

Em meio à pandemia, registros de divórcios no Tocantins caem 28,8%

Celebrado no dia 25 de novembro, o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, buscar incentivar o ato da denúncia, contra toda forma de violência a mulher, em todos os quatros cantos do mundo. De acordo com relatoria divulgado este ano, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada três mulheres são submetidas as violências física e sexual por parte do parceiro. Conforme a organização, ao todo são 736 milhões de mulheres vítimas de violência ao longo da vida.
Segundo a OMS, as mulheres na faixa de etária de 15 a 24 aos, são as que mais sofrem violência praticada pelo parceiro, sendo que com a pandemia da Covid-19, houve um aumento nos casos de violência doméstica, em todo mundo. Entre os motivos explica a organização internacional, estão as medidas de lockdown, em que a mulher passou a ficar mais tempo dentro de casa junto ao companheiro. No Brasil não foi diferente, dados divulgados pelo Ministério da Família e Direitos Humanos, em 2020, informa que houve mais de 100 mil denúncias relacionadas a violência doméstica, pelo canal de atendimento 180.
Vieira (2020) apontam que as restrições às redes institucionais e familiares de apoio à mulher, a diminuição da renda familiar, estão entre as causas de aumento da violência contra a mulher no período mais crítico da pandemia, no Brasil. “A ampliação da manipulação do agressor sobre a vítima em razão do maior tempo de convivência, aumento dos níveis de estresse e aumento do consumo de álcool”, são outros fatores também, acrescentam Vieira (2020).
Sobre o assunto, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) realizou, este ano, a 3ª edição do relatório denominado, A Vitimização das Mulheres do Brasil, o qual destacou que 24,4% das mulheres entrevistadas sofreram algum tipo de violência, na pandemia. Em primeiro lugar com 18,6% está insulto, humilhação ou xingamento, enquanto ameaça de apanhar, empurrar ou chutar corresponde ao segundo na pesquisa com 8,5%. Infelizmente a agressão ultrapassa a esfera psicológica, considerada violência também, já que 1,5% das mulheres foram esfaqueadas ou levaram tiro; 27% tiveram algum tipo de lesão provocada por algum tipo de objeto que lhe foi atirado.
Os dados são assustadores, por isso é preciso que exista o engajamento da sociedade civil, poder pública e privado para a elaboração de políticas públicas mais eficazes no combate a violência contra a mulher, no Brasil. Atualmente a Lei de Nº 11.340, conhecida como Maria da Penha, criminaliza a violência doméstica e familiar contra a mulher. A lei entrou em vigor, no ano de 2006, mas ainda sofre duras críticas pelo fato do agressor não respeitar as medidas restritivas contra a mulher, e em alguns casos com ocorrência ao feminicídio, crime de ódio contra a mulher.
Caso veja uma mulher sofrendo algum tipo de violência psicológica e física denuncie nos canais de atendimento, por meio do número 180, Central de Atendimento à Mulher. Incentive a mulher a realizar um boletim de ocorrência na delegacia especializada da Mulher, o boletim pode ser feito virtualmente também. O órgão de segurança oferece também o disque denúncia pelo 197. Juntos na luta contra a violência doméstica contra a mulher.
Referência
Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 3ª edição do relatório denominado, A Vitimização das Mulheres do Brasil (2021). Disponível em < https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/06/relatorio-visivel-e-invisivel-3ed-2021-v3.pdf> Acesso: 09, de nov de 2021.
Planalto, Lei 11.340, Maria da Pena Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004 2006/2006/lei/l11340.htm> (2006) Acesso: 09, de nov de 2021
Organização Mundial de Saúde. Disponível em < Who- Broll Violence Against Womem Stimate (2021) https://who.canto.global/s/KDE1H?viewIndex=0&column=video&id=50i188kmol52pb8uln1u7tqb6c> Acesso: 09, de nov de 2021.
VIEIRA, P.R; GARCIA, L.P; MACIEL, E.L.N. Isolamento social e aumento da violência doméstica: o que isso nos revela? Revista Brasileira de Epidemiologia 2020; 23.
Quando falamos sobre a covid-19, sabe-se que é uma infecção respiratória, ocasionada pelo coronavírus (Sars-Cov-2), com potencial grave, de alta taxa de transmissibilidade e distribuição mundial. A infecção pode mudar de casos assintomáticos e manifestações clínicas leves, para quadros moderados, graves e críticos. Algumas manifestações mentais e neurológicas podem estar constantemente relacionadas a patologia, como delírio, agitação, acidente vascular, ansiedade, depressão, dentre outros. Assim, devido todo esse contexto o Ministério da Saúde-MS, indicou algumas medidas para enfrentamento da doença, como distanciamento social, etiqueta respiratória, higienização das mãos, uso de máscaras, isolamento, quarentena, dentre outros (BRASIL, 2020a).
A disseminação do vírus teve início na China e em razão da presença do vírus daquele local, a Organização Mundial de Saúde – OMS (2020), em 30 de janeiro de 2020, declarou que o surto de novo vírus constituía-se em uma emergência de saúde pública de importância internacional. Na declaração, o Diretor Geral da OMS, disse que já existiam 7.834 casos confirmados com o coronavírus, incluindo 7.736 na China e que 170 pessoas havia falecidas com o surto naquele país. Ressaltou ainda que a única forma de acabar com o vírus, seria todos os países trabalharem de forma conjunta, com um espírito de solidariedade e cooperação (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2020).
No Brasil, em consonância com a OMS, o Ministério da Saúde, expediu a Portaria nº 188, de 03 de fevereiro de 2020, na qual declarou a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, também em decorrência da infecção humana, pelo novo Coronavírus (BRASIL, 2020b). Em 11 de março de 2020, o Diretor-Geral da Organização Mundial de Saúde-OMS, Tedros Adhanom, mudou a classificação da doença ocasionada pelo novo coronavírus para pandemia, tendo em vista a rápida disseminação da covid-19 (UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS, 2020).
Assim deu-se origem umas das piores epidemias ocorridas em todo mundo, com inúmeros impactos em todos os setores da sociedade e repercussões alarmantes em vários países, bem como, em todas as regiões e consequentemente em estados do Brasil. De acordo com a Fundação Osvaldo Cruz – FIOCRUZ (2021), a pandemia não trouxe somente implicações de ordem biomédica e epidemiológica em nível mundial, mas também impactos sociais, políticos, culturais e históricos na história recente das epidemias. Neste contexto, além das consequências sobre os sistemas de saúde, na estabilidade econômica do país e da população, houve prejuízo ainda na saúde mental das pessoas, com temor pelo risco de adoecimento e morte, bem como no acesso a bens necessários como alimentação, medicamentos, transporte, dentre outros.
Em se tratando da questão da saúde mental, devido a pandemia da covid-19, surgiram os impactos sobre a saúde da mulher, decorrente da necessidade do isolamento social. Um estudo realizado por um pesquisador do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), no período entre maio e junho de 2020, com homens e mulheres de várias regiões do país, mostrou que mesmo antes de completar seis meses da declaração de emergência em Saúde Pública, em decorrência do Coronavírus, pelo Ministério da Saúde, as mulheres foram as mais impactadas emocionalmente, nesse período, tendo assim respondido por 40,5% dos sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse (FERREIRA, 2021).
Um dado que mereceu destaque da pesquisa, foi o fato do maior número das alterações na saúde, dos aspectos investigados, ter sido em mulheres que moram sozinhas. Para o responsável pelo estudo, esse resultado poder ser reflexo da vulnerabilidade deixada pela pandemia para esse grupo. Isso caracterizado pela falta de perspectiva e ainda incertezas quanto ao futuro, que geraram nessas mulheres sensações de desconforto, angústia, ansiedade e desamparo (FERREIRA, 2021).
Dentro desse contexto, para se somar aos demais estudos, realizou-se uma pesquisa, como atividade prática de estágio, para coletar dados referente ao impacto da saúde mental das mulheres em resposta ao isolamento social, no período da pandemia, no mês de abril/2021. A pesquisa foi realizada através de um questionário pela plataforma Google Forms, com informações sobre idade, estado civil, escolaridade, ocupação, condições gerais das participantes diante da pandemia, problemas de relacionamento, mortes de parentes e de pessoas próximas ou relevante, interferência na saúde mental, o que mais afetou, condições financeiras, dentre outros.
Das 200 (duzentas) mulheres que responderam a pesquisa, 43,5% são casadas, 37% tem pós-graduação completa, 49% foram ou tiveram pessoas próximas acometidas com a covid-19 e 64,5% sofreram interferências na sua saúde mental, em razão da pandemia. Quanto ao isolamento, 90% apresentaram ansiedade, 78% estresse, 77,5% tristeza, 72% medo, 64,5% frustração. Os pontos que mais lhe afetaram, 62,5% as incertezas da patologia, 57,5% necessidade de isolamento, 53,5% perder entes queridos e 46% sobrecarga de tarefas. Quanto à autoestima, 54% está oscilante e ainda quanto a intensidade das emoções, 42% encontra-se muito intensa.
De uma forma geral, a pesquisa demonstrou que as mulheres estão enfrentando, nesse período da pandemia, sérios impactos na saúde mental, sejam eles ansiedade, estresse, tristeza, medo ou frustrações. O processo da pandemia e isolamento social lhes afetaram em diversas áreas, como incertezas da doença, perdas, necessidade de se manter isolada e ainda na sobrecarga de tarefas, dentre outros. Percebe-se com os dados levantados, que as mulheres não tiveram respostas positivas e adaptativas à pandemia.
Independentemente da abrangência das duas pesquisas citadas e do número de mulheres alcançadas, pelos resultados obtidos, percebeu-se que a pandemia e consequentemente o isolamento social, ocasionaram grande impacto na saúde mental das mulheres, resultando assim em sérias consequências para o seu bem-estar em geral. Assim é necessário que os serviços públicos estejam preparados para enfrentar essa grande demanda e ainda os novos casos que surgirão, com destaque às mulheres.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Coronavírus – covid-19. MS, 2020. Disponível em:< https://coronavirus.saude.gov.br/>, acesso em: 02 maio 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria n. 188, de 03 de fevereiro de 2020. Declara Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) em decorrência da Infecção Humana pelo Novo Coronavírus (2019-nCoV). Diário Oficial da União, ed. 24-A, seção 1, Brasília, DF, p. 1, 04 fev. 2020. Disponível em: <https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-188-de-3-de-fevereiro-de-2020-241408388>. Acesso em: 02 maio 2021.
FERREIRA, Ivanir. Mulheres foram mais afetadas emocionalmente pela pandemia. Portal da USP, 2021. Disponível em: <https://jornal.usp.br/ciencias/mulheres-foram-mais-afetadas-emocionalmente-pela-pandemia>. Acesso em: 02 maio 2021.
FUNDAÇÃO OSVALDO CRUZ. Impactos sociais, econômicos, culturais e políticos da pandemia. Portal FIOCRUZ, 2021. Disponível em:< https://portal.fiocruz.br/impactos-sociais-economicos-culturais-e-politicos-da-pandemia>. Acesso em: 02 maio 2021.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. OMS declara emergência de saúde pública de importância internacional por surto de novo coronavírus. PAHO.ORG, 2020. Disponível em: <https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6100:oms-declara-emergencia-de-saude-publica-de-importancia-internacional-em-relacao-a-novo-coronavirus&Itemid=812>. Acesso em: 02 maio 2021.
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS. Organização Mundial de Saúde declara pandemia do novo Coronavírus. UNA-SUS, 2020. Disponível em: unasus.gov.br/noticia/organizacao-mundial-de-saude-declara-pandemia-de-coronavirus#:~:text=Tedros%20Adhanom%2C%20diretor%20geral%20da,Sars-Cov-2)>. Acesso em: 02 maio 2021.
A maioria dos genocídios ao longo da história se deu por meio de ações declaradamente violentas, sangrentas e por uso da força. Já o genocídio Bolsonarista acontece sem que os assassinos precisem sujar suas mãos ou se exporem. Basta não fazerem nada, basta deixarem que aconteça. Mesmo as ações utilizadas para acelerar o processo, são sutis e singelas. Podem até serem confundidas com um pequeno engano, uma piada, uma ignorância inocente ou uma preocupação legítima: “esquecer” do uso da máscara, compartilhar ou inventar mentiras, falar uma bobagem qualquer usando a si próprio como exemplo de validação, indicar terapêuticas aparentemente inofensivas, criticar o isolamento social em prol do direito ao trabalho e a renda.
O genocídio Bolsonarista não precisa provocar muito barulho e nem se colocar na cena das mortes; é limpo e covarde. Sua perversão e crueldade está sobretudo, na sutileza e na invisibilidade As pessoas podem ser enviadas para a morte com uma “inocente” mensagem de WhatsApp ou um vídeo na TV.
Hannah Arendt, em sua leitura sobre o julgamento de Eichmann por crimes de genocídio contra os judeus, afirmou que não foi necessário um monstro cruel e perverso para instrumentalizar as atrocidades comandadas por Hitler e o Nazismo, durante o Holocausto. Bastou um burocrata obediente, sensato e disciplinado, disposto a cumprir ordens e fazer o seu trabalho de modo eficiente. Bastou que Eichmann cumprisse seu papel e se deixasse levar pelo que Arendt chamou de “banalidade do mal”. O que não faz dele menos responsável, vale salientar.
O Brasil de 2020 e 2021 está infestado de Eichmanns. São médicos e instituições médicas que não se pronunciam frontalmente contra o negacionismo e o uso indiscriminado de medicamentos e terapêuticas sem prescrição devida. São Universidades, instituições de ensino e pesquisa, cientistas e pesquisadores que silenciam diante de um governo que não respeita a ciência e a invalida. São empresários e comerciantes que fazem manifestação pelo direito de colocar seus trabalhadores e clientes em risco, ao invés de se mobilizarem pela vacinação em massa. São oportunistas de toda ordem que fecham os olhos para aceitarem cargos, privilégios e promoções dentro desse governo. É o Centrão que insiste em apoiar um governo sem condições morais, éticas, intelectuais, políticas e nem mesmo estéticas, para governar nosso país. São homens da lei que se escondem atrás da legalidade e da burocracia, para promoverem mais mortes. São os cínicos que assistem o massacre do alto de seus privilégios ricos e brancos, sem nada fazer. São os veículos de comunicação que se escondem atrás da “isenção jornalística”, a fim de sustentarem os discursos que lhes convém. São os artistas, os comunicadores e influenciadores de toda ordem que “não querem se meter em política”. São padres, pastores, guias, mestres e líderes religiosos que usam o nome de Deus para matar sem culpa. São todos que, munidos de algum privilégio, influência ou poder, decidem apenas lavar suas mãos, nesse caso, literalmente. E, finalmente, temos ainda os débeis, os deliroides e os idiotas que parecem gozar e se gabar, enquanto seguem convictos e crentes, em direção à própria morte e a dos seus.
O Brasil caminha a passos largos para 400 mil mortes, e sabemos que muitas delas poderiam e podem ainda serem evitadas. Bolsonaro não é responsável por todas essas mortes sozinho, deverão ser julgados juntos com ele, todos aqueles que, como Eichmann decidiram apenas “contribuir com sua parte para o nosso belo quadro social”.
Então, se você se percebe anestesiado pela “banalidade do mal”, mas não quer ser cumplice de todas essas mortes, desperte, se mova e grite: FORA, BOLSONARO GENOCIDA!
Após dias de intenso isolamento, nove escritoras se juntaram para relatar de modo criativo, inovador e não menos crítico, seus sentimentos, dores e perdas vividos na pandemia por meio de contos harmônicos que deram origem ao livro “Retratos da quarentena”, da editora Símbolo Artesanal.
Com coordenação editorial de Silvia Schmidt, também coautora (Mesa redonda sob o signo do bestiário), a obra conta com textos das escritoras Ana Mendes (Palavreados, coronas e outros corações confinados); Alexandra Vieira de Almeida (Quarentena onírica); Claudia Manzolillo (Memórias de uma vida em quarentena); Eliane di Santi (Esquecimento); Maya Falks (Espaços fechados); Rosália Milsztajn (Dias de pandemia); Sandra Godinho (Relato de um sobrevivente); e Teresa Drummond (Se vira nos sessenta: a arte da reinvenção).
Para Silvia Schmidt, o objetivo principal das autoras é externar para o público o impacto do isolamento social em tempo real, a experiência simbólica dentro do contexto, além das causas e consequências vivenciadas durante esse período.
– As palavras perfeitas para definirem a coletânea são: “atitude, eficiência e arte”. Isto, porque o projeto inicial era desenvolvido para um concurso internacional, que exigia uma escrita histórica reflexiva e literária – comenta.
Silvia comenta ainda que a ideia da ilustração da capa, realizada por Alexa Castelblanco, é de uma senhora sentada em frente ao seu computador, simbolizando objetivamente a imagem de nossos dias em modo virtual tentando contato externo, participando de inúmeras lives e realizando trabalhos em home office. “Sem deixar de lado, é claro, o trabalho que, se virtual ou não, muitas vezes na rua, e no front destes dias tristes – tivemos como prática – a gosto ou a contragosto o #ficaremcasa”.
O prefácio, quase um novo conto, foi escrito por Alexandra Vieira de Almeida, Doutora em Literatura Comparada pela UERJ. Já a orelha, foi produzida por Maya Falks, escritora reconhecida por seu blog Bibliofilia no qual mantém conexão com nomes contemporâneos da Literatura Brasileira, além de ser autora do livro.
Ficha técnica:
Título: Retratos da quarentena
Gênero literário: conto
Editora: Símbolo Artesanal
Tamanho: 12,5×22,5
Páginas:223
Preço: R$ 50,00 + frete para todo o Brasil
Link para comprar: @livrariamulherio no direct do Instagram
As vendas dispararam no mercado de acessibilidade, e com isso as vagas temporárias também. Elas representam cerca de 400 mil vagas e faz girar a economia do setor. SP, RS, RJ, MG, Brasília, PR e SC, são os estados que mais contratam.
São Paulo, novembro de 2020: Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 24% da população brasileira é composta por pessoas que possuem algum tipo de deficiência. E por conta da quarentena, as pessoas com mobilidade reduzida passaram a adaptar as residências e, com isso, aquecer a indústria que não foi contaminada pela Covid-19.
O setor movimenta R$ 5,5 bilhões ao ano. Apenas um fabricante, do interior paulista, registrou aumento nas vendas e já estima um faturamento de R$ 22 milhões para 2021. RJ, RS, SP E MG são os estados que mais consomem produtos de acessibilidade.
Segundo a Projeção da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) é que cerca de 400 mil vagas temporárias devem ser criadas no último trimestre. O crescimento foi de 89,5%, em relação ao ano anterior. Além das vagas, cresceram também, as vendas de barras e piso antiderrapante, devido as pessoas quererem evitar as quedas durante o isolamento social.
Para o CEO da Planeta Acessível, Marcelo Costa, tornar espaços de lazer acessíveis a todos os públicos é mais que uma simples obra.”… crianças, idosos e portadores de necessidade especial ou mobilidade reduzida, exigem atenção redobrada. A demanda na pandemia aumentou. “Vendemos cerca de 300 mil itens e estimamos um faturamento de R$ 22 milhões para 2021”, contou Costa, que projeta um faturamento de R$ 22 milhões em 2021 e já incluiu no planejamento do próximo anos a arrecadação de 2% das vendas do elevador de piscina para projetos inclusivos.
E visando o tempo de isolamento social, e com o intuito de dar mais independência, autonomia e qualidade de vida, em especial às pessoas com restrições motoras, a Planeta Acessível, a maior indústria fabricante de produtos para acessibilidade do Brasil e especialista em objetos de adaptações de ambiente para manter a segurança, aumentando ainda expectativa de vida, inovou e criou o MOBlife, uma linha de elevadores de transferência para a piscina, totalmente à base de energia solar, dispensando o uso de cabos e fiações externas.
Pesquisa realizada pela USP (Universidade Federal de São Paulo), 29% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano e 13% caem de forma recorrente – neste período de pandemia e isolamento social, o número chegou a 30%. Segundo balanço do CEO, entre os itens mais adquiridos estão além do elevador da piscina, outros itens estão liderando as vendas. Entre eles, Barra de Apoio, Alarme Audiovisual, Banco Articulado para banho, Fechadura Acessível e Fita Antiderrapante para Banho. “Há uma procura significativa desses produtos nos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais”. Finaliza o empresário.
Sobre a Planeta Acessível: Maior indústria fabricante de produtos para acessibilidade do Brasil. Entre os produtos mais fabricados para construção civil, órgão públicos e residências estão a barra de apoio, piso tátil, placas de sinalização em braile e agora começam a produzir o elevador de piscina. Apoiam eventos e grandes feiras como Equipotel e Feicon, além de abraçar causas de inclusivas de responsabilidade social. A fábrica possui 70 funcionários prevê uma receita anual de R$ 22 milhões a partir de 2021.
Produto, do latim productus, aliado ao sufixo -dade, resulta em produtividade. Essa palavra foi usada pela primeira vez por um economista francês, com o sentido de rendimento de produção, e atrelar isso à pandemia me trouxe muitos questionamentos.
Em primeira instância houve toda uma euforia/frenesi criada de que seríamos capazes de dobrar nossa produtividade e tempo, pois retiramos o gasto de ir até os locais de trabalho e estudo, basta eu acordar e mudar de cômodo (ou não) para que eu chegue à reunião ou a aula marcada. Contudo, foi esquecido todas as interferências externas e internas que há dentro de uma residência, e dois fatores primordiais: o custo a longo prazo que todo o isolamento iria causar no psicológico e de como toda a euforia de fazer múltiplas tarefas em casa afetaria esse mesmo psicológico. Uma observação que faço também é como todo o conceito de produtividade se conecta apenas a determinados tipos de atividades, como o estudo ou trabalho, ignora-se os exercícios que são vistos de modo simplório ou como ‘’obrigações básicas’’, por exemplo regar as plantas, ler um livro ou passear com o seu animal de estimação.
Ocorre um alívio e desespero da não socialização: de um lado não há mais a preocupação da interação social e toda a pressão que há nela, por outro há a saudade das pessoas mais íntimas que não residem com você. E além disso, é desaprendido a se portar em público, estamos imersos a tantos meses em uma rotina onde se evita o sair e socializar que ficamos isolados em nossas bolhas, não significando que nos isolamos do mundo, o bombardeamento intenso de informações e obrigações, contrário a tudo isso, intensificou-se por meio da internet, e uma vez que o emocional não está em dia agrava a situação.
O cérebro humano se adapta de maneira muito singular as coisas, temos toda uma plasticidade neural que nos possibilita o aprendizado ao longo de toda a nossa vida, porém, nosso cérebro não para, enjoamos das coisas, nos acostumamos a elas, buscamos sempre algo novo para entreter um órgão tão complexo como o cérebro. E junto a todos esses fatores, somos seres sociais, desde a antiguidade andamos e convivemos com grupos de pessoas, o que nessa nova realidade não é isso que ocorre.
Depois de tantos meses de isolamento, separou-se os grupos de pessoas: por um lado temos aqueles que tiveram a oportunidade de colocar em suas rotinas atividades, que em um contexto não pandêmico eram inviáveis, aumentaram sua produtividade, otimizaram seu tempo de modo a encaixar vários afazeres; por outro ocorreu o cansaço mental, de ter chegado a um ponto de exaustão no qual se resguarda todo o resquício de saúde mental, não há ânimo e forças para continuar em um ritmo de produção como no início da pandemia. Não se resume à um simples desanimar por preguiça ou tédio, estamos em constante movimento e mudança, tanto relacionado ao desenvolvimento mental quanto ao físico, o nosso corpo passa por inúmeras autorregulações, porém instintivamente não gostamos de quando algo foge do nosso controle, não estamos preparados integralmente para isso.
Nas redes sociais há um novo nicho de criadores de conteúdo, os famigerados influencers de estudos, em canais do Youtube ou no Instagram, ensinam macetes de como se tornar mais produtivos e render mais nos estudos, contudo, é criado um ideário de estudante que mais parece uma vitrine: com os mais diversos materiais escolares, no qual o estudo é visto de modo muito simplório de ‘basta querer que você consegue’, uma rotina fantasiada saída de um roteiro de filme. Ademais, o luto foi normalizado, os números diários de pessoas contaminadas ou mortas já não assustam mais, ainda há aqueles que resistem e se mantém isolados, mas a grande maioria chegou a um ponto de exaustão que não importa mais, não entrarei em pauta aqui sobre aqueles que em momento algum respeitaram o isolamento, a incerteza do amanhã foi naturalizada.
Entrei em um looping até chegar em um estado de saber lidar melhor com a situação, desde ter a rotina mais próxima a ‘’normalidade’’, até aos poucos substituir todas as atividades possíveis por passatempos, principalmente os que envolviam atividades manuais, longe das telas de celular ou computador, houve também todo um sofrimento e cobrança por parte da minha consciência, pois sou uma acadêmica como todos acadêmicos, no qual há prazos de entregas de trabalhos e provas, chega a ser irônico escrever sobre essa pauta e ter demorado 1 mês para finalmente colocar meu insight em uma folha. Foi todo um novo autoconhecimento de entender a nova realidade que estamos passando, a incerteza que ela carrega atrelado a sociedade em que estamos inseridos e entender quais são as minhas novas demandas, potencialidades e limitações que adquiri.
Me chamo Jéssica Gontijo, tenho 26 anos, moro em Palmas e sou acadêmica de psicologia CEULP/ULBRA. Venho relatar a minha experiência e da minha família sobre os cuidados que precisamos tomar com a matriarca da família, minha avó Terezinha de 85 anos, diagnosticada com Alzheimer a aproximadamente cinco anos.
Esta linda senhorinha, mineira e mãe de dez filhos mudou-se para Paraíso do Tocantins a mais de cinquenta anos e onde vive atualmente. Em meados de 2015, foi diagnosticada com Alzheimer, onde veio a fazer diversos tratamentos para que a doença não evolua. Porém, alguns sintomas foram surgindo ao longo desses anos, ora suas lembranças se fazem presente através de palavras, ou através de um sorriso ou um olhar atento com a chegada de seus filhos e netos.
Enquanto neta, sempre procuro compreender quais maneiras de contato e vínculo afetivo minha avó consegue transcender em meio ao silêncio ou a carinha de dúvida que ela faz ao ver alguém chegar. E é num lindo sorriso que ela se conecta comigo e com a certeza de que meu nome é a coisa menos relevante que ela precisa lembrar, afinal de contas, eu sou apaixonada por esse sorriso e é desta forma que conseguimos perpetuar nossa relação.
Mas no ano de 2020 a família precisou passar por várias adaptações, devido a pandemia. Nossa família é muito numerosa, em média 55 pessoas nas datas comemorativas, assim precisou-se muita conversa, compreensão e cuidados para a saúde de todos e principalmente da minha avó.
As visitas foram drasticamente reduzidas, e para alguns foram totalmente suspensas, devido ao tipo de rotina que cada membro da família teve durante a pandemia, e possíveis riscos que corriam por conta do contato social que ainda precisam ter por conta de trabalho. Processo muito delicado para uma família tão unida, numerosa e carinhosa como a família Gontijo costuma ser no dia a dia.
Assim, posso denominar esta nova configuração de se relacionar da minha família em ‘saudade’, ‘cuidados’ e o ‘amor’ que prevalece sempre. Mas apenas isso não foi o suficiente para os cuidados frente ao vírus, pois alguém que com diagnosticado com Alzheimer precisa ter os cuidados redobrados por ser grupo de risco no contágio do vírus. Dona Terezinha não podia mais ficar sentada na porta de casa acompanhando as movimentações da sua rua ou interagindo com os vizinhos e amigos que ali estavam.
A nova rotina precisou ser muito restrita em ficar em casa, até mesmo por conta da locomoção da minha avó, que é cadeirante. As visitas eram apenas de poucos familiares, mas todos sempre acompanhando através das redes sociais. Uma forma criativa e segura para que minha avó pudesse acompanhar e interagir com os vizinhos, foi colocar uma faixa de restrição no portão, enquanto estivesse aberto para que as pessoas não entrassem em casa, mas que ela ainda pudesse acompanhar a movimentação da rua. Assim, os cuidados se dão para que ela não fique sem interação social a fim de não prejudicar seu estado emocional e psicológico
Fácil, este momento não está sendo. Manter a saúde mental em meio a tantas restrições, incertezas faz com que a gente repenso o que é realmente é primordial nas nossas vidas, e como devemos interagir, viver e nos resguardar diante de um momento delicado que o mundo está vivendo. Mas, o que nos move é continuar tratando da melhor forma a história e o legado que nossa amada Terezinha.
Mesmo com campanhas como o “Setembro Amarelo” que têm como alvo a prevenção, falar de suicídio ainda é um tabu. Entretanto, é necessário expor o tema para que as pessoas fiquem atentas a qualquer sinal que possa surgir em alguém próximo a fim de prevenir que o pior aconteça.
O suicídio está presente em todas as classes sociais e pode acometer qualquer pessoa. Esse ano ainda temos a pandemia da Covid-19. O problema em si não desencadeia ondas de suicídios, mas o isolamento social, o afastamento das pessoas que poderiam perceber algum risco, sim. Além disso, a presença de sofrimento e adoecimento psíquico prévios como a dependência química e quadros depressivos ou melancólicos, deixam essas pessoas mais vulneráveis com o distanciamento.
Pessoas em risco de atentar contra a vida podem exibir alguns sinais que, para a maioria das pessoas, podem parecer irrelevantes. Um especialista em saúde mental conseguiria ler os sinais e sintomas que apontam para um risco aumentado e que não se reduzem à tristeza ou depressão.
Pessoas próximas podem ser de grande ajuda num primeiro momento localizando a necessidade de socorro. Porém, o acolhimento, o carinho e o suporte leigos não são suficientes para a resolução de crises. É indicado que fiquem atentos aos sinais sutis e a encaminhem para um especialista que possa efetivamente ajudar aquele que sofre. Psicólogos e psicanalistas são profissionais de saúde mental preparados para o tratamento desses quadros.
É muito importante levar a sério o lamento, a expressão de dor de quem nos cerca. Aquela breve conversa pode ser o único e último pedido de ajuda. Caso você perceba algum indício de que há algo errado, ampare e direcione imediatamente para um profissional de saúde mental. Não duvide de pequenas queixas, pois a vida pode estar apenas por um fio.