A família Bélier: a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como ferramenta de aprendizagem para o deficiente auditivo

Compartilhe este conteúdo:

Através da análise do filme é possível perceber que o mesmo nos apresenta uma adolescente denominada Paula, que enfrenta questões comuns de sua idade, dentre elas os problemas e desafios na escola, brigas com os pais e amigos, mas trazendo em seu roteiro algo de extrema relevância a ser discutido.

Os seus pais e seu irmão são surdos sendo ela a responsável por traduzir a língua de sinais nas conversas com as pessoas que os cercam. A Psicopedagogia em linhas gerais é um campo extremamente amplo e valioso, afinal ao longo do curso foi algo que se tornou pouco a pouco cada vez mais evidente, inclusive sabemos que a audição é o órgão do sentido que possibilita a percepção de sons no ser humano, sendo que a mesma é o primeiro sentido a ser apurado antes mesmo de a criança nascer, além disso a audição é o principal canal pelo qual a linguagem e a fala são desenvolvidas, é primordial para o relacionamento humano independente de suas diferenças tornando de fato a inclusão uma realidade.

O modelo inclusivo sustenta-se em uma filosofia que advoga a solidariedade e o respeito mútuo às diferenças individuais, cujo ponto central está na relevância da sociedade aprender a conviver com as diferenças. A inclusão apresenta-se como uma proposta adequada, que se mostra disposta ao contato com as diferenças, porém não necessariamente satisfatória para aqueles que, tendo necessidades especiais, necessitam de uma série de condições que, na maioria dos casos, não têm sido propiciadas (LACERDA, 2006, p. 166).

Fonte: encurtador.com.br/bijxN

Apesar de todos os estudos históricos acerca da importância da Psicopedagogia nesse processo de construção e formação do indivíduo, é necessário salientar que diante disso é imprescindível que se criem leis para inclusão que seja eficaz de fato e assim gere igualdade, por isso a importância de a criança ser inserida no aprendizado de Libras desde muito pequena. Destaca-se a fala abaixo como aspecto a ser analisado no decorrer do presente trabalho apresentado:

Fundamentar a educação de surdos nesta teorização cultural contemporânea sobre a identidade e a diferença parece ser o caminho hoje. […] A modalidade da ‘diferença’ se fundamenta na subjetivação cultural. Ele surge no momento que os surdos atingem sua identidade, através da diferença cultural, surge no espaço pós-colonial. Neste espaço não mais há a sujeição ao que é do ouvinte, não ocorre mais a hibridação, ocorre a aprendizagem nativa própria do surdo. (PERLIN E STRÖBEL, 2008, P. 19).

O aprendizado de Libras desde estágios iniciais é de grande relevância para que busque uma educação que contemple suas necessidades, pois justamente isso implica em preparar os professores para que estejam comprometidos com a aprendizagem e o desenvolvimento, atentos para as diversidades de modo geral.

Dentro do próprio contexto psicopedagógico é importante discutirmos que é através dessa atitude e comportamento que se construirá uma sociedade solidária, consciente e preparada para conviver com as diversidades. A inclusão veio justamente ampliar as possibilidades para construir uma sociedade mais justa, dando oportunidades para todos de ocuparem seus espaços, buscando conquistar sua autonomia. Uma lição que não se encontra em livros ou nos bancos acadêmicos, como respeitar, entender e reconhecer o outro de maneira integral e humana.

Fonte: encurtador.com.br/kszJW

A partir do momento em que nos reservamos a discutir a temática abordada consequentemente fomos capazes de perceber de maneira ainda mais evidente que a nossa formação acadêmica nos faz refletir e concluir se estamos agindo de acordo com o que é moral e ético, ao psicopedagogo cabe promover a inclusão, diminuindo as barreiras intelectuais e sociais para que os sujeitos possam ter as mesmas oportunidades na sociedade e no mundo do trabalho.

Seguindo a mesma discussão, sabe-se que uma das conquistas dos deficientes auditivos foi o reconhecimento do bilinguismo, o direito de se manifestarem através de sua língua própria sendo está superior, um complemento para que o surdo se escolarize formalmente, fator de grande relevância no trabalho apresentado.

Compreende-se, portanto, que tais profissionais precisam estar preparados para lidar com o sujeito que necessita de uma atenção mais especial, inclusive que para isso é necessário que se criem estratégias e soluções que possam melhorar o convívio, sensibilizando, conscientizando e motivando os mesmos, para que os objetivos sejam alcançados por todos. Observe a fala abaixo como base de justificativa para a discussão apresentada:

Porém, os cursos de formação de psicopedagogos devem ter como finalidade, no que se refere aos futuros profissionais, a criação de uma consciência crítica sobre a realidade que eles vão trabalhar e o oferecimento de uma fundamentação teórica que lhes possibilite uma ação psicopedagógico eficaz (GOLDEFELD, 2002, p.68).

A partir dessa perspectiva é interessante ressaltar que a inclusão é acolher as pessoas sem exceção de cor, classe social, condições físicas e psicológicas. Recusar-se a ensinar é crime. As principais causas da deficiência auditiva nem sempre são identificadas, sendo que existem vários fatores que podem levar a essa perda, com isso é importante salientarmos alguns fatores relevantes, dentre os quais se destaca:

  • Causas pré-natais: Onde a criança adquire a surdez através da mãe no período de gestação, decorrentes de desordens genéticas ou hereditárias relativas a consanguinidade, ao fator Rh, a doenças infectocontagiosas, etc.;
  • Causas perinatais: a criança fica surda porque surgem problemas no parto como prematuridade, pós-maturidade, inóxia, fórceps, infecção hospitalar e outros;
  • Causas pós-natais: a criança fica surda porque surgem problemas após seu nascimento como meningite, remédios tóxicos em excesso, sífilis adquirida sarampo, caxumba, exposição contínua a resíduos ou sons muito alto, traumatismo craniano e outras. (STREIECHEN, 2012, p.17).

Apresenta-se ainda nos mesmos estudos que a Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002, identifica a libras como a linguagem materna e mais usada pela comunidade surda do Brasil. Em 22 de dezembro de 2005 o presidente Luís Inácio Lula da Silva e o ministro da educação Fernando Haddad assinaram o Decreto nº 5.626 regulamentando a Lei nº 10.436, que dispõe sobre a linguagem Brasileira de Sinais – LIBRAS.

Interessante destacarmos ainda que a libras é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão utilizada por pessoas surdas, inclusive ainda é evidente que possui um sistema linguístico de natureza visual-motora com estrutura gramatical própria, portanto uma língua autônoma.

 FICHA TÉCNICADO FILME

Título: La Famille Bélier (Original)

Ano produção: 2014

Dirigido por: Eric Lartigau

Estreia: 25 de Dezembro de 2014 (Brasil )

Duração: 106 minutos

Classificação: 12 – Não recomendado para menores de 12 anos

Gênero: Comédia, Drama, Música

Referências:

GOLDFELD, Marcia. A Criança Surda: linguagem e cognição numa perspectiva sócia interativa. 2 eds. Editora: Plexos, 2002.

LACERDA, C. A inclusão escolar de alunos surdos: o que dizem alunos, professores e intérpretes sobre esta experiência de inclusão escolar de alunos surdos: o que dizem alunos, professores e intérpretes sobre esta experiência. Caderno cedes. Campinas, mai.-ago. 2006, v. 26, nº 69, p. 163-84.

Ministério da Educação. Secretaria da Educação Especial. Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989.

PERLIN, G. Identidades Surdas. In: SKLIAR, C. (org.). A Surdez um Olhar Sobre as Diferenças. Porto Alegre: Mediação, 1998.

STREIECHEN, Elisiane Manhoso. Língua Brasileira de Sinais: LIBRAS; ilustrado por Sérgio Streiechen. Guarapuava: UNICENTRO, 2012.

Compartilhe este conteúdo:

Quando é necessário usar aparelho auditivo

Compartilhe este conteúdo:

Há pessoas que escutam, mas não entendem o que outros falam. Tem gente que não consegue ouvir televisão nem quando alguém liga pelo telefone. Há também quem reclame de zumbido nos ouvidos. Por conta desses problemas de audição, muitos se isolam e até deixam de participar de reuniões sociais e festas. Esses são exemplos de pessoas que precisam utilizar aparelhos auditivos. Mas esse assunto ainda causa constrangimento.

Ter de usar um aparelho auditivo não é motivo para se envergonhar. Pelo contrário, é uma forma de melhorar a qualidade de vida, ser mais ativo socialmente, comunicar-se melhor e não correr riscos por não ouvir quando estiver pelas ruas.

Antigamente, o transtorno era grande. Quem tinha problemas auditivos precisava, por exemplo, usar enormes aparelhos. Depois, vieram os tubos que eram mais finos. Mas, hoje, temos equipamentos imperceptíveis que trazem gigantescos benefícios. Muitas vezes, as pessoas em volta nem conseguem notar o aparelho.

Fonte: encurtador.com.br/loAY2

Na virada do século XXI, a tecnologia computadorizada tornou os aparelhos auditivos menores, ainda mais precisos e com ajustes para se acomodar virtualmente a todo tipo de ambiente. Os equipamentos de última geração podem continuamente se ajustar para melhorar a qualidade de som e reduzir o ruído de fundo. Além disso, há aplicativos com conectividade com o som direto no aparelho auditivo.

Diferente do que alguns acreditam, o uso de aparelho não causa efeito colateral. Pelo contrário, há tratamento de zumbido que é realizado por meio desses equipamentos. Em muitos casos, isso é causado pela perda auditiva. Por conta disso, o cérebro compensa com o zumbido o som que falta. Dentro dos aparelhos auditivos é possível ajustar e corrigir a audição para oferecer sons com o intuito de minimizar esse problema.

Existem três tipos básicos de aparelhos auditivos: com receptor no canal (RIC: Receiver-in-canal); utilizados atrás da orelha (BTE: Behind-the-ear); e aqueles utilizados na parte interna da orelha (ITE: In-the-ear). O modelo correto vai depender da deficiência auditiva e também da anatomia da orelha, além das preferências pessoais considerando a tecnologia e até o design. Hoje, há muitos modelos no mercado. Com a ajuda do fonoaudiólogo, é possível escolher o modelo que mais agrada para a dificuldade.

Existem dois tipos principais de perda auditiva: a neurossensorial e a de condução. A primeira acomete o nosso sistema auditivo interno e pode ser desencadeada por exposição ao ruído, envelhecimento, alguns remédios ototóxicos, como alguns antibióticos de atividade bactericida, doenças entre outras etiologias.

Já a de condução pode acontecer por conta do acúmulo de cera, rigidez no sistema, inflamações e infecções e outras doenças. Também há casos que a pessoa apresenta os dois tipos de perda auditiva, condutiva e neurossensorial.

O exame de perda auditiva deve ser sempre levado a sério. É realizado por meio da avaliação clínica, anamnese (entrevista inicial), inspeção clínica da orelha, audiometria, imitanciometria (avaliação das condições da orelha média e da tuba auditiva) e alguns exames objetivos da audição.

É fundamental a atuação conjunta entre o médico otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo. Dessa forma, a pessoa pode retomar suas rotinas normais com melhor qualidade de vida.

Compartilhe este conteúdo: