Visita ao IPUB e as Novas Abordagens em Saúde Mental

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Dos dias 01 a 03 de Junho, juntamente com os demais membros da equipe do (En)Cena, tive a oportunidade de cobrir o III Fórum Internacional Novas Abordagens em Saúde Mental, na capital do Rio de Janeiro. O evento, em parceria com a UFRJ, contou com congressistas internacionais, diversos palestrantes e também usuários dos serviços.

O último dia do Fórum foi realizado no IPUB/UFRJ (Instituto Psiquiátrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e consistiu principalmente em apresentações de trabalhos. O (En)Cena apresentou quatro trabalhos em diferentes ambientes durante o dia, todos com recepções muito positivas por parte dos ouvintes, que se demonstraram surpresos com o tamanho do Portal e seus conteúdos.

Foi intensamente gratificante ouvir um comentário de uma das participantes do evento, nos dizendo que o Portal é parte das novas abordagens às quais o Fórum se dedicou. Esse tipo de reação nos confirmou o que acreditamos para o nosso trabalho: trabalhar com Saúde Mental de forma inovadora, promissora e criativa. Após uma de nossas apresentações, cujo tema foi o “Impacto da Pós-Modernidade na Saúde Mental de Jovens”, pudemos discutir com psicólogos de vários estados, questões psicológicas e sociológicas da atualidade e sua influência nos indivíduos.

Ao assistir a apresentação do trabalho “A Assembleia do CAPS como dispositivo de Reabilitação Psicossocial”, apresentado pela psicóloga paranaense Dafne Boni, não pude deixar de me lembrar dos meus estudos em Psicologia Comunitária e me surpreender com o vigor da psicóloga ao instaurar a assembléia com os usuários do CAPS onde trabalha. Medidas como a adotada por Dafne são fundamentais para se pensar Saúde Mental, pois valorizam os usuários com projetos pensados de acordo com suas demandas, e construídos com as suas vozes.

Conversar com profissionais da Saúde Mental de todo o país e notar seu engajamento foi muito proveitoso, pois em nossas conversas ocorreram trocas de ideias, sugestões, compartilhamento de demandas e conhecimentos. Saber das diferentes realidades de outros lugares nos possibilita vislumbrar o panorama nacional e formular objetivos conjuntos. Ver as pinturas e ilustrações nas paredes do IPUB e ter contato com os usuários e profissionais com realidades tão diversas, me fez pensar quantas vozes já haviam passado e passarão por aquele lugar. Creio que todas devem ser ouvidas, e fico feliz em saber que elas têm muito a dizer.

Essa viajem e experiência foram de grande importância para minha formação profissional e pessoal. A equipe do Portal conseguiu apresentar os trabalhos de forma harmônica e competente, pudemos aprender várias novas técnicas, e acima de tudo nos propor novos desafios. Minha visita ao IPUB me proporcionou novos conhecimentos e emoções, e certamente não será esquecida.

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Novas Abordagens em Saúde Mental: relato de experiência

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Com início no primeiro dia do mês de junho do ano 2017, na cidade do Rio de Janeiro, o III Fórum Internacional Novas Abordagens em Saúde Mental foi realizado com a participação de profissionais e usuários na área em questão. Tendo seu término no dia 03, rendeu muitos trabalhos, novas ideias e aprendizado para os participantes.

A minha participação se deu juntamente com a equipe do (En)Cena, cuja se envolveu no trabalho de cobrir o evento, realizando entrevistas, notícias e relatos com os profissionais e usuários do serviço em saúde mental. No último dia houveram apresentações de trabalhos, e o (En)Cena foi responsável por quatro dessas, em que alguns membros da equipe apresentaram aleatoriamente no IPUB/UFRJ (Instituto Psiquiátrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Os dois primeiros dias consistiram em debates, palestras e mesas redondas que traziam em seu cerne algumas propostas sobre mudanças no modo de se trabalhar em saúde mental, sendo enfatizada a necessidade em se dar voz aos usuários do serviço. O próprio evento foi um espaço para tal. Particularmente, o que mais chamou minha atenção foram as propostas trazidas pelo psicólogo norte americano Oryx Cohen e pela usuária Elizabeth Sabino dos Santos, que são a CPR emocional e os projetos Comunidade da Fala e Voz dos Usuários, respectivamente.

O primeiro é um programa com o objetivo de ensinar pessoas a ajudarem outras pessoas em crises emocionais, a partir dos passos Conectar, Empoderar e Revitalizar. O segundo e terceiro são projetos idealizados no Rio de Janeiro que buscam dar autonomia para os usuários em saúde mental, empoderando-os e permitindo que suas ideias e necessidades sejam ouvidas.

Somando-se tudo, foi uma grande experiência participar desse evento, pois aprendi muito, consegui enxergar um pouco mais sobre o que se trata a saúde mental, o contato com os profissionais da área e com os usuários (principalmente no IPUB) foi enriquecedor e participar cobrindo esse evento com a equipe do (En)Cena foi duplamente bom.

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Vozes para além do previsível: um relato de experiência

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Eu sinceramente me surpreendi de forma positiva com o conjunto da obra do III Fórum Internacional de Novas Abordagens em Saúde Mental, evento que ocorreu neste começo de junho, em parceria com a UFRJ, na capital carioca. Em que pese eventuais problemas, de longe a programação e, sobretudo, o carisma dos conferencistas internacionais – com destaque para o psicólogo norte-americano Oryx Cohen – foram de uma enorme riqueza.

Pois bem, minha jornada pelo Fórum começou com o contato com uma nova – e instigante – maneira de intervenção usada com alguma frequência nos Estados Unidos no que concerne ao tratamento/lida com pessoas que ouvem vozes. Normalmente trata-se de pessoas que são diagnosticadas como sendo psicóticas ou, em casos mais extremos, como esquizofrênicas. Para mim foi surpresa conhecer tão de perto grupos que nos Estados Unidos e em alguns países da Europa – como a Holanda, por exemplo – já se utilizam de estruturas de intervenção onde o profissional de saúde deve se despir de tratamentos concebidos a priori e, como foco principal, ater-se á escuta ativa. Aliás, mais do que uma escuta ativa, o profissional de saúde e/ou psicólogo deve compreender que há uma dimensão da existência para além da normalidade ou da patologização. Esta perspectiva favorece a criação de vínculos de confiança entre os coordenadores de grupos – que são conhecidos como Grupos de Ouvidores de Vozes – e os usuários.

Não se trata – pelo que percebi – de uma tentativa de desqualificar os saberes técnico/acadêmicos ou profissionais, mas, antes, de inverter a lógica do processo terapêutico, onde de fato a centralidade se encontra em cada sujeito, e não no conjunto de técnicas interventivas. É algo radical, num primeiro momento, mas que vem demonstrando resultados surpreendentes, de acordo com os dados apresentados por Oryx. Um destes dados se refere a um estudo longitudinal realizado nos EUA onde se observou dois grupos de pessoas reconhecidas como necessitadas de tratamento psiquiátrico. Um dos grupos recebeu a intervenção num hospital psiquiátrico e o segundo grupo, no mesmo período de tempo, foi cuidado por estudantes universitários – ainda sem discursos que presumem um suposto saber – em casas privadas. Ao final da pesquisa, observou-se uma significativa melhora do segundo grupo em relação ao primeiro.

Chamou-me a atenção o fato de Oryx destacar que, com isso, não quer dizer que todo o saber acumulado e a própria medicalização devem ser rechaçados. No entanto, no mínimo é importante repensar as práticas de intervenção que vem sendo executadas nestes últimos 30 anos. Haveria, portanto, uma tendência a despatologizar os fenômenos – no caso em específico, tornar normal o fato de alguém ouvir vozes – e, com isso, adentrar-se ao universo das pessoas. Literalmente, é preciso ouvir mais para só então o profissional de psicologia ter condições de ser eficaz em sua relação com o outro.

Oryx citou as teses de Carl Jung em uma de suas intervenções, notadamente dentro do conceito do arquétipo do ‘curador ferido’. Parte do pressuposto de que, por um lado, o curador é também um igual ao sujeito adoecido, na medida em que todos compartilham um mal-estar existencial comum á espécie; por outro lado, este curador precisa entender os seus próprios processos internos para, então, com menos resistências, colaborar com os outros. Pareceu-me um exemplo clássico de alteridade, algo preconizado insistentemente na Psicologia e que, dada a sua importância, deve ocupar lugar central na prática.

No mais, para além das palestras proferidas por professores e profissionais do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, me chamou a atenção o perfil dos psiquiatras presentes ao evento. Todos foram unanimes em dizer que uma das formas de se estabelecer uma saúde mental pública de qualidade é optando pela não horizontalização dos saberes, evitando assim que o saber médico funcione como gestor, subjugando as demais especialidades.

Juventude e saúde mental

Senti-me extremamente gratificado em ter apresentado um trabalho como parte de meu mestrado interdisciplinar – na UFT – e em consonância com os temas abordados no portal (En)Cena. Com o tema ‘Impacto da Pós-Modernidade na Saúde Mental de Jovens’, pude contribuir com um olhar filosófico, sociológico e psicanalista sobre as eventuais causas de adoecimento dos jovens na atualidade.

Para tanto, me utilizei de autores como Birman, Freire Costa, Bauman, Lipovetsky, Hall, Han, dentre outros tantos. A minha apresentação ocorreu nas dependências do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro e foi acompanhada predominantemente por psicólogos do Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.

Ao final da apresentação abrimos o espaço para uma rodada de conversa, onde puder perceber o interesse dos profissionais da psicologia em se envolver cada vez mais na interdisciplinaridade, sobretudo no que se refere á ampliação do olhar sobre o fenômeno humano, que comporta uma explicação cada vez mais ampla e desafiadora.

Por fim, gostaria de registrar que esta é a segunda vez que viajo com a equipe do (En)Cena e, como já era de se esperar, tudo ocorreu numa enorme harmonia. O portal conseguiu apresentar de forma significativa os serviços que são produzidos pela comunidade acadêmica do Ceulp/Ulbra, foi alvo de muitos elogios e iniciou futuras parcerias, sobretudo com associações de apoiadores e/ou amigos dos usuários do sistema de saúde mental.

Em súmula, a viagem rendeu um enorme crescimento pessoal e profissional. Além da expectativa de, no futuro, montarmos um grupo de Apoio aos Ouvidores de Vozes em Palmas. Um desafio e tanto, mas a altura de qualquer profissional que queira, ao se espelhar na vida de Jung, ser um curador ferido de almas.

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(EN)CENA: promoção de saúde mental online ganha destaque em fórum

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No dia 03 de junho de 2017, no Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB), ocorreram as apresentações dos trabalhos acadêmicos no III Fórum Internacional: Novas Abordagens em Saúde Mental. As explanações aconteceram de forma simultânea, em várias dependências do Hospital Dia. O resumo “Promoção de Saúde Mental Online – Experiências do Portal (En)Cena”, elaborado por Rísia Lima, Laryssa Araújo e Irenides Teixeira, foi exposto em forma de comunicação oral por uma das integrantes do portal.

O trabalho consistia em explanar o que era o portal, como este surgiu e as experiências propiciadas por ele através do contato dos usuários para o e-mail e fan pages do mesmo. O Portal “(En)Cena: a saúde mental em movimento” (http://encenasaudemental.com/) é um banco de dados virtual que reúne produções textuais, auditivas e visuais sobre loucura e saúde (EYGO et al, 2015), principalmente em relação ao campo saúde mental. Estes temas estão de acordo com a proposta da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial. Inclusive, a data alusiva a esta luta (estipulada no Brasil) foi usada para o lançamento do portal em 2011.

A elaboração do portal se deu a partir de um anseio dos coordenadores dos cursos de Psicologia, Comunicação e Sistemas de Informação em promover um espaço que não só publicizasse os trabalhos científicos de profissionais e acadêmicos em saúde mental, mas também facilitasse a veiculação de relatos, experiências e produções dos próprios usuários de saúde mental e familiares, utilizando-se da arte e comunicação.

http://migre.me/wKcJD

Dentre os dados estatísticos propiciados pela análise do “Google Analycts”, no ano de implantação do projeto contabilizou-se quase 40 mil acessos, em 2012 foram registrados mais de 155 mil, em 2013 este número ultrapassou 366 mil, em 2014 chegou a mais de 518 mil acessos, teve o maior pico em 2015 com aproximadamente 610 mil, em 2016 contou com quase 385 mil, e no presente ano em torno de 104 mil até o mês de maio. Tais números evidenciam o quão importante o (En)Cena se tornou no que se refere à promoção de saúde mental na rede virtual. Ademais, ainda mostra a relevância do portal para o público, cujo deve ser considerado no planejamento de ações relacionadas à promoção de saúde mental.

Ainda nessa conjuntura, o (En)Cena dispõe-se a manter contatos por meio do seu e-mail (encena@ceulp.edu.br) e fan page no facebook (facebook.com/saudementalencena). Nesses ambientes, tivemos experiências como: solicitação pedidos de ajuda em relação a sofrimento psíquico, depressão e outras queixas; pedidos para esclarecimentos sobre publicações com os autores das produções ou entrevistados; sugestões de conteúdos a serem abordados; e recomendações de outras redes, como o Humaniza SUS, por exemplo. Nisso o canal realiza orientação e encaminhamentos para os usuários a partir de cada demanda que público apresenta.

Nesse ínterim, o portal enquadra-se na proposta desse evento realizado pela IPUB, pois aborda novos modos de promover a saúde mental. E a oportunidade de levar tais dados para um evento internacional deu-se numa experiência gratificante, onde a equipe como um todo orgulhou-se do trabalho que o (En)Cena tem realizado e os efeitos benéficos que impactam seus públicos. Ademais, o evento proporcionou o aumento da rede de contatos com os demais participantes, sendo eles predominantemente psicólogos e psiquiatras, além de usuários e familiares de outros locais do Brasil, EUA e Holanda.

REFERÊNCIAS

EYGO, H.; TEIXEIRA, I.; FERNANDES; I. F. Tecnologias de Cuidado em Saúde Mental: Proposta Transdisciplinar no Portal (En)Cena. Desafios: Revista Interdisciplinar Da Universidade Federal Do Tocantins – V. 2 – N. 01. P. 215-229 , Jul/Dez. 2015. Doi: Http://Dx.Doi.Org/10.20873/Uft.2359-3652.2015v2n1p215.

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A imersão no hospital-dia do IPUB/UFRJ

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Nos três primeiros dias do mês de junho de 2017 ocorreu o III Fórum Internacional: Novas Abordagens em Saúde Mental, na capital carioca do Brasil. O terceiro dia foi destinado às apresentações de trabalhos, provenientes de diversos estados brasileiros e até internacionais, no hospital-dia do IPUB/UFRJ.

Parte da equipe na porta do IPUB

Muito além do conhecimento que adquiri ao decorrer do evento, tive experiências transformadoras dentro deste local. Logo de início, ao procurar no IPUB o auditório que eu apresentaria meu trabalho, fui tomada por uma ansiedade tamanha. Ao cumprimentar uma senhora com um simples “bom dia”, recebi dessa desconhecida um abraço e um beijo no rosto, ato este que me fez acalmar instantaneamente. QUANTA AUTENTICIDADE!!! Ela era uma das pacientes internadas naquele local e acredito que não fez isso por apenas uma convenção social, mas porque essa demonstração de afeto era parte dela mesma e o que a receptora dos atos necessitava, no caso, eu.

Até então eu nunca havia tido contato com um hospital psiquiátrico, o ambiente por mais que tinha aspectos de construção antiga, ainda era perceptível os alguns traços físicos que lembravam a um ambiente hospitalar. Porém, o que me chamou a atenção neste ambiente foram as obras produzidas pelos pacientes que estavam em todos os cômodos. Que magníficas! E que excelente trabalho deixar aquele ambiente com a cara de quem usa os serviços. Sinceramente, pude me sentir imersa na realidade deles.

Uma das obras feitas pelos usuários do hospital-dia

Quantos ouvidores de vozes tinha ao meu redor, cada um com suas peculiaridades. Cumprimentavam, falavam, ouviam e viviam. E assim, eu percebi que a frase que Oryx Cohen tanto dizia durante o evento “precisamos aprender a ouvir” se aplicava perfeitamente naquele recinto. Não menos importante, no primeiro dia do evento, também foram citados e apresentados por alguns usuários os grupos: Comunidade da fala e Voz dos usuários. Tais grupos são destinado

Ainda nesse contexto, fui solicitada por outra desconhecida para fotografá-la numa das frondosas arvores do hospital-dia. Consegui capturar uma imagem simplesmente fantástica: um frecho de luz apareceu em sua direção, enquanto pousava juntamente com um dos membros da equipe do (En)Cena, o professor Sonielson Luciano Sousa. Após este momento, conseguimos conversar um pouco com ela, ou melhor, ouvi-la com atenção, ter uma escuta ativa sobre o quão significativo era, para ela, tirar a fotografia com a árvore e sobre a surpresa em relação à luz que apareceu em seu rosto.

“Um mergulho no inconsciente”

Só houve uma coisa que me desagradou naquele mar de experiências, foi o fato de que os pacientes internados estavam uniformizados, fato este também foi bastante enfatizado e desaprovado pelo holandês Martjin Kole. Entretanto, após ouvir a explicação disso acontecer fiquei mais aliviada. De acordo com uma das organizadoras do evento em virtude de o hospital-dia ser aberto, com entrada e saída livres, às vezes, os pacientes internados saiam do hospital, sem terem recebido “alta”. Desse modo, para facilitar a identificação destes optaram pelo uso de uniformes. Ainda acredito que encontro outro modo de identificação, mais discreto com uma pulseira ou cordão, diminuiria os aspectos estigmatizantes que esses pacientes podem enfrentar ou já enfrentam.

Além disso, tive ainda a oportunidade de apresentar o trabalho “Promoção de Saúde Mental Online – Experiências do Portal (En)Cena”, elaborado por Rísia LimaLaryssa Araújo (eu) e Irenides Teixeira. Como havia dito anteriormente, passei por momentos ansiolíticos, mas consegui apresenta-lo com muita empolgação e mais tranquilidade. Posso afirmar que foi uma conquista de grande relevância na minha vida acadêmica.

Apresentação de trabalho que realizei

Nesse contexto, este dia me proporcionou novas perspectivas de olhar, ouvir e sentir no se tange à saúde mental e ao cuidado com outro, com os usuários. Essas experiências me causaram anseios por buscar mais a vivência nessa área, além do que o próprio portal (En)Cena me possibilita. Para concluir só posso reconhecer uma coisa: que experimento extraordinário! Estou pronta para os próximos!

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Intervenção em situações de crise a partir do CPR Emocional: entrevista com o psicólogo Oryx Cohen

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Durante o último dia do III Fórum Internacional Novas Abordagens em Saúde Mental Rio de Janeiro/RJ, o (En)Cena teve a oportunidade de entrevistar o psicólogo norte americano Oryx Cohen, chefe de operações da NEC (National Empowerment Center) e coprodutor do documentário Healing Voices.

Cohen é líder expoente da abordagem CPR Emocional, um programa desenvolvido com o objetivo de que pessoas ajudem umas as outras em situações de crise, de maneira mais humanizada e atenciosa, a partir de três passos: conectar, empoderar, revitalizar.

Abaixo, confira os principais temas abordados por Oryx:

(En)Cena – O que você acha da promoção de Saúde Mental no meio virtual? 

Oryx – Eu acho que pode ser um modo muito poderoso de fazer isso, mas eu acho que também precisa de interação cara a cara, porque muita gente não tem conexões sociais. Existem estudos que mostram que como mídias sociais aumentam isolamento, por que as pessoas não falam mais umas com as outras. Há também maneiras de como as mídias sociais podem ajudar, não é só “preto no branco”. É um método muito poderoso, mas se nós acharmos que vai ser o único método estaremos enganados.

(En)Cena – Como você acha que o psicólogo deve atuar em situações de vulnerabilidade social a partir do CPR Emocional? 

Oryx – Eu acho que os psicólogos devem ser encorajados a ser eles mesmos. As pessoas que me ajudaram eram só pessoas reais. Você pode usar seu conhecimento pra ajudar outras pessoas, mas se você estiver só pensando no que deveria dizer e no que a teoria te diz, então vai ter dificuldade pra ajudar as pessoas.

(En)Cena – Você acha que os processos de individuação e liquidez das realizações  dos quais Zigmunt Bauman fala são um dos empecilhos para o processo de conexão entre as pessoas? 

Oryx – Sim, é uma teoria interessante. Eu acho que as pessoas têm problemas com confiança, então os relacionamentos devem ser mais sólidos que fluidos. Muitas vezes as pessoas não têm nenhuma relação, são muito sozinhas, então toda a água correu pelos dedos. Nós precisamos reencher essa água e esses relacionamentos devem ser congelados no tempo, precisamos de bons amigos.

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