O que a série Caverna do Dragão nos revela

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Caverna do Dragão (Dungeons & Dragons) foi uma série de animação produzida pela Marvel ProductionsTSR e Toei Animation, que tinha como inspiração o jogo de RPG de mesa. Foi exibido nos Estados Unidos entre 1983 e 1985, possuindo 27 episódios, divididos em três temporadas. Sendo somente em 1986 exibido no Brasil, inicialmente nas manhãs de sábado.

Como não se recordar, da grande aventura vivenciada por um grupo de amigos que ficaram presos em um mundo medieval de fantasia, passando a enfrentar diversas aventuras em forma de batalhas, que seriam teoricamente partes de um percurso que deveria ser atravessado para então retornarem ao seu mundo de origem, suas casas.

De imediato conseguimos acessar uma memória afetiva quando nos lembramos das manhãs em que essa série era exibida, no formato de animação em desenho. Sem dúvida, prendia nossa atenção para mais uma aventura desse grupo de amigos que, por muitas vezes chegava tão perto de retornar às suas casas e, por alguma situação permaneciam presos naquele mundo de fantasia. Conseguia deixar em alguns momentos um traço de frustração nos seus telespectadores, ao mesmo tempo que causava motivação para se continuar a assistir o próximo episódio, um misto de sensações que acompanhava as manhãs, tanto do público infantil como também de jovens e adultos.

Fonte: encurtador.com.br/pGKPT

A série trouxe para o seu público a oportunidade de refletir sobre o inesperado, o mistério que envolvia os personagens e os seus comportamentos, o lúdico que se manifestava no formato de super poderes e a busca pelo retorno ao lar. Algo que podemos trazer para o nosso cotidiano, quando de fato as telas nos fazem ampliar o olhar que chega através de uma simples animação.

Com certeza, a frustração do telespectador ao ver que o grupo sempre chegava tão próximo e algo os afastava do seu destino, nos faz compreender o quanto lidar com o inesperado é algo que está predisposto naturalmente em nossas vidas, mas ainda assim pode se constituir em algo desafiador. O mistério em torno dos seus personagens, que necessitava ser decodificado para a compreensão, e ainda como cada um se comportava frente aos obstáculos, com certeza pode ser comumente observado no campo das relações. E ainda os super poderes, que podem ser vistos, como talentos ou habilidades presentes em várias pessoas, como também a busca por estar em lugares ou situações que ofereçam proteção e conforto, podem ser aspectos que a série trouxe para que o seu público se sentisse atraído pelo enredo e ao mesmo tempo contemplado nas diversas situações em que por vezes, o mesmo se aproximava tanto da realidade dos fãs que acompanhavam o desenho.

Então não era uma simples série de animação, mas sim momentos que envolvia entretenimento e reflexões. Sua audiência e as repercussões, indicavam a grandiosidade do impacto causado quando a mesma deixou de ser exibida, ocasionando em vários comentários vindos do público em geral, que clamavam para que fosse dado um final a série acompanhada com apreço por tantos anos, pelos seus fãs. A sensação descrita por muitas pessoas foi de que algo faltava para um encaixe de toda uma trajetória vivida pelos personagens, mas principalmente por todos os momentos em que seu público se voltava para as várias possibilidades de imersão que provocava cada capítulo exibido.

Fonte: encurtador.com.br/arIJ3

Foi assim, que no ano passado, após 35 anos do final de sua conclusão, curiosamente o um grupo de pessoas fieis à série, que atravessa a infância de muitos adultos na atualidade, se reuniram para promover o final que já estava escrito pelo seu autor Michael Reaves, mas que não pôde ser exibido na época, por questões financeiras. Sem dúvida um grande presente a todos que acompanhavam esse desenho e que também sentiam a falta de um final que fosse a culminância dessa caminhada desses personagens que promoveram tantas reflexões e ensinamentos.

Nomeado como “Requiem” ou “capítulo perdido”, o final tão esperado, seria a grande oportunidade de oferecer aos fãs da série um desfecho para uma aventura tão envolvente, e ainda assim promover as últimas valiosas reflexões que o desenho se propunha desde o início. A versão escrita pelo o autor foi reproduzida pelo grupo de fãs, o mais próximo possível, respeitando a ideia do roteiro original elaborado.

No último capítulo, permanece a constante luta entre o bem e o mal presente na série e ainda, a importância de um olhar para as habilidades, que estão por trás de cada super poder de seus personagens, do quanto as relações de amizade podem trazer fortalecimento para se buscar algo desejado, e por fim, da necessidade de se ouvir além das palavras, mas também por diversas outras ações que demonstrem uma realidade.

Para alcançarem o objetivo de voltar para o seu mundo, o grupo de amigos no último capítulo precisaram de unir, sendo os laços de amizade decisivos na decisão de fazer o que deveria ser feito, a representação do mundo da fantasia como uma clausura em que todos estavam envolvidos e só poderiam se libertar, por meio da união, no oferece uma bagagem de reflexões sobre, como os super poderes são mais fortes quando agem em conjunto, e por fim, como as aparências podem nos enganar, quando julgamos e não aprofundamos, de forma a nos distanciar daquilo que reflete como o real, algo que merece ser visto com atenção, para assim ser integrado e até mesmo modificado em nós mesmos.

FICHA TÉCNICA

Formato: Série de desenho animado
Gênero: fantasia/aventura
Criador: Kevin Paul Coates, Mark Evanier, Dennis Marks
País de Origem: Estados Unidos
Temporadas: 3
Episódios: 27
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As origens da família moderna e a Geração Canguru

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O capítulo “As Origens da Família Moderna”, do livro de Jonas Melman, “Família e Doença Mental – repensando a relação entre profissionais de saúde e familiares”, discorre sobre o processo histórico que resultou na constituição da família moderna da forma como se configura nos dias atuais. A obra aborda a temática das transformações sociais ocorridas desde o final da Idade Média até a atualidade e aponta como esses acontecimentos sociais influenciaram e condicionaram as mudanças ocorridas na estrutura da organização familiar ao longo dos séculos.

Busca compreender como as mudanças na estrutura da sociedade influenciam na estrutura e dinâmica do grupo familiar, detendo-se em aspectos como criação dos filhos, afetividade, ambiente familiar, separação entre vida profissional, vida privada e vida social, educação escolar, dentre outros.

De acordo com o autor, a estrutura familiar, centrada na afeição e na intensificação das relações entre pais e filhos é uma invenção recente na história do homem ocidental (MELMAN, 2001, p. 39). Ele toma como exemplo a sociedade medieval, que não dispunha de condições propícias para construir essa noção de privacidade e intimidade que temos hoje, por conta da forma como os indivíduos se relacionavam com o espaço familiar.

Além de conviverem pessoas alheias ao núcleo familiar, como servidores e criados, a família se agrupava em grandes casas onde se reuniam amigos, religiosos, clientes e visitantes. E essa condição não dependia de classe econômica. Enquanto nos grandes casarões conviviam dezenas de pessoas, nas casas das pessoas mais pobres, pequenas e menos habitadas, a situação era a mesma, não havia espaço para o isolamento em ambientes privados.

Outro aspecto importante diz respeito à educação da criança. A transmissão de saberes e valores não era responsabilidade da família. Geralmente ao completar sete anos de idade, esta ia residir com outra família que ficava responsável pela sua socialização, onde tinham obrigações, realizavam trabalhos domésticos e eram tratados como aprendizes.

Dessa forma, desde muito cedo a criança se tornava independente da própria família, embora muitas vezes a ela retornasse. Nessas condições, não se alimentava um sentimento profundo entre pais e filhos, ao contrário, a família representava mais uma responsabilidade moral e social, destinada à transmissão dos bens e do nome.

Fonte: encurtador.com.br/vOVW7

O estudo mostra como se deu essa passagem da família medieval para a família moderna, construindo-se um novo modelo de família em que a escola passa a ser o principal meio de iniciação social da criança, desde a infância até a fase adulta. Gradativamente, com o aumento do número de instituições de ensino, a partir do século 18, a escola vai se estendendo aos diversos setores da sociedade. Ao mesmo tempo, impõe sua autoridade moral e passa a adotar um sistema disciplinar cada vez mais rigoroso.

Esse movimento vem acompanhado de modificações também no ambiente familiar, que vai perdendo seu aspecto de espaço aberto à visitação pública e passa ter uma fisionomia de espaço privado, reservado à segurança, intimidade e privacidade dos seus membros. A partir do final do século 19, a configuração da família vai se modificando, sendo raras as famílias mais abastadas que viviam como as famílias medievais, afastando as crianças da casa dos pais como processo de formação.

Após estudarmos um pouco mais sobre a história das origens da família, nos questionamos a forma como vivem hoje as famílias modernas, em que há um excesso de proteção por parte dos pais e até que ponto essa forma de educação contribui para a ampliação de experiências, para o alcance da autonomia da criança/jovem e sua preparação para a vida.

Temos observado com frequência, famílias em que os filhos entre 25 e 34 anos têm adiado a saída da casa dos pais, uma tendência em ascensão no Brasil. Atualmente, apenas um de cada cinco jovens nessa faixa etária já conquistou sua independência e autonomia. Há pouco mais de 10 anos, a proporção era maior, quando um de cada quatro jovens entre 25 e 34 anos eram independentes. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda destaca que a maioria dos jovens da Geração Canguru é composta por homens (60,2%).

Fonte: encurtador.com.br/vCEJO

Ou seja, o que era um processo natural há alguns anos – buscar a independência pessoal, seguir o próprio caminho – vem mudando gradualmente e dando origem a uma nova perspectiva. A lógica de caminhar com as próprias pernas tem ficado para trás, e vem dando espaço à chamada “Geração Canguru”.

Muitos fatores podem estar por trás do crescimento desse fenômeno no Brasil, que já foi registrado em outros países. O primeiro é financeiro. O aumento do custo de vida, principalmente nas grandes cidades, faz com que os jovens acabem morando por mais tempo na casa dos pais.

O segundo motivo que pode incentivar o crescimento da Geração Canguru é o receio de colocar em risco questões emocionais importantes, como a autoestima e a autoconfiança. Ou seja, possivelmente pela falta de oportunidades propiciadas ao longo da vida, o jovem/adulto não se sente preparado para enfrentar uma vida independente sem a proteção dos pais.

Daí a importância de questionar até onde é válida a educação nos moldes da família contemporânea, pois alimentar essa relação de dependência pode prejudicar não somente o amadurecimento dos jovens, mas ser prejudicial para toda família.

Referência

MELMAN,  J.  As origens da família moderna. In: Família e Doença Mental, repensando a relação entre profissionais de saúde e familiares. São Paulo: Escrituras Editora, 2001. p. 39-54.

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Um certo cavalheirismo

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A palavra “cavalheiro” carrega o risco de fazer o leitor pensar apenas em homens. Aqui cabe um reconhecimento de minha ignorância. Na falta de uma palavra adequada que pudesse ser aplicada, simultaneamente, a todas as pessoas, optei por cavalheirismo. Mas minha intenção é que, no contexto em que eu a aplico, a palavra sirva para todos e todas.

O “cavalheiro” é uma figura recorrente e idealizada nas narrativas medievais. Ganha seu contorno mais poético no personagem Dom Quixote, do brilhante Miguel de Cervantes. É alguém nutrido por altos ideais, capaz de enxergar uma beleza singular em tudo e em todos, mesmo quando a realidade é feia e cruel. Mas não é santo, no sentido moderno. É até fanfarrão. Aproveita a vida, aprecia a noite, flerta com amores improváveis. No entanto, é incapaz de diminuir alguém, de lesar alguém em favor de si próprio. Ao contrário, sempre defende, generosamente, as pessoas mais fracas, mais vulneráveis e desprotegidas.

Incapaz de uma palavra odiosa, nem por isso o “cavalheiro” deixa de defender suas convicções. É capaz de enfrentar qualquer adversário, sem desumanizá-lo. E se calhar, passada a contenda, pode até chamar o adversário para dividirem a mesa, num brinde à vida, que é maior e mais bela do que qualquer adversidade.

Nossos tempos carecem de um certo cavalheirismo.

O “cavalheiro” seria incapaz de desviar recursos públicos, pois isso é puro egoísmo. Mas também, não ficaria indiferente, nem calado diante dessa afronta. Tampouco o “cavalheiro” seria capaz de agredir alguém, simplesmente por sua orientação sexual, sua condição cultural ou econômica. Para as pessoas que fazem isso, é certo que o “cavalheiro” saberia o que dizer. Respeitoso, o “cavalheiro” reconheceria a importância de todas as religiões, pois sabe que não há donos da verdade nesse mundo. É possível também que o “cavalheiro” não andaria com seu automóvel, obrigando os outros a ouvirem sua música preferida, tampouco estacionaria na vaga das pessoas com deficiência. Nunca um “cavalheiro” conversaria com outra pessoa, ao mesmo tempo em que digitasse uma mensagem no smartphone. E tantas outras pequenas coisas, esse Dom Quixote de hoje iria fazer.

Esse cavalheirismo é urgente e, talvez, distante. E nada mais próprio para um “cavalheiro” do que alimentar seus sonhos desejando, para todas as pessoas, um mundo melhor.

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O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei

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E aqui no terceiro filme chegamos ao desfecho da história.

Vimos em As Duas Torres que um reino havia sido ignorado, o reino de Mordor, cujo rei é Sauron o Senhor do escuro.

Sobre Sauron é importante acrescentarmos uma nova interpretação para enriquecer nossa compreensão sobre o filme.

Nos contos de fadas europeus a figura do Mago representa o aspecto do sombrio da imagem de Deus que não foi reconhecido pela consciência coletiva (Von Franz, 1985).

Infelizmente a sociedade ocidental tem uma imagem do divino extremamente equivocada. Temos Deus como summum bonum (ele é só o Bem), o que exclui, a priori, o Maligno (Jung, 1979). E isso reflete diretamente em nossa própria percepção acerca de nós mesmos. Vemos-nos como seres melhores do que realmente somos. Nossas sombras são projetadas no outro, assim como o lado sombrio da divindade cristã foi projetada no diabo.

Além disso, no filme As Duas Torres tivemos uma modificação significativa em Gandalf. Ele passou de mago cinzento a mago branco. Esse embranquecer simboliza a estado da alquimia denominado albedo. O albedo é uma purificação, um renascimento. Ou seja, além de representar o aspecto benéfico da divindade, o Mago Gandalf agora representa uma nova ordem renascida na consciência coletiva.

E a ação continua.

Frodo, Sam seguem rumo a Mordor para a destruição do anel, sendo guiados por Gollum.

O herói Frodo antes que consiga destruir o anel de poder terá que enfrentar seu aspecto sombrio, representado pelo Hobbit Sméagol que se transformou em Gollum e nessa luta com sua sombra, ele perde um dedo.

Isso significa um enorme sacrifício. Aqui o herói teve de aceitar o sofrimento concreto e pagou com sua própria carne pelo desenvolvimento de sua personalidade e da psique coletiva. Frodo sacrifica as projeções do ego e o desejo de poder e de segregação que qualifica uma consciência centrada no ego.

Gandalf, Aragorn, Legolas e Gimli acompanhados do rei de Rohan e sua comitiva, chegam em Isengard onde se encontram com Merry e Pippin.

Após isso o grupo de divide: Gandalf parte com o hobbit Pippin para Minas Tirith, onde não consegue convencer o regente Denethor a acender os faróis e pedir socorro aos aliados.

Denethor é o regente de Gondor, reino esse que deve ser assumido por Aragorn, o regente legitimo. Mas Denethor está gravemente doente. Ele está completamente insano a ponto de querer queimar a si próprio e o filho Faramir vivos.

Nos contos de fadas geralmente o rei se encontra doente ou velo demais e deve ser substituído. Aragorn agora deve aceitar quem ele realmente é, o rei que trará a renovação à consciência coletiva. O rei que unificará os povos e fará com que todos lutem sob sua bandeira e que trará de volta o elemento faltante e desprezado: o feminino.

Se no filme anterior ele viveu um impasse entre duas mulheres, aqui ele se decide pelo seu verdadeiro amor, a elfa Arween.

Ele se decide por ela quando recebe a visita de Elrond, o pai de Arween, que lhe entrega a espada de Isildur reforjada e lhe diz que sua filha retornou a Valfenda, após uma visão onde ela vislumbra seu filho com Aragon, mas que ela está morrendo, pois seu destino agora se encontra ligado ao do Anel.

Ao aceitar a espada, Aragorn aceita seu destino de rei.

A criança que Arween vê simboliza representa as promessas de renovação, uma vez que a consciência coletiva está doente.

O fato de Arween estar morrendo representa justamente a desvalorização do feminino vista no texto anterior. Se o Anel e Sauron não forem destruídos ela e a própria natureza irão sucumbir, uma vez que Sauron destrói as florestas sem piedade.

O princípio do Eros, da fertilidade e da sensualidade desaparecerão da consciência coletiva. E é nesse instante que Aragorn assume o compromisso de defender o reino para auxiliar a sua amada a não sucumbir. Aragorn, Legolas e Gimli partem para as minas Tirith. E Aragorn deve convencer o exército de mortos a lutar por ele. Os três então partem para a Senda dos Mortos.

Aragorn entra em uma caverna para se encontrar com os mortos, remetendo a uma descida ao Hades. Isso psicologicamente significa que ele deve se acertar e honrar os espíritos ancestrais. Os orientais são hábeis conhecedores dessa arte de reverenciar os ancestrais. Infelizmente nós ocidentais perdemos esse hábito.

Quando os Cavaleiros de Rohan partem para auxiliar Gondor na guerra, Merry e Éowyn, disfarçados, se juntam as tropas.

Éowyn que foi preterida por Aragorn agora luta e derrota o Rei Bruxo de Angmar e se torna a Rainha de Rohan, simbolizando a ascensão novamente do feminino.

E por fim O Anel é destruído. Frodo e Sam são resgatados pelas Águias de Gandalf. Aragorn é coroado rei de Gondor e se casa com Arween.

Agora a consciência foi renovada e o reino dos homens se firma.

O fato de Sauron ter morrido significa que quando um complexo morre nos contos, ou em sonhos, a energia (libido) que antes o avivava será investida em outro aspecto psíquico.

Os Hobbits retornam a sua terra. Tempos depois, Frodo se dirige aos Portos Cinzentos e junto de Bilbo, Gandalf, Elrond e Galadriel parte da Terra-Média para sempre. A missão deles foi cumprida!

E assim se finda a saga do Senhor dos Anéis.

FICHA TÉCNICA

O SENHOR DOS ANÉIS – O RETORNO DO REI

Título Original: The Lord of the Rings: The Return of the King
Direção: Peter Jackson
Música composta por: Howard Shore
Canção original: Into the West
Ano: 2003

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