Criativas e dinâmicas, mulheres se reinventaram com mais facilidade para manter seus negócios vivos durante 2020

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Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, celebrado em 19 de Novembro, marca a força e táticas das mulheres para se manterem à frente de seus próprios negócios

O Brasil tem a 7ª maior proporção de mulheres entre os empreendedores iniciais, ou seja, até 42 meses, e foram responsáveis por 34% dos empreendimentos criados no Brasil em 2018, segundo o último estudo divulgado pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), maior e principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, que contou com dados de 49 países. Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo IBGE, mostrou que atualmente cerca de 9,3 milhões de mulheres estão à frente de negócios no Brasil, o que representa 34% deste universo do empreendedorismo.

A pandemia ocasionada pelo coronavírus deixou seus lastros principalmente entre elas e estimativas dão conta que cerca de 52% tiveram que fechar suas empresas, seja temporariamente ou de vez. Mas, embora as mulheres tenham sentido mais os efeitos, foram elas também quem tiveram as melhores reações para se restabelecer. A capacidade de diversificar os pontos de vista na tomada de decisão foi essencial para oxigenar o negócio e definir uma nova relação entre cliente e prestador de serviço. Não é de se espantar, portanto, que o estudo do McKinsey Global Institute projetou o impacto financeiro de um cenário com participação plena das mulheres no mundo dos negócios: os ganhos no PIB mundial chegariam a US$ 28 trilhões até 2025.

Histórias de mulheres empreendedoras inspiram, como é o caso da Rosana Braem, que deixou a carreira estável em uma emissora de televisão brasileira para se tornar freelancer e ressuscitar uma paixão: produzir brownies e cookies. De pequenas e médias encomendas, logo Rosana sentiu a necessidade de alugar um espaço que funcionou como seu ateliê. Com o ritmo fluindo, inaugurou o Bendito em 2009, em Copacabana. Com apenas 28m², a simpática loja já funcionava com sua marca bem formatada, unindo estética à qualidade excepcional. Em 2014, instalou-se em um espaço maior, de 150m² no mesmo bairro e, num intervalo de apenas quatro anos, abriu mais quatro lojas. Foi ao abrir a quinta, que a empresária decidiu entrar no franchising, unindo-se à rede Espetto Carioca.

Fonte: Rosana Braem
Divulgação

Quem também abdicou de uma carreira estável no setor público para se lançar ao empreendedorismo foi Regina Jordão, CEO da rede de depilação Pello Menos. O começo na área, quando auxiliava um amigo médico, parecia mais tranquilo, até o marido ser desligado do trabalho e a necessidade bater a porta. Foi então que criou um centro de depilação em 1996, contrariando as projeções pessimistas de quem dizia que as mulheres no Rio de Janeiro não precisavam do serviço. De boca em boca e muita panfletagem, Regina mostrou às cariocas o produto de excelente qualidade que desenvolveu com uma amiga e que ameniza a dor e agiliza todo o processo. Não é a toa que o negócio que começou com investimento de R$ 40 mil alcançou um faturamento de R$ 46 milhões em 2019 e hoje tem mais de 50 lojas.

Fonte: Regina Jordão
Divulgação

E foi a necessidade que fez o negócio da Paula Machado sair do papel. Dentista por formação, precisava de uma solução segura e eficaz de esterilização do consultório odontológico que, em meio a pandemia do coronavírus, continuava operando. Foi então que a startup Meister Safe ganhou vida por meio das mãos dela e de mais dois amigos. Através de raios UV-C, aliada ao uso de tecnologia, a empresa desenvolve soluções customizadas e individuais de esterilização de ambiente. O que a princípio seria apenas para utilização própria, tornou-se uma ideia de negócio. Hoje, eles também oferecem uma solução para ser acoplada aos aparelhos de ar condicionado e reduzir a transmissão do Sars-Cov-2.

Fonte: Paula Machado
Lina Kyara

Camila Miglhorini criou o Mr Fit em 2013, a primeira rede de alimentação saudável a utilizar o conceito de fast food no Brasil. Saindo de uma reunião após o almoço, percebeu a dificuldade de encontrar um local com comida saudável e viu aí uma lacuna no mercado. Já experiente no ramo, formatou o negócio para operar por meio de franquias, com valores acessíveis e rentáveis. Vendeu o carro e apostou no sonho do negócio próprio. Hoje, comanda bem de perto as mais de 376 unidades distribuídas em 17 estados brasileiros. Durante a pandemia do coronavírus, para ganhar capilaridade, reduziu em cerca de 75% o valor de investimento dos modelos de negócios oferecidos pela sua rede e vendeu cerca de 190 novas franquias.

Fonte: Camila Miglhorini
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A necessidade também foi o motivo que impulsionou a criação da Casa de Bolos. Aos 74 anos, Sônia Maria Napoleão Ramos, ou simplesmente ‘Vó Sônia’, como é carinhosamente chamada, hoje colhe os frutos de uma atitude tomada em 2009. Quando Rafael Ramos, o filho caçula, perdeu o emprego, a família viu-se obrigada a encontrar uma maneira urgente de complementar a renda e fechar as contas do mês. A ideia de fazer os bolos caseiros e sair vendendo pela redondeza ganhou não só as ruas de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, como pessoas que passaram a encomendar as iguarias e fazer o “boca a boca”, a propaganda mais eficaz do mundo. Hoje são 370 unidades e 10 anos de história.

Fonte: Vó Sônia
Divulgação

Há 10 anos construindo sua própria história está Melina Alves, fundadora e CEO da DUXcoworkers. A jovem que saiu de Passos, interior de Minas Gerais, aos 17 anos com vontade de transformar vidas, adentrou no universo do UX, que significa User Experience, por meio da publicidade, quando veio estudar em São Paulo. Encantada com o poder do ‘bom uso’ da tecnologia, Melina rapidamente se destacou na área digital e, envolvida com o tema, desenvolveu junto com a agência em que trabalhava o primeiro app de realidade aumentada. Estudando e investindo todo o tempo possível em sua capacitação e consolidando seu nome no mercado, tornou-se pioneira no Brasil a profissionalizar o tema, criando a primeira consultoria e coworking de UX.

Fonte: Melina Alves
Jhonatan Chicaroni

Enquanto umas transformam vidas de pessoas, outras transformam vidas de bichos. Foi assim com a Alexandra Gimenez, que sonhava em ter um espaço bem grande para poder socorrer os pets de rua e outros animais que precisassem de ajuda. O sonho de infância a motivou a criar um negócio: a AmahVet, uma clínica veterinária que reúne consultórios, centro cirúrgico, laboratório próprio com tecnologia de ponta e farmácia. Com boa gestão e controle de estoque, as consultas são realizadas por um preço acessível e podem ser parceladas em até 12 vezes, para proporcionar um atendimento digno a um número maior de animais de estimação. A clínica funciona há três anos, no bairro do Tatuapé, na zona leste da capital paulista e conta com mais de 10 diferentes especialidades veterinárias.

Fonte: Alexandra Gimenez
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Os desafios de Ser mulher – (En)Cena entrevista a Bombeira Fernanda Cerqueira

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Em entrevista ao Portal (En)Cena, a Bombeira Militar, Fernanda Cerqueira Martins.

Foto: Arquivo pessoal

(En)cena –  Como funciona o seu trabalho? É interno ou externo? E quais os maiores desafios do mesmo?

Fernanda Cerqueira – Trabalho diretamente nas viaturas do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins, alternando entre prestação de primeiros socorros e combate a incêndio. A profissão Bombeiro Militar exige habilidade, controle emocional, força física, e segurança. Características que podem ser treinadas tanto em Homens quanto Mulheres, desde que estes tenham afinidade com a profissão. Portanto o maior desafio é buscar por essas características.

(En)cena – Em relação a atuação profissional, em algum momento foi perceptível o olhar de dúvida dos colegas ou civis, de que não conseguiria dar conta da execução da tarefa? Como foi esta experiência?

Fernanda Cerqueira – Diariamente nos deparamos com o olhar de espanto e dúvida quanto a boa execução do serviço, advindas tantos de colegas de profissão quanto de civis. Como por exemplo: levantar uma maca com vítima, tenho que provar a cada troca de guarnição que sou capaz de realizar tal atividade. Já quanto a civis já me deparei com situações em que a vítima pediu para levantar da maca e ir até a viatura andando por não acreditar que eu a poderia levar. Provei a esta que poderia levá-la sim e com tranqüilidade.

(En)cena – Há assédios na rua? Se sim, como se deu e qual foi seu comportamento e sentimento diante do acontecido?

Fernanda Cerqueira – Poucas vezes me deparei com assédio na ruas, mantive a postura. E evito ficar levando tal situação a sério. O assédio infelizmente é uma realidade na vida de nós mulheres independente da profissão e do lugar que se frequenta.

(En)Cena – Sempre sonhou em ser bombeira? Qual foi a reação da família e amigos diante de sua decisão? Desde adolescente já havia escolhido a profissão de ser Bombeira Militar, escolha muito bem aceita por minha família e amigos.

Fernanda Cerqueira – Percebo uma grande admiração pela profissão por grande parte das pessoas, principalmente o público feminino, acredito que estas se sentem bem representadas.

(En)Cena – Como é o relacionamento com os colegas de trabalho, sendo que é uma profissão dominada pelo sexo masculino?

Fernanda Cerqueira – No início me sentir acanhada por ser a única mulher na guarnição, observando as bombeiras mais antigas, observei que estas já estavam acostumadas e não se esquivavam de nada por serem minoria. Aos poucos acostumei e hoje me sinto muito a vontade e tenho uma ótima relação com os colegas, apesar de sempre ter que ficar provando que consigo executar minhas atividades tão quanto eles.

(En)Cena – Qual sua mensagem para outras mulheres que queiram entrar nessa profissão?

Fernanda Cerqueira – É uma profissão desafiadora, porém muito prazerosa, onde se descobre que nossos limites vão muito além do que imaginamos. Experimente.

(En)Cena – Quais os benefícios e as vantagens da mulher nessa profissão?

Fernanda Cerqueira – A profissão, por sua natureza, nos torna mais fortes, seguras e decididas.

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