Uma aventura para pequenos pacientes

Compartilhe este conteúdo:

Com uma história de conforto e esperança, Fabiana Coimbra acolhe, em novo livro, crianças que enfrentam desafios de saúde e passam por procedimentos cirúrgicos

Os primeiros anos de vida de Maria Júlia, filha da publicitária e escritora Fabiana Coimbra, foram marcados pelo diagnóstico de uma cardiopatia congênita, um longo período de internação e duas cirurgias. O desejo de tornar o processo menos confuso e doloroso levou a mãe a escrever uma história que acolhesse não apenas a menina, mas outras crianças e seus familiares. Assim surgiu o livro Maju: As aventuras de uma Coração Valente.

Na obra, a pequena personagem nasceu com um machucadinho no coração e logo cedo começou um tratamento especial para crescer forte e viajar até a Terra da Cura, onde o Dr. Giratene, o “consertador de corações”, pode ajudá-la. Nesse lugar encantado, a menina faz novos amigos e vive muitos desafios, auxiliada pelos “enferpinguins” e outros médicos, como a Dra. Claufox.

Repleta de magia e elementos fantásticos, como o escudo que protege as crianças de diferentes tipos de vírus e médicos com características de animais, a jornada de Maju traz um retrato otimista para o enfrentamento da cardiopatia e outras doenças da infância. A história mostra a possibilidade de uma vida saudável, cheia de brincadeiras, amizades e carinho da família. Além de ajudar a lidar com o processo cirúrgico, o livro também reforça a importância do uso de medicamentos e busca aumentar a autoestima em relação às cicatrizes.

Fonte: https://l1nq.com/eiazb

A leitura é indicada não só ao pequeno leitor, mas aos pais e profissionais de saúde que acompanham pacientes nesse perfil. As ilustrações reforçam o caráter lúdico e encorajador da obra, ao incluírem elementos e termos do ambiente hospitalar dentro do contexto mágico da Terra da Cura, permitindo ressignificar um período de angústia.

Fabiana Coimbra já havia falado sobre a experiência de ser mãe de uma criança cardiopata no livro Mulheres Marcadas, em que explora a solidão e os conflitos das genitoras com filhos em unidades de tratamento intensivo. Com Maju: As aventuras de uma Coração Valente, a escritora expande a discussão e dá voz às crianças que vivenciam doenças congênitas, na busca por transformar um momento de medo e tensão em uma prova de coragem e amor pela vida. “Sonhar faz parte do processo de cura. Viva, sonhe e fantasie sempre!”, comenta ela.

FICHA TÉCNICA

Título: Maju: As aventuras de uma Coração Valente
Autora: Fabiana Coimbra
Editora: Flor de Maju
ISBN: 9786598439606
Formato: 25,5 x 24,5 cm
Páginas: 44
Preço: R$ 59,90
Onde comprar: Amazon

Compartilhe este conteúdo:

“Extraordinário” – como o trabalho em equipe interprofissional transforma o contexto escolar

Compartilhe este conteúdo:

O filme retrata a história de Auggie Pullman, um garoto com Síndrome de Treacher Collins, que inicia sua vida escolar e enfrenta grandes desafios.

A história do personagem e a ligação com a vida real

O filme “Wonder” (em tradução para o português: Extraordinário) criado por Raquel Jaramilo e lançado em 2017, trata-se de um drama-norte americano, contexto em que retrata a história de um menino que está iniciando sua vida escolar. Auggie, o personagem principal, convive com a Síndrome de Treacher Collins. Em função da sua aparência incomum, vivencia várias situações de discriminação. Inicialmente, sua mãe dava aulas em casa para ele, mas, ao passar do tempo, isso se tornou inviável, sendo necessário que Auggie passasse a frequentar a escola.

Desde quando nasceu, Auggie se via como uma pessoa feia, pois sofreu com os olhares, julgamentos e piadas das pessoas a respeito da sua aparência em diversos contextos antes mesmo de adentrar à escola. Em algumas situações, ele usava com seu capacete de astronauta, com o intuito de esconder o seu rosto. Ao decorrer da sua vida, foi submetido a diversas cirurgias plásticas, com o intuito de melhorar a sua aparência e qualidade de vida.

Trazendo esse comportamento do Auggie, verbalizar que se considerada uma criança feia e utilizar o capacete para esconder o seu rosto, para o campo da Psicologia e, de acordo com a autora Judith Beck (2013), baseando-se na abordagem Terapia Cognitivo Comportamental, podemos definir essa ação como uma esquema desadaptativo, que é um padrão enraizado  de pensamentos, crenças e emoções negativas a respeito de si, dos outros e do mundo, no qual são desenvolvidos ao longo do tempo e influenciados por experiências vividas.

Segundo Aaron Back (1976 citado por Duarte et al. 2008), os esquemas desadaptativos contribuem de forma negativa na vida do sujeito, onde ele irá delinear a forma como aquele indivíduo interpreta o mundo. Isso pode impactar na baixa autoestima, na forma de se relacionar com as outras pessoas, no aumento e consistência de comportamentos disfuncionais e até mesmo na insistência do problema. No caso do Auggie, ficou evidente em como ele lidava com o fato de ser considerado uma criança feia, com a forma de lidar com os olhares e julgamentos dos outros e de si próprio e a estratégia de enfrentamento dessa situação .

Ao decorrer do filme, percebe-se a importância de alguns profissionais na trajetória do personagem. Desde o seu primeiro dia de vida, Auggie sempre teve um contato frequente com hospitais e profissionais da saúde, como médicos e enfermeiros, que tinham como objetivo melhorar a sua aparência. Além desses, seu professor e o orientador contribuíram para criar um ambiente escolar melhor e mais acolhedor e, também, desenvolvendo uma melhora no bem-estar emocional e social do Auggie.

A história retrata algumas situações de bullying que Auggie vivenciou no contexto escolar e, foi abordado como os profissionais da escola conduziram esses acontecimentos, no qual eles não foram condizentes com as práticas de bullying feitas por outros alunos. Ambos tiveram atitudes respeitáveis, com o intuito de fazer com que o garoto fosse respeitado pelos colegas da escola.

Ao retratar a história, podemos perceber que Auggie está inserido em um ambiente de invalidação, no qual a psicologia entende ser um ambiente/contexto que influencia significativamente a sua saúde e bem estar emocional. Na abordagem Terapia Cognitivo Comportamental, é possível identificar qual seria esse ambiente de invalidação (ambiente escolar, familiar e etc.) e, a partir disso, reconhecer quais são as formas que essas invalidações acontecem, que no caso do personagem do filme, acontece através das críticas.

                 fonte: imagem criada por Sarah Coelho utilizando elementos do Canva

 

O papel da equipe interprofissional

Pensando na trama do filme, é notável a falta da figura de um psicólogo escolar devido às situações vivenciadas por Auggie. A presença desse profissional seria fundamental para abordar temas dentro da escola como a diversidade, sendo possível diminuir os impactos das situações relacionadas ao bullying, a dificuldade na interação social, insegurança e as dificuldades de estabelecer relações interpessoais.

De acordo com a Cartilha de Psicologia e Serviço Social na Educação Básica, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), destaca-se algumas razões para ter a presença de profissionais da área da Psicologia e do Serviço Social no contexto escolar, com o intuito de proporcionar um ambiente inclusivo que garanta uma aprendizagem de qualidade para todos.

Os profissionais dessas áreas citadas, podem contribuir para a melhoria na qualidade de vida da comunidade escolar (professores, alunos, coordenadores e etc.), através de projetos e discussões que tenham como objetivo enfrentar situações de preconceitos e violência na escola. Podem também contribuir na garantia da efetivação de direitos e políticas públicas que são de importância significativa  às crianças que estão inseridas no contexto escolar.

Ainda sob a ótica da Cartilha de Psicologia e Serviço Social na Educação Básica, do CRP e correlacionando com filme “Extraordinário”, foi notável o despreparo do corpo discente para receber Auggie na escola e lidar com situações de bullying. A Cartilha traz esse tema como uma das ações que um(a) psicólogo(a) ou assistente social pode realizar dentro do contexto escolar, que seria a formação continuada de professores, orientadores, diretores e etc., com o intuito de abordar temáticas do cotidiano escolar e, a partir disso, criar um repertório de soluções de problema no ambiente educacional.

Através da ótica do filme e, de acordo com o autor Carlos de Azevedo (2021) percebemos a importância da equipe interprofissional como algo primordial para buscar a melhoria da saúde física e/ou mental do indivíduo, abordando de forma mais abrangente as necessidades daquela pessoa e oferecendo cuidados mais personalizados sem, contudo, excluir.  A equipe interprofissional pode também ajudar no resultado de um tratamento mais eficaz.

Apesar da sua importância na vida do indivíduo, a equipe interprofissional enfrenta desafios entre si, como: a falta de comunicação efetiva, dificuldade na compreensão da função de cada membro daquela equipe, “hierarquia” profissional e entre outros (Peduzzi et al. 2008). E, devemos também enfatizar a importância de um psicólogo na formação dessa equipe, a depender da situação, pois ele irá contribuir na saúde mental e emocional do indivíduo e, se for o caso, da família. Irá colaborar também no entendimento dos aspectos psicossociais ligados ao contexto daquela pessoa.

 

Referências

BECK, Judith S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2 Porto Alegre: Artmed, 2013.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (CFP). Cartilha de Psicologia e Serviço Social na Educação Básica: Lei  nº 13.935/2019. Brasília.

DE AZEVEDO, Carlos Rafael Lopes et al. Atuação de uma equipe interprofissional no Programa Saúde na Escola: Relato de experiência. Research, Society and Development, v. 10, n. 3, p. e52410313628-e52410313628, 2021.

DUARTE, Aline Loureiro Chaves; NUNES, Maria Lúcia Tiellet; KRISTENSEN, Christian Haag. Esquemas desadaptativos: revisão sistemática qualitativa. Revista brasileira de terapias cognitivas, 2008.

PEDUZZI, Marina et al. Trabalho em equipe: uma revisita ao conceito e a seus desdobramentos no trabalho interprofissional. Trabalho, Educação e Saúde, v. 18, p. eoo24678, 2020.

 

Compartilhe este conteúdo:

Temas e reflexões atemporais são percebidos na vida e obra de Machado de Assis

Compartilhe este conteúdo:

Joaquim Maria Machado de Assis foi um escritor renomado da literatura brasileira. Carioca, de família pobre e negro. Foi o fundador da Academia Brasileira de Letras e, consequentemente, o primeiro presidente dela. Nasceu em 21 de junho de 1839 e morreu em 1908, aos 69 anos de idade, vivendo a maior parte de sua vida no século XIX, momento em que criou memoráveis obras, poemas, peças teatrais e romances.

Suas obras fazem com que o leitor, atento às entrelinhas, reflitam sobre as temáticas atemporais retiradas do contexto vivido por ele, àquela época. Dessa forma, sua escrita, com pitadas de ironia, virou paradigma, chamado por muitos de “estilo machadiano” de escrever.

No clássico “Dom Casmurro”, surge questões relacionadas aos dilemas das relações humanas, como o ciúme, a traição, os conflitos. Em contraponto ao tempo transcorrido desde o lançamento da obra, mesmo diante dos avanços tecnológicos e científicos, os referidos temas se mostram ainda atuais.

Não obstante o contexto cultural marcado pelo preconceito, Machado de Assis, com seu talento, inteligência e elegância na escrita e nas produções, eternizou-se diante da literatura brasileira, apesar das dificuldades que as pessoas negras têm em ascender socialmente, mormente porque a construção social, ainda que subjetiva, tende a distorcer a realidade.

O escritor estudou em escola de ensino público e a sua infância foi vivida no Morro do Livramento, na cidade do Rio de Janeiro. Seu pai, o senhor Francisco José de Assis foi pintor e sua mãe, a senhora Maria Leopoldina Machado de Assis, lavadeira.

Machado, autodidata e amigo dos livros, começou a escrever com 14 anos de idade. Com a abolição da escravatura, no Brasil, ocorreu somente em 13 de maio de 1988, Machado viveu em um espaço de tempo marcado fortemente pelo preconceito racial, o que não o impediu de mudar a realidade de sua própria existência, através de seu acurado intelecto.

Atualmente, a sociedade ainda convive com tal forma de sofrimento. Contudo, o Brasil avançou com a implementação de políticas públicas destinadas a aplicar a igualdade substancial às pessoas negras, como, por exemplo, a “Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial”, instituída por meio do Decreto nº 4.886/2003, com o desiderato de extirpar o preconceito racial no Brasil, mediante a realização de ações exequíveis a longo, médio e curto prazos, com o reconhecimento das demandas mais imediatas e das áreas de atuação prioritária. Apesar disso, o combate ao preconceito é uma luta constante.

O preconceito racial é todo e qualquer julgamento que discrimina uma raça ou etnia, considerando-a menos capaz, considerando que os padrões são derivados da construção social.

A história e a realidade mostram que os negros ao longo de décadas sofreram, e ainda sofrem privações, tratamentos desumanos, torturas físicas e psicológicas. Como exemplo, é comum a mídia veicular campeonatos de futebol e nele registrar atitudes e comportamentos preconceituosos em relação ao jogador negro.

Ao retomar as obras machadianas, em especial, “Dom Casmurro”, publicado em 1899, é possível perceber uma escrita recheada de recursos linguísticos como metáforas, comparações, metonímias, ironias, objetividade, sem olvidar da crítica social subjacente.

Além de Machado brincar com as palavras, deixa lacunas a serem preenchidas pela imaginação e fantasia do leitor, o que enriquece tanto suas obras. Ele ressalta de forma realista as questões psicológicas, de personalidade, além dos defeitos e das qualidades inerentes ao ser humano, ao narrar as interpretações de seus personagens adolescentes: Bento Santiago e Capitu.

Obra é lida e relida por décadas. É escrita em primeira pessoa. O narrador desejou fechar um círculo da vida, quando aduziu: “o meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência”.

Narrou o romance de Bento, com 15 anos e Capitu, aos 14. Bentinho dá sinais de ser apaixonado pela Capitu e reconhece não saber lidar com os seus sentimentos e emoções. O narrador diz que “conhecia as regras do escrever sem suspeitar as do amar; tinha orgias de latim e era virgem de mulheres”.

Dizia, ainda, que “todo eu era olhos e coração”. Uma fala de alguém extremamente apaixonado, que desconhecia viver sem o ser amado. Alguém que agia com o coração. A “natureza em mim enlouqueceu. Sou todo coração”.

Fonte: https://www.pinterest.pt

As autoras Papalia e Feldman (2013) explicam que os adolescentes estão em processo de maturação cerebral e que estão em desenvolvimento físico, psicológico e social. Essas características citadas no parágrafo acima, cuja emoção se sobrepõe à razão, são comuns nessa fase da vida, ainda que se repitam, também, na vida adulta.

É importante ressaltar que a identidade do adolescente ainda está em processo de construção. A identidade, segundo Erikson (1972), forma-se quando os jovens resolvem três questões importantes: a escolha de uma ocupação, a adoção de valores sob os quais vivem e o desenvolvimento de uma identidade sexual satisfatória.

Durante a leitura percebe-se que o narrador discorre sobre o comportamento de Capitu “Uma noite perdeu-se em fitar o mar, com tal força e concentração, que me deu ciúmes”. Bentinho ardia de ciúmes de Capitu, sendo que apenas o fato de ela contemplar o mar, levantava suspeitas de que ela pensaria em outro homem.

Sobre o tema, não é demais comentar que o ciúme patológico pode trazer danos de ordem física, moral, psicológica e patrimonial, comuns nas relações que envolvem violência doméstica, tratada no Brasil por meio da 11.340/2006, intitulada “Lei Maria da Penha”. Em casos mais avançados, até mesmo o feminicídio, incrementado no Código Penal, mediante a Lei 13.104/2015, quando a razão da morte for a condição de sexo feminino.

A obra “Dom Casmurro” mostra o quanto o ciúme é capaz de ofuscar e distorcer a realidade, destruindo relacionamentos. Para Bentinho: “Cheguei a ter ciúmes de tudo e de todos. Um vizinho, um par de valsa, qualquer homem, moço ou maduro; qualquer homem me enchia de terror ou desconfiança”.

Dessa forma, como Capitu se sentia em um relacionamento envenenado de ciúme? O que fazer diante de alguém assim? É possível ser feliz com alguém adoecido? Como identificar alguém ciumento?

Há um poema de um autor desconhecido que diz que: “O tempo tem o seu próprio rumo e ritmo. É como um rio, que sempre flui. Carrega lembranças, sonhos e experiências. Não tem caminho de volta. O tempo segue. Sempre em frente. O tempo do tempo é o agora”.

Será que o narrador conseguiu atar as duas pontas da vida – restaurar na velhice a adolescência? Isso é possível? É possível Bentinho ajustar as regras do escrever às do amor, considerando que ele desconhecia as regras do amor?

Referências Bibliográficas: 

ABL, Academia Brasileira de Letras. Disponível em: https://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm%3Fsid%3D240/Discurso%20de%20Encerramento%20do%201%C2%BA%20Ano%20Acad%C3%AAmico%20%2807/12/1897%29. Acessado em 16 de ago.de 2023.

ASSIS, Machado de, 1839-1908. Dom Casmurro [recurso eletrônico] / Machado de Assis ; prefácio de Ana Maria Haddad Baptista. – 2. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2019. – (Série prazer de ler; n. 7 e-book)

ERIKSON, Erik H. Infância e sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.

Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/igualdade-etnico-racial/acoes-e-programas/politica-nacional-de-promocao-da-igualdade-racial. Acessado em 17 de ago. 2023.

 PAPALIA, D. E. e FELDMAN, R. D. (2013). Desenvolvimento Humano. Porto Alegre, Artmed, 12ª ed.

 

Compartilhe este conteúdo:

Livro traz temática social com o poder das palavras

Compartilhe este conteúdo:

Por meio da poesia, o livro “A negra cor das palavras” traz versos que destacam a temática social, procurando revelar, através da negritude, a potência da língua e da voz de uma raça que foi tão oprimida. Publicada pela editora Penalux, a obra da escritora Alexandra Vieira de Almeida busca fazer uma leitura sobre os símbolos que permeiam as cores negra e branca, revelando que uma complementa a outra, nas suas simbioses e, ao mesmo tempo, diferenças. 

Segundo a autora, o livro traz uma reflexão sobre a negritude de um povo, discutindo questões de uma classe marginalizada e de vida sofrida. Os versos procuram também falar sobre como brancos e negros se completam, numa analogia feita pela própria autora. A escritora ainda brinca utilizando a tinta preta e o papel branco para contextualizar as diferenças e semelhanças de cada um. 

Fonte: Arquivo Pessoal

Para o professor emérito da UFRJ e membro da Academia Brasileira de Letras Antonio Carlos Secchin, que assina a quarta capa, a escritora evita o “panfletarismo”. Para Secchin, se o discurso soa vincado pela demanda social, é num outro plano, de intensa subjetividade, que melhor se realiza. “Por meio de imagens fortes, no manejo exclusivo do verso livre, o negror atravessa toda a obra, presente em 10 títulos de poemas e numerosas incidências ao longo dos versos”. 

Segundo o poeta, arquiteto e historiador da arte Nuno Rau, responsável pelo posfácio, a obra apresenta a cor negra também como símbolo da melancolia, estando presente através da bile negra, citada em um dos versos. Para ele, a autora constrói o livro a partir de uma paisagem de significados, extraindo da noite a força motriz para sua poesia, “que emana de sólidos negros sob uma luz que nos encena uma luminosa dor da escrita”.

Sobre a autora

Nascida e criada no Rio de Janeiro, Alexandra Vieira de Almeida é professora, poeta, contista, cronista, resenhista e ensaísta, além de ser Doutora em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Publicou seis livros de poesia adulta, sendo o primeiro “40 poemas” e o mais recente “A negra cor das palavras”. Também tem um livro ensaístico, “Literatura, mito e identidade nacional” (2008), e um infantil, para crianças de 6 a 10 anos, “Xandrinha em: o jardim aberto” (Penalux, 2017).

Fonte: Arquivo Pessoal

Ficha técnica:

Livro: A negra cor das palavras

Poesia

Editora: Penalux

Tamanho: 14×21 cm

Páginas: 102

Preço: R$ 38,00

Link para comprar

Site pessoal

Compartilhe este conteúdo:

Em um futuro distante, a guerra e o amor perduram

Compartilhe este conteúdo:

Em “Traição”, segundo livro da série Krios, da doutora em Letras Clássicas Márcia Silva, Dora enfrenta uma aventura para resgatar sua mãe e manter a paz no Universo, acompanhada do seu amado extraterrestre Marvil

Dora Dias é apenas uma garota terráquea que sofre por um amor impossível, mas cabe a ela uma grande responsabilidade: a manutenção da paz interplanetária. A aventura está na obra Traição, segundo livro da trilogia Krios, publicada pela Editora Autografia para o público jovem adulto. A autoria é da doutora em Letras Clássicas e professora Márcia Silva. No futuro distante em que se passa a trama, a Terra já não é mais a mesma, o Universo está conectado e a comunicação é a chave para a existência pacífica entre humanos e extraterrestres, mas algo ameaça esse equilíbrio.

No primeiro tomo da série, lançado em 2018 sob o título Interferência, o leitor foi apresentado à personagem principal, Dora, e a sua mãe, Dra. Helen Dias – a cientista responsável por um importante aparelho chamado de “Comunicador”. Também conheceu seu amado extraterrestre Marvil e o pequeno planeta Krios.

Agora, em Traição, Dora e Marvil tem que lidar com as diferenças culturais e biológicas interplanetárias que a impedem de ficar com Marvil.

“Os marvilenses [moradores de Krios] são fisicamente iguais aos terráqueos, exceto pela cor dos olhos de alguns, que podem ser de um mel intenso, como o de Marvil, e até lilases, e pela orelha mais fina. Biologicamente, contudo, nos constituíamos em espécies diferentes, o que tornava impossível a concretização do nosso amor. (…) Aceitamos o que o destino nos preparava. Não adiantava lutar contra ele.” (Traição, pág. 11)

Por meio dos olhos de Dora, personagem narradora, o leitor reflete sobre a ambição do homem pelo domínio e seu egocentrismo. Tudo isso com uma linguagem leve e fluida, com certo humor e uma série de referências à literatura, à filosofia, à cultura clássica e à mitologia grega. Em Traição, Márcia Silva, que leciona Língua e Literatura Latina e Cultura Clássica há 20 anos, também recorre a fontes etnográficas romanas, proporcionando ao texto uma leitura enriquecedora no quesito histórico e antropológico.

“Estariam os deuses me dando uma escolha? Mostrando-me que havia outros caminhos? Ou apenas queriam me confundir? Brincar comigo? Fazer com que sofresse ainda mais? Afastar-me de Marvil? Eu seria uma heroína trágica grega? Lembrei-me dos destinos catastróficos de Fedra, apaixonada pelo enteado; (…) de Helena que provocou a guerra de Troia ao seguir sua paixão por Páris.” (Traição, pág. 32)

A série Krios traz à tona, ainda, assuntos extremamente importantes na época atual, como desigualdade, discriminação, preconceito e preservação da natureza, projetados em um futuro em que, aparentemente, essas questões haviam sido superadas e que a humanidade desfruta de tudo o que precisa. Tudo isso em meio a uma história recheada de aventura, ficção científica e amor. Para a felicidade dos leitores, o terceiro livro da trilogia, Transformação, já está sendo escrito pela autora.

 


Sobre o livro I – Interferência: Em um futuro distante, a Terra muda radicalmente após um longo período de guerras. A unificação proporciona o desenvolvimento de tecnologia suficiente para descobrir vida em outros planetas e viajar até eles, mas o convívio pacífico ente humanos e extraterrestres depende da comunicação. Qualquer interferência é perigosa. Uma série de eventos pode ameaçar a paz. Sua manutenção, agora, depende de uma jovem terráquea que mora em um pequeno planeta. Ela será capaz de desvendar todas as pistas para solucionar os problemas? Poderá confiar em alguém para ajudá-la? Conseguirá aliados entre os terráqueos ou sua vida e seu futuro dependerão de um extraterrestre? Não há tempo para pensar nas respostas. É preciso correr atrás delas.

Sobre o livro II – TraiçãoA vida de Dora não podia estar mais complicada. Pelo menos era o que ela achava. Depois de chegar a Krios, descobriu uma conspiração, teve sua vida ameaçada, sua mãe sequestrada e passou a viver um complicado e impossível caso de amor com Marvil. Tudo o que ela queria, agora, era um resgate bem-sucedido, mas uma descoberta sobre seu passado complica ainda mais as coisas e faz com que ela repense tudo em que acredita. Os novos acontecimentos têm o poder de mudar seu futuro e podem, até mesmo, provocar uma guerra intergaláctica.

Sobre a autora: Márcia Silva é graduada em Letras com doutorado em Letras Clássicas. Leciona Língua e Literatura Latina e Cultura Clássica há vinte anos na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Depois de se dedicar ao ensino, à pesquisa, à extensão e à administração, decidiu realizar o desejo de escrever romances. Como amante da Literatura de todas as épocas e para todas as idades, iniciou sua produção literária com o romance de ficção científica Interferência (2018), primeiro livro da série Krios, uma trilogia para jovens leitores, cuja continuação, Traição, foi lançada em 2019. No momento, compartilha sua dedicação à docência de Língua Latina e Cultura Clássica com a tarefa de escrever o último livro da série Krios.

 

FICHA TÉCNICA DO LIVRO I

Título: Interferência
Autora: Márcia Silva
Editora: Autografia
ISBN-10: 8551814362
ISBN-13: 978-8551814369
Páginas: 272

 

FICHA TÉCNICA DO LIVRO II

Título: Traição
Autora: Márcia Silva
Editora: Autografia
ISBN-10: 8551820028
ISBN-13: 978-8551820025
Páginas: 354

Compartilhe este conteúdo:

Romance mostra as consequências de uma desilusão amorosa

Compartilhe este conteúdo:

Um romance envolvente com personagens cativantes que enfrentam desilusões amorosas, conflitos religiosos e preconceitos sociais. Essas são as palavras que definem o mais novo livro da escritora Celina Moraes, intitulado “Jamais subestime os peões – eles valem uma rainha”. Disponível em e-book no Amazon, a obra aborda temas tão conflitantes e ao mesmo tempo tão comuns a todos nós.

O romance conta a história da personagem Raquel, uma garota do campo, de rara beleza e desiludida com o amor. O rompimento com o ex-namorado levou não só à desilusão como também à prisão injusta de seu pai. Na delegacia, fica revoltada ao ver o policial fichar o pai e promete que um dia rasgará o documento em praça pública. “A partir daí, novos conflitos se somam à história de Raquel, como problemas religiosos no lar, vício da melhor amiga e humilhações vindas de rapazes ricos”.

Quando a dor da decepção atinge seu auge, Raquel decide abandonar o campo e recomeçar uma nova vida em São Paulo. Desembarca na capital paulista trazendo na mala o coração fechado e a raiva de burgueses.

– Do outro lado do tabuleiro, está o personagem Aron, um cobiçado herdeiro milionário que mora em São Paulo e arisco a compromissos amorosos. As peças estão postas no tabuleiro. Peões podem ser promovidos à rainha, mas a peça fundamental do jogo é movida por um sentimento certeiro de ‘Xeque-mate’ – revela a autora.

Fonte: Arquivo Pessoal

Essência e inspiração

Para Celina Moraes, o romance busca abordar a verdadeira essência do amor, como, por exemplo, a união sem preconceitos, sem diferenças raciais, sociais, sexuais e comportamentais. “No livro, a autora mostra que as dificuldades enfrentadas por seus personagens acabaram sendo forças propulsoras de mudanças radicais em suas vidas”. 

Celina diz que as fontes de inspiração para o livro foram o jogo de xadrez, o cavalgar e a flor de Lótus. “Sempre admirei quem sabe jogar xadrez e andar a cavalo com maestria. Além disso, a simbologia da flor de lótus para a vida me fascina, já que é uma planta que tem as raízes fincadas no lodo, supera essa sujeira e floresce limpa e bela acima da superfície, ou seja, é preciso encontrar nossa flor de lótus no meio das dificuldades que deparamos na vida”.

Fonte: Arquivo Pessoal

Disponível apenas em e-book no Amazon:

“Jamais subestime os peões, eles valem uma rainha”

Autora: Celina Moraes

Editora: Emporium Editora, de Portugal

Páginas: 359

Link para comprar 

Valor: R$ 17,71

Kindle Unlimited: Gratuito

Compartilhe este conteúdo:

Livro aborda o racismo pelo viés da psicologia

Compartilhe este conteúdo:

Abordar e refletir sobre o racismo no Brasil através de uma perspectiva psicológica. Essa é a proposta do livro “A psicologia e a essência da negritude”, de autoria das psicólogas Livia Marques e Ellen Moraes.

A obra trata de temas delicados da população negra, que são pouco discutidos e, infelizmente, normalizados pela sociedade. Com o objetivo de promover um diálogo e instigar o leitor à reflexão. A ideia é também tornar o assunto mais próximo da sociedade, mostrando que há profissionais interessados, engajados e preparados para ouvir, principalmente, aqueles que sofrem com isso. 

Para as autoras, a obra traz para o leitor uma abordagem psicológica de forma “descolonizada” sobre o racismo no país. “Falamos da infância, da adolescência e do ‘tornar-se negro’ sem rodeios e apontamentos. Queremos abrir um canal de comunicação para sociedade antirracista e mais disposta para dialogar”, comenta Livia.

Para as autoras, as produções de conteúdo estão surgindo. Mas ainda são muito pouco divulgadas. Por isso, a obra surge para lidar com essa problemática que é tão pouco discutida e que merece um olhar atento e sensível. “Esperamos poder ajudar e incentivar cada vez mais pessoas a se comunicarem, além de servir de inspiração para as próximas gerações”, diz Ellen. 

Fonte: Divulgação

Informações:

Livro: A psicologia e a essência da negritude

Coautoria: psicólogas Livia Marques e Ellen Moraes.

 

Adquira pelo site 

Ou pelo Instagram das autoras:

Livia Marques

Ellen Moraes

 

Páginas: 110

Preço: R$ 39,90

Editora: Conquista Editora

Compartilhe este conteúdo:

Livro brinca com o imaginário e o inconsciente do leitor

Compartilhe este conteúdo:

Transportar o leitor a um estágio de êxtase poético a partir de imagens enigmáticas, inusitadas e inebriantes. Essa é a proposta do livro “40 Poemas”, da poeta Alexandra Vieira de Almeida, relançado pela editora Penalux. A obra traz textos mais herméticos e oníricos, que trafegam pelo imaginário e o inconsciente.

Por considerar a leitura como uma experiência arrebatadora que leva as pessoas aos mistérios do ser e do mundo, Alexandra faz questão de enfatizar essas características em sua obra com um conteúdo poético muito rico e extenso que brinca o tempo todo com a imaginação do público. “Meus poemas são caudalosos, transbordantes, como um rio que corre de forma vertiginosa. Quero embriagar o leitor com doses de vinhos num estado de sonho e fabulação”.

Segundo a autora, o trabalho recebeu grande influência de importantes épocas da literatura, como o Simbolismo e o Surrealismo. “As maiores inspirações vieram dos poetas Rimbaud e Murilo Mendes”.

Fonte: Divulgação

Ela comenta ainda que a poesia favorita é o “O pescador e o mar”, que consta na quarta-capa do livro. “É um dos poemas que minha mãe mais gosta. Mostra toda a relação do pescador com aquilo que o rodeia em sua atividade na água”.

Para o Doutor em Literatura Comparada pela UERJ Marcelo dos Santos, os poemas da obra de Alexandra são “ruídos de uma experiência que transita entre o sonho e o rito”. Segundo Santos, os textos levam o público para uma espécie de experiência que une sonhos e devaneios, ritualizando os versos como imagens malabaristas que introduzem os momentos de beleza como no estágio originário do mito.

Fonte: Divulgação

Sobre a autora

Nascida e criada no Rio de Janeiro, Alexandra Vieira de Almeida é professora, poeta, contista, cronista, resenhista e ensaísta, além de ser Doutora em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Já publicou cinco livros de poesia adulta, sendo o primeiro “40 poemas” e o mais recente “A serenidade do zero”. Também tem um livro ensaístico, “Literatura, mito e identidade nacional” (2008), e um infantil, para crianças de 6 a 10 anos, “Xandrinha em: o jardim aberto” (Penalux, 2017).

 

Ficha técnica:

Título: Livro “40 Poemas”

Editora: Penalux

Tamanho: 18 cm

Páginas: 78

Preço: 36,00

Link para comprar. 

Site pessoal.

Compartilhe este conteúdo:

Jovem autora best-seller supera bullying com a literatura

Compartilhe este conteúdo:

A best-seller de apenas 19 anos Ana Beatriz Brandão conta que sofreu bullying durante a infância e explica como a literatura e a escrita foram essenciais para ajudá-la.

Por mais que, atualmente, o bullying seja discutido em todos os lugares, como nas telenovelas, rádios, jornais e internet, é fato que, no Brasil, esse fenômeno começou a ser pautado há pouco tempo.

A jovem autora Ana Beatriz Brandão, com cinco livros publicados, entre eles, dois que virarão filme, fala que o bullying fez parte de sua infância. Ana relata que um dos seus refúgios para fugir das investidas abusivas dos colegas da escola foi a literatura e a escrita. Em suas obras, ela sempre faz questão de denunciar em algum momento esse tipo de agressão.

A polêmica da prática muitas vezes gira em torno dos limites entre brincadeira e abuso. Quando uma piada passa a ser bullying? Por que o colega se importou tanto com o que o outro disse, sendo que não foi “nada demais”? Essas questões são recorrentes nos pensamentos populares, mas o que muitas pessoas ainda não conseguem é ter a capacidade de se colocar no lugar do outro e entender que a mesma palavra pode atingir outras pessoas em níveis diferentes.

Cada um tem uma história de vida e atribui um peso ao que ouve. Isso permeia o conceito de empatia, outro ponto muito debatido, principalmente, por estar em variadas lutas sociais. Por isso, problemas tão antigos, como o bullying continuam existindo e todos precisam dar as mãos para combatê-lo.

Fonte: Arquivo Pessoal

Sobre a autora: Com cinco anos já era uma ávida leitora, aos treze iniciava uma jornada cercada de magia junto aos seus personagens e atualmente, com dezoito anos, já publicou cinco livros e embarca na forte emoção de acompanhar o filme baseado em seus dois best-sellers, O Garoto do Cachecol Vermelho e A Garota das Sapatilhas Brancas. Targaryen, potterhead, narniana, semideusa e tributo, Ana Beatriz Brandão vive intensas aventuras todos os dias e celebra suas publicações, desde a mais recente obra Sob a Luz da Escuridão, até aquela que pela primeira vez cativou o público, Sombra de um Anjo. Não esquece as emoções vivenciadas em Caçadores de Almas que também tem um valor inestimável à jovem escritora. Seu maior sonho é poder continuar contando suas histórias para todos aqueles que, assim como ela, acreditam que os livros são a melhor forma de tocar o coração das pessoas e mudar suas vidas.

Compartilhe este conteúdo: