SESC faz capacitação no Núcleo Alteridade

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A oficina foi ministrada pela promotora cultural em literatura do Sesc-TO, Geovana Lima.

Aconteceu no final do mês de agosto (dia 28/08/2018) na sala 212 do Ceulp/Ulbra, de 14h às 17h, uma capacitação dos estagiários do Núcleo Alteridade através de uma oficina sobre leitura. De acordo com a coordenadora do núcleo, Profa Dra Ana Beatriz Dupré Silva, o treinamento teve como objetivo dinamizar o funcionamento do grupo Livreando. E foi ministrado por Geovana Lima, promotora cultural em literatura do Sesc-TO, que é responsável pela formação de Mediadores de Leitura, oferecida pelo Sesc.

Estagiários do Núcleo Alteridade. Foto: arquivo pessoal.

Para Jéssica Neres, uma das estagiárias de psicologia do núcleo, “a oficina nos mostrou que sempre estivemos em contato com a leitura, com os livros, seja quando criança ou atualmente como adultos. Tornou-se claro o quanto somos influenciados pela leitura e pelos livros, tanto em momentos de lazer ou de estudos acadêmicos. Você pode não gostar de ler, mas vai existir aquela memória afetiva, muitas vezes nostálgica, sobre. Além disso, desmistificou o tradicionalismo e classicismo acerca da Literatura, propiciando uma miríade de possibilidades de intervenções”.

O que é o Livreando?

Livreando é um dos grupos oferecidos pelo núcleo Alteridade e o objetiva ser um espaço criativo para o desenvolvimento de competências de interpretação textual e de exposição de ideias em público.

Quem é Ana Beatriz Dupré Silva?

Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Católica de Brasília (1988), Licenciada em Psicologia e Psicóloga pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (1997 e 1998), Mestre em Psicologia pela Universidade de Brasília (2002) e Doutora em Ciências do Comportamento pelo Departamento de Processos Psicológicos Básicos do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (2012). Atualmente é professora titular do Centro Universitário Luterano de Palmas/ ULBRA, trabalhando com Análise do Comportamento em vários contextos. E também é coordenadora do Alteridade – Núcleo de Atendimento Educacional Especializado aos Discentes do CEULP.

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Projeto Sesc Dramaturgias oferece a oficina: NO UNIVERSO COPI

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NO UNIVERSO COPI: Laboratório de Leitura Dramática

Com Renata Pimentel (PE)

Dias 30 e 31/08 e 1º/09, das 14:30 às 18:30

Local: Teatro Sesc Palmas

O projeto “Sesc Dramaturgias: Leituras em Cena”, tem como objetivo estimular a prática de leitura de textos teatrais. Visa difundir textos inéditos ou consagrados da dramaturgia nacional e mundial, pretendendo instrumentalizar e chamar a atenção de diretores e atores para as potencialidades cênicas – ou novos ângulos – de uma determinada obra.

Nesse módulo será feito um mergulho no universo do dramaturgo argentino Copi,  para que se compreendam as ricas provocações e contribuições que ele traz à dramaturgia contemporânea e ao ofício da atuação/ encenação.

Sobre a oficineira: Renata Pimentel é Bacharel em Letras, com Mestrado e Doutorado em Teoria Literária pela UFPE. Tem formação em dança clássica e atua nas áreas criativas da dramaturgia em dança contemporânea e teatro, e também com curadoria e pesquisa em artes visuais.

Público alvo: estudantes de teatro, atores, dramaturgos, performers, diretores e artistas em geral, a partir de 14 anos.

 São 15 vagas.

As inscrições são gratuitas e seguem até o dia 23 de agosto.

O resultado da seleção será divulgado somente por e-mail até o dia 27/08/18.

Para se inscrever, é só pedir a ficha de inscrição para o e-mail ou preencha a ficha no link

Mais informações: 63 3212 9954

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Negociando com a loucura por meio da arte

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O artista tocantinense Sérgio Lobo conta que, desde a infância, gostava de pintar e desenhar. Por motivos pessoais, a vida o levou por outros caminhos: formou-se em Licenciatura Plena em Letras – Português e se pós-graduou em Língua Portuguesa e Literatura. Tornou-se professor. Dores físicas, depressão e ansiedade o ausentaram da profissão. Então, ele começou a negociar com a loucura.

(Obras do artista visual Sérgio Lobo)

“Espírito inquieto e criador”. Assim que Vone Petson, curador da última exposição do artista, o define. O (En)Cena entrevistou o artista visual e indagou sobre o processo de novas escolhas durante um período da vida e como isso se deu.

(En)Cena –  Em 2012, você escreveu um Ensaio para o (En)Cena contando um pouco de sua situação de depressão e ansiedade. Lá, você conta que não leciona mais. Por que você parou de ministrar aula? O que te fez tomar essa decisão?

Sérgio Lobo – Parei de lecionar por determinação médica. Depois de fortes dores na coluna tive que me ausentar do ofício de ser professor, fiquei muito tempo em casa me recuperando, fazendo fisioterapia e acompanhamento médico, quando tive que retornar para sala de aula, tudo voltou, tive uma ojeriza só pelo fato de pensar em voltar. Então, tive crises de ansiedade e depressão, tive que ficar de licença médica outra vez. Até então, eu achava que daria conta de superar sozinho a “barra”, mas não aguentei. Procurei ajuda especializada e tive a graça de conhecer o psiquiatra Dr. Wordney Camarço e passei a fazer terapia com o psicólogo Dr. Daniel Marques. O médico solicitou um remanejo de função a Junta Médica Oficial do Estado, o que geralmente demora muito, enquanto eles não deferiram o pedido eu ficava em casa. O que não ajudava muito na minha recuperação, porque me sentia um inválido. A minha esposa trabalhando, a vida passando e eu querendo ser “aproveitado” em outra função que não fosse sala de aula, porque achava que ainda era capaz de fazer alguma coisa útil. Até que fui remanejado de função.

(En)Cena – Como você descobriu a pintura na sua vida? Como foi o processo inicial de buscar essa forma de arte para reabilitação?

Sérgio Lobo – Desde criança gostava de desenhar, na adolescência fiz alguns cursos de desenho e fui aluno ouvinte de um Mestre Holandês no curso de Arquitetura e Urbanismo na UFPA, na disciplina Plástica I. Sempre fazia desenhos e amizades com outros desenhistas… em Brasília onde morei e depois em Belém, conheci pintores já famosos e desenhistas. A minha vontade era fazer um curso superior na área, mas as constantes mudanças de cidades fizeram com que eu me afastasse do meu objetivo. Em Palmas, conheci amigos que trabalhavam na área. Então, participei de curso de escultura com a profª. Sandra Oliveira, cursos de desenho e pintura, cursos de História da Arte todos no Espaço Cultural. A pintura começou aqui em Palmas. Depois fiz curso desenho e pintura na falecida Galeria Magenta, com o Prof. Antonio Netto. Em 2011 com o meu problema e como não tinha nada a perder, resolvi desenhar e pintar. Posteriormente entrei na AVISTO (Associação dos Artistas Visuais do Tocantins) e passei a conhecer mais de perto os artistas, os seus problemas e anseios.

(Autorretrato de Sérgio Lobo)

(En)Cena – Como a arte em pintura te auxiliou a ver uma nova fase na vida?

Sérgio Lobo – Sempre tive vontade de trabalhar com artes visuais, mas as circunstâncias, o local e os acontecimentos em minha vida, fizeram com que eu desviasse… Fiz uma graduação e pós-graduação em outra área, me tornei servidor público, professor… casei, separei, casei, separei, tive filhos, bater ponto, ou seja, a velha “corrida de ratos”. E de tanto fazer o que não gostava, resolvi como terapia fazer cursos de pintura e tentar recuperar o tempo perdido… Isso foi um alento e um motivo pra permanecer na estrada e negociando a loucura. O próprio fato de fazer artes visuais no Tocantins já é uma loucura! Apesar de termos bons artistas visuais (desenho, pintura, escultura, fotografia…), não há incentivo governamental. A Galeria Mauro Cunha foi fechada em 2011 e nunca reabriram, o Tocantins é um dos únicos estado da federação que não tem uma galeria oficial. Faz 2 anos que o Estado do Tocantins não lança os Editais de Incentivo à Cultura, há uma política cultural ineficiente, além do fato de estarmos distantes dos centros culturais do Brasil. Mas, o desejo,  a persistência e o prazer no fazer artístico, no momento da criação é algo divino. Isso é o que nos move.

(En)Cena – E por que você escolheu a pintura abstrata? Ela te representa melhor?

Sergio Lobo – Eu gosto do desenho, pinturas figurativas, mas gosto também das pinturas abstratas. Geralmente, o artista que faz arte figurativa, não gosta de pintura abstrata e vice-versa. No meu caso, gosto de pintores abstratos (Pollock, Mabe, Antonio Bandeira, Marcos Dutra, Mahau…) e pintores figurativos (Miró, Françoise Nielly, Patrice Murciano, Voka, Marina Boaventura, Solange Alves, Costa Andrade…). Foi a proposta do Curador Vone Petson Coordernador de Artes plásticas do SESC que fosse uma exposição toda abstrata.

(En)Cena – A exposição Desvelar a Cor, que está em apresentação no SESC de Palmas, se baseou em alguma inspiração específica?

Sérgio Lobo – Não, mas na proposta do curador Vone Petson, que queria uma exposição só com telas abstratas. A proposta era desvelar, descobrir e experimentar cores e técnicas variadas até “acertar”.  É o que venho tentando fazer…

(Exposição Desvelar a Cor, de Sérgio Lobo que esteve até 19 de novembro  no hall do Centro de Atividades do SESC)

(En)Cena – Você recomenda a arteterapia, em especial a pintura, para reabilitação e tratamentos? Funciona?

Sérgio Lobo – Não cheguei a fazer arteterapia. Uso a arte como escape terapêutico. Tenho uma professora de desenho, a Norma Brügger que é Pós-graduação em Arte terapia pela UFG e conversamos sobre o assunto. Mas, sei e acredito no poder da arte para reabilitar e como tratamento. Recentemente li a biografia do Arthur Bispo do Rosário (Luciana Hidalgo) e como a arte foi fundamental em sua vida. Assim, como no final da vida do pintor Van Gogh, no hospício ele foi incentivado pelo seu psiquiatra a continuar pintando, alguns biógrafos dizem que foi um tratamento de “arte terapia” da época. Drª. Nise da Silveira incentivou os pacientes do Centro Psiquiátrico do Engenho de Dentro no RJ a expressarem através das artes as suas emoções… E surgiram belas obras de arte e podem ser vistas no Museu de Imagens do Inconsciente. Eu considero o desenho e a pintura uma meditação em movimento. É um autoconhecimento. Funciona.

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