilidade de comorbidade entre os transtornos (BRANDTNER; BARDAGI, 2009). Desse modo, o panorama sugere um alto índice de acadêmicos que podem estar não apenas com uma diminuição no aproveitamento acadêmico, como em um estado de sofrimento mental significativo.

Fonte: encurtador.com.br/gyFRW

Em alunos das áreas da saúde a incidência pode ser ainda maior. Em um estudo realizado com  308 estudantes de enfermagem de uma universidade em São Paulo,  70% dos acadêmicos apresentaram algum nível de ansiedade, entre leve, moderada e grave  (MARCHI et al., 2013). Outro estudo realizado com 481 estudantes de Medicina em uma faculdade particular no estado de São Paulo, indicou que todos os participantes apresentam algum estado de ansiedade entre moderada (79,9%) e alta (20,1%) (BALDASSIN; MARTINS; DE ANDRADE, 2006).

Os impactos da ansiedade também podem atingir outros âmbitos da vida dos universitários. Em um estudo realizado com universitários de uma instituição privada no estado de São Paulo, os resultados apontaram correlação estatística expressiva entre traços de ansiedade e pior qualidade de sono, de forma diretamente proporcional, provocando possíveis alterações no rendimento acadêmico (DE ALMONDES; DE ARAÚJO, 2003).

Desse modo, a partir dos dados apresentados pelos estudos, a vida acadêmica em instituições de ensino superior pode ser considerada um fator de risco para o desenvolvimento da ansiedade como traço, bem como pode contribuir para a evolução desses quadros para transtornos de ansiedade. Os impactos dos acometimentos causados pela ansiedade podem provocar perdas não só na saúde mental, mas também déficits nas funções biológicas e sociais, pelo prejuízo nas relações.

Fonte: encurtador.com.br/dgjmr

Desenvolvimento de Habilidades Sociais

Habilidades Sociais podem ser definidas como os comportamentos apresentados pelos sujeitos quando há requisições em circunstâncias de interação pessoal (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 1999). A demanda por um bom desempenho nessas situações perpassa diferentes aspectos da vida dos sujeitos, envolvendo diferentes grupos. Entre esses grupos estão os universitários, que por estarem em um processo de formação para o mercado profissional podem apresentar grande necessidade de desenvolver um bom repertório de Habilidades Sociais, sendo seu déficit, um fator de risco para a qualidade de vida, prejuízos acadêmicos e nas relações com pares (BOLSONI-SILVA et al., 2010; BANDEIRA; QUAGLIA, 2005).

Em um estudo realizado com estudantes universitários de áreas das Ciências Humanas e Exatas, a fim de identificar situações sociais significativas, os resultados indicaram que o maior número de situações desagradáveis identificadas, foram as relacionadas a necessidade de expressar contrariedade, descontentamento e requisitar alterações do comportamento (BANDEIRA; QUAGLIA, 2005). A habilidade para a comunicação da insatisfação é constantemente solicitada no âmbito acadêmico, visto que as interações que exigem trabalhos colaborativos são altas. Desse modo, o desenvolvimento dessas habilidades pode facilitar o desempenho acadêmico.

A prevalência das dificuldades relacionadas às Habilidades Sociais parece ser maior nos anos iniciais do curso, e a passagem de um ano para outro com esse déficit pode ser um fator de risco para a evasão universitária e desenvolvimento de transtornos mentais como a ansiedade, fobia social e até depressão, caso propostas interventivas não sejam executadas (BOLSONI-SILVA et al., 2010).

Fonte: encurtador.com.br/qFWX3

Programas de treinamento de habilidades sociais têm demonstrado sua efetividade em diversos estudos. Entre os benefícios encontrados nas pesquisas com grupos de treinamento estão a diminuição dos sintomas de ansiedade social, melhoras na comunicação verbal e não-verbal (PUREZA, 2012); bem como melhor percepção do ambiente social, no automonitoramento de momentos que exigem ajustamento criativo e autocontrole, assim como melhor desempenho na habilidade de troca de feedback.

REFERÊNCIAS:

ANDRADE, Antonio dos Santos et al. Vivências Acadêmicas e Sofrimento Psíquico de Estudantes de Psicologia. Psicologia: Ciência e Profissão, [s.l.], v. 36, n. 4, p.831-846, dez. 2016. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1982-3703004142015.

BALDASSIN, Sergio; MARTINS, Lourdes Conceição; DE ANDRADE, Arthur Guerra. Traços de ansiedade entre estudantes de medicina. Arquivos médicos do ABC, v. 31, n. 1, 2006. Disponível em: <https://nepas.emnuvens.com.br/amabc/article/view/232/228>. Acesso em 05 jun. 2019.

BANDEIRA, Marina; QUAGLIA, Maria Amélia Césari. Habilidades sociais de estudantes universitários: identificação de situações sociais significativas. Interação em Psicologia, v. 9, n. 1, 2005. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/3285/2629>. Acesso em 05 jun. 2019.

BRANDTNER, Maríndia; BARDAGI, Marucia. Sintomatologia de depressão e ansiedade em estudantes de uma universidade privada do Rio Grande do Sul. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, v. 2, n. 2, p. 81-91, 2009. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1983-82202009000200004>. Acesso em 05 jun. 2019.

BOLSONI-SILVA, Alessandra Turini et al. Caracterização das habilidades sociais de universitários. Contextos Clínicos, p. 62-75, 2010. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/134450/ISSN1983-3482-2010-03-01-62-75.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 05 jun. 2019.

CASTILLO, Ana Regina G.L; RECONDO, Rogéria; ASBAHR, Fernando R; MANFRO, Gisele G. Transtornos de ansiedade. Revista Brasileira de Psiquiatria, Rio de Janeiro, v.22, n. 2, p. 20-23, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbp/v22s2/3791.pdf>. Acesso em 05 jun. 2019.

CASTRO, Vinícius Rennó. Reflexões sobre a saúde mental do estudante universitário: estudo empírico com estudantes de uma instituição pública de ensino superior. Revista Gestão em Foco, [s.i], p.380-401, jan. 2017.

DE ALMONDES, Katie Moraes; DE ARAÚJO, John Fontenele. Padrão do ciclo sono-vigília e sua relação com a ansiedade em estudantes universitários. Estudos de Psicologia, v. 8, n. 1, p. 37-43, 2003. Disponível em: <https://bit.ly/2XE22Z6>. Acesso em: 05 jun. 2019.

DEL PRETTE, Z.A.P.; DEL PRETTE, A. Psicologia das habilidades sociais: terapia e educação. Petrópolis, Vozes, 1999.

DEL PRETTE, Almir; DEL PRETTE, Zilda AP. No contexto da travessia para o ambiente de trabalho: treinamento de habilidades sociais com universitários. Estudos de psicologia, v. 8, n. 3, p. 413-420, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/epsic/v8n3/19963.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2019.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (Brasil). Organização Mundial da Saúde. Aumenta o número de pessoas com depressão no mundo. 2017. Disponível em: <https://bit.ly/2IStLNA>. Acesso em: 05 jun. 2019.

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