Coronavírus: 52% das mães perderam renda durante a quarentena, diz estudo

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As mães com filhos pequenos são as que mais sofrem com a perda de renda e emprego.

A pandemia por coronavírus provocou um embate no Brasil, manter uma quarentena rígida, ou adotar medidas mais flexíveis para limitar o impacto econômico da crise? O impacto já está sendo sentido; E a Famivita, em seu mais recente estudo constatou que 52% das mães com filhos pequenos perderam renda, de forma direta ou indireta, desde que a quarentena começou.

Não bastasse a perda de renda, o estudo também constatou que 39% das mães perderam seus empregos durante a pandemia, incluindo as trabalhadoras informais. Para referência, antes da pandemia, pelo menos 53% das entrevistadas tinham um trabalho.

As grávidas também estão sofrendo com a crise, e 34% delas perderam seus empregos, desde que a pandemia começou. Até mesmo mulheres que não trabalhavam antes, acabaram perdendo renda de forma indireta, com a perda por parte de membros da família. E, outro ponto a ser considerado, é que até mesmo as participantes que ainda possuem emprego, acabaram perdendo renda.

O estudo ainda aponta que, embora em Santa Catarina, somente 28% das mulheres tenham perdido o emprego, metade delas perdeu renda. A mesma coisa acontece no Rio Grande do Sul, 31% das participantes perderam o emprego, e 51% sofrem com perda de renda. Já no Amazonas os números são balanceados e 61% das entrevistadas perderam o emprego, e 58% renda. Em São Paulo, 33% das participantes perderam seus empregos, sendo que 49%, quase metade, perdeu renda. E no Rio de Janeiro, 35% perderam seus empregos, sendo que 45% perderam renda.

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Os desafios da volta às aulas presenciais

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Em razão da pandemia da Covid-19, as aulas presenciais foram suspensas em todo o território brasileiro e o ensino remoto foi aderido em março. As escolas estão se preparando para retornar as aulas presenciais seguindo uma série de medidas de segurança para evitar que aumentem os casos de infectados e de transmissão dentro do ambiente escolar.

Vale lembrar que o retorno às atividades escolares será facultativo a alunos e pais que assim desejarem. Da mesma forma, professores e funcionários, terão a opção de escolha, e não poderão ser obrigados pelos patrões a voltar a trabalhar presencialmente se não se sentirem em condições.

Por isso, é fundamental pensar em todas as medidas necessárias para preservar a saúde dos alunos e colaboradores. Os profissionais das escolas precisam estar atentos às exigências governamentais do estado, mas também de outros estados. Por exemplo, será necessário limitar consideravelmente o número de alunos por sala, barrar a entrada de estudantes sem máscara e buscar orientar todos dos cuidados pessoais. Para esse momento, a conscientização é extremamente importante.

Fonte: encurtador.com.br/gnpAO

É preciso também compreender os pais que não se sentem prontos ainda para o retorno de seus filhos à escola. Por isso, as instituições devem respeitar a opinião deles, se colocar no lugar desses responsáveis e tomar medidas necessárias para que ninguém tenha sua educação prejudicada.

Mesmo que a escola assegure todas as medidas para que não haja contaminação, nem violação à saúde de ninguém, é essencial sempre apoiar alunos e pais procurando adaptar e fazer o melhor para todos.

Portanto, que as escolas possam seguir as recomendações e protocolos para a volta de seus alunos prezando pela máxima segurança e bem estar de todos. Os tempos podem ser outros, mas o cuidado e carinho nunca mudam.

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Para Rita Almeida, não é possível separar a Psicologia da dimensão política

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No último dia 20 de abril, às 17h, o prof. do curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Sonielson Luciano Sousa, bateu um papo com a psicóloga mineira e doutora em Educação, Rita Almeida, com o tema “Psicologia no Contexto das Políticas Públicas em tempos de Pandemia”. A ação ocorreu dentro do projeto extensionista PsicoLive, na plataforma digital Instagram.

Rita Almeida também é psicanalista e conselheira do CRP-4 MG, e tem uma forte presença nas redes sociais, a partir de produção de textos e comentários sobre os diversos cenários em que a Psicologia dialoga, com especial atenção para a política. A live contou com aproximadamente 100 expectadores. A seguir, confiram a íntegra do bate-papo/entrevista.

(En)Cena: Qual o papel da Psicologia dentro das políticas públicas de saúde coletiva? E especificadamente em relação a pandemia, o que podemos fazer enquanto profissionais?

Rita Almeida: Bom, toda ciência, especialmente as ciências humanas, faz uma escolha política. O que quero dizer com ‘escolha política?’. É no sentido de quem ela vai servir? Quem vai acolher? Que olhar ele vai ter? O fato de ser uma ciência, não escolhe isto de antemão, é definido a partir da diretriz, da qual eu penso nesta ciência. A psicologia nasce com um olhar adaptativo, no sentido que nasce junto com o capitalismo no Brasil, com as indústrias, tendo uma função de selecionar as pessoas para o trabalho, em termo de adaptar o sujeito a uma sociedade capitalista, que é um tipo de vertente política, sendo uma ciência que vai atender um determinado tipo de poder. O que a psicologia faz nesse percurso? Ela vai mudando a sua orientação e escolha política, na perspectiva do conselho, pois existem ciências na psicologia que ainda servem determinado tipo de visão dos “poderosos”.

(En)Cena: Alinhada ao Liberalismo, né?

Rita Almeida: É alinhada ao liberalismo, a um tipo de autoritarismo. Já o conselho (sistema conselhos em Psicologia) vem direcionando no sentido de atender aquela população que está de certa forma submetida a esse tipo de poder, uma psicologia que tem pretensão transformadora, cujo nosso jargão é: Psicologia e Compromisso Social, compromisso com a sociedade, com a coletividade. A psicologia fez um redirecionamento, que eu considero que seja muito importante, e foi daí que caímos, obviamente, nas políticas públicas — para que se tenha uma noção, o maior empregador de psicólogos são as políticas do SUS e do SUAS — a psicologia está profundamente enlaçada as políticas públicas.

Hoje você não pensa Política de Saúde Mental brasileira sem psicólogos, tendo um papel potente, protagonista na reforma psiquiátrica brasileira, na criação dos CAPS, que são os dispositivos que substituem o modelo manicomial. Não conseguimos pensar as políticas tanto do SUS quanto do SUAS, sem escutar sobre a psicologia, nos tornamos atores muito importantes. E hoje, com essa situação da pandemia, os psicólogos continuam atuando, pois são considerados de prioridade neste momento, pois as questões de saúde mental permanecem, e podem até se agonizar, claro que com mecanismos diferentes, para garantia da questão do cuidado.

(En)Cena: Inclusive esses dias vi uma nota do Conselho Federal de Psicologia, que foi também replicado pelos conselhos regionais, sobre os cuidados que os profissionais deveriam ter com aqueles grupos que são considerados mais vulneráveis, as mulheres, as crianças, os negros, e eu imagino que o sistema conselhos tenha um olhar especial para esses públicos, que historicamente são marginalizados, que em uma situação como essas, a situação se agrava.

Rita Almeida: É. E é exatamente esse olhar, esse viés político que te falei, nosso olhar é para quem? É para a população que naturalmente sofre mais, com as questões da sociedade, por isso tem sua saúde mental mais fragilizada, ou então faremos uma psicologia ao qual as pessoas vão simplesmente se adaptar a um tipo e modo de funcionamento. Então é exatamente esse o cuidado que a psicologia tem que atender, a população mais frágil, tanto nos termos de sofrimento, como você disse: O racismo, o machismo, a homofobia, são questões que adoecem as pessoas, e as questões econômicas de vulnerabilidade… A psicologia entra de modo que não é só cuidar do tratamento, é inclusive, promover uma sociedade que seja menos racista, menos machista, menos homofóbica. Pois se a gente entender que não basta só tratar, mas precisamos cuidar também para que a sociedade seja menos adoecedora; que é o compromisso social que a psicologia tem quando se coloca nessa perspectiva.

(En)Cena: Perfeito. Rita, eu queria que você falasse um pouquinho da perspectiva do Código de Ética do profissional de psicologia. Porque é algo prescrito, não é uma invenção sua, isso é fruto de um amplo processo de debate em rede nacional, ouvindo todos os psicólogos e todas as vertentes.

Rita Almeida: Isso, todo nosso código de ética, normativas, nossas diretrizes são construídas com categorias, temos eventos, atividades políticas, técnicas, estudos, temos o CREPOP, que é o Centro de Pesquisa de Políticas Públicas, por exemplo. Então assim… tudo isso foi uma construção, como você falou, um processo histórico que faz a nossa ciência ter uma diretriz, uma direção, uma forma de olhar para as coisas, tem sua perspectiva ética, e todas elas construídas junto com a categoria.

(En)Cena: Nesse sentido gostaria de reforçar o que você falou, no início. Às vezes eu escuto alunos, colegas que criticam posicionamentos políticos dos psicólogos, como se fosse a visão do “jornalismo imparcial”, como se de fato existisse imparcialidade. Em comunicação, nós estudamos isso: O mito da imparcialidade. É impossível haver uma imparcialidade completa. Eu vejo que de um modo geral a psicologia é baseada no humanismo filosófico, e nos direitos humanos. Ao que parece, é muito claro isso, a psicologia defende os princípios democráticos, para que ela possa inclusive existir enquanto profissão. Sempre que a democracia está em risco, a psicologia é uma dessas profissões que se levantam em defesa da democracia; isso parece que é particularmente importante hoje, já que estamos em um cenário político de extrema direita. Como você avalia atualmente a situação do Brasil?

Rita Almeida: Então, isso que você falou é muito importante, a gente escuta muito sim… as pessoas confundem muito posicionamento político com partido político, e não é isso. Nós temos uma direção que é nosso eixo, nossa coluna vertebral são os direitos humanos, pois se eu não tenho uma perspectiva em que o humano é colocado como agente de direitos, e que essa garantia de direitos é garantia de saúde mental, que psicologia que eu posso fazer? É contraditório! Então assim, é meio óbvio termos que discutir um tipo de coisa dessas. Se eu parto do pressuposto de que eu posso torturar alguém, para que a pessoa seja do jeito que eu gostaria, que psicologia é essa que eu defendo? Não é possível existir uma psicologia sem direitos humanos e democracia, ela não existe! Existem outras coisas, dogmatismo, imposição de crença, lavagem cerebral, tortura, mas isso não é psicologia. Por que a psicologia é fundamental na transformação do manicômio, por exemplo? O que a psicologia tem a oferecer em um lugar que a pessoa está trancada, sendo violada diariamente em seus direitos, tanto de cidadania, e direitos humanos, sofrendo violência, abandono, fome, mortes, que psicologia é essa que permite esse tipo de diretriz? Então isso não é psicologia, é qualquer outra coisa, isso é conivência. Então um psicólogo que está dentro de um serviço institucional, onde ele assiste violação de direitos, paciente passando frio, fome, se ele não atua politicamente nesta perspectiva, que psicologia ele vai fazer? Então qualquer proposta de política que ataque os direitos humanos e a democracia, ela não pode ser sustentada! Independente de qual partido. Nós temos um conflito de perspectiva de extrema direita, economicamente se diz liberal, mas não é bem isso que a gente vê, mas, um governo que declaradamente é contra direitos humanos, isso não é velado, é dito com todas as letras.

(En)Cena: É uma posição institucionalizada?

Rita Almeida: Isso, é falado pelo presidente, ele não finge que fala, ele fala mesmo! Na época da campanha dele, disse que o psicólogo na época dele era um porrete, esse eram os direitos humanos dele, um porrete. Então é uma pessoa que defende a tortura, não só pessoalmente, temos um governo nessa perspectiva. Então a psicologia que pretende ser minimamente responsável por si mesmo, pela sua própria sobrevivência, não pode apoiar esse tipo de pessoa.

Tivemos recentemente a posição do ministro da Saúde, que foi Mandetta, que saiu agora, apesar de compor esse mesmo governo, ele dentro do SUS, tem uma defesa impecável do SUS, ele mesmo não tinha esse histórico, sendo a favor da saúde privada, tendo um histórico que não combina com o SUS, mas que diante da pandemia, e tendo o SUS como seu aliado, ele foi impecável, usando diretrizes da ciência, da OMS, se submeteu as diretrizes, entendeu sua grandeza e defendeu o que deveria, tanto que foi demitido pelo mesmo governo. O conselho, apesar de ser contra a linha do Bolsonaro, foi totalmente favorável as diretrizes do Ministério da Saúde, não por causa do partido, mas que dentro desta perspectiva ele estava tomando uma decisão que condizia. A gente até brincava (risos), não somos nós que estamos concordando com ele, é ele que está concordando conosco. Trazendo uma visão que não era de perspectiva individual. Numa noção exata do que seria a ideia de saúde coletiva, tendo a visão de que não adianta eu estar saudável, se a outra pessoa não está, precisamos cuidar disso coletivamente, cuidando do outro.

Quando eu uso máscara eu não estou protegendo a mim, estou protegendo a outra pessoa, então é um modo de pensar em saúde muito interessante e, muito novo, e que condiz com o que a psicologia sempre disse: O modo como eu falo e lido com o outro interfere na saúde mental dele, então se eu for machista, se eu for racista, se eu sou preconceituosa, rígida com meus princípios eu vou estar ferindo o outro, sendo irresponsável com minha relação, violento. Nós da psicologia já sabíamos como a minha presença, a forma como falo e ajo interferem no outro, e agora o coronavírus vem ensinar isso para todo mundo, a psicologia tem muito a oferecer, a gente sabe que é assim.

(En)Cena: É, isso faz parte do cotidiano profissional de psicologia, não é, Rita? E você falando isso, me lembra muito a Resolução 1/2018 emitida pelo CRP, que preconiza um posicionamento efetivo das psicólogas e psicólogos, sobre uma situação de preconceito, violência, discriminação, ou seja, não basta só concordar com tais princípios. Nós somos convidados a nos colocarmos diante da sociedade defendendo esses princípios, e não permanecendo na minha casa, no meu consultório… tenho de ter uma atitude ativa, no sentido de fazer com que essas informações cheguem ao máximo de pessoas que eu conseguir atingir.

Rita Almeida: Fazer política nesse sentido é isso. É você fazer da sua prática uma ação em um determinado sentido, pensando em quem você quer ajudar, para promover a saúde mental

(En)Cena: Um acadêmico, o Bruno, está perguntando “por que o governo é considerado de extrema direita e não apenas de direita”?

Rita Almeida: Bom, vou tentar ser breve. Um governo de direita é um governo mais da perspectiva liberal, entender que o estado teria que ter se reduzido, para que o mercado pudesse se autorregular, que cabe em uma corrente política de direita. Não é bem o caso do Brasil.

(En)Cena: Que comporta diversidade? Um liberalismo puro comporta esse pensamento aberto…

Rita Almeida: Inclusive ele é mais radical ainda, em termos de “liberdades individuais”, entendendo que cada um pode ser o que quiser. Inclusive o liberalismo é extremamente permissivo com a questão das liberdades sexuais, uso de drogas, então assim… são liberais mesmo. O indivíduo é responsável pelas escolhas que quer ter, o estado não se mete nas questões, não se importa com questões de aborto, se quer ser usuário de droga, se quer ter uma orientação sexual, se quer ou não se casar. No liberalismo mesmo, o estado não se mete na vida do indivíduo nem para cuidados das vulnerabilidades. É aí que entra a necessidade do cuidado, as necessidades específicas, especialmente em países onde existe uma injustiça social muito grande, como é o caso do Brasil, então é preciso sim que o estado intervenha para que minimize essa distância entre os mais vulneráveis e os poderosos. E o que a gente vê no governo Bolsonaro não é esse liberalismo, é uma perspectiva de extrema direita, são os chamados governos de orientação fascista.

Falando na minha opinião, que tenho estudado isso, de como seria a perspectiva de um governo fascista, é onde a grande questão de gestão de governo tem a ação de redução do estado, de privatização, sucateamento das políticas públicas, privatizando-as, mas não com a ideia de libertar o sujeito das amarras do estado, mas no sentido de fazer com que a população se vulnerabilize cada vez mais. Ao qual só consegue governar plantando caos o tempo todo, afetando as pessoas emocionalmente, o governo gerencia esses afetos, o poder deles é centrado nos afetos ruins, sendo eles mesmos os maiores produtores.

(En)Cena: Rita, o fascismo nesse sentido é uma política de constante enfrentamento e de constante construção de inimigos, se movendo a partir disso. Ele não quer costurar uma rede consensual, sim?

Rita Almeida: Não, inclusive ao contrário, tentam o tempo todo provocar a divisão. São dois afetos em que precisam estar fomentando constantemente: O medo e o ódio. O tempo todo a sociedade está com medo, ele se oferece como ajuda, como aquele que vai cuidar, mas que na verdade não cuida pois precisa continuar provocando esses afetos ruins, com promessas nunca cumpridas. Se você pensar isso, em uma perspectiva de uma sociedade democrática, que imaginávamos até o momento, com suas instituições funcionando, os três poderes, o Senado, a Câmara dos Deputados, qual seria o papel de um presidente? É fazer uma liderança política. As instituições existem, as leis, a Constituição, já estão em andamento, como falei o SUS, SUAS, assim como todo o sistema judiciário, o que se espera de um presidente? É que minimamente, se não esperamos nada, que não fizesse nada! Que mude nada, deixasse como está, e não piorar. Numa situação dessas se espera que ele transmita uma segurança para a população, para acalmar, mas o que vemos, é o tempo todo ele só se apresenta para divisão, ódio, inimizades, com essa posição paranoica, de que tem alguém o seguindo. Na verdade, ele foi eleito com essa perseguição, aos chamados “comunistas”, que até agora nós não entendemos quem são. É nessa perspectiva que se faz o governo de extrema direita.

(En)Cena: Do ponto de vista global, parece que na Inglaterra há o exemplo de um governo que elege a direita, não a extrema direita, com um sistema público de Saúde que é exaltado pelo próprio primeiro ministro, mas ao mesmo tempo, no campo econômico tem políticas liberais, e também é liberal nos costumes. O que pontua bem a extrema direita brasileira é um excesso de conservadorismo moral.

Rita Almeida: Depois do coronavírus, nenhum governo no mundo sustentou o liberalismo, nenhum… todos eles recuaram, até os Estados Unidos, inventando até uma renda mínima, que é uma proposta, por não terem o que se tem na Inglaterra, na França. Todos os países deram um passo atrás, que nesse momento de vulnerabilidade o estado tem sim que participar da vida pública, pois não há liberdade se não tiver vida.

(En)Cena: É uma falsa dicotomia, preservação da vida, preservação da economia… A acadêmica Monique perguntou aqui: “Na sua opinião, de que modo a psicologia pode se posicionar diante do contexto pandêmico? Nas práxis mesmo”.

Rita Almeida: A gente não pode generalizar, vai depender do que cada serviço vai obedecer ao município em que ele trabalha. Então por exemplo se um psicólogo está no CAPS, que é um serviço para pessoas com transtorno mental grave, nesse contexto de pandemia, no meu município, as atividades ao público geral estão suspensas, então tem atendido de emergência. Nesse contexto o psicólogo, por exemplo, não estará com a agenda aberta, nesse momento o mais importante é evitar a exposição das pessoas, mas pode sim, manter contato com o paciente, usar as ferramentas virtuais, criar formas para que de algum modo esteja olhando, observando este paciente. Que é algo que a gente já fazia, não é algo novo. Um telefone, uma vídeo chamada com o paciente era algo que se usava em determinadas situações. Nós não trabalhamos com a pessoa com coronavírus, a não ser em um contexto hospitalar. Mas o trabalhador da saúde pública no geral não está ligado ao trabalho com a pessoa com o corona, mas pode ter um trabalho preventivo de orientação, de monitoramento com suas famílias.

(En)Cena: Uma atuação que se respalda no apoio… sem estar na linha de frente como o médico, mas que dá suporte. O Beto fez um comentário, disse: “O estado neoliberal é preconceituoso, homofóbico, classicista, misógino”… E o Iuri perguntou: “Qual sua opinião em relação a contribuição que a psicanálise da para a construção de novos arranjos a partir da pandemia?”

Rita Almeida: Eu acho que é uma pergunta que estamos nos fazendo: “que novos laços iremos criar a partir da pandemia? Que novas subjetividades?”. As vezes existe uma visão otimista, de que iremos mudar nossa forma de olhar, e pensar nas questões solidárias, na medida que o coronavírus nos coloca confrontados com a questão da coletividade, ao qual o cuidado de si é o cuidado do outro também. Alguns acreditam que a partir daí as pessoas pensem diferente. E existe outra perspectiva que diz que não, que é nessas situações que o homem mostra o quão ruim é, mostrando que não somos solidários.  Acredito que venha um pouco de casa coisa, que vem da subjetividade de cada um. Acredito que as pessoas que já tinham um olhar, um direcionamento político mais solidário, de entendimento, foram mais ainda em direção a isso, e as pessoas que não tinham isso como perspectiva, que tinha a coisa da competitividade, mergulharam ainda mais nesse mecanismo.

 Em uma situação de ameaça, temos dois mecanismos de defesa: Uma é o medo, a fobia, que a pessoa entra em um padrão excessivo, e uma outra que é a negação, que crê que nada está acontecendo, é uma invenção. Duas posições extremas, sendo que nenhuma é interessante, em uma o sujeito se encontra paralisado, na outra coloca a si e os outros em risco, que é o que está havendo. Algumas pessoas, diante disso, se encontram impossibilitadas de entender que a anterior forma de lidar com o mundo, não funciona com o coronavírus. Não adianta colocar o dinheiro em primeiro lugar.

(En)Cena: Bem Rita, temos outras questões, mas estamos chegando ao final, estamos próximos de uma hora. Vou fazer uma rápida consideração. Antes, gostaria de comentar o que a Elizete, uma estudante da Ulbra que está passando uma temporada na Itália, país que esteve no centro da pandemia… ela falou se existe o psicólogo de urgência do Samu. Se eu não me engano o psicólogo não está inserido no serviço de urgência.

Rita Almeida: Não, pelo menos aqui no Brasil não.

(En)Cena: Mas seria uma boa em alguns contextos, não é Elizete? Enfim, Rita, gostaria de te agradecer imensamente por ter tirado parte do seu tempo. Você já participa do (En)Cena, a revista eletrônica do curso de psicologia, com vários textos seus publicados lá. Gostaria de te agradecer.

Rita Almeida: Eu que agradeço a oportunidade.

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Isolamento Social: possibilitando ajustamentos criativos

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O isolamento social foi considerado uma medida universal de prevenção desde o início do atual surto de coronavírus (SARS-CoV-2), causador do Covid-19, em decorrência da transmissão rápida e com diferentes impactos. Tal iniciativa pode auxiliar na redução da contaminação, sendo necessário para que a normalidade se restabeleça o quanto antes.

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 A Gestalt Terapia considera que o indivíduo é um ser relacional, em um processo de devir, em constante troca com o meio, e que o processo de mudança está diretamente ligado a criatividade. Segundo Zinker (2007, p. 21) “o ato criativo é uma necessidade tão básica quanto respirar e fazer amor. Somos impelidos a criar”.

 O isolamento é observado como tendo vantagens e desvantagens. O menor entendimento sobre sua condição ou sua necessidade interfere na compreensão sobre os procedimentos e adesão às medidas cautelosas (Duarte et al., 2015 apud Newton et al., 2001). Nesse período, com o aumento da espetacularização da vida nas mídias sociais, está sendo possível verificar o ajustamento criativo (Perls, 1951), processo pelo qual o contato com o meio ambiente se dá através de uma fronteira, de forma saudável, e favorece o despertar da individualidade e o florescer dos relacionamentos.

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Este é um dos conceitos chaves da abordagem em questão, pois, não implica em “ajustamento” mas em “ajustamento criativo”. Referindo que existe nesse processo a participação ativa do indivíduo, não se tratando de uma adaptação a algo já existente e sim de transformar o ambiente e enquanto este se transforma, o indivíduo também se transforma e é transformado. As práticas ligadas à pinturas, desenhos, modelagens, composições, danças, ligações por vídeos em formações grupais, dentre outras vistas nesse período se caracterizam como parte desse processo de ajustes criativos.

O COVID-19 está nos deixando uma mensagem dura, mas clara, relativa às relações sociais, pois o ato de estarmos em isolamento, ocasiona um benefício coletivo, portanto, ou construímos alternativas melhores em conjunto, ou pereceremos coletivamente. Bastos (2010) descreve em seus estudos a aprendizagem quando centrada nos processos grupais coloca em evidência a possibilidade de novas elaborações, de integrações e de questionamentos acerca de si e dos outros, portanto, é um processo contínuo em que comunicação e interação são inseparáveis, tendo em vista que aprendemos a partir do contato com os outros.

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Por fim, a importância do isolamento durante essa fase pode se legitimar, por estar sucedendo em ajustamentos criativos, propiciando processos de constantes transformações, ressignificações, possibilitando aos indivíduos que repensem uma vida possível de ser vivida mesmo em contextos permeados por distanciamentos físicos.

 

REFERÊNCIAS

BASTOS, Alice Beatriz B. Izique. A técnica de grupos-operativos à luz de Pichon-Rivière e Henri Wallon. ​Psicol inf., São Paulo, v. 14, n. 14, p. 160-169, out. 2010.

CIORNAI, Selma. Relação entre criatividade e saúde na Gestalt Terapia. Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt Terapia de Goiânia, Goiânia, v. 1, n. 1, p.1-7, jan. 1995.

DUARTE, Tássia de Lima et al. Repercussões psicológicas do isolamento de contato: uma revisão. Periódicos Eletrônicos em Psicologia, São Paulo, v. 13, n. 2, p.1-5, 2015.

Perls, F.; Hefferline, H.; Goodman, P .Gestalt therapy: Excitement and growth in human personality. New York : Dell Pub. Co, 1951.

ZINKER, J. O Processo Criativo em Gestalt–terapia. São Paulo: Summus Editorial, 2007.

 

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Matemática é aliada para entreter crianças em tempos de coronavírus

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Portal Saber oferece quebra-cabeças dirigido ao público infantil

Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

A matemática pode ser um grande aliado de pais e responsáveis para entreter os filhos durante o período de isolamento imposto pela pandemia de coronavírus. Um bom exemplo é o Portal do Saber, disponível na internet, que cobre todo o material curricular, desde o ensino fundamental até o fim do ensino médio. Ele oferece quebra-cabeças matemáticos dirigidos às crianças menores, sobretudo do ensino fundamental 1, que aprendem matemática em tom de brincadeira.

A informação foi dada hoje à Agência Brasil pelo diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Marcelo Viana. O Impa promove, anualmente, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). “As questões disponíveis no Portal do Saber, ao mesmo tempo em que ocupam as crianças em casa, contribuem com a formação deles”, afirmou Viana.

Para os jovens e adolescentes do ensino médio, as provas de anos anteriores da Obmep podem constituir grande aliado neste momento de quarentena para prevenção do coronavírus, indicou Viana. O Portal oferece toda a matemática dirigida à Obmep que inclui desde o 6º ano do ensino fundamental até o 3º do ensino médio.

 As provas estão disponíveis também no site da olimpíada . Dessa maneira, crianças e jovens podem aproveitar o ensino lúdico da matemática para aumentar o conhecimento, enquanto se divertem. “Desperta a criança e, ao mesmo tempo, contribui para sua formação”, diz o diretor-geral do Impa.

A Obmep já descobriu talentos em todo o Brasil. O certame é feito todo ano por mais de 18 milhões de alunos de 99,7% dos municípios brasileiros.

Plataforma

Exercícios criativos do programa Mentalidades Matemáticas, desenvolvido em inglês por professoras de educação matemática da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, podem também ser grandes aliados dos pais para distrair os filhos no atual momento de quarentena imposto pelo vírus. O programa foi criado com base em pesquisas recentes da neurociência, que mostra como ensinar matemática de maneira criativa.

O Instituto Sidarta traduziu o site para o português e disponibiliza gratuitamente o conteúdo do Youcubed para o Brasil e outros países de língua portuguesa. A plataforma contabiliza mais de 38 milhões de visualizações, envolvendo pela internet 230 milhões de pessoas em 140 países.

A presidente do Instituto Sidarta, Ya Jen Chang, disse que na plataforma são encontrados desde artigos científicos, para ajudar no desenvolvimento de professores, até atividades específicas para as crianças fazerem em sala de aula ou em suas residências. “Esse aprendizado da matemática é, na verdade, uma nova abordagem diferenciada da matéria, onde ela traz uma perspectiva de uma matemática aberta, criativa e visual”, afirmou Ya Jen.

“Ela parte do pressuposto de que matemática não é o que a gente está acostumado a ver hoje em dia, que é a questão dos procedimentos, das fórmulas e dos cálculos, é muito mais ampla e muito mais aberta”, garantiu a presidente do Instituto Sidarta. Segundo Ya Jen, nessa nova matemática, a pessoa pode explorar ideias, brincar com os conceitos matemáticos e desenvolver raciocínios lógicos.

Educação de qualidade

Ya Jen destacou que a missão do Instituto Sidarta, criado há 20 anos e sem fins lucrativos, sempre foi o de promover educação de qualidade para todos. Ao ter contato pela primeira vez com o material do programa “Mentalidades Matemáticas”, a presidente do instituto viu ali uma oportunidade de ampliar o conhecimento da matéria, especialmente entre os adolescentes brasileiros, que apresentam deficiência crônica para aprender essa matéria.

De acordo com dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) referentes a 2017, sete em cada dez brasileiros com mais de 15 anos de idade não têm o domínio da matemática, comparado com outros países que mostram a mesma situação socioeconômica, entre os quais a Índia, por exemplo. “Realmente, a gente tem uma sensação crítica de não aprendizagem”.

Ya Jen Chang disse ainda ue parte dessa deficiência se deve ao jeito como a matemática é ensinada, em geral, no Brasil, que “causa traumas” e deixa em muitas crianças a sensação de que a matéria não foi feita para elas. “Esse é um dos primeiros mitos da matemática”. Assegurou que a matemática é inerente ao ser humano. Um conceito equivocado, segundo ela, é que a pessoa que faz contas rápido é melhor do que aquela que não faz. “A rapidez não tem nada a ver com a capacidade matemática. O que se busca é a profundidade”.

A dimensão que temos de volume, de geometria, explica porque sabemos que um carro não pode ser colocado na vaga de uma moto. Isso é matemática. O sentido da matemática é mais amplo e não se restringe a números e cálculos.

Jogos

Na plataforma Youcubed são encontrados vídeos, artigos, atividades e jogos sobre a abordagem inovadora baseada em pesquisas de neurociência, abertos a uma ampla faixa etária que abrange desde os quatro anos de idade até a fase adulta do ser humano.

Uma das atividades é intitulada Léo, o coelho, voltada para crianças menores, que aprendem matemática baseada nos pulos que o coelho tem de dar para subir uma escada de dez degraus. Para estudantes do 5º ao 8º ano do ensino fundamental, há o Labirinto das Operações, tabuleiro onde as peças são movidas para baixo ou para os lados, mas nunca para cima. A criança não pode passar duas vezes pelo mesmo lugar. O objetivo é escolher um caminho que resulte no maior valor quando a pessoa chegar ao fim.

No Quatro Quatros, em que uma folha é dividida em 20 quadrados, preenchidos de 1 a 20, o desafio é encontrar todos os números entre 1 e 20 usando apenas quatro quatros e qualquer operação. A atividade demonstra a flexibilidade dos números e como há diferentes maneiras de chegar ao mesmo resultado. Como trabalha com as quatro operações, o jogo é indicado para crianças a partir do 3º ano do ensino fundamental.

Nas Cartas Matemáticas, em vez de trabalhar com rapidez de raciocínio e memorização, a atividade usa o jogo de cartas para trabalhar com o senso numérico e multiplicação sem nenhuma limitação de tempo. O objetivo é casar as cartas com a mesma resposta numérica, mostrada em diferentes representações. O jogo é indicado para alunos do 3º ao 8º ano do ensino fundamental.

Fonte: encurtador.com.br/owKU8

Entretenimento

O empresário Raphael Campos usou jogos do Youcubed e a prova da Obmep com a filha Ana Beatriz e sua amiga Yasmin Cândido, ambas de 11 anos. Segundo ele, as meninas adoraram e ficaram entretidas por mais de uma hora.

“Brincamos do exercício ’4 quatros’, que precisa usar as operações com o 4 para se chegar a todos os números até 20. E elas também adoraram fazer a prova da Olimpíada de Matemática. São questões de raciocínio, não de fórmula, desafiadoras e interessantes. Assim as crianças ficam ocupadas de forma lúdica e aprendem”, assegurou Raphael Campos.

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MP permite suspensão do contrato de trabalho por até quatro meses

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Texto integra conjunto de ações do governo contra efeitos da covid-19

Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil – Brasília

O governo federal editou medida provisória (MP) com uma série de medidas trabalhistas para enfrentamento do estado de calamidade pública no país e da emergência em saúde pública decorrente da pandemia da covid-19. A MP já entrou em vigor neste domingo (22) ao ser publicada em edição extra do Diário Oficial da União, e tem validade de 120 dias para tramitação no Congresso Nacional, e caso não seja aprovada, perde a validade.

Entre as medidas estão o teletrabalho, a antecipação de férias, a concessão de férias coletivas, o aproveitamento e antecipação de feriados, o banco de horas, a suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho, o direcionamento do trabalhador para qualificação e o adiamento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Durante o estado de calamidade pública o contrato de trabalho poderá ser suspenso por até quatro meses, para participação do empregado em curso de qualificação profissional não presencial, oferecido pela empresa ou por outra instituição. Essa suspensão poderá ser acordada individualmente com o empregado e não depende de acordo ou convenção coletiva.

Nesse caso, não haverá pagamento do salário, mas a empresa poderá pagar ao trabalhador um ajuda compensatória mensal, em valor a ser negociado entre as partes.

De acordo com a MP, essas ações “poderão ser adotadas pelos empregadores para preservação do emprego e da renda” dos trabalhadores até 31 de dezembro, que é o prazo do estado de calamidade pública aprovado pelo Congresso Nacional.

De acordo com a MP, todos os acordos e convenções coletivas vencidas ou que vencerão em até 180 dias poderão ser prorrogados, a critério do empregador, pelo prazo de 90 dias.

A medida define que os casos de contaminação pelo coronavírus não serão considerados ocupacionais, exceto com comprovação do nexo causal.

Teletrabalho

Os empregadores poderão adotar teletrabalho independentemente da existência de acordos individuais ou coletivos. Entretanto, deve ser firmado contrato por escrito, previamente ou no prazo de 30 dias, sobre a responsabilidade pelo fornecimento dos equipamentos e infraestrutura ou reembolso de despesas arcadas pelo empregado.

Mesmo que o trabalhador não possua os equipamentos necessários ou o empregador não puder fornecer, o período da jornada normal de trabalho será computado como tempo de trabalho à disposição do empregador.

O regime de teletrabalho também poderá ser adotado por estagiários e aprendizes.

Férias e feriados

Os trabalhadores que pertençam ao grupo de risco da covid-19 terão prioridade para o gozo de férias, individuais ou coletivas.

Caso o empregador decida antecipar as férias, elas deverão ser de, no mínimo, cinco dias, poderão ser concedidas ainda que o período aquisitivo não tenha transcorrido. O empregador e o trabalhador poderão também negociar a antecipação de períodos futuros de férias. Nesses casos, a empresa poderá optar por pagar o adicional de um terço de férias junto com o 13º salário.

No caso de concessão de férias coletivas, o empregador está dispensado da comunicação prévia aos órgão trabalhistas e sindicatos.

As empresas poderão ainda antecipar feriados religiosos nacionais ou locais, mas isso dependerá da concordância do empregado. Nesse caso, os feriados poderão ser utilizados para compensação do saldo em banco de horas.

Já para os profissionais de saúde ou aqueles que desempenham funções essenciais, o empregador poderá suspender as férias ou licenças não remuneradas. A decisão deverá ser comunicada ao trabalhador preferencialmente com antecedência de 48 horas.

Banco de horas e qualificação

Os empregadores também poderão interromper as atividades e constituir um regime especial de compensação de jornada, por meio de banco de horas, em favor do empregador ou do empregado. A compensação deverá acontecer no prazo de até 18 meses, contado da data de encerramento do estado de calamidade pública, e poderá ser feita mediante prorrogação de jornada em até duas horas, que não poderá exceder dez horas diárias.

Fonte: encurtador.com.br/klz36

Segurança do trabalho

Também está suspensa a obrigatoriedade de realização dos exames médicos ocupacionais, clínicos e complementares, exceto dos exames demissionais. Entretanto, eles deverão ser realizados no prazo de 60 dias, depois do encerramento do estado de calamidade pública.

Caso o médico coordenador do programa de saúde ocupacional considere que a suspensão representa um risco para a saúde do empregado, ele deverá indicar a realização dos exames. No caso do exame demissional, ele também poderá ser dispensado caso o exame ocupacional mais recente tenha sido realizado há menos de 180 dias.

Os empregadores também estão desobrigados de realizar treinamentos periódicos e eventuais dos atuais empregados, previstos em normas de segurança e saúde no trabalho. Nesse caso, eles deverão ser realizados no prazo de 90 dias, após o encerramento do estado de calamidade.

Entretanto, esses treinamentos poderão ser realizados na modalidade de ensino a distância, desde que os conteúdos práticos sejam executadas com segurança.

FGTS

Está suspensa ainda a exigência do recolhimento do FGTS pelos empregadores, referente aos meses de março, abril e maio, com vencimento em abril, maio e junho, respectivamente. O recolhimento dos valores para o fundo poderá ser realizado de forma parcelada, em até seis parcelas mensais, sem incidência de multa e encargos, a partir de julho.

As empresas poderão utilizar esse benefício independente do número de empregados, do regime de tributação, da natureza jurídica, do ramo de atividade econômica ou da adesão prévia. Mas para isso, deverão declarar as informações até 20 de junho. Os valores não declarados serão considerados em atraso e, nesse caso, será cobrada multa e encargos.

A suspensão do FGTS não se aplica em caso de demissão do trabalhador.

Por 180 dias, também estão suspensos os prazos processuais para defesa e recurso em processos administrativos de autos de infração trabalhistas e notificações de débito de FGTS.

Atividades de saúde

Durante o estado de calamidade pública os estabelecimentos de saúde poderão prorrogar a jornada de trabalho dos funcionários e adotar escalas de horas suplementares no intervalo de descanso entre 13ª hora e a 24ª hora. Entretanto, as empresas deverão garantir o repouso semanal remunerado.

Nesses casos, deve haver acordo individual escrito entre as partes. A medida é válida mesmo para as atividades insalubres e para a jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso.

As horas suplementares realizadas poderão ser compensadas por meio de banco de horas ou remuneradas como hora extra. A compensação deve ocorrer no prazo de 18 meses, após o encerramento do estado de calamidade pública.

Abono anual

Para 2020, o pagamento do abono anual aos beneficiários da previdência social que, durante este ano, tenham recebido auxílio-doença, auxílio-acidente ou aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão será efetuado em duas parcelas, em abril e maio.

Caso já esteja previsto o fim do pagamento do benefício antes de 31 de dezembro, o valor do abono será proporcional. Caso o encerramento do benefício aconteça antes da data programada para os benefícios temporários, ou antes de 31 de dezembro de 2020 para os benefícios permanentes, “deverá ser providenciado o encontro de contas entre o valor pago ao beneficiário e o efetivamente devido”.

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Sistema de saúde pode entrar em colapso em abril, diz ministro

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Estimativa é que em agosto ocorra um movimento de queda da Covid-19

Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil – Brasília

O sistema de saúde pode entrar em colapso em abril em decorrência da pandemia do novo coronavírus, disse sexta (20) o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante videoconferência da qual participaram o presidente Jair Bolsonaro e representantes de associações empresariais brasileiras.

“No final de abril sistema entra em colapso. O colapso é quando você pode ter o dinheiro, o plano de saúde, a ordem judicial, mas não há o sistema para entrar”, afirmou o ministro.

A estimativa do Ministério da Saúde é que haja um crescimento dos casos do Covid-19 nos próximos 10 dias, uma subida mais aguda em abril, permanecendo alta em maio e junho. A partir de julho é a expectativa de início da desaceleração. Em julho começa um plateau (estabilidade) e em agosto um movimento de queda.

Mas a intensidade depende das medidas adotadas e do comportamento das pessoas, destacou Mandetta. Neste sentido, o ministro reiterou a importância da redução de circulação e iniciativas de isolamento. “Para evitar esse colapso eventualmente pode ser necessário segurar a movimentação para ver se consegue diminuir a transmissão. Quando tomamos medida de segurar 14 dias, o impacto só é sentido 28 dias depois. A cadeia é sustentada e você quebra”, comentou Mandetta.

Fonte: encurtador.com.br/bANX1

Isolamento

Na quinta (19) o Ministério divulgou novo protocolo para os postos de saúde. Nos locais com transmissão comunitária (São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Porto Alegre, Belo Horizonte e Santa Catarina) pessoas com sintomas do novo coronavírus terão um atendimento agilizado, serão colocadas em isolamento por 14 dias assim como familiares e todos os idosos acima de 60 anos.

Nos locais sem transmissão comunitária, pessoas com sintoma de Covid-19 devem buscar os postos de saúde e ficar em isolamento, com monitoramento a cada 48 horas. Caso mais graves serão encaminhados para atendimento hospitalar.

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Coronavírus: circuit breaker político, engenharia social e domínio de espectro total

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Circuit Breaker é um mecanismo de segurança utilizado pela Bolsa de Valores para interromper todas as operações no momento em que as ações negociadas sofrem grandes quedas consideradas atípicas.

Enquanto a grande mídia ocidental sustenta a narrativa de que o epicentro da Pandemia do COVID-19 estave numa feira de rua suja e úmida na China, reportagens da mídia do Japão e Taiwan começam a levantar evidências de que esse novo coronavírus teria sua origem nos EUA. Isso depois do repentino fechamento no ano passado de um laboratório de armas biológicas em Maryland, por ausência de salvaguardas contra vazamentos patógenos. Em seguida ocorreram crises de “fibrose pulmonar” nos EUA, cuja culpa foi colocada nos cigarros eletrônicos. Juntamente com a “coincidência” da realização dos Jogos Mundiais Militares em Wuhan pouco tempo antes da eclosão da crise, provavelmente o “Evento do Cornavírus” entrará para a História como um dos maiores eventos de engenharia social da humanidade. Marcará o início de uma nova era da biopolítica e bioeconomia: “circuit brakers” que extrapolam a simples ferramenta de frear um mercado financeiro em crise – uma nova forma de consenso social ao colocar todo o cotidiano dos indivíduos e cenários políticos em suspensão. Uma gigantesca “psy op” para criar o cenário geopolítico perfeito de “domínio total de espectro”.

Circuit Breaker é um mecanismo de segurança utilizado pela Bolsa de Valores para interromper todas as operações no momento em que as ações negociadas sofrem grandes quedas consideradas atípicas – espera-se que a tendência seja a amenização das quedas e o mercado volte ao seu movimento considerado natural. Ou seja, proteger o mercado da sua própria “mão invisível”.

De forma inédita, a Ibovespa acionou esse mecanismo três vezes em uma semana, em dias de formação de uma tempestade perfeita: a crise do petróleo com o impasse entre Rússia e Arábia Saudita no momento em que o surto mundial do novo coronavírus foi qualificado como uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde.

E para completar, a decisão intempestiva de Trump que ajudou a derrubar ainda mais as bolsas pelo mundo: a suspensão por 30 dias viagens da Europa para os EUA, exceção aberta ao Reino Unido. Que, sabemos, não se considera parte da Europa. Além de mais uma vez revelar o modus operandi de Trump: seu gosto por muros, bloqueios, barreiras…

A ironia em tudo isso é que com a promoção do COVID-19 a uma pandemia, o circuit breaker, de ferramenta de intervenção do mercado de capitais, parece que transcendeu do sistema financeiro para se tornar uma ampla medida de ação social – de repente, parece que a sociedade está entrando em um estado de suspensão semelhante a dos mercados financeiros.

Cancelamento de eventos esportivos, suspensão de aulas em escolas e universidades, recomendações para evitar aglomerações com mais de 100 pessoas, no Rio a PM poderá interditar praias para evitar aglomerações, manifestações políticas nas ruas programadas da direita à esquerda foram proibidas, acesso a shoppings poderá ser restrito… a recomendação das autoridades é: FICAR EM CASA!

O Congresso ameaça entrar em recesso parlamentar forçado como medida para evitar a propagação do coronavírus. De repente, aos poucos toda a vida econômica, social e política começa a entrar num estado de suspensão no tempo e espaço.

Fonte: encurtador.com.br/aezI0

Circuit breaker social

Está se esboçando um gigantesco circuit breaker social, como se configura na Itália, o país mais afetado com 1.266 mortos e quase 20.000 infectados: ruas, cafés, comércio, estádios desertos, jogos e eventos suspensos, enquanto 60 milhões de italianos estão em estado de quarentena.

E junto com tudo isso, um show de “desinformação” da mídia corporativa que ajuda com o tempero do medo e do pânico. Principalmente a mídia televisiva que cria uma “desinformação” a partir da contradição entre o que os apresentadores e repórteres informam e o que a “arte” (infográficos, tabelas etc.) mostram nos cromakeys e efeitos de computação gráfica de estúdio. Como abordamos em postagem anterior – clique aqui.

Um pequeno exemplo entre os diários: na edição de sexta feira do telejornal local Bom Dia SP da TV Globo, um infográfico apresentava as universidades de São Paulo que haviam suspendido as aulas em razão de alunos infectados. Estava lá, no pé da tabela, o nome da Universidade Anhembi Morumbi. Para depois o apresentador detalhar que essa universidade apenas havia suspendido as aulas em uma turma noturna de sétimo semestre de Publicidade, determinando medidas de desinfecção da sala. Enquanto a turma seria transferida para outro prédio.

Foi o suficiente para, naquela manhã, grupos de WhatsApp compartilharem a foto do infográfico global e a Universidade amanhecer deserta com salas vazias e professores solitários. Um deles também compartilhou a foto de uma sala de aula vazia na qual jazia uma mochila em uma carteira: “nem chego perto da mochila”, comentou a assustada postagem da foto… depois se perguntam como o WhatsApp foi o responsável estratégico da vitória do atual presidente…

Fonte: encurtador.com.br/FOVW2

A nova era da Engenharia Social

Provavelmente o “Evento do Cornavírus” entrará para a História como um dos maiores eventos de engenharia social da humanidade. Marcará o início de uma nova era no sentido de que a vida após o coronavírus e o antes do coronavírus serão surpreendentemente diferentes.

Por que “engenharia social”? Porque estamos entrando na era da biopolítica e bioeconomia que trazem uma vantagem flagrantes nas formas de controle social – o prefixo “bio” transmite uma imagem “apolítica” e de “neutralidade” para o distinto público, naturalizando a economia política: eventos de suposta natureza biopatológica podem conferir aparente “cientificidade”. E dessa maneira, criar consenso social.

Desde a explosão da chamada “bolha das tulipas” de 1637, sabemos que os mercados convivem com bolhas como formas rápidas de ganhos e destruição de riquezas – momentos de otimismo da economia, um excesso de confiança dos investidores que os leva a apostar num cenário de ganhos ininterruptos.

Desde o ano passado, analistas do cassino financeiro global alertavam para a possibilidade de um novo estouro da bolha financeira, igual ou ainda pior ao crash de 2008 – a explosão da bolha dos créditos imobiliários.

Esses especialistas alertavam para o rápido crescimento da China, o crescimento exponencial do crédito estudantil norte-americano, a dívida pública extremamente elevada na Europa. Em especial da Itália – mais de 130% do PIB do país.

No Brasil, a exuberância dos investimentos nas bolsas (apresentada como a bonança financeira para as “sardinhas”, ou seja, as pessoas físicas diante do cenário de juros baixos nos rendimentos fixos) alimentadas por empresas midiáticas como a XP Investimentos, somado à fuga em massa do capital estrangeiro, criavam o cenário perfeito de um estouro iminente.

Fonte: encurtador.com.br/vFOP4

“Cair, mas com estilo”

E mais! Essa conjuntura da preocupante exuberância de uma bolha financeira contava com um igualmente preocupante cenário geopolítico para os EUA: a guerra comercial com a China. Decididamente os EUA querem arrastar o mundo junto na estratégia geopolítica de quebrar a participação cada vez maior da China da cadeia produtiva global.

 Certamente, um novo crash jamais poderia ser igual ao de 2008: em tons dramáticos, assustadores, e que rendeu um punhado de produções cinematográficas que celebrizaram o evento: Trabalho Interno (2010), Margin Call (2011), 99 Holmes (2014), The Big Short (2015), entre outros.

Então… apertem os cintos, porque vamos “cair, mas com estilo” – como Buzz Lightyear definia o seu voo na animação da Pixar Toy Story.

HOW CONVEEEEENIENT! Exclamaria a impagável Church Lady do humorístico Saturday Night Live. Explode uma pandemia do novo coronavírus na província chinesa de Wuhan no final de 2019 que arrastaria o mundo para uma pandemia, derrubando os mercados financeiros globais, trazendo pesados prejuízos econômicos à China e expandindo o conceito de “circuit braker” de ferramenta financeira para estratégia de engenharia social.

Colocar o mundo da economia real em suspensão, enquanto o cassino global recebe pesados aportes de dinheiro público no manjado script da socialização das perdas: Trump injeta mais de US$ um trilhão e meio em liquidez no sistema financeiro, enquanto Bolsonaro fala em ajuda a companhia aéreas e “pacote de medidas econômicas”. Prepare-se para mais socialização das perdas, enquanto os “tubarões” engolem as “sardinhas no cassino financeiro, concentrando ainda mais riqueza.

Temos epidemias o tempo todo no mundo. Além disso, temos eventos violentos ocorrendo continuamente: desde erupções vulcânicas, tsunamis ou tornados, até agitação social ou guerras. Por que, então, foi esse evento que capturou a atenção das pessoas de maneira tão profunda e poderosa?

Na opinião desse humilde blogueiro, porque estava na hora!

Novo coronavírus não é chinês

A mídia ocidental criou a narrativa oficial de que o surto de COVID-19 surgiu na China, precisamente em animais em um mercado de rua sujo e úmido em Wuhan. Mas jamais o mítico “paciente zero” foi localizado e identificado. Isso porque talvez a origem não esteja na China.

Enquanto isso a mídia oriental (Japão e Taiwan) começou a levantar evidências de que esse novo coronavírus teria sua origem nos EUA. Em fevereiro de 2020, uma reportagem da japonesa Asahi (impressa e TV) afirmou que o coronavírus se originou nos EUA, não na China , e que algumas (ou muitas) das 14.000 mortes americanas atribuídas à influenza poderiam ser resultantes do coronavírus. Sugeriu que o governo dos EUA pode não ter conseguido entender o quão desenfreado o vírus foi em solo americano – clique aqui.

Fonte: encurtador.com.br/qrwCJ

Em 27 de fevereiro um programa de TV de Taiwan apresentou diagramas e fluxogramas sugerindo que o coronavírus se originou nos EUA. O homem no vídeo é um dos principais virologistas e farmacologistas que realizou uma pesquisa longa e detalhada da origem do vírus. Ele passa a primeira parte do vídeo explicando os vários haplótipos (variedades), e explica como eles estão relacionados, como um deve ter chegado antes do outro e como um tipo é derivado do outro. Ele explica que isso é apenas uma ciência elementar e nada tem a ver com questões geopolíticas – clique aqui para acessar o vídeo (em chinês).

A lógica básica é que a localização geográfica com a maior diversidade de linhagens de vírus deve ser a fonte original, porque uma única linhagem não pode surgir do nada. Ele demonstrou que apenas os EUA têm todas as cinco linhagens conhecidas do vírus (enquanto Wuhan e a maior parte da China têm apenas uma, assim como Taiwan e Coréia do Sul, Tailândia e Vietnã, Cingapura e Inglaterra, Bélgica e Alemanha), constituindo a tese de que os haplótipos em outras nações podem ter se originado nos EUA.

O virologista afirmou ainda que recentemente os EUA tiveram mais de 200 casos de “fibrose pulmonar” que resultaram em morte devido à incapacidade dos pacientes de respirar, mas cujas condições e sintomas não puderam ser explicados pela fibrose pulmonar. As autoridades do país foram informadas a considerar seriamente essas mortes. Mas apenas culparam os óbitos aos cigarros eletrônicos. Para depois encerrarem a discussão.

Laboratório de armas biológicas de Fort Detrick (EUA): fechado por falta de segurança – Fonte: encurtador.com.br/lopu6

Ainda declarou que em setembro de 2019, alguns japoneses viajaram para o Havaí e voltaram para casa infectados, pessoas que nunca haviam estado na China. Isso ocorreu dois meses antes das infecções na China e logo após o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) encerrar repentina e totalmente o laboratório de armas biológicas de Fort Detrick, Maryland, alegando que as instalações não possuíam salvaguardas contra vazamentos de patógenos, segundo o jornal New York Times – clique aqui.

Foi imediatamente após esse evento que surgiu a “epidemia do cigarro eletrônico”. Wuhan tornou-se supostamente o epicentro da pandemia do COVID-19 logo depois dos Jogos Militares Mundiais (18 a 27 de outubro de 2019). Alguns membros da equipe dos EUA, infectados pelo incidente em Fort Detrick e após longo período de incubação, teriam manifestado sintomas menores e infectado potencialmente milhares de residentes locais da província chinesa.

Kristian Andersen, biólogo evolucionária do Scripps Research Institute, analisou sequências do COVID-18 para tentar esclarecer sua origem. Ele disse que o cenário é “inteiramente plausível” de pessoas infectadas trazendo o vírus para a Wuhan de algum lugar externo.

Andersen publicou sua análise dos 27 genomas disponíveis do COVID-19 em 25 de janeiro em um site de pesquisa em virologia. Ele sugere que eles tinham um “ancestral comum mais recente” – o que significa uma fonte comum – desde 1 de outubro de 2019.

A grande mídia ocidental inundou suas páginas por meses sobre o vírus COVID-19 originário do mercado de frutos do mar de Wuhan, causado por pessoas que comem morcegos e animais selvagens. Tudo isso foi provado errado.

O vírus não surgiu no mercado de frutos do mar de Wuhan, como agora ficou provado, mas foi trazido para a China a partir de outro país. Parte da prova dessa afirmação é que as variedades genômicas do vírus no Irã e na Itália foram sequenciadas e declaradas não pertencendo à variedade que infectou a China e, por definição, devem ter se originado em outros lugares.

Parece que a única possibilidade de origem está nos EUA, porque somente esse país tem o “tronco de árvore” de todas as variedades. E, portanto, pode ser verdade que a fonte original do vírus COVID-19 foi o laboratório militar de bioguerra dos EUA em Fort Detrick.

Fonte: encurtador.com.br/erBI3

Ponto de inflexão

Essa crise do novo coronavírus representa também um ponto de inflexão. Porque a maneira como as pessoas interagem mudou e se tornou muito diferente do que costumávamos ter há apenas 10 anos. Porque a maneira como as informações são produzidas e transmitidas atingiu um importante ponto de inflexão.

Uma atmosfera de onisciência midiática que cria efeitos mais amplos do que a doença real.  O COVID-19 é uma doença real e grave.

Mas, como eu disse, não é o único problema endêmico, epidêmico ou pandêmico que temos. Temos surtos gripais todos os anos e não se verificam regiões ou países inteiros isolados e monitorados.

Temos escassez de alimentos e água em muitas partes do mundo, levando a muito mortes todos os dias, e não há esforços concentrados e coordenados e um alarme midiático para que esses problemas possam ser resolvidos.

Por que? Porque a quantidade de informações em torno desses eventos não é tão relevante quanto as em torno da onipresença das informações sobre o novo coronavírus.

Explicando melhor, parece não haver ligação direta entre a magnitude ou o perigo potencial de um evento específico e a quantidade de informações sobre esse evento.

Domínio de espectro total

As informações de Japão e Taiwan e esse ponto de inflexão criado pela onipresença midiática na qual a quantidade de informações necessariamente não corresponde à magnitude real de um evento, sugere essa dúvida plausível: estamos diante do início de uma nova era de engenharia social?

Fonte: encurtador.com.br/aCS15

No Brasil, a pandemia do coronavírus chega num momento muito conveniente, lembrando bastante o conceito de “domínio de espectro total” – conceito de estratégia militar que utiliza um vasto leque de técnicas de guerra psicológica e econômica.

Num momento em que econômica e politicamente o País caminhava para um cenário de acirramento de crise (da iminente explosão da bolha financeira à queima de arquivos vivos comprometedores ao clã Bolsonaro como a morte do ex-PM Adriano Nóbrega e o “conveniente” enfarto fulminante do ex-ministro Gustavo Bebbiano), o “circuit braker” econômico, político e social da pandemia COVID-19 é como se colocasse tudo em suspensão diante de uma emergência biológica.

E desse um conveniente tempo para as peças voltarem a se organizar, como se fosse uma parada técnica ou um intervalo num evento esportivo, demonstrando na prática a estratégia de “domínio de espectro total”:

(a) proíbe-se manifestações de rua;

(b) Assim como a greve dos caminhoneiros serviu de álibi para a estagnação econômica durante a Era Temer, da mesma forma a Pandemia Coronavírus será o bode expiatório para a continuidade do desemprego e da crise. Coloca-se a compulsória agenda neoliberal fora de discussão;

(c) Para a esquerda, a crise biopolítica tem lá sua serventia: livra-se de um potencial fracasso em levar as massas para as ruas, já que nos últimos anos ela se desconectou das bases sociais;

(d) Além disso, as águas da crise da Pandemia movem o moinho da oposição do “quanto-pior-melhor”: a esperança de que a paralisia gestora do Governo e o aprofundamento da crise econômico façam Bolsonaro politicamente sangrar ainda mais;

(e) Porém, para a extrema-direita pouco importa as ruas ficarem desertas e as manifestações de rua proibidas: a força da sua guerra simbólica está nas mídias digitais, respirando a atmosfera das informações contraditórias, medo, pânico e ódio.

Por isso, o circuit braker da Pandemia COVID-19 cada vez mais se assemelha a uma psy op cujo resultado é o domínio total de espectro: colocar todo o espectro político em estado de suspensão, no qual cada lado tenta puxar a brasa da crise para a sua sardinha… Enquanto tudo permanece como está.

REFERÊNCIAS

– New York Times;

– Global Research – Centre of Research on Globalization;

– Isto É;

– Aangirfan;

– Dragos Roua. 

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