(En)Cena realiza intervenção sobre Saúde Mental em Unidade Básica de Saúde de Paraíso

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Nesta terça-feira, 19, o (En)Cena realizou uma intervenção pública na Unidade Básica de Saúde Leste da cidade de Paraíso do Tocantins. O tema da ação foi o cuidado com Saúde Mental dos idosos com usuários que se encontravam na fila de espera para o atendimento.

                                        Fonte: arquivo pessoal.

As estagiárias Heloysa Dantas e Giovanna Bernardo conscientizaram a população sobre temas relacionados à valorização  da vida e hábitos saudáveis, tendo em vista as atividades de prevenção ao suicídio realizadas durante o “Setembro Amarelo”. O enfoque na saúde mental dos idosos têm se tornado relevante com o aumento dos números de suicídios na velhice. Fatores de riscos estão associados à negligenciada pela sociedade, ao cuidado em saúde mental voltado apenas da juventude/adultez, além das dificuldades e demandas próprias do processo de envelhecimento.

                                                                              Fonte: arquivo pessoal.

Durante a ação, as acadêmicas de psicologia conversaram com as pessoas da fila de espera da Unidade Básica de Saúde e entregaram panfletos informativos, perguntando sobre hábitos e costumes que auxiliam no cuidado com saúde mental e sobre pilares essenciais nessa busca, como uma alimentação saudável, laços afetivos, busca por novas atividades/hobbies e atividades físicas. Além disso, conscientizaram a população sobre o Serviço Escola de Psicologia da Ulbra Palmas (SEPSI).

O portal (En)Cena foi lançado em 2011, idealizado e mantido pelos cursos de Psicologia, Ciência da Computação, Sistemas de Informação e Engenharia de Software da Ulbra Palmas. A proposta deste projeto tem como objetivo maior o fomento para a criação e a publicação de relatos de experiências que se caracterizam como estratégias substitutivas ao modelo hegemônico em saúde em produções textuais, imagéticas e sonoras que perpassam o campo da saúde mental. Trata-se, de maneira mais específica, de um Portal aberto ao compartilhamento de produções de narrativas textuais e imagéticas de professores, acadêmicos e usuários dos serviços de saúde que colaboram em diversas seções (Narrativas, Cinema, TV e Literatura, Personagens, Séries, Comportamento e Galeria).

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Estagiando no SUS: relato de experiência

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A psicologia me proporcionou um estágio em uma UBS (Unidade Básica de Saúde), que é considerada a principal porta de entrada no SUS, onde se encontram as equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) que são compostas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde, conforme as necessidades regionais também poderão ser incorporadas outros profissionais. Segundo o Ministério da Saúde (1997):

Os profissionais das equipes de saúde serão responsáveis por sua população adscrita, devendo residir no município onde atuam, trabalhando em regime de dedicação integral. Para garantir a vinculação e identidade cultural com as famílias sob sua responsabilidade, os Agentes Comunitários de Saúde devem, igualmente, residir nas suas respectivas áreas de atuação.

Nesse estágio pude acompanhar o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde em uma região de Palmas, Tocantins. Durante a experiência visitei as casas de moradores da região junto aos ACS, que são responsabilizados por micro áreas onde recolhem informações a respeito de cada indivíduo daquela região. E tive a oportunidade de observar os conceitos doutrinários sendo colocados em prática. Porém também pude perceber as dificuldades encontradas na realização dos serviços.

Fonte: encr.pw/VLKFx

A partir do trabalho dos ACS percebi como são realizados a promoção e a manutenção da saúde, onde cada agente realiza seu trabalho de forma a atender os indivíduos em seu todo, analisando suas necessidades levando em conta a equidade, atendendo pessoas que também não poderiam ir até a UBS, se preocupando com o mínimo como aspectos sociais, culturais, biológicos e psicológicos.

Porém, apesar de o SUS ter obtido grandes avanços, é necessário a participação da população cobrando seus direitos, fato que foi reforçado sempre pelos agentes em seu trabalho. Os mesmos encontram dificuldades diárias como a falta de material para realização do seu trabalho, e pontuaram que sem a cobrança da comunidade para com o governo, participando das reuniões que ocorriam nas UBS uma vez por mês não seria possível a melhora desses aspectos.

Segundo os relatos dos ACS apesar de realizarem campanhas com a população como outubro rosa, faltavam materiais básicos como luvas para realização dos exames de prevenção, o que acarretava em agentes desmotivados com o trabalho, pois apesar de realizarem sua parte é necessário a presença do controle social seja pela participação da população cobrando por seus direitos, ou pela participação da mesma em Conselhos e Conferências de saúde, não eximindo o governo dos seus deveres com a saúde.

Fonte: encr.pw/XhDcP

A falta de materiais perfaz por influenciar também na saúde dos ACS que se sentiam desmotivados e preocupados com o trabalho, relatando sintomas como estresse, desânimo, e algumas vezes insônia. Os ACS também sofriam com cobranças da população devido morarem na região onde trabalham, e falta de melhores recursos de trabalho como mais computadores.

Por fim, os ACS relataram não se sentirem sem esperanças de melhora devido a falta de responsabilidade do governo com seu dever, e também falta de motivação pela falta de reconhecimento de seus trabalhos que é crucial para o funcionamento da Atenção Básica de Saúde. E ressaltaram ainda a parcela de responsabilidade da população na melhora do Sistema Único de Saúde, que existe para atender as necessidades da mesma, porém tem de começar a ter participação social mais ativa.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministérios da saúde. Saúde da Família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial, publicada em Brasília, 1997.

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Uma experiência singular com estágio no SUS

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O estágio teve foco na psicologia-social-comunitária que se caracteriza por trabalhar com sujeitos sociais em condições ambientais específicas.

A matéria de Estágio Básico III, do curso de psicologia do Ceulp-Ulbra, me proporcionou um contato direto com o Sistema Único de Saúde (SUS), no qual tive a oportunidade de conhecer de perto um pouco da Unidade Básica de Saúde (UBS), especificamente o trabalho dos Agentes Comunitários de uma Saúde (ACS’s) em Palmas- TO.

Os encontros ocorreram entre os dias 26 de fevereiro de 2019 e 13 de junho de 2019, sendo  supervisionado pela professora Lauriane dos Santos, que a princípio explicou como funciona o sistema, logo após, tivemos a experiência de ir para o campo. A finalidade do estágio foi de entender melhor qual o papel dos ACS’s na UBS e nas visitas domiciliares;  identificar os principais problemas e dificuldades dos ACS’s enfrentados no ambiente de trabalho; e por fim, propor uma intervenção com os mesmos a partir dos problemas que percebemos e que nos foram apresentados.

O estágio teve foco na psicologia-social-comunitária que se caracteriza por trabalhar com sujeitos sociais em condições ambientais específicas.

“A psicologia social comunitária visa promover a consciência e minimizar a alienação, procura promover a participação reflexiva dos grupos com os quais trabalha na definição das prioridades de atuação, planejamento, execução e avaliação de suas atividades.” (Campos,2002).

No primeiro encontro, fomos solicitados para conhecer a Unidade Básica de Saúde (UBS), e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s), com o intuito de criar vínculo. A princípio fomos recebidos muito bem, tanto pelos ACS’s, quanto pela equipe da UBS. Nesse primeiro contato, explicamos então como aconteceriam esses encontros e qual a finalidade dos mesmos.

encurtador.com.br/nqsw8

ENCONTRO DE INTERVENÇÃO

No dia 21/05/2019, às 08:00 horas, proporcionamos uma discussão e reflexão em torno do tema “Assertividade”. Essa dinâmica possibilitou uma reflexão sobre como agimos diante de certas situações, se somos assertivos, passivos ou agressivos. A intervenção durou em torno de 1 hora.

Fizemos algumas perguntas que se encaixavam no que é ser: Agressivo, Passivo ou Assertivo. Todos os ACS pegaram uma pergunta e leu. Solicitamos a resolução do problema, da forma que eles acham melhor. Todos os ACS leram a sua pergunta e propôs uma solução. Depois foi discutindo o tema assertividade relacionando com as perguntas.

Os ACS reagiram de forma positiva a esse diálogo, interagindo sobre esse tema, e compartilhando situações que eles já vivenciaram que se encaixam no que estávamos discutindo. Ocorreu uma autorreflexão sobre como eles agem em determinadas situações, se agem de forma assertiva, passiva ou agressiva. A discussão possibilitou também entender como agir para ser uma pessoa assertiva, sem que isso lhe tire a saúde mental.

Portanto após a experiência de estágio, adquirimos um entendimento sistêmico do SUS, Atenção Primária de Saúde e o papel dos ACS’s na unidade Básica de saúde. Propomo-nos a desenvolver com eles momentos de análise sobre a importância do seu papel no trabalho e a autorreflexão. Tivemos uma melhor compreensão dos papéis que os ACS’s exercem no ambiente de trabalho, como é a rotina nas visitas domiciliares, o jeito que cada ACS conhece e se preocupa com as famílias que fazem parte dessa Unidade de Saúde, compreendemos melhor os estressores do dia-a-dia que esta profissão traz. E por fim, promovemos reflexões sobre o quanto o trabalho dos ACS’s é importante para muitas famílias que precisam.

ACS é um personagem ambíguo: ao mesmo tempo em que é considerado agente transformador da sua comunidade (por trabalhar e morar nela), sofre por não ter as ferramentas e conhecimento necessário para realizar a transformação que a profissão exige. Assim, o ACS é descrito como um personagem “híbrido e polifônico”. (MENDES; CEOTTO, 2011, p. 498).

encurtador.com.br/bivOW

REFERÊNCIAS

GOMES, Antônio Maspolide Araújo. Psicologia Comunitária: Uma abordagem conceitual. 1999, 71-79. Disponível em: <https://www.mackenzie.br/fileadmin/OLD/47/Editora/Revista_Psicologia/Teoria_e_Pratica_Volume_1_-_Numero_2/art10.PDF>. Acesso em: 27 abr. 2019.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema Único de Saúde (SUS): Estrutura, princípios e como funciona. 2013-2019. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/sistema-unico-de-saude>. Acesso em: 30 abr. 2019.

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Ambivalência de sentimentos na minha experiência no SUS

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Minha experiência com o SUS foi um caminho de expectativa, e no fim uma expectativa frustrada. O vislumbre da possibilidade da teoria se tornar a prática, da teoria se tornar a história, não foi a minha realidade, o que me faz questionar para quantos brasileiros também, que esperam do SUS a solução para os seus problemas, e assim como eu tiveram e ainda têm a expectativa frustrada. O SUS oferece não só um serviço de saúde, ele oferece um sonho, uma expectativa, uma solução e essa parte do serviço não está escrito nas páginas de uma lei ou de uma regulamentação, para muitos é uma utopia, um sonho que não se realiza por completo e o parcial não é suficiente. Sim, o serviço nos deixa a desejar. Pois o atendimento no SUS, dessa enorme rede de saúde inicia no “bom dia” da recepcionista, onde pede os documentos, e finaliza no atendimento médico e tratamento necessário. E nesse processo da entrega do cartão sus ao momento de ser vista pelo médico foi a minha experiência.

Meu estado de saúde era de muita inflamação e dor, sentindo febre e um alto desconforto físico, ao chegar no postinho de saúde, a unidade básica para o primeiro atendimento e provável encaminhamento para solução do meu problema, fui bem atendida em todas as etapas, na recepção, na triagem após uns 40 minutos de espera por estar cheia a Unidade de Saúde à Família, ao passar pela triagem fui encaminhada para outra “sala de espera” contudo agora para ser atendida pela médica especialista, (como meu caso era odontológico – extração dos 3 cisos), após uns 30 minutos de espera fui atendida pela dentista, a qual me tratou muito bem e analisou meu estado, constatando realmente a gravidade da situação em que eu me encontrava, no momento me deu as orientações necessárias para que eu me tratasse em casa, pois ela já sabia que no sistema eu iria demorar a ser atendida, sendo que havia a necessidade de eu ser encaminhada para o centro de especialidades para fazer o procedimento cirúrgico e lá não atende emergências ou urgências, somente por fila de agendamento o que poderia levar meses e naquele momento eu não poderia esperar meses para ser atendida.

No dia em que fui, o sistema para encaminhamento estava fora de área o que ficou assim durante o dia inteiro, fazendo com que eu voltasse lá no dia seguinte para tentar novamente ser encaminhada. Por fim, durante todo esse processo a dentista me orientou ligar no centro de especialidades para tentar um agendamento emergencial, apesar de não conseguir ser encaminhada liguei no tal número, e ao atenderem e informá-los a minha situação a recepcionista me disse que não havia material e nem mesmo previsão para chegada e que os trabalhos estavam todos parados, o que me deixou completamente desamparada. E aqui neste ponto que tive a minha frustração. Em toda a minha caminhada, fui bem atendida, bem orientada, mas ao final não consegui o meu tratamento e tive que recorrer a rede particular.

Fonte: goo.gl/da7ZtN

Essa minha experiência me fez perceber que dentro de cada profissional que me atendeu e me recebeu tentou fazer o melhor para que eu pudesse melhorar, me senti bem dentro do princípio da universalidade, de um acolhimento esperado, contudo o Estado não permite que os princípios do sus se propaguem de modo eficaz, quando no princípio da integralidade não fui correspondida, pois a falta de material me fez recorrer ao serviço de saúde privada. A partir dessa experiência podemos refletir o quanto nossos governantes nos iludem com ideologias, leis e teorias que não se cumprem na prática, a sorte que tive é que dentro de cada funcionário de saúde que me atendeu eu vi que aquele sonho do sistema único de saúde é real, mas por conta de um sistema econômico falho sentimos as consequências no processo.

É preciso refletir que nem sempre uma caminhada nos levará a realização de um sonho, mas devemos sempre lutar para que ainda frustrados tenhamos a chance de viver os nossos direitos não só em teorias, mas na prática diária de cada “bom dia” que recebemos dentro da rede esperando enfim ouvir um “tchau, seu tratamento foi concluído”. Não podemos desistir de acreditar, até por que foi assim que o SUS nasceu, a partir do posicionamento da população a qual se deve manter ativa nesse processo, e não se acomodar. Devemos lutar pela melhoria dos sus sempre, mesmo frustrada eu continuo acreditando nesse sistema, pois foi a partir de nós que ele surgiu e será a partir de nós que virão as melhorias.

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