Importância do trabalho multiprofissional em Psicologia da Saúde
20 de fevereiro de 2022 Josélia Martins Araújo da Silva Santos
Insight
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No âmbito da psicologia da saúde, deve haver um trabalho integrado, contínuo e compartilhado com toda equipe que faz parte do setor de saúde, seja nas áreas primárias de saúde como unidades básicas, Estratégia de Saúde da Família -ESF e Centro de Atenção Psicossocial-CAPS, ou em setores secundários (ambulatório e outras áreas), e em níveis terciários, como instituições hospitalares, centros de hemodiálise, UTIs etc.1
Mesmo que no contexto clínico a presença de uma equipe multidisciplinar não seja uma realidade tão vista, a presença dessa modalidade é fundamental na prática da psicologia da saúde, visto que pode ser uma das necessidades dos pacientes, pela requisição de um acompanhamento concomitante com outras especialidades, seja na área da psiquiatra, da nutrição ou quaisquer outras áreas. 1
Todo local de trabalho tem suas equipes e suas especificações na forma de atuação, um exemplo se refere a um hospital, que geralmente existe uma equipe com vários profissionais das mais diversas áreas, com cada setor com suas particularidades e forma de atuação. No entanto, quando se trabalha de forma multidisciplinar, o modelo de atuação deve ser realizado de forma coletiva, em prol de gerar benefícios para os pacientes, entendendo que o conceito de saúde é ampliado e dessa forma se transfere para o contexto da equipe multidisciplinar. ²
Quando se trata da atuação do profissional psicólogo(a) no contexto multidisciplinar, pode haver uma maior dificuldade em se tratando da interação desse profissional com as das demais áreas, resultante de uma carência na formação, que muitas vezes é de forma individualizada, baseada no modelo clínico em que a sua atuação ocorre apenas entre o (a) psicólogo(a) e o seu paciente. Em contrapartida entende-se que é necessário o trabalho de forma conjunta com todos os membros de uma equipe, através da discussão de casos bem como o planejamento na forma como se dará o tratamento dos usuários dos serviços de saúde. ²
A participação da psicologia nas equipes multiprofissionais vem ganhando destaque pela forma como o profissional atua nas diversas áreas da saúde, no entanto é necessário reafirmar a importância deste profissional nesse contexto, através de práticas e evidências que reforcem a importância desse profissional em quaisquer áreas de atuação da saúde, como parte fundamental da equipe multiprofissional. 1
REFERÊNCIAS
1- ALMEIDA, Raquel Ayres de; MALAGRIS, Lucia Emmanoel Novaes. A prática da psicologia da saúde. Rev. SBPH, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 183-202, dez. 2011.Disponívelem<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582011000200012&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 12 fev. 2022.
2- Carvalho, Liliane Brandão, Bosi, Maria Lúcia M. e Freire, José Célio A prática do psicólogo em saúde coletiva: um estudo no município de Fortaleza (CE), Brasil. Psicologia: Ciência e Profissão [online]. 2009, v. 29, n. 1 [Acessado 12 fevereiro 2022], pp. 60-73. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1414-98932009000100006>. Epub 19 Jun 2012. ISSN 1982-3703. https://doi.org/10.1590/S1414-98932009000100006.
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Calouros de Psicologia do Ceulp/Ulbra se preparam para conhecer as áreas de atuação do Psicólogo
Disciplina tem como objetivo apresentar aos acadêmicos as principais áreas de atuação para o profissional de Psicologia
No último sábado, 03, a turma de Estágio Básico I deu início às suas atividades. Este semestre a disciplina está sob a direção das professoras do curso de Psicologia Me. Muriel Correa Neves Rodrigues, Me. Raphaella Pizani e Me. Ana Letícia Covre Odorizze.
A disciplina, que faz parte das matérias de primeiro período, tem como objetivo apresentar aos acadêmicos as principais áreas de atuação para o profissional de Psicologia, o que possibilita a ampliação do olhar do acadêmico para as inúmeras possibilidades de atuação profissional.
No decorrer do semestre os alunos entrarão em contato com muitos campos de atuação, sendo estes: Serviço Escola de Psicologia (SEPSI), Conselho Regional de Psicologia (CRP), Psicologia da saúde e hospitalar (HGP), Psicologia na assistência social (Cras e Creas), Psicologia jurídica, Psicologia do trânsito, Psicologia organizacional, Psicologia do esporte, Psicologia nas comunidades tradicionais (indígena), Avaliação neuropsicológica e Psicologia na Educação.
Fonte: Arquivo Pessoal
A professora Muriel frisa que “possibilitar aos alunos o maior número de experiências possíveis colabora para que eles ampliem suas visões em relação aos espaços nos quais desejarão atuar quando profissionais no futuro.” Contudo, a disciplina de Estágio Básico I carrega a identidade generalista que o curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra vem construindo há mais de 19 anos.
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Promoção de Qualidade de Vida na Comunidade: experiências de uma nutricionista do NASF
Para discorrer um pouco sobre o tema e atividades desenvolvidas, entrevistou-se uma das profissionais atuantes no NASF em dois Centros de Saúde da Comunidade de Palmas/TO (1206 e 1304 Sul)
Sabe-se que a expectativa de vida vem aumentando, e com ela a necessidade de melhorar a qualidade de vida. O termo qualidade de vida está associado a uma gama de fatores e não apenas a saúde, “como bem-estar físico, funcional, emocional e mental, mas também outros elementos importantes da vida das pessoas como trabalho, família, amigos e outras circunstâncias do cotidiano, sempre atentando que a percepção pessoal de quem petende se investigar é primordial” (GILL & FEISNTEIN, 1994, apud PEREIRA et al., 2012, p. 244). Sendo assim, a promoção da saúde deve visar a contemplação das inúmeras esferas que o termo qualidade de vida abrange.
Nesse contexto, a Atenção Básica caracterizada como porta de entrada principal do SUS – Sistema Único de Saúde, constituindo um conjunto de ações de saúde, na esfera individual e coletiva, que abrangem a promoção e a proteção da saúde (BRASIL, 2013), conta com os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), também, para a promoção de ações voltadas à qualidade de vida daqueles que são acolhidos pelo serviço.
Para discorrer um pouco sobre o tema e atividades desenvolvidas, entrevistou-se uma das profissionais atuantes no NASF em dois Centros de Saúde da Comunidade de Palmas/TO (1206 e 1304 Sul). Bianca Dias Ferreira é nutricionista residente em saúde da família e comunidade, graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Tocantins (2017), com linha de pesquisa em Práticas Integrativas e Complementares do SUS, Saúde Pública e Saúde Coletiva. É membro da Liga Acadêmica de Plantas medicinais e fitoterapia – UFT. Tem experiência na área de Nutrição, com ênfase em saúde pública, atuando principalmente nos seguintes temas: Promoção de Saúde, Fitoterapia e Educação Alimentar e Nutricional.
Fonte: arquivo pessoal
(En)Cena – Sabe-se que a qualidade de vida é um tema muito debatido atualmente, e que hoje existem muitos campos em que a nutrição pode agir a partir desse assunto; no NASF, qual a atividade que o nutricionista realiza para promover qualidade de vida?
Bianca Dias Ferreira –Enquanto atenção Primária à saúde o NASF está inserido e tem possibilidade de vínculo com a população do território de saúde. Isso oportuniza um grande leque de ações que podemos desenvolver enquanto NASF. Na nutrição atualmente realizo atividades coletivas e individuais com o objetivo de promover qualidade de vida: ações para promoção de modos de vida saudáveis em conjunto com as práticas corporais em um grupo semanal compartilhado com profissional de educação física; Apoio às ações do programa saúde na escola; Ações de educação em saúde em grupos de gestantes, puérperas e idosos da ESFSB; Educação alimentar e nutricional em sala de espera e em eventos específicos como semana do bebê, mês da qualidade de vida (abril), entre outros.
(En)Cena – Você acredita que este trabalho pode trazer maior bem-estar para pessoas que muitas vezes já perderam a esperança?
Bianca Dias Ferreira – Certamente. Observamos por exemplo, em um grupo de treino funcional e acompanhamento nutricional que a adesão ao grupo tem propiciado também melhor adesão a tratamentos de saúde, assim como tem melhorado o vínculo da população com os profissionais e serviços ofertados pela unidade.
(En)Cena – Há adesão de pessoas idosas em participar das atividades propostas aqui?
Bianca Dias Ferreira – Nos grupos de educação há uma adesão até que satisfatória nas programações em que eles são convidados. Mas, não podemos desconsiderar que ainda há uma cultura muito forte em que o modelo biomédico prevalece, então muitas vezes essa participação está atrelada ao que os mesmos receberão em troca, seja uma consulta, ou uma renovação de receita, isto, é claro não pode ser generalizado, pois há casos de que as pessoas participam porque gostam de se cuidar, ter um ambiente em que podem se expressar, aprender e compartilhar sobre temas relevantes à sua saúde, mas são uma minoria.
(En)Cena – Nos conte uma experiência, trabalhando com qualidade de vida, que te marcou?
Bianca Dias Ferreira – Inserção de práticas integrativas e complementares em saúde: Lian Gong e Auriculoterapia, pois os relatos dos pacientes sempre dão retorno positivo e é um feedback que gera redução no uso de medicações principalmente em dores osteomusculares, melhora da rotina de sono, ansiedade, entre outras. Acabou sendo uma das ações mais gratificantes que a equipe realiza.
(En)Cena – Quando percebeu que era nessa área de atuação que você queria trabalhar, ou você acredita que esta área que te escolheu?
Bianca Dias Ferreira – Acredito que fui escolhida, pois desde a universidade sempre me interessei pela parte social da nutrição e quando iniciei a residência em saúde da família e comunidade entendi que na atuação em equipe sempre podemos desenvolver mais ações e contribuir mais com as necessidades da população.
(En)Cena – Quem pode participar das ações desenvolvidas e quais são os critérios de inclusão e exclusão?
Bianca Dias Ferreira – Toda a população pode participar. Nos grupos de práticas corporais são avaliadas as limitações físicas e cada paciente deve respeitar o limite do próprio corpo.
Fonte: arquivo pessoal
(En)Cena – Quais são as atividades desenvolvidas voltadas a qualidade de vida?
Bianca Dias Ferreira – Sessões de auriculoterapia, práticas corporais, treino funcional e Lian Gong, educação alimentar e nutricional em grupos educativos (gestantes, idosos, puericultura), grupos terapêuticos e sala de espera, grupo de apoio terapêutico ao tabagista, grupo de dores crônicas, grupo servidor saudável, apoio às ações do Programa saúde na escola…
(En)Cena – Que profissionais fazem parte da equipe?
Bianca Dias Ferreira – Nutricionista, profissional de educação física, psicóloga, assistente social, farmacêutica.
(En)Cena – Quais os maiores impactos vistos resultantes das atividades desenvolvidas na qualidade de vida daqueles que participam?
Bianca Dias Ferreira – Redução da usa de medicações, melhora na autoestima, melhora no vínculo com os profissionais.
(En)Cena – Quais são as maiores dificuldades que você percebe quanto a adesão das atividades?
Bianca Dias Ferreira – Desvincular as ações de promoção a saúde da lógica médica e biológica.
*Entrevista realizada como requisito da disciplina de Psicologia da Saúde
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde Mental. 176 p. Cadernos de Atenção Básica, n. 34. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
PEREIRA, Érico Felden; TEIXEIRA, Clarissa Stefani; SANTOS, Anderlei dos. Qualidade de vida: abordagens, conceitos e avaliação. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 26, n. 2, p. 241-250, 2012.
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Dores físicas causadas pela mente: Psiquiatra discorre sobre a Psicossomática
O aspecto principal de transtornos somatoformes é a apresentação repetida de sintomas físicos juntamente com solicitações persistentes de investigações médicas
A Psicossomática estuda as relações mente-corpo com ênfase na explicação psicológica da patologia somática, uma transcrição para a linguagem psicológica dos sintomas corporais (FREUD, 1913). A Psicanálise continua sendo uma psicologia em função do inconsciente, um método de investigação da mente e uma atividade terapêutica. O que constitui Freud um profissional engajado e percursor da interdisciplinaridade.
Além da doença psicossomática instalada por meio de um transtorno neurótico e uma lesão orgânica, existem considerações em base de sintomas de origem psicogênica estudados por meio de um grupo de neuroses dentro da classificação de transtornos mentais ou de comportamentos, conhecidos como transtornos somatoformes. O aspecto principal de transtornos somatoformes é a apresentação repetida de sintomas físicos juntamente com solicitações persistentes de investigações médicas, com repetidos achados negativos e de reasseguramentos pelos médicos de que os sintomas não tem base física. Estes transtornos são acompanhados de sintomas relacionados a qualquer parte de sistemas do corpo, comumente sensações gastrintestinais, cutâneas anormais, queixas sexuais e menstruais são também comuns como a depressão e a ansiedade. O curso do transtorno é crônico e flutuante e com frequência está associado a rompimento duradouro do comportamento social, interpessoal e familiar.
Para falar mais sobre o assunto, segue a entrevista com Camila Campitelli, que possui graduação em Medicina pelo Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC) e Residência Médica em psiquiatria pela Universidade de Brasília (UNB). Também tem especialização em Psiquiatria e em Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Camila trabalha atualmente nos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) e Hospital Geral de Palmas. É também Supervisora do Programa de Residência Médica em Psiquiatria da Universidade Federal do Tocantins- UFT.
(En)Cena – Qual a diferença entre doença psicossomática e transtorno somatoforme?
Camila Campitelli – Existe uma associação, que habitualmente usamos quando falamos de doenças psicossomáticas e relacionamos com transtornos somatoformes. Nos transtornos somatoformes, por exemplo, tem-se uma dor, mas não se tem uma origem orgânica daquela dor. Tem-se uma perda de movimento, mas não se tem um correspondente neurológico para aquela perda de movimento. Ela se divide em algumas categorias que são os transtornos somatoformes que se classificam, conforme o CID 10: Transtorno de somatização somatoforme indiferenciado, transtorno hipocondríaco, transtorno neurovegetativo somatoforme, transtorno doloroso somatoforme persistente, outros transtornos somatoformes e transtornos somatoformes não especificados. Tem alguns critérios para diagnosticar um transtorno, sendo necessário um ou mais sintomas somáticos que sendo feito uma avaliação apropriada, os sintomas não são explicados por uma condição médica em geral, ou essa condição médica não é suficiente para explicar os sintomas e nem é explicado por outro transtornos, além de estar presente por 6 meses. Tem que ter a doença e o prejuízo em decorrente a essa relação.
(En)Cena – A angústia está relacionada à psicossomática, no entanto, existe alguma outra causa que leve a este transtorno?
Camila Campitelli – Costuma ter algumas situações de tensão, de estresse emocional ou algum outro fator mais desencadeante. Então se tem situações emocionais onde a pessoa não consegue lidar com aquilo e tem que achar um correspondente no corpo. É diferente quando falamos de transtorno fictício, por exemplo, onde a pessoa provoca uma lesão em busca de um cuidado médico, geralmente é uma ferida que a pessoa manipula, ou um sangue que é colocado na urina, o intuito é psicológico, o benefício é estar doente e o cuidado e toda relação que se tem em estar doente. E ele é provocado, teve um paciente que pegava um pedra e batia no tórax e chegava no hospital com dor. Procurou-se a causa, mas nada era condizente com aquela patologia. Depois de um tempo, conhecendo melhor o paciente e dialogando com ela, a paciente afirmou que batia com a pedra no seu tórax. Já no transtorno somatoforme a pessoa sente uma dor (se fala em dor, pois é mais comum), não necessariamente ela provoca aquilo, só que a equipe médica não consegue identificar algo orgânica para aquela dor. Nesse caso, o próximo passo é a estrutura emocional, o diálogo com perguntas do tipo: Como está a relação em casa? Aconteceu alguma coisa marcante? Quando que dói mais? Dói mais se está em casa? Piora quando tem mais pessoas ou quando não pessoas? Em que local dói mais? Procura saber como é o manejo desta pessoa que está sofrendo, mas muitas vezes, não consegue falar e por isso usa o adoecer do corpo para que equipe medica consiga representar.
(En)Cena – E sobre o diagnóstico e o prognóstico do paciente? Quem ou qual o grupo de pessoas que estariam mais vulneráveis a ter doenças psicossomáticas?
Camila Campitelli – É basicamente um diagnóstico clínico, usam-se exames para excluir a organicidade naquela questão. Se investiga aquela patologia, procura toda uma correlação onde deveria estar aquela alteração, mas não se consegue identificar. Geralmente são pessoas que, para se fechar um diagnóstico, geram custos altos para o serviço de saúde pública e para a família, pois ela acessa o serviço diversas vezes devido as queixas e as dores, fazendo exames cada vez mais caros para se identificar a causa, submetendo-se até as cirurgias, muito comum em dores abdominais. Aí aparece outra questão que é a sequela desses procedimentos. São tipos de pacientes que quando percebem que aquela equipe médica está chegando ao diagnóstico de doença psicossomática, ela procura outras unidades e setores de saúde. Por isso é importante a comunicação e a relação estreita com a psicologia para ajudar a entender toda a dinâmica do paciente e não ficar centrado apenas na dor orgânica.
(En)Cena – Quais as principais Comorbidades?
Camila Campitelli – De forma geral são mais sintomas depressivos e quadros ansiosos.
(En)Cena – Sobre tratamento, o que poderia dizer que tem maior resultado atualmente?
Camila Campitelli – A psicoterapia para a pessoa entender toda essa dinâmica, para que ela consiga entender essa doença. Não tem como dizer que a pessoa não tem nada, pois ela sente a dor. Ela não tem nada orgânico, mas tem toda uma demanda psicológica que ela precisa de ajuda para compreender do que se trata e conseguir lidar com aquilo e não se submeter a outros tratamentos como a cirurgia, por exemplo, que pode trazer consequências muito mais graves que aquela dor que ela está sentindo no momento. Também é muito importante o suporte da família.
(En)Cena – No dia a dia da sua atuação, tem se deparado com muitos pacientes com doenças psicossomáticas? Conhece dados que mensuram o aumento dos números de casos nos últimos anos? E qual a faixa etária predominante?
Camila Campitelli – Não tenho números exatos, mas esses casos são muito mais comuns dentro de hospital geral ou ambulatorial do que em consultórios particulares, pois a procura é pelo cuidado físico. Há uma maior prevalência entre as mulheres. Não é apenas a faixa adulta que sofre com doenças psicossomáticas. Há casos de crianças que, por exemplo, foram vítimas de violência. Geralmente casos mais graves começam com vômitos e dores.
(En)Cena – Como o paciente reage quando percebe que é uma doença psicossomática?
Camila Campitelli – Geralmente é um diagnóstico difícil, é um diagnóstico por exclusão através de exames e até cirurgias, até se chegar ao transtorno somatoforme. Tem que haver um cuidado ao relatar isso para o paciente, explicar bem como se chegou até esse diagnóstico e como se dará o tratamento. Por isso, é tão importante o trabalho em equipe e o suporte psicoterápico.
(En)Cena – Gostaria de comentar sobre algum caso em especial, que foi mais difícil, mais angustiante ou mais intenso de cuidar?
Camila Campitelli – Teve duas pacientes que chamaram bastante atenção. Uma chegou a fazer três a quatro cirurgias por dores abdominais e mais tarde foi diagnosticada com transtorno somatoforme e o outro caso foi transtorno fictício, o paciente procurou o hospital várias vezes, sempre com sintomas diferentes, mas acabou confessando que se machucava com uma pedra.
*Entrevista realizada como requisito da disciplina de Psicologia da Saúde do curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra sob a orientação da Profa Me Izabela Almeida Querido.
REFERÊNCIAS:
DE MELLO FILHO, JULIO ; BURD, MIRIAM. Psicossomática hoje. SÃO PAULO: Artmed Editora S.A., 2010.
FONTES NETO, Paulo T. L. et al . A dermatite atópica na criança: uma visão psicossomática. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul, Porto Alegre , v. 28, n. 1, p. 78-82, Apr. 2006 . Availablefrom<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082006000100010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 21 maio 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-81082006000100010.
MOAL, M. Le. Psicossomática (doença). In: DORON, Roland ; PAROT, Françoise. Dicionário de Psicologia. PessesUniversitaires de France: CLIMEPSI EDITORES, 1991.
RIECHELMANN, José Carlos et al. Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde: Veredas Interdisciplinares em Busca do “Elo Perdido”. In: ANGERAMI, Valdemar Augusto et al. Psicologia da Saúde. Câmara Brasileira do Livro: Pioneira Thomson Learning, 2000.
SARTORIUS, N. AT AL. F45 Transtornos somatoformes. In: WORLD HEALTH ORGANIZATION. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10. Porto Alegre – RS: ARTMED EDITORA S.A., 1993.
Sergio Baggio é psicólogo e atua desde 2014 no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III em Palmas-TO, atualmente como Técnico de Saúde mental da unidade
A Entrevista Motivacional consiste em uma modalidade de conversa baseada na cooperação que busca a fortificação da motivação do cliente/paciente em processos de saúde, bem como o comprometimento com a mudança. Essa técnica é amplamente utilizada desde a década de 80 no tratamento de dependência química, por visar a redução de comportamentos de risco. Nesta entrevista, o psicólogo Sergio Baggio discorre sobre os principais desafios que estão implicados no uso desse recurso terapêutico, e apresenta sua visão referente ao conceito de motivação.
Sergio Baggio é psicólogo e atua desde 2014 no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III em Palmas-TO, atualmente como Técnico de Saúde mental da unidade, desenvolvendo atividades referentes à área da Psicologia, bem como atividades transversais em diversos contextos e com diferentes públicos. Tem experiência com atuação clínica, organizacional e docência. Atualmente realiza especialização na área Comportamental.
(En)Cena – Desde que se desenvolveu até o presente momento, houve alguma mudança na metodologia e aplicação da Entrevista Motivacional?
Sérgio: O que eu entendo por motivação é ideia de desejo, motivação, engajamento, acho que é isso. Não vejo que as pessoas se motivam apenas com ideias ou com propostas circunstanciais. A motivação é um processo intrínseco, é o movimento que acontece a partir de um projeto que tem a solidez, consistência, tem o projeto de ser. É dali que nasce a consistência da motivação, não é uma ideia, não é uma moda, não é um encantamento, isso não é motivação. Acho que a ideia de motivação que se trabalha por “ai”, é uma ideia fugaz, não é uma ideia consistente.
(En)Cena – Em sua opinião, como a Entrevista Motivacional tem ajudado os pacientes em relação a ambivalência relacionada às mudanças?
Sérgio: Primeiro todo e qualquer ser humano precisa conhecer quem ele é, para onde ele vai, precisa ter um projeto de vida, conhecer a sua história e ter uma relação legal com ele. Se ele não consegue fazer este movimento, ele não consegue se engajar em lugar nenhum, ele está solto, não tem rumo, não sabe o quer e não se conhece, não sabe lidar com o futuro, frustações, não sabe lidar com as oportunidades que a vida dá pra ele. Enfim, tudo nasce da Anima, aquela que dá a vida. Eu me sinto numa posição de poder, quando falo isso. A psicologia tem esta leitura de como acessar a consciência e isso nos dá poder.
(En)Cena – Por quê?
Sérgio: Porque é uma ciência que realmente dá conta da consciência. A ciência consegue se apropriar do fenômeno e a gente consegue operar de forma eficaz, conseguimos ter resultados.
(En)Cena – É necessário ter formação específica para o engajamento profissional do profissional na Entrevista Motivacional?
Sérgio: O profissional deve estudar muito, precisa conhecer, ser um estudioso constante, precisa gostar do que faz, precisa se encantar pelo fenômeno, ser um profundo conhecedor, profundo curioso. Ele nunca está pronto, ele não pode se desencantar.
(En)Cena – Você acha que esta prática é restrita somente aos Psicólogos?
Sérgio: Não, a gente está precisando dialogar interdisciplinarmente, até porque a medicina precisa se apropriar destes cursos pois em primeiro plano o paciente procura a medicina. As pessoas associam a medicina também a saúde mental. Saúde mental não tem que dialogar somente com uma profissão, tem que dialogar com todas as áreas, porque o fenômeno pode ser identificado em toda a rede. O enfermeiro pode identificar os aspectos psicológicos, a escuta de enfermagem, o terapeuta organizacional, o assistente social que trabalha na rede, pode e deve identificar fenômenos psicológicos e sociais no contexto da realidade, o médico teria que ter muito preparo de como identificar os fenômenos psicológicos. Na escuta clínica que ela é tão eficiente, tão técnica em relação patológica, então a medicina também precisa dialogar sobre isso, porque muitas vezes tem uma demanda física, mas que provavelmente a raiz não é física, ela é emocional, estrutural. Então ter uma escuta qualificada da equipe multidisciplinar que atua na rede é fundamental, os médicos da família, as equipes que atuam nos NASF, CRAS, na saúde da família, precisam identificar esses fenômenos. O fenômeno não é só da psicologia e nem só da psiquiatria, talvez nós tenhamos preparo técnico pela nossa especificidade, mas precisamos dialogar com outros pontos das redes e que também são saúde.
(En)Cena – Como você ajudaria esta escuta, ajudar o paciente a uma adesão de tratamento de álcool e drogas, por exemplo?
Sérgio: Interessante! Isso acontece muito, às vezes o paciente chega sem saber o que quer, conduzido pela família, não tem consciência. Então ele pode se convencer através de um acolhimento, de uma escuta qualificada, ele pode se perceber nas consequências, nas aplicações da vida dele. Muitas vezes ele chega carregado de preconceito em relação ao tratamento, a saúde mental, a lógica de que o tratamento não funciona, acessar o serviço sem antes conhecer o serviço, muitos preconceitos em relação ao tratamento, a si próprio ele não se percebe como dependente, ele não quer se perceber, ele não se considera doente, então este processo de empoeiramento é uma construção que a gente vai fazer com o paciente. Ela não se dá muitas vezes no primeiro encontro, as vezes vai precisar de tempo para se vincular, fazer construção desta vinculação. Construir este conhecimento de que precisa de ajuda, estabelecida. Muitas vezes eles chegam e a gente considera um conceito, ele fica muito na flutuação. A flutuação é muito a característica de quem está chegando na fase da unidade, ele não tem um empoderamento que ele quer, que ele precisa e a medida que ele vai conhecendo a metodologia, ele vai se afetando pelo trabalho, pelo serviço e consegue se organizar melhor.
(En)Cena – Dentro da esfera do CAPS AD III acha a Entrevista motivacional útil para adesão ao tratamento com os pacientes?
Sergio: É fundamental. Utilizando o conceito motivacional dentro da minha percepção não em outro conceito. A gente construir esse empoderamento é fundamental. Esse é nosso papel aqui, de mostrar pra ele que ele pode ter qualidade de vida, que isso é uma dificuldade transitória, que ele pode se organizar melhor, construir com qualidade o roteiro da vida dele. Esse é o serviço que a gente faz constantemente. Muitas vezes tem pacientes que estão muitos anos no processo de flutuação e não se empoderam, pois não tem adesão, porque não permite a seguir o seu “CPTS”. Vir e se afetar e mergulhar profundamente em suas questões. Então são esses limites que temos, mas quando eles conseguem fazer essa vinculação, eles mergulham mais profundamente e conseguem ter reflexões, insight, bem interessantes sobre esses processos e aí que se desenvolve a motivação. A motivação, o querer estar, se implicar é um trabalho difícil. Requer escuta, empenho, vinculação com a família. É um trabalho difícil, mas a gente consegue.
*Entrevista realizada como requisito da disciplina de Psicologia da Saúde.
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Metodologia ativa é utilizada em Psicologia da Saúde
Nesta terça-feira (16), a turma 0848 de Psicologia da Saúde debateu sobre as temáticas “promoção de saúde” e “prevenção de doenças”. Aplicando uma metodologia ativa, a professora Izabela Querido dividiu a turma em dois grupos e cada qual ficou responsável pela leitura sobre um. Logo após cada integrante de cada grupo ia até o quadro e escrevia uma frase ou palavra que chamou a atenção no texto. Ao final, foi solicitado para os grupos debaterem sobre o tema.
O objetivo da aula foi mostrar aos acadêmicos que os temas “prevenção de doenças” e “promoção de saúde” são interligados e a separação entre eles ocorre apenas didaticamente, assim como mostrar práticas que permeiam as ambas no fazer do psicólogo na área da saúde.
A acadêmica da turma, Michele Alves Soares Costa, sobre a metodologia utilizada na aula diz “achei interessante, pois tivemos a oportunidade de socializar a opinião acerca do conhecimento explanado, não ficando apenas no campo individual ou em um pequeno grupo”.
Psicologia da Saúde é disciplina conduzida pela Profa. Me. Izabela Almeida Querido em 2018.2
Nesta terça-feira (14), a Prof. M.e Izabela Almeida Querido ministrou a aula “Psicologia da Saúde e Saúde Pública”, para a turma 0848 de Psicologia da Saúde, no CEULP/ULBRA. Entre os assuntos abordados, estavam a utilização e os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).
Prof. M.e Izabela Almeida Querido ministrando a aula “Psicologia da Saúde e Saúde Pública”
Sobre a utilização do SUS, toda e qualquer pessoa a faz, independente da classe social. Essa utilização se dá por diversas formas, como: através da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da Unidade de Saúde da Família (USF), do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), dos hospitais, dos agentes comunitários de saúde, de diversas campanhas de prevenção e informação, além de vacinação e exames.
Turma 0848 de Psicologia da Saúde
O SUS é um sistema que possui alguns princípios, em que os cinco principais e abordados na aula de Izabela são: equidade (garantia de acesso para toda a população); universalidade (todos podem utilizar o serviço); integralidade (atendimento em todos os serviços e em todas as necessidades das pessoas); descentralização (facilidade de acesso; próximo a todos) e participação popular (população pode decidir sobre o funcionamento do SUS).
Vídeo apresentado em aula sobre os Princípios do SUS
Por fim, Izabela dividiu a turma em quatro equipes, das quais cada uma irá produzir um trabalho referente às redes prioritárias, realizando, inclusive, uma entrevista com um profissional de cada rede. São elas: Rede Cegonha, Rede de Atenção Psicossocial, Rede de Atenção às Urgências e Emergências e Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência. Os trabalhos serão apresentados para a turma nos dias 28 de agosto e 11 de setembro.
Sobre a Professora:
Izabela Almeida Querido é Psicóloga, Professora Universitária, Mestre em Ensino na Saúde pela Faculdade de Medicina Universidade Federal de Goiás. Possui especialização em Terapia Cognitivo-comportamental Aplicada a Crianças e Adolescentes e especialização em Saúde Mental. É pesquisadora com ênfase nas áreas Saúde e Terapia Cognitivo-comportamental.
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A relação entre psicologia da saúde, hospitalar e pediátrica
O psicólogo trabalha em cima da prevenção da saúde mental de seus pacientes, acompanha casos onde haja necessidade de intervenção quanto a tratamentos, atende grupos de familiares, até mesmo funcionários do hospital.
A presença dos psicólogos na saúde pública foi influenciada em suma pela reforma sanitária e psiquiátrica que ocorreu na década de 1980. Foi um movimento que buscou mudanças essenciais no sistema de saúde a fim de melhores condições de vida para a população. Dentre essas mudanças, almejava-se o não isolamento de indivíduos com algum distúrbio mental em manicômios, onde eram separados de suas famílias e excluídos da sociedade.
Como resultado dessa luta nasceu o Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de garantir o direito ao acesso à saúde de qualidade á toda a população, oficializado na Constituição de 1988, ao qual diz o seguinte: “Art. 196. A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (in: CONASEMS, 1990, p. 04).
O SUS trouxe uma ideologia do ser humano como um todo, um ser biopsicossocial não fragmentado, que necessita de saúde integral: física, psíquica, emocional; com práticas que vão desde a prevenção até o tratamento. Seu princípio é ser descentralizado, ou seja, as atitudes a serem tomadas devem ser baseadas nas necessidades de cada localidade ou região, visando suprir as demandas dessa população.
Fonte: encurtador.com.br/hJMVZ
A partir disto, surge como modelo de assistência à saúde o Programa Saúde da Família (PSF), com seus objetivos a serem descritos a seguir: “O programa Saúde da Família é um modelo de assistência à saúde que vai desenvolver ações de promoção à saúde do indivíduo, da família e da comunidade, através de equipes de saúde que farão o atendimento na unidade local de saúde e na comunidade, no nível primário […]” (Brasil, 1994, p. 02).
Com a visão do ser humano como um todo, a promoção da saúde no PSF deve ser feita por uma equipe multidisciplinar, descentralizando o trabalho médico e dando ênfase na pluralidade das diversas demandas direcionadas a outras áreas profissionais. Essa equipe deve trabalhar integrada entre si, unindo seus conhecimentos para uma melhor qualidade de vida da população local.
Para a Organização Mundial de Saúde, a qualidade de vida apresenta uma natureza multifatorial, enfocando cinco dimensões: a psicológica, a física, as relações sociais, o meio ambiente e o nível de independência, que, nesse caso, corresponde aos aspectos de morbidade, dependência de cuidados médicos e de medicações, capacidade laboral e atividades diárias (Souza e Carvalho, 2003).
É aí que entra o papel do psicólogo. Não há como falar em saúde desassociando-a da saúde mental, uma é complementar à outra. A psicologia se mostra extremamente necessária dentro do PSF, pois ficam a cargo do profissional os princípios de prevenção e promoção da saúde mental e o tratamento de transtornos psíquicos de forma humanitária e digna junto à família e a comunidade, isso visando promover aspectos e práticas de uma vida saudável à população local, dando a cada indivíduo a consciência de agente da sua própria saúde. Ele deve estar atento também a questões que implicam ao meio social e às suas relações, tais como o uso de drogas, criminalidade, abusos sexuais, relações familiares e etc.
Fonte: encurtador.com.br/nwKP4
Segundo Ana Carol Pontes de França e Bartyra Amorim Viana, “há contribuições relevantes quanto à atuação do psicólogo no PSF de acordo com sua realidade, são elas: Assessoria na elaboração, implementação e avaliação permanente de ações em saúde pública junto à equipe multidisciplinar; Assessoria na elaboração de programas e atividades complementares, em áreas pertinentes à consecução do projeto em saúde, tais como: desenvolvimento emocional e relações interpessoais, orientação sexual, prevenção em relação ao uso de substâncias psicoativas, orientação vocacional e preparação para o trabalho, preparação para a aposentadoria, reorientação profissional, lazer, criatividade, etc; Elaboração e condução de programas de trabalho com grupos que contemplem a prevenção e a promoção da saúde mental da comunidade, objetivando a melhoria na qualidade de vida, a promoção da resiliência psicológica.” (PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2006).
A presença do psicólogo no PSF é essencial e mostra bons resultados quanto à promoção de qualidade de vida das comunidades. Com isso, vê-se a necessidade da continuidade dos trabalhos para superar os desafios presentes, em vista que o profissional deve estar atento à realidade da comunidade, às suas possibilidades e os seus limites, disposto sempre a oferecer um serviço de qualidade para a população.
Psicologia hospitalar
Alfredo Simonetti em seu livro, define a Psicologia Hospitalar como um campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento. Que se dá quando o sujeito humano carregado de subjetividade se embarra com uma realidade antes não conhecida de natureza patológica denominada “doença”, presente em seu próprio corpo, produzindo uma infinidade de aspectos psicológicos que podem evidenciar no paciente na família ou na equipe de profissionais. Assim não se trata apenas de doenças psíquicas os chamados “problemas mentais” mas aspectos psicológicos de qualquer doença mesmo que seja física, pois existe certa subjetividade por trás de cada uma.
Segundo o autor, o foco da psicologia hospitalar são os aspectos psicológicos em torno do adoecimento e estão encarnados nas pessoas, pessoa do paciente, pessoa da família e pessoa da equipe de profissionais. Portanto, não esta ligado somente a dor e ao sofrimento daquele paciente, mas comportamentos notados de cada parte envolvida. Pois cada um deles tem um objetivo diante da doença, que varia entre (sintoma, como interesse do paciente em se livrar da doença; prognostico, como interesse da família em saber a gravidade dela; e diagnóstico, interesse do medico para iniciar o tratamento). E esses desencontros de objetivos precisam ser bem manejados pelo psicólogo hospitalar.
Fonte: encurtador.com.br/dryDE
A psicologia está interessada mesmo em dar voz a subjetividade do paciente, restituindo-lhe o lugar de sujeito que a medicina lhe afasta (Moretto, 2001). Ou seja enquanto que para a medicina as emoções, as fantasias e os sentimentos não tem nenhum sentido, pois olha somente para doença em si e quer esvaziar o paciente de toda essa subjetividade. Para a psicologia acontece o contrario, pois acredita que isso é fundamental no tratamento, uma vez que o corpo não funciona sozinho, precisa do sujeito, com suas ações.
Quando um paciente chega para internação, cada profissional sabe o seu papel o médico preocupa com a doença e seus sintomas, a enfermeira com o corpo e dá a medicação necessária, e o psicólogo somente com o “corpo simbólico” consegue fazer seu trabalho. Ou seja, usa aquilo que está além do corpo físico, em oculto e que poucos veem, mas que na maioria já até manifestou, através da doença. Porém, o único que percebe isso é o psicólogo, que vai usar seu maior instrumento de trabalho, fala e a escuta principalmente para resolver certas situações que só ele consegue.
Existem também aqueles pacientes que estão sedados, inconscientes, impossibilitados de falar, ou mesmo resistem ao atendimento. Ainda assim as palavras são eficientes, através dos códigos não verbais, gestos, olhares até mesmo o silêncio é valido e usado pelo profissional como uma espécie de interação entre eles e uma forma de descobrir a relação de tudo com os sintomas e a doença já instalada.
De acordo com a definição do órgão que rege o exercício profissional do psicólogo no Brasil, o CFP (2003a), o psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar tem sua função centrada nos âmbitos secundário e terciário de atenção à saúde, atuando em instituições de saúde e realizando atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva; pronto atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria e interconsultoria.
Fonte: encurtador.com.br/iqrHP
Além disso, o psicólogo dá apoio a equipe multidisciplinar. Casos em que médicos e enfermeiros não conseguem resolver. Por exemplo, a relação com o paciente quando ele recebe uma noticia inesperada, ou um diagnóstico, e se desespera diante de uma medida radical que precisa ser tomada pelo enfermo, como parte necessária do tratamento e, contudo pode escolher por não aceitar. É o caso da amputação de membros do corpo, cirurgias arriscadas, remédios fortes, casos de dependentes químicos que não conseguem largar o vicio. Assim mais uma vez entre em cena o psicólogo hospitalar com sua especialidade no campo das palavras com a orientação necessária e na maioria das vezes bem sucedida.
Há controvérsias e criticas em relação a área, Yamamoto e Cunha (1998) argumentam que o hospital é um local, e não um campo de atuação, o que torna pouco defensável sua classificação como área de atuação. No segundo, Yamamoto, Trindade e Oliveira descartam a denominação Psicologia hospitalar por duas razões: a primeira, a inadequação do uso de um local de trabalho para designar uma área de atuação, e a segunda é que a identificação por local tende a pulverizar e a fragmentar o campo profissional da Psicologia, tornando muito difícil a construção de uma identidade de profissional de saúde para o psicólogo que atua no contexto hospitalar.
Psicologia Hospitalar x Psicologia da Saúde
Chiattone (2000), que diz que a Psicologia Hospitalar é apenas uma estratégia de atuação em Psicologia da Saúde, e que, portanto, deveria ser denominada psicologia no contexto hospitalar. Segundo a definição de Kern e Bornholdt (2004) e também de Chiattone (2000)[1] , a atuação do psicólogo da saúde é principalmente na área hospitalar, mas também pode ser feita em campanhas de “promoção da saúde“, educação em saúde mental, em pesquisas e aulas nas universidades por exemplo. Logo, todo psicólogo hospitalar é psicólogo da saúde mas nem todo psicólogo da saúde é hospitalar.
Logo a psicologia hospitalar é responsável por recolocar o indivíduo diante da doença que já está instalada, e acompanha-lo durante o tratamento externo fazendo as orientações e o acolhimento necessário.
Fonte: encurtador.com.br/rsBCJ
Psicologia Pediátrica
Dentro da psicologia da saúde existe a psicologia pediátrica que é uma área específica a ser trabalhada com crianças e adolescentes, com aplicabilidade clínica. Ambas foram reconhecidas no mesmo ano, 1978. Em seu âmbito profissional ele pode lidar tanto com a criança como com os pais da criança e outros técnicos da saúde.
“Fazem parte do âmbito do trabalho do Psicólogo Pediátrico:
– Perturbações do desenvolvimento associadas a fases específicas, ou simplesmente situações reativas, como as perturbações alimentares, sono, separação/individuação, dificuldades de socialização à entrada para a infantaria ou escola, etc.;
– Problemas neonatais (incluindo a prematuridade, malformações congénitas, morte neonatal, etc.);
– Situações de não progressão ponderal; anorexia; suicídio, maus tratos;
– Situações traumáticas (queimaduras, traumatismos cranianos e vertebro-medulares);
– O desenvolver e implementar campanhas de prevenção e promoção para a saúde de todo o tipo como as de acidentes de viação, consumo de tabaco, etc.”
Existem três formas de atuação deste profissional. A primeira delas é a consulta indireta, onde ele aplica uma ação auxiliar ao trabalho do médico apenas quando é solicitado, sem muitas intervenções, apenas pareceres e recomendações.
A segunda forma é a consulta com colaboração onde ele aplica ações interventivas, são estas ações que facilitam e complementas as ações do médico, como por exemplo em casos que o paciente não quer aderir ao tratamento. E por último o terceiro modelo que não é muito descrito em livros de psicologia pediátrica, pois não é muito usual, é quando o psicólogo atua por própria conta, sem precisar de solicitação da equipe multidisciplinar.
Fonte: encurtador.com.br/fkov6
Um aspecto interessante da psicologia pediátrica é que é necessária uma especialização da parte do profissional para atuar nesta área. Os psicólogos especialistas em área clina, por exemplo, não apresentam muita aproveitabilidade nesta área, pois eles costumam agir de forma isolada, o que prejudica a integração com a equipe e a colaboração interdisciplinar.
Um dos maiores papeis do psicólogo pediátrico talvez seja a de ensinar aos pais seu papel de prevenção da saúde mental da criança, os efeitos da doença física para ela, entre outros aspectos importante do desenvolvimento infantil de cada etapa da infância.
A chegada dos psicólogos para o âmbito da saúde facilitou muito o trabalho das pessoas desta área, pois “uma significativa percentagem dos pacientes que recorrem a serviços de pediatria tem apenas problemas psicológicos ou uma mistura de problemas físicos e psicológicos (Duff, Rowe, & Anderson, 1973; McCleland, Staples, Weisberg, & Bergen, 1978; Wright, 1979).
Nota-se a grande diversidade de área de atuação mesmo dentro de uma área da psicologia. Um dos maiores desafios do psicólogo na atualidade é identificar estas “brechas” onde sua atuação é necessária e conquistar seu espaço no mercado de trabalho.
No âmbito da psicologia da saúde percebe-se que o psicólogo não atua apenas para “dar notícias ruins”, o psicólogo trabalha em cima da prevenção da saúde mental de seus pacientes, acompanha casos onde haja necessidade de intervenção quanto a tratamentos, atende grupos de familiares, até mesmo funcionários do hospital.
Outro aspecto importantíssimo é ressaltar o trabalho interdisciplinar para os demais profissionais que atuam em conjunto com o psicólogo para reestabelecer a saúde de seus pacientes. Esse trabalho em conjunto é de extrema importância quando se está trabalhando em prol do bem de outras pessoas.
REFERÊNCIAS:
Belar, C., & Deardorff, W. (1995). Clinical health psychology in medical settings: Practitioner’s guidebook. American Psychological Association. DeLeon, P., Pallak, M., & Hefferman, J. A. (1982). Hospital health care delivery. American Psychologist, 37, 1340-1341.
Dorken, H., Webb, J., & Zaro, J. (1982). Hospital practice of psychology resurveyed: 1980. Professional Psychologist, 13, 814-829.
Drotar, D. (1993). Psychological perspectives in chronic childhood ilness. In M. C. Roberts, G. P. Koocher, D. K. Routh, & D. J. Willis (Eds.), Readings in
pediatric psychology. New York: Plenum Press. Duff, R., Rowe, D., & Anderson, F. (1973). Patient care and student learning in a pediatric clinic. Pediatrics, 50, 839-846.
SIMONETTI ( 2004) Manual de Psicologia Hospitalar. São Paulo: Casa do Psicólogo. p. 09-25
Moreto, M. L. T. A problemática da inserção do psicólogo na instituição hospitalar. Revista de Psicologia Hospitalar, v. 9, n. 2, 1999. p.19-23
CFP – Conselho Federal de Psicologia . Página oficial da Instituição, 2003.
Yamamoto, O., & Cunha, I. (1998). O psicólogo em hospitais de Natal: uma caracterização preliminar. Psicologia: Reflexão & Crítica, 11(2), 345-362.
KERN, E. C.; BORNHOLDT E. Psicologia da saúde x Psicologia Hospitalar: definições e possibilidades de inserção profissional. Disponível em: [1] (23/01/2010)
CHIATTONE, H. B. C. A Significação da Psicologia no Contexto Hospitalar. In Angerami-Camon, V. A. (org.). Psicologia da Saúde – um Novo Significado Para a Prática Clínica. São Paulo: Pioneira Psicologia, 2000, pp. 73-165.
CONASEMS, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde 1990, p. 04.
SANTILLO, Ministro da Saúde Henrique. Em despacho, Brasil, 1994, p. 02.
SOUZA, Rafaela Assis de & CARVALHO, Alysson Massote. Programa de Saúde da Família e Qualidade de Vida: um Olhar da Psicologia. Natal : Estud. Psicol., vol. 08, n. 03, pp. 515 – 523, dez. 2003, ISSN 1413 – 294X.
FRANÇA, Ana Carol Pontes de & VIANA, Bartyra Amorim. Interface psicologia e programa saúde da família – PSF: reflexões teóricas. Psicol. cienc. prof. vol.26 no.2, Brasília, Junho de 2006.
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Psicologia da Saúde: Contextos e Áreas de Intervenção
No primeiro capítulo do livro “Psicologia da Saúde” de José A. Carvalho Teixeira, de início é abordado o conceito de saúde de acordo com a Organização Mundial de Saúde- OMS. De forma objetiva, é apresentado como sendo “um estado positivo de bem-estar físico, social, psicológico, econômico e espiritual, e não apenas uma ausência de doenças”. Destacando que há fatores de interferências como: contexto social, econômico, sexo, hereditariedade e condições de trabalho. O texto relata a importância das experiências individuais do sujeito no processo saúde-doença.
O autor traz uma definição para Psicologia da Saúde, como sendo: “A aplicação de técnicas e conhecimentos psicológicos à saúde, doenças e aos cuidados de saúde”. Um dos seus objetos de estudo é o sujeito psicológico e suas relações com a saúde e doença, ou seja, essa ciência visa compreender os impactos dessa interação do indivíduo psicológico com esse processo saúde-doença, como se dá essa relação, e a compreensão do indivíduo dentro desse processo, buscando compreender a maneira como isso pode afetar sua vida e seu bem-estar. Levando em consideração que à Psicologia da Saúde procura compreender como as intervenções psicológicas podem proporcionar melhorias e qualidade de vida desse sujeito e da comunidade como um todo.
Desse modo, o autor destaca que à Psicologia da Saúde não é uma mera aplicação de técnicas da psicologia clínica, mas uma união de saberes da Psicologia, com intuito de melhorar a relação do ser humano com o processo de adoecimento, na sua busca por saúde, bem-estar e a manutenção dessa condição.
Diante disso, o autor traz uma abordagem de duas perspectivas da Psicologia da Saúde: perspectiva tradicional e a perspectiva crítica. Dentro da perspectiva tradicional, o nível dessa análise é intrapessoal e interpessoal, ou seja, o foco da intervenção é individual. Enquanto que à crítica vem trazer uma proposta qualitativa, o indivíduo como ser social, afetado por ele, o foco da intervenção está nas competências pessoais e sociais dos utentes.
A perspectiva crítica defende alguns valores, assunções e práticas. Assim, entende-se que deve haver uma preocupação com a autonomia do sujeito, com sua participação e envolvimento social. Como assunções, é possível compreender que o sujeito é interpretado como um ser participativo na constituição do processo de saúde, levando em consideração à subjetividade desse indivíduo, não retendo e limitando as determinações e conhecimentos dos profissionais de saúde. Quanto às práticas dessa perspectiva, o autor destaca a importância de serem voltadas para intervenções proativas, considerando os contextos nos quais os usuários estão inseridos.
Fonte: goo.gl/MdqTg5
O envolvimento da comunidade reforça a cidadania valorizando o indivíduo, tornando-o protagonista do processo “fazer saúde”. Teixeira (2007) ressalta muito bem isso ao decorrer do capítulo, valorizando o Homem como ser participativo de todo o processo saúde-doença, abordando de forma qualitativa essa relação, transportando-nos do patamar reducionista para um “fazer psicologia” humanizado e participativo.
Em paralelo a isso, Teixeira (2007) aborda algumas possibilidades de atuação do psicólogo da saúde. O texto fala das possibilidades de atuação no âmbito privado e público, sendo equiparado com outras atuações como: médicos, enfermeiros, técnicos sociais e demais profissionais do campo. Universidades, formação, setores do Ministério da Saúde ligados ao planejamento e gestão, são algumas das possibilidades de atuação que o autor salienta. Porém, ressalta que a consulta psicológica ainda é o pilar fundamental da intervenção com usuários.
Em continuação, o autor relata sobre avaliação psicológica em saúde, destacando que o papel fundamental dessa metodologia é: promover saúde e orientar as pessoas e identificar futuros passos para continuação do atendimento ao usuário. Desse modo, deve se ater durante a avaliação à fatores como, por exemplo, o modo como o indivíduo lida com a situação, os fatores de risco que permeiam o processo de adoecimento. Essas atitudes profissionais são de muita relevância no atendimento, pois, possibilita ao profissional visualizar amplamente as possibilidades de inter-relações múltiplas.
Fonte: goo.gl/zsijyd
O texto demonstra que entre as múltiplas tarefas do psicólogo em saúde, a intervenção psicológica de gestão em stress, treino emautocontrole, eficácia no coping e técnicas de relaxamento são primordiais para o processo de enfrentamento ao tratamento por parte dos usuários. As intervenções psicológicas clínicas devem ter por base as três áreas significativas, sendo elas: promoção e prevenção à saúde, na qual se destaca a prevenção ao tabagismo, álcool e outras drogas, comportamento sexuais de riscos, hábitos alimentares saudáveis. Outro ponto importante é: os efeitos do stress sobre a saúde, sendo o profissional responsável por promover estratégias melhorias e/ou condições com procedimentos médicos, gestão do stress, adaptação do processo de adoecimento, atenção, cuidados e aceitação do tratamento.
Por último, Teixeira (2007) propõe a prestação de cuidados psicológicos a indivíduos com perturbações mentais, orientando o acesso em programas de reabilitação, estilo de vida saudáveis, aconselhamento psicológico, entre outros meios que possibilite este indivíduo a obter melhores condições de vida.
Outras formas de intervir são relatadas no texto. Para ele, o profissional pode trabalhar de forma individual, familiar e social, com objetivo sempre de prestar a atenção ao indivíduo e ajudá-lo no enfrentamento do processo saúde/doença. O psicólogo em saúde deve ser um facilitador de desenvolvimento de estilos de vida saudáveis, a ele deve-se o papel de levar informações que dê suporte às pessoas a compreender o processo de adoecimento, e a desenvolverem ferramentas para combater às adversidades do momento.
Fonte: goo.gl/GRsqCQ
A esse profissional espera-se uma compreensão da gênese e manutenção dos comportamentos da saúde, estudos de relações entre comportamentos e doenças, além de promoção da saúde e prevenção de doenças.
Esses métodos de investigação podem ser qualitativos ou quantitativos. No entanto, essas investigações devem colaborar com os demais profissionais de saúde e centrar nas necessidades dos serviços, priorizando a análise do discurso e das narrativas. Em continuidade o autor faz uma correlação com outras atividades já existentes, como: prevenção de doenças isquêmicas do coração, hipertensão arterial, diabetes e demais doenças crônicas, destacando que tais projetos de prevenções dessas doenças são importantes, mas os profissionais ainda devem se atentar para aspectos psicológicos existentes ligados a prevenção de tais doenças.
Em um dos seus últimos tópicos Teixeira (2007) vem abordar as questões de organização e qualidade de vida em psicologia da saúde, a existência de diferentes contextos de intervenções, e a necessidade de estabelecer prioridades na organização. Desse modo, é importante que o psicólogo de saúde estabeleça meios de contribuição para os profissionais da área descobrir suas próprias motivações para o trabalho, e entre outros, meios de compreender as frustrações, flexibilidades e capacidade de trabalhar com situações mais complexas.
Fonte: goo.gl/yr4Eff
Ainda é de responsabilidade do psicólogo promover meios que facilitem a comunicação entre profissionais e usuários do sistema. Sendo assim, é preciso garantir o cuidado dos aspectos psicológicos dos utentes, prestados nos serviços de saúde. É necessário que esses cuidados se prendam com base nos princípios de melhorias contínuas que é composto por quatros aspectos importantes: papel profissional, plano de atividades, formação contínua e melhoria contínua da qualidade.
Logo em seguida, Teixeira apresenta o papel do profissional, como sendo importante para um bom funcionamento das organizações, contribuindo significativamente aos objetivos dos serviços de saúde. É imprescindível que o plano de atividades de intervenções psicológicas atenda aos recursos dos profissionais do serviço
Por fim, o autor conclui dizendo o quanto é importante o exercício da psicologia em unidades de saúde. Ressaltando que serviços em comunidades, escolas, locais de trabalho, e unidades de saúde são grandes mecanismos e oportunidades de promover saúde, comunicação em saúde, cuidado e atenção aos grupos mais vulneráveis. Por tanto, torna-se importante que o psicólogo em saúde estabeleça meios que proporcionem humanização e qualidade nos serviços de saúde.
FICHA TÉCNICA DO LIVRO
Fonte: goo.gl/KxxNrJ
Título: Psicologia da Saúde Contextos e Àreas de Intervenção Autor: José A. Carvalho Teixeira Editora: Climepsi Editores Ano: 2007 Páginas: 269
REFERÊNCIA: TEIXEIRA, José A. Carvalho. Psicologia da Saúde: Contextos e Áreas de Intervenção. Lisboa, Portugal: Climepsi Editores, 2007. 269 p.