Ajude uma mulher vítima de violência doméstica: denuncie!!

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Celebrado no dia 25 de novembro, o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, buscar incentivar o ato da denúncia, contra toda forma de violência a mulher, em todos os quatros cantos do mundo. De acordo com relatoria divulgado este ano, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada três mulheres são submetidas as violências física e sexual por parte do parceiro. Conforme a organização, ao todo são 736 milhões de mulheres vítimas de violência ao longo da vida.

Segundo a OMS, as mulheres na faixa de etária de 15 a 24 aos, são as que mais sofrem violência praticada pelo parceiro, sendo que com a pandemia da Covid-19, houve um aumento nos casos de violência doméstica, em todo mundo. Entre os motivos explica a organização internacional, estão as medidas de lockdown, em que a mulher passou a ficar mais tempo dentro de casa junto ao companheiro. No Brasil não foi diferente, dados divulgados pelo Ministério da Família e Direitos Humanos, em 2020, informa que houve mais de 100 mil denúncias relacionadas a violência doméstica, pelo canal de atendimento 180.

  Vieira (2020) apontam que as restrições às redes institucionais e familiares de apoio à mulher, a diminuição da renda familiar, estão entre as causas de aumento da violência contra a mulher no período mais crítico da pandemia, no Brasil. “A ampliação da manipulação do agressor sobre a vítima em razão do maior tempo de convivência, aumento dos níveis de estresse e aumento do consumo de álcool”, são outros fatores também, acrescentam Vieira (2020). 

Fonte: Freepick

 

Sobre o assunto, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) realizou, este ano, a 3ª edição do relatório denominado, A Vitimização das Mulheres do Brasil, o qual destacou que 24,4% das mulheres entrevistadas sofreram algum tipo de violência, na pandemia. Em primeiro lugar com 18,6% está insulto, humilhação ou xingamento, enquanto ameaça de apanhar, empurrar ou chutar corresponde ao segundo na pesquisa com 8,5%. Infelizmente a agressão ultrapassa a esfera psicológica, considerada violência também, já que 1,5% das mulheres foram esfaqueadas ou levaram tiro; 27% tiveram algum tipo de lesão provocada por algum tipo de objeto que lhe foi atirado.

Os dados são assustadores, por isso é preciso que exista o engajamento da sociedade civil, poder pública e privado para a elaboração de políticas públicas mais eficazes no combate a violência contra a mulher, no Brasil. Atualmente a Lei de Nº 11.340, conhecida como Maria da Penha, criminaliza a violência doméstica e familiar contra a mulher. A lei entrou em vigor, no ano de 2006, mas ainda sofre duras críticas pelo fato do agressor não respeitar as medidas restritivas contra a mulher, e em alguns casos com ocorrência ao feminicídio, crime de ódio contra a mulher. 

Caso veja uma mulher sofrendo algum tipo de violência psicológica e física denuncie nos canais de atendimento, por meio do número 180, Central de Atendimento à Mulher. Incentive a mulher a realizar um boletim de ocorrência na delegacia especializada da Mulher, o boletim pode ser feito virtualmente também.  O órgão de segurança oferece também o disque denúncia pelo 197. Juntos na luta contra a violência doméstica contra a mulher. 

Fonte: Freepick

 

Referência

Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 3ª edição do relatório denominado, A Vitimização das Mulheres do Brasil (2021). Disponível em < https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/06/relatorio-visivel-e-invisivel-3ed-2021-v3.pdf> Acesso: 09, de nov de 2021.

Planalto, Lei 11.340, Maria da Pena Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004 2006/2006/lei/l11340.htm> (2006) Acesso: 09, de nov de 2021

Organização Mundial de Saúde. Disponível em < Who- Broll Violence Against Womem Stimate (2021) https://who.canto.global/s/KDE1H?viewIndex=0&column=video&id=50i188kmol52pb8uln1u7tqb6c> Acesso: 09, de nov de 2021.

VIEIRA, P.R; GARCIA, L.P; MACIEL, E.L.N. Isolamento social e aumento da violência doméstica: o que isso nos revela? Revista Brasileira de Epidemiologia 2020; 23.

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A busca pela cura e o sofrimento de um novo trauma

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Este texto apresenta uma breve análise do primeiro episódio da série documental Em nome de Deus, do Globoplay, que traz relatos de sete mulheres que foram abusadas sexualmente pelo médium João de Deus. Informo que o texto contém gatilhos sobre violência sexual, violência psicológica e estupro, caso você não se sinta confortável com esses assuntos, talvez não seja uma boa ideia continuar a leitura ou assistir aos episódios. Além de tudo, contém spoiler sobre o primeiro episódio.

João Teixeira de Faria é o nome de registro de João de Deus, ou John of God, que teve a prisão decretada dia 14 de dezembro de 2018 (GLOBO NEWS, 2018). O episódio começa contando a história da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia no estado de Goiás. A casa Dom Inácio era o local onde João de Deus recebia fiéis do mundo todo, cerca de 3 mil pessoas passavam na casa por dia. As pessoas vinham do mundo todo em busca de cura espiritual, psicológica ou física, eram doenças terminais, transtornos psicológicos, e quem já havia procurado todo tipo de tratamento.

Os fiéis que se atravessavam o Brasil e o mundo até a cidadezinha de Abadiânia, levavam consigo apenas esperança e a fé de que através de João de Deus iriam receber a cura para as suas enfermidades e a paz para suas almas. Pessoas trajando branco, com os pés descalços e em silêncio ocupavam todos os cantos do lugar, o choro era contido e os gemidos ecoavam no volume mínimo, nas mãos terços, bíblias, crucifixos e imagens de entidades religiosas.

Crédito: Alexandre Severo

De acordo com Terrin (1998), as religiões não possuem valor ou serventia se não puderem curar doenças ou fornecer compreensão holística sobre elas. A motivação da cura era o combustível que alimentava a força dessas pessoas que enfrentavam grandes distancias para chegarem na Casa Dom Inácio.

As paredes brancas com azul da casa contrastavam com as roupas brancas dos fiéis, pelas paredes placas em português, inglês e espanhol pediam silêncio e diziam que o silêncio é oração. No meio da multidão surgia a figura emblemática e messiânica de João de Deus, um homem de origem pobre que dizia ser instrumento espiritual que tinha a missão de levar a cura de Deus aqueles que precisavam dela.

As pessoas se espremiam em filas para o atendimento coordenadas por funcionários da casa, entre eles tradutores que facilitavam a comunicação de estrangeiros. Pelas paredes da casa havia quadros religiosos, em alguns cômodos existiam pilhas de cadeiras de rodas que foram usadas por fiéis que conseguiram a cura e lançaram a cadeira na pilha para simbolizar o poder das mãos de João de Deus.

Fonte: UOL

Instrumentos cirúrgicos estavam distribuídos em bandejas, e eram utilizados para a realização de cirurgias espirituais. João não possuía formação em medicina, tampouco qualquer outro curso, mas através do exercício da sua espiritualidade dizia receber espíritos de médicos do mundo espiritual que usam o seu corpo para fazer cirurgias.

Lemos (2002) descreve que a relação entre a religião e a saúde consistem na utilização e imposição das mãos, benzeduras, rezas e rituais de cura. E na casa Dom Inácio a utilização das mãos do médium para a realização da cirurgia era primordial para que fosse possível alcançar a cura.

Porém, na casa também era muito comum e forte a prática da oração, utilização de águas bentas, e Reimer (2008) aponta essas práticas como parte importante dentro da estruturação das religiões que oferecem a cura. Essas e outras práticas não se originaram na casa Dom Inácio, mas possuem um percurso histórico-cultural que atravessa séculos.

Existia uma hierarquia dos funcionários da casa, aqueles que seguravam a bandeja de instrumentos estavam alguns passos acima de outros. As cirurgias eram realizadas na frente de todos, cortes e retiradas de tumores eram feitos sem a presença de sangue e sem qualquer censura. Boquiabertos e invadidos pela fé, fiéis testemunhavam as cirurgias e todo o processo de cura.

A relação da religião com a cura é antiga, Berlinguer (1988) traz a história dos primeiros hospitais que nasceram em mosteiros. Dessa forma, vemos que a religião e a cura estão interligadas desde a construção da sociedade.

Fonte: Folha Z

João de Deus era visto como uma figura de grande poder, seus olhos azuis e sua pele branca refletiam à luz dos céus sob ele, que para muitos dos fiéis era a reencarnação de Jesus Cristo. A fala mansa e as palavras diretas de João atravessavam aqueles que o procuravam, ele era idolatrado e adorado. João esbanjava humildade, não cobrava nada de seus fiéis, embora recebesse muitos presentes e ofertas voluntárias. Era um homem humilde e santo, a figura perfeita para aqueles que estavam em desespero.

Pessoas em sofrimento e desesperadas se apegam ao incerto, entregam-se àqueles que possam sanar suas dores e aliviar os seus problemas. Esse apego a figura salvadora ou curadora de João de Deus fez com ele construísse um império, tornando-se um dos maiores nomes no Brasil e no mundo.

João de Deus viajou o mundo todo e espalhou sua proposta de cura, recebeu viajantes de diversas parte do mundo e viveu quatro décadas ileso de quaisquer punições ou retaliações. Tudo isso possui influência de frequentadores da casa que tinham poder, tais como políticos, celebridades e autoridades policiais. Esse casulo de proteção ao redor de João de Deus intimidou suas vítimas.

A advogada Camila Ribeiro conta a sua história de sofrimento com o transtorno do pânico, e relatou sua incessante busca por diagnósticos, profissionais e tratamentos que a ajudassem. Sua família concordou com a ida dela para Abadiânia em busca da cura, porém ela foi abusada sexualmente por João de Deus durante a sua consulta mediúnica com ele.

Camila relata dor, sofrimento e medo sobre o abuso que ela sofreu.

Fonte: Globoplay

A fisioterapeuta Marina Brito relata ter ouvido falar sobre João de Deus a partir de uma de suas pacientes, que estava realizando o tratamento espiritual. Naquela época ela estava tentando engravidar, e não possuía nenhum problema biológico de saúde que a impedisse, porém não conseguia engravidar.

Ela viajou em busca do seu milagre, relata não ter pesquisado sobre o médium, tampouco se existiam relatos negativos sobre ele. Ela disse que foi de coração aberto e com muita esperança para encontrá-lo. Marina foi uma das mais de 500 vítimas de João de Deus, foi abusada sexualmente e recebeu ameaças.

Fonte: Globoplay

As vítimas tinham em comum a esperança do milagre e da cura, depositaram toda a sua confiança e força na visita até a casa Dom Inácio, mas voltaram de lá amedrontadas, confusas, violentadas e descredibilizadas. Elas estavam frágeis e vulneráveis, foram vítimas fáceis. A manipulação do abuso através da possibilidade da cura violou essas mulheres.

A publicitária Luana Schnorr foi atrás de João de Deus buscando a cura para a sua irmã que sofria de diabetes. Como as outras vítimas mostradas, Luana agarrava-se na esperança de que receberia a sua graça e que sua irmã ficaria livre da enfermidade. Mas como as outras mulheres mostradas, foi mais uma vítima de abuso sexual.

Reprodução: Globoplay

O padrão exercido por João Teixeira de Faria era o mesmo: quando no meio da multidão ele perguntava sobre o que elas buscavam ali, em seguida dizia para que o esperassem terminar de atender a todos e que fossem até a sua sala, ou salinha. Isso gerava o sentimento de que elas eram importantes e especiais, e que seriam atendidas separadamente, garantindo assim, mais chances de alcançarem suas graças desejadas.

Entretanto, dentro dessa sala os abusos aconteciam. As vítimas eram tocadas, ou eram obrigadas a tocar na genitália dele. Ele tocava o corpo delas e em alguns casos penetrou às vítimas. Nenhuma das ações cometidas por ele eram consensuais, houve o abuso sexual e estupro em alguns casos.

Deborah Kalume é atriz e buscou a ajuda de João de Deus para seu esposo, que estava em coma há alguns anos depois de um acidente de carro. Deborah relata já ter procurado diversos tipos de tratamento e auxílios religiosos, e que nada havia dado certo, por isso então ela decidiu tentar a última alternativa que era o João de Deus.

Ela foi vítima de abuso sexual no maior momento de vulnerabilidade de sua vida, foi usada e violada pelo médium. Deborah conta que quando o abuso estava acontecendo, ela não conseguia acreditar e assimilar que aquilo estava acontecendo. Aquela era a sua última esperança e acabou sendo seu maior motivo de sofrimento.

Fonte: Globoplay

As mulheres abusadas conseguiram reunir forças para expor seus rostos e dar cara às denúncias a partir do primeiro relato público feito pela coreógrafa holandesa, Zahira Lieneke Mous, que expôs o abuso sofrido através do seu perfil pessoal no Facebook.

Fonte: Globoplay

A produção do programa Conversa com Bial através da jornalista Camila Appel entrou em contato com Zahira na tentativa de que ela pudesse expor na televisão a violência sofrida, e a partir disso que outras mulheres pudessem denunciar também. Zahira concedeu a entrevista e contou sobre o abuso que sofreu. A semelhança nas histórias dessas mulheres é chocante, pois existem os mesmos elementos, apesar de que elas não se conhecem, e moram em lugares diferentes.

Zahira foi a primeira cara da exposição contra João de Deus ao relatar o abuso sexual que ele cometeu. A partir disso, hoje mais de 500 mulheres conseguiram expor também, e João Teixeira de Faria encontra-se preso.

FICHA TÉCNICA

encurtador.com.br/aCDNW

EM NOME DE DEUS

Argumento e criação: Pedro Bial
Roteiro: Camila Appel e Ricardo Calil
Produção musical: Dé Palmeira
Direção de fotografia: Gian Carlo Bellotti e Dudu Levy
Produção: Anelise Franco
Direção de conteúdo: Fellipe Awi
Direção: Gian Carlo Bellotti, Monica Almeida e Ricardo Calil
Produção Executiva: Erick Brêtas e Mariano Boni
(A série documental está disponível para assinantes Globoplay).

Referências:

BERLINGUER, Giovanni. A doença. Trad. Virgínia Gawryszewski. São Paulo: CEBES-Hucitec, 1988.

LEMOS, Carolina Teles. Religião e saúde: a busca de uma vida com sentido. Fragmentos de Cultura, Goiânia, Pontifícia Universidade Católica, v. 12, n. 3, p. 17- 57, 2002.

REIMER, Ivoni Richter. Milagre das mãos: curas e exorcismos de Jesus em seu contexto histórico-cultural. São Leopoldo: Oikos; Goiânia: Universidade Católica de Goiás, 2008.

TERRIN, Aldo Natale. O sagrado off limits: a experiência religiosa e suas expressões. São Paulo: Loyola, 1998.

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Núcleo em Defesa da Mulher da DPE alerta: violência psicológica também é relação violenta

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Na esfera da Lei Maria da Penha ou Civil, a denúncia pode resultar em medidas protetivas, afastamento do lar, proibição de se aproximar da vítima, manter contato e, especialmente, indenização.

Quando se fala em violência doméstica contra a mulher automaticamente se vem à mente uma pessoa com hematomas, machucada, agredida fisicamente. Mas, o que nem todos sabem, é que essa é só uma parte do que vítimas passam ao lado dos seus agressores. Muito frequente, porém, pouco relatada, está a violência psicológica, às vezes, tão cruel quanto à violência física. O alerta é do Núcleo Especializado em Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem) da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) que destaca que a violência psicológica também é uma relação violenta.

O Nudem lembra que os sinais são sutis, às vezes imperceptíveis, mas nem por isso deixam de causar dor e sofrimento. “Fazendo a vítima crer que é amada e que os gestos são para proteção ou cuidado, o agressor, muitas vezes movido pelos ciúmes, se vale de instrumentos para controlar a vida da vítima, quer seja através da regulação de suas amizades, da proibição de contatos com familiares ou colegas de trabalho”, relata a coordenadora do Núcleo, defensora pública Franciana Di Fátima Cardoso.

Segundo a defensora pública, normalmente a vítima demora a perceber que sua autonomia está sendo afetada. “Sentindo-se no controle, ou buscando mais controle, o agressor passa a humilhar, fazer ironias, ridicularizar, minimizar as qualidades de sua companheira”, reforça Franciana Di Fátima ao acrescentar que a violência psicológica influencia, aos poucos, na autoestima da mulher e ela deixa de acreditar em si e suas capacidades. “Muitas vezes, a vítima leva anos para perceber o longo processo de violência que passou. Normalmente, só se dá conta da ocorrência dessa violência quando o agressor avança para violência física ou sexual”.

Fonte: encurtador.com.br/mozOQ

A coordenadora do Nudem lembra que é um comportamento que começa muito sutil e muitas vezes o agressor faz parecer com amor, justificando com comentários como: “‘estou cuidando de você’, ‘faço isso porque te amo’, Eu te amo muito mais que sua família ou seus amigos”, fazendo a mulher, em muitos casos, se sentir culpada por manter relações de amizade ou contato com familiares. A gente precisa estar atenta aos comportamentos do agressor que podem afetar as crenças e a capacidade de decidir da mulher”, pontuou Franciana Di Fátima.

Basta!

Assistida da Defensoria Pública, uma mulher de 40 anos demorou 20 anos para encerrar o ciclo de violência com o ex-marido. Em maio deste ano, ela deu um basta e denunciou o agressor.

Ela recorda que desde o início do relacionamento foi violentada psicologicamente. “Ele me xingava de todos os jeitos. Dizia que eu era pequena, que ele tinha evoluído e eu não. Em alguns momentos eu me sentia um lixo. Por várias vezes me deixei acreditar. Fui massacrada, estou juntando os caquinhos”, lembra ao comentar que o resultado final foi uma profunda depressão.

Fonte: encurtador.com.br/gqIPR

Apesar do pouco tempo de separação, ela conta que já consegue olhar sua vida de outra forma. “Eu me transformei. Comecei a ver a vida, as coisas, situações, tudo de uma forma diferente. Que sou capaz, que ele não é melhor que eu. Pelo contrário, sou uma guerreira, mulher de caráter, de respeito”, destaca.

Hoje, é ela quem dá conselho: “não se cale, porque quanto mais a pessoa se calar e aceitar, mais violência vai sofrer. Não deixe o tempo passar, mais difícil fica de se cicatrizar e a tendência do agressor é sempre piorar. A gente perde muitos anos de vida. A gente tem que denunciar!”

Responsabilização

Pelo código penal, a coordenadora do Nudem explica que não há como responsabilizar o agressor por essa conduta, exceto se houver ameaça, cárcere privado. “Tem que analisar caso a caso. Mas há condutas que são resolvidas na esfera da Lei Maria da Penha ou Civil e resultar em medidas protetivas, afastamento do lar, proibição de aproximar da vítima, manter contato e especialmente indenização. Se o ato configurar crime há pena prevista para o crime praticado”, explicou a defensora pública.

Você não está só!

Quebrar o ciclo de violência é sempre um desafio para a vítima. Por isso, a Defensoria Pública lançou a campanha “Você não está só!”. Uma maneira de encorajar a mulher a procurar ajuda e denunciar o agressor. É uma realização do Núcleo em Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem) e o Núcleo em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Nudeca).

Para conhecer a Campanha e divulgá-la nas suas redes sociais, colaborando, desta forma, para que mais pessoas tenham acesso às informações, clique aqui.

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Você vive um relacionamento abusivo?

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Não é fácil definir um relacionamento abusivo, muito menos identificar se você é o abusador ou o abusado. Claro, algumas situações são óbvias, como por exemplo, quando a esposa apanha do marido, quando há uma violência explicita. Mas o relacionamento abusivo não se limita a surras e a danos físicos. O dano psicológico é até mais devastador do que o corpo machucado. Mulheres gostam de apanhar? A não ser em casos de masoquismo, a resposta é “não”. Então por que não se defendem? Por que não delatam o companheiro violento? Por que continuam com ele e ainda inventam desculpas para suas surras? Simples, porque antes de serem abusadas fisicamente, elas foram abusadas psiquicamente.

Antigamente, somente os homens trabalhavam. Eram eles que sustentavam a família. Eram eles que recebiam salário. Eram eles que detinham o poder dentro de casa. O marido mandava e a mulher obedecia. Simples assim. Em famílias mais machistas, o homem poderia trair a esposa, agredi-la física e verbalmente, inclusive diante de outras pessoas, controlar suas amizades, seus relacionamentos familiares, enfim, o homem era o dono e a mulher, a propriedade. A maioria aceitava o fato como se fosse uma lei. No entanto, mesmo aquelas que se revoltavam contra isso, eram obrigadas a aguentar, ou porque não tinham como se sustentar sozinhas, dependiam do marido para tudo, ou porque a família era contra a separação. O aspecto religioso também tinha muita influência na submissão da mulher. O homem era a cabeça, dizia a igreja, e a esposa tinha obrigação de obedecê-lo. Em algumas partes do mundo, até hoje isso é realidade.

Mas e quanto às mulheres que são independentes, livres da dominância masculina e religiosa? Por que não se rebelam contra o relacionamento abusivo? Por que continuam dia após dia ao lado do abusador? Por que inventam desculpas que protegem o homem que as espanca? 

Fonte: encurtador.com.br/jrIJ5

Alguns esclarecimentos 

Para efeito desse artigo, usarei sempre o exemplo de um homem, como abusador, e sua companheira, como abusada. Mas antes de mais nada, é preciso deixar alguns pontos bem claros. Nem todo abusador usa da violência física. A violência psicológica é mais poderosa e duradoura. Não deixa marcas e o dano pode ser irreversível.

Nem sempre o abusador é o homem. Mulheres também podem ser, e muitas vezes são, abusivas.

Qualquer relacionamento pode ser abusivo. Entre pessoas de sexos opostos ou não.

Qualquer relacionamento pode ser abusivo, não apenas entre casais. Pode haver abuso entre amigos, entre pais e filhos, entre professores e alunos.

Nem sempre o abusador sabe que está abusando e nem sempre o abusado percebe que está sendo dominado.

O abusador não tem cara de vilão e o abuso começa aos poucos, discretamente, disfarçadamente. Normalmente ele é encantador, cativante e você não acredita na sorte que teve de encontrá-lo.

Muitas vezes o abusador se torna abusador porque o abusado lhe confere muito poder. Nem sempre é fácil resistir ao poder.

Fonte: encurtador.com.br/vDFQV

Mas no que consiste o abuso?

Como saber se você está em um relacionamento abusivo?

Você começa a perder a voz. Sua voz não é mais ouvida, não tem mais valor.

Você começa a perder os amigos. De repente, não há mais nenhum amigo em sua vida.

Você começa a se afastar dos parentes. Frequenta cada vez menos os eventos, as festas, as reuniões sociais.

Você muda a maneira de se vestir, você para de beber, não dá mais aquelas gargalhadas altas, não faz mais nada divertido.

Você frequentemente se sente inadequada.

Você frequentemente se sente indigna de amor.

Você já não tem mais autoestima.

A única pessoa que te ama verdadeiramente é aquela que está ao seu lado.

Nada do que você faz está certo. Nada do que você faz tem valor.

Você não serve para nada.

Você se olha no espelho e não mais se reconhece.

Quando é maltratada, você acha que mereceu, que a culpa foi sua.

Você tem medo de perdê-lo, pois ninguém mais vai te querer.

Fonte: encurtador.com.br/hJM45

A armadilha

Júlio é encantador. Não necessariamente bonito, mas charmoso. Desde o começo trata Amanda como se ela fosse uma joia rara e delicada. Ele lhe dá presentes lindos, leva a amada a diversos restaurantes, conquista toda a sua família e até os amigos dela incentivam o namoro.

Ele pede que Amanda vá morar com ele e ela prontamente aceita.

Um dia, vão sair para jantar e ele diz, com todo o cuidado, que a roupa dela está muito decotada. Mulher de respeito não usa roupas daquele jeito. O que vão pensar dela? Se ela quiser sair assim mesmo, tudo bem, ele só está zelando por sua imagem. A mulher gosta de sua roupa, mas talvez ele tenha razão. E não custa nada agradá-lo, só dessa vez.

Mas aos poucos, ela começa a usar, cada vez mais, roupas mais sérias e sóbrias. Afinal, não quer que ninguém pense mal dela e seu companheiro só está tentando protegê-la.

Eles vão a uma festa na casa de alguns amigos e na volta ele fica amuado. Quando ela insiste em saber o que aconteceu, Júlio lhe diz que seus amigos são falsos e não gostam dela de verdade. Com exceção do Rafael que está dando em cima dela e só ela não percebe.

A mulher não acredita, mas quando saem com seus amigos novamente, ela começa a procurar sinais em todos eles. Aos poucos, vai se afastando dos homens e restringe sua amizade só às mulheres.

Mas as mulheres também não prestam. A Luciana tem inveja dela e a Raquel está sempre se insinuando para ele. Assim, Amanda começa a evitar suas amigas. Com o tempo, os convites ficam mais escassos e logo a mulher não tem mais com quem sair, a não ser os amigos de Júlio, de quem ela não gosta muito.

O homem também começa a implicar com a família de Amanda. Nada muito óbvio, nenhum insulto claro. Apenas algumas alusões à fatos que ele percebeu: sua família nunca a amou de verdade. O preferido sempre foi seu irmão. Seu pai, obviamente não gosta dele e faz com que ele se sinta um intruso na família.

Aos poucos, Amanda começa a se afastar também da família. Não tem problema, ela está com Júlio, o único que a ama de verdade.

Então, ele começa a fragilizar a confiança da mulher. Ela está engordando. Em tom jocoso, começa a chamá-la de bolota. Seus cabelos estão muito compridos. Seus cabelos estão muito curtos. Ela não vai envelhecer muito bem. Ela está com aparência de doente. Ainda bem que ele não liga para as aparências. Mas ela podia se esforçar um pouquinho mais.

Júlio sempre caçoa de Amanda, chamando-a de burrinha. Tudo o que ela diz, é bobagem. Ela não sabe de nada. Tão tapadinha, coitada.

Ele vai minando as forças da mulher em todas as áreas. Quando ela fica zangada ou ofendida, no dia seguinte ele lhe dá uma dúzia de rosas.

Em um dia, ele lhe agrada. No dia seguinte, ele a despreza.

Amanda passa a viver em uma montanha russa de emoções. Quando acha que não vai suportar mais suas grosserias, Júlio a surpreende com algum presente ou a leva para jantar em seu restaurante favorito. Ele a eleva um pouquinho, para em seguida deixá-la cair de cabeça.

Ninguém jamais vai te amar como eu te amo. Você é burra mesmo. Nossa, você está cada dia mais feia. Quem vai olhar para você? Seu gosto para roupas é muito cafona. Deixa que eu escolho o que você vai vestir. Você não percebe que todo mundo caçoa de você. Fala menos que é melhor. Não sei o que vi em você. Mas não se preocupe, estarei sempre ao seu lado.

A autoestima de Amanda nunca esteve tão baixa. Uma mulher linda, inteligente, independente. Competente em seu trabalho. Respeitada pelos colegas. Mas quando ela se olha no espelho, tudo o que ela vê é uma mulher gorda, acabada, velha, burra, desprezada, um zero à esquerda. Ela não tem mais valor. Ela não tem mais opinião própria. Era viva, alegre, sorridente. Agora mal sorri. Mas Amanda não conta nada a ninguém. Não quer que julguem seu companheiro. Afinal, ele é muito bom para ela. Se às vezes ele a magoa é porque só quer o seu bem. Ele a ama.

Depois de um tempo nesse relacionamento tóxico, Amanda já se acostumou a ser maltratada. Os insultos ficam cada vez piores. As gentilezas cessam. A sutileza some. Uma vez, a comida está sem sal. Ele joga o prato que se espatifa no chão. Furioso ele manda a esposa limpar aquela sujeira. Amanda se recusa. Está magoada e assustada. Júlio, então lhe dá um tapa na cara. Mais tarde, ele vai procurá-la no quarto e diz que ela o força a fazer essas coisas. Ele não quer, mas ela precisa aprender. Amanda, já com seu psicológico completamente fragilizado, passa a acreditar que realmente tudo é culpa dela.

Um dia a mulher chega ao trabalho com o olho roxo. Os colegas perguntam o que aconteceu e ela responde que caiu e bateu o rosto no móvel da sala.

Outro dia ela liga para o trabalho alegando que está doente. Mas quando ela volta a trabalhar, as marcas em seus braços ainda são visíveis.

A violência física e verbal vai se tornando cada vez pior. Amanda pensa constantemente em se separar, mas e se nunca mais alguém gostar dela? Ela é muito amada, tem certeza disso. Quem mais a amaria? Quem mais cuidaria dela como Júlio cuida? Ela não vale nada. Ela é feia, gorda, burra, incompetente. Quem mais ficaria ao lado dela?

E assim acontece com muitas mulheres, nesse mundo moderno, ainda nos dias de hoje. Não há, necessariamente violência física. Nem todos os relacionamentos abusivos chegam até esse ponto. Mas certamente há violência psicológica. E essa é a chave de tudo.

Fonte: encurtador.com.br/kvxGZ

Como então, se proteger?

Você pensa: ah, isso jamais aconteceria comigo. Será? Imagine uma torneira pingando uma gota de água incessantemente. No começo, você não presta atenção. Depois, começa a ficar levemente irritado. Depois acha que vai enlouquecer. Mas as primeiras gotas, você nem percebe. É muito fácil se deixar influenciar sem perceber. Depois de ser bombardeado com determinada informação, o cérebro passa a acreditar naquilo que está ouvindo constantemente. E quem manda é o nosso cérebro.

Lembre-se, nem sempre percebemos essa lavagem cerebral. Precisamos estar constantemente atentos. Isso é possível? Se estivermos sozinhos, será muito difícil. A armadilha é sutil. Nenhum homem maltrata uma mulher logo que a conhece. Primeiro ele a conquista. Depois ele vai minando sua confiança pouco a pouco. As mulheres abusadas não são burras, não gostam de apanhar, não são carentes, não escolheram ser abusadas.

Então não tem saída? Sim, tem. Nunca se isole. Converse sempre com alguém de sua confiança. Você precisa ter pelo menos alguém na sua vida com quem possa conversar sobre tudo, nem que seja um terapeuta. Alguém que não vai julgar, não vai condenar, e vai mostrar uma perspectiva que você não está enxergando. Uma pessoa que possa devolver a sua voz.

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A Saúde Mental pela perspectiva da questão de Gênero

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Mulheres chegam ao mais diversos serviços de saúde em busca de atendimento, e em todos os serviços encontram algumas problemáticas que dificultam o serviço, e até mesmo no que tange os serviços de saúde mental

O gênero é visto como subproduto da opressão gerada pelo patriarcado, onde o homem é tido como superior a mulher, ocasionando assim diversas formas de violência e a justificativa para tais (LAURETIS, 1994). Diante desse pressuposto, nos deparamos com os casos alarmantes de violência doméstica, onde mulheres são agredidas e violentadas por homens que usam da força física para silenciar essas mulheres.

As mulheres vítimas de violências têm direito a receber atendimento nas unidades de saúde de forma integral, porém é perceptível que o serviço não funciona do modo como deveria, pois além da má articulação da rede, há também o problema de profissionais não preparados para lidar e atender esse tipo de demanda (SOARES e LOPES, 2018).

Mulheres chegam ao mais diversos serviços de saúde em busca de atendimento, e em todos os serviços encontram algumas problemáticas que dificultam o serviço, e até mesmo no que tange os serviços de saúde mental, onde mulheres são responsáveis pelo maior número de procura do que homens (ZANELLO e BUKOWITZ, 2011). Mulheres em situação de violência precisam de suporte para enfrentar as dificuldades de cunho social, cultural, econômico e também político quem impossibilitam que elas busquem ajuda (SOARES e LOPES, 2018).

Fonte: encurtador.com.br/elnI1

O gênero é produto das tecnologias sociais de acordo com Lauretis (1994), pois o mesmo se sobrepõe em todas as plataformas digitais e também no dia-a-dia, onde o homem é visto como superior a mulher e passível de maior credibilidade. Diante desse exposto, é possível que tenhamos uma visão mais ampla do que mulheres em situação de violência enfrentam quando decidem expor e denunciar o seu sofrimento e o causador do mesmo que em suma são homens (SOARES e LOPES, 2018).

Quando de forma naturalizada a mulher é tida como descreditada e desacreditada diante de um homem, é comum que elas apresentem maior resistência para denunciar violências e procurarem ajuda nos serviços de saúde, que irão investigar as causas do quadro da mesma e acionarão os órgãos responsáveis quando for o caso. Porém buscar ajuda nos serviços de saúde não é tão simples ou fácil, visto que em muitos casos essas mulheres encontram-se presas de forma emocional, física ou financeira a esses homens e muitas vezes elas podem ser punidas ou penalizadas por eles, ou até mesmo seus filhos ou familiares podem ser punidos (SOARES e LOPES, 2018).

A violência gera sofrimento psíquico que se fortalece e aumenta diante do silenciamento, e essas mulheres começam a adoecer psiquicamente (ZANELLO & BUKOWITZ, 2011). Desse modo, temos que perceber a violência contra a mulher de uma forma ampla e complexa, que possui diversas causas e que as consequências perpassam a esfera física, dessa forma, é necessário que haja um atendimento intersetorial (SOARES & LOPES, 2018).

O despreparo dos profissionais para lidar com situações de violência e a invisibilidade social que essas mulheres sofrem podem dificultar e causar ainda mais danos nesses quadros, pois muitas mulheres sequer recorrem ao atendimento de saúde para enfrentar a situação de violência (SOARES & LOPES, 2018).

Fonte: encurtador.com.br/fhlw3

REFERÊNCIAS

SOARES, Joannie dos Santos Fachinelli; LOPES, Marta Julia Marques. Experiências de mulheres em situação de violência em busca de atenção no setor saúde e na rede intersetorial. Interface (Botucatu),  Botucatu ,  v. 22, n. 66, p. 789-800,  Sept.  2018 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832018000300789&lng=en&nrm=iso>. Acessado em 01 de Dezembro de  2019.  Epub May 21, 2018.  http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622016.0835.

DE LAURETIS, Teresa; “A tecnologia de gênero”. In: HOLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica cultural. Rio de Janeiro, Rocco, 1994. p. 206-242.

ZANELLO, Valeska; FIUZA, Gabriela; COSTA, Humberto Soares. Saúde mental e gênero: facetas gendradas do sofrimento psíquico. Fractal, Rev. Psicol.,  Rio de Janeiro ,  v. 27, n. 3, p. 238-246,  Dec.  2015 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-02922015000300238&lng=en&nrm=iso>. Acessado em 01 de Dezembro  de 2019.  http://dx.doi.org/10.1590/1984-0292/1483.

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Livro fala da importância do amor próprio

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Conectar mulheres e suas histórias como forma de promoção da regulação emocional e elevação de autoestima. Essa é a proposta do livro Autoamor, com a coordenação autoral das psicólogas Ellen Moraes Senra e Gizeli Hermano. A obra conta com análises de 21 especialistas que visam exercitar a importância da empatia entre as mulheres e mostrar que elas não estão sozinhas em suas dores ou amores.

encurtador.com.br/lV249

 

A psicóloga Ellen explica que o “autoamor” não se trata apenas de autoestima, mas inclui o amor-próprio, generosidade, empatia, carinho e tudo aquilo voltado para as figuras femininas fortes que são tão cobradas pela sociedade. “Encaradas sempre como fortalezas, muitas vezes, somos impedidas de demonstrar nossas fragilidades, como se tivéssemos que nos mostrar ‘super’ a todo momento”.

Sofrimento feminino

Para ela, um dos motivos da obra foi para se discutir o porquê de tantas pessoas se mutilando em prol de um padrão imposto, sem contar nos casos de mulheres sendo agredidas, abusadas e acreditando que merecem passar por isso.

A especialista lembra também das mães que sofrem por acharem que não fazem o suficiente ou fins de relacionamento que levam embora o amor próprio. “Precisamos encontrar a compreensão necessária para entender que as emoções são passageiras e que depende de nós dar o primeiro passo rumo à revolução do Autoamor”.

encurtador.com.br/hnvDX

— Para piorar, vemos uma grande rivalidade entre as mulheres, quando elas podem se apoiar mutuamente. Por que nos atacarmos e apontamos defeitos umas nas outras quando sabemos que todas nós já estivemos exatamente na mesma posição ou estaremos algum dia? – questiona a psicóloga.

Acolhimento mútuo

A coautora diz que o livro é voltado para todas as mulheres: mães, esposas, filhas, donas de casa, empresárias, empreendedoras, domésticas entre outras. Para ela, a obra parte dos corações de cada uma, com o intuito de proporcionar uma experiência de troca, de acolhimento, de autoconhecimento e, principalmente, de mudança com o intuito de combater todo tipo de estereótipo.

encurtador.com.br/ciLR7

– Caso a leitora já tenha iniciado a jornada do autoamor, esperamos contribuir para que permaneça firme nela. Mas se ainda não o tenha feito, esperamos que esse material sirva de impulso para que encontre a motivação interior de cada uma possa promover uma revolução de se amar cada dia mais – conclui.

 

 

Livro Autoamor

Coordenação autoral: Ellen Moraes Senra e Gizeli Hermano

Páginas: 178 páginas

Preço: R$ 59,90

Editora: Editora Conquista

Link para comprar o livro: www.conquistaeditora.com.br

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Violência contra a mulher: estado de alerta

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Falta de atenção do parceiro, descaso, indiferença, ausência de carinho, desmerecimento, agressões verbais, instabilidade emocional e afetiva… Um tipo de VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER que também precisa ser combatido…

Eu preciso escrever sobre isso……

Quem nunca?…. Conheceu um “gentleman”… Ah! O príncipe dos nossos sonhos. Inteligente, gostos afins… Meu Deus! Ele até advinha nossos pensamentos. É conexão de outras vidas.

Fonte: https://bit.ly/2XFSGg8

Não há outra explicação!

Então, nós, mulheres super bem resolvidas, até relutamos no início com indagações do tipo “Esse cara é muito perfeito! Tem alguma coisa errada”… “Melhor ir com calma!”

Mas é tanta felicidade quando estamos juntos que, aos poucos, vamos “baixando a guarda”… E… inevitavelmente, entregamo-nos de corpo e alma a essa nova relação.

Tudo bem! Estamos felizes!

O problema reside, em alguns e não raros casos, quando começamos a sofrer com um assédio, um tipo de violência velada que causa tanta dor e traumas quanto a violência física. E o enredo dessas histórias de agressividade parece muito previsível. Pois, o conto de princesas do início do relacionamento vai, aos poucos, sendo substituído por capítulos de novela mexicana. Não pela previsibilidade da tessitura narrativa, contudo pelas lágrimas jorradas motivadas pela tristeza que ocupa, sem pressa, o lugar que outrora era da euforia.

Fonte: https://bit.ly/2H4zvro

Tudo começa com “pequenos descuidos” materializados na demora para pequenas respostas, como a de um “bom dia!” no WhatsApp. Acrescido de esparsas ligações telefônicas … Depois, os carinhos se tornando escassos… Vem a irritabilidade com futilidades do cotidiano… A reclamação por bobagens… Dessa forma, você começa a “pisar em ovos”, mede minuciosamente suas palavras… Passa a viver em um constante ESTADO DE ALERTA. Esforço hercúleo para não magoar ou irritar o “dito cujo”

Logo, você passa a ponderar “Tem alguma coisa errada! Acabou o amor e afinidade que nos unia?” Esse é o ponto crucial. Porque enquanto fazemos essa pergunta, ainda estamos lúcidas para refletirmos acerca da realidade que nos cerca. Todavia, algumas vezes, permitimos a mudança desse questionamento para “O que EU estou fazendo de errado?”

Então, quando o parceiro percebe que está nas mãos dele “o controle” da situação, muitas vezes, o “príncipe” se transforma em nosso ALGOZ.

E ele não terá piedade em nos fazer sentirmos CULPADAS por essa mudança tão drástica e negativa no relacionamento. Como estamos apaixonadas, perdemos um pouco o senso da razão. Por isso, a partir disso, oprimidas e subjugadas, é comum nos sujeitarmos a situações, dantes nunca imaginadas.

Vamos “aprendendo” a nos conformar com o descaso com que passamos a ser tratadas, com as brigas constantes, com as humilhações, com as inseguranças e instabilidades que nos trazem um dos piores dos sentimentos: a angústia.

E se alguém nos pergunta “Por que você se permite viver assim?”

Fonte: https://bit.ly/2C5zI9o

Temos medo de admitir que por ter sido “tão bom no início”, lá no fundo, ainda nutrirmos a esperança de que tudo volte a ser como antes…

Infelizmente, quase nunca volta!

Passamos a ter uns pensamentos bizarros do tipo “melhor estar com alguém a ficar sozinha”. Certo! Somos livres para fazermos nossas escolhas. Contudo, temos que nos questionar “Merecemos estar junto de alguém …  Mas A QUE PREÇO?”

Se custar sua PAZ, sua AUTOESTIMA, seu AMOR-PRÓPRIO, sua LUCIDEZ… É UM PREÇO CARO DEMAIS.

Se você, mesmo assim, estiver disposta a pagar, todo meu respeito à sua decisão.

Mas se você decidir que o valor para estar ao lado desse alguém é alto demais pelo pouco, ou quase nada que você recebe, não tenha medo de colocar um ponto final.

Há sofrimento com essa decisão? Sim! E muito…

Afinal, dói desconstruir o “conto de fadas com final feliz” que idealizamos… Porém, a dor será muito maior se nos mantivermos em um relacionamento que VIOLENTA nossa essência de mulher que merece RESPEITO, inclusive e sobretudo, à integridade dos nossos sentimentos.

Não podemos nos contentar com migalhas de carinho, lapsos de atenção, restos de afetividade… Afinal, MERECEMOS um relacionamento em que haja reciprocidade.

Então, que tenhamos a sabedoria para rompermos as amarras de dependência afetiva que nos impedem de sermos plenas.

Fonte: https://bit.ly/2IVoDOa

Que saibamos lutar contra toda forma de violência que nos agrida e aprisione.

A maturidade nos possibilita compreender um ditado antigo de nossas avós “Antes só (e feliz) do que mal acompanhada”!

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Violência contra a mulher: mais de 940 casos registrados

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Os dados referem-se ao período de janeiro a julho. Nudem alerta para a importância rede de atendimentos que ofereça proteção às mulheres.

Dados da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) revelam que 943 denúncias de violência doméstica contras mulheres chegaram à Instituição somente no período de janeiro a julho deste ano, o que sugere uma média de mais de 150 casos por mês. Ao todo, considerando as denúncias e outras situações relacionadas ao assunto, como o contraditório e orientações, entre outras, foram 1.084 atendimentos nessa área.

O relatório do departamento de Estatística da Corregedoria Geral da DPE-TO mostra, ainda, que a maior quantidade do total de atendimentos desta área, no primeiro semestre deste ano, foi em Palmas (570), seguida de Araguaína (318), e Gurupi (121). Em municípios menores do interior do Estado há poucos casos de atendimento nesta área, a exemplo dos registrados em Aurora do Tocantins (1), Novo Acordo (2) e Wanderlândia (3).

Coordenadora do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem) da DPE-TO, a defensora pública Vanda Sueli Machado explica que os poucos registros nas cidades do interior não querem dizer que há pouca violência, mas que, possivelmente, existe ainda muito medo em denunciar. “Por residirem em cidade pequena, onde todos se conhecem, o medo e a vergonha de denunciar são maiores”, disse a Defensora Pública.

De acordo com Vanda Sueli, a violência contra a mulher, seja doméstica ou nas ruas, ainda é muito elevada, principalmente para as que possuem menos instrução e consciência dos seus direitos. Nesse cenário, são comuns os atendimentos de casos reincidentes. “Há muitos casos em que a mulher desiste da medida protetiva por dependência financeira. Ela volta para casa somente porque o homem é o responsável pelo sustento do lar. A maioria das mulheres não tem emprego fixo e são subordinadas ao homem”, disse a coordenadora do Nudem.

Lei Maria da Penha
Os casos de violência no Brasil são amparados com medidas judiciais pela Lei Maria da Penha, que completa 12 anos nesta terça-feira, 7 de agosto. Trata-se de um grande marco no combate à violência contra a mulher no Brasil desde que Constituição Federal passou a dar fundamento constitucional ao combate à violência doméstica, obrigando ao Estado criar mecanismos para coibir a violência familiar (artigo 226, § 8º). Testemunhas também podem fazer denúncias de forma anônima.

Fonte: goo.gl/gUD8DD

De acordo com a coordenadora do Nudem, antes da referida Lei as mulheres vítimas de violência estavam completamente desamparadas judicialmente. “As regras não eram tão rígidas e não havia tanta proteção, por isso, muitas mulheres sequer denunciavam por medo de vingança dos companheiros”, considera. Porém, mesmo tendo uma das melhores Leis de combate à violência doméstica, o Brasil ainda tem uma das maiores taxas de feminicídio do mundo, com uma mulher sofrendo algum tipo de agressão a cada 7 minutos.

Nudem
O Nudem é um núcleo especializado, instituído especialmente para atender às mulheres vítimas de violência. Entre as atribuições estão: prestar orientação e apoio de natureza sócio-jurídica, encaminhar os casos de acordo com as suas especificidades à rede de proteção e defesa da mulher, desenvolver ações de prevenção mediante atendimento especializado de orientação e assistência jurídica, psicológica e social; e realizar estudos e pesquisas voltadas à temática, com vista à elaboração das políticas públicas dirigidas à proteção da mulher vítima de violência doméstica e familiar, dentre outros.

Denuncie
Os principais meios de denúncias relativas à violência doméstica é o “Ligue 180” e “Disque 190”, que podem ser acionados gratuitamente. Em casos de violência sexual, a vítima deve procurar o Serviço de Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual (Savis), que funciona no Hospital Maternidade Dona Regina (HMDR), em Palmas. Pode procurar, ainda, hospitais ou postos de saúde públicos para atendimento de primeiros socorros e narrativa da agressão.

Outra iniciativa é ir à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), registrar Boletim de Ocorrência, requerer as Medidas Protetivas de Urgência (MPU) e/ou representar criminalmente. A vítima pode comparecer ao Nudem da Defensoria ou à DPE-TO em sua cidade para receber orientações jurídicas e requerer representação criminal, bem como ações necessárias, como guarda de alimentos, divórcio, reconhecimento de união estável e danos morais e materiais, dentre outros. O telefone do Nudem é (63) 3218-6771.

Conheça as principais formas de violência doméstica no Brasil:

–  Humilhar, xingar e diminuir a autoestima
–  Controlar e oprimir
–  Expor a vida íntima
–  Atirar objetos, sacudir e apertar os braços
–  Forçar atos sexuais desconfortáveis
–  Impedir a mulher de prevenir a gravidez ou obrigá-la a abortar
–  Controlar o dinheiro ou reter documentos
–  Quebrar objetos pessoais

Leia também:

Defensoria disponibiliza arquivo para download com o número do Disque Denúncia 180
http://www.defensoria.to.def.br/noticia/29010

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CAOS: Cine Alteridade faz exibição em parceria com SESC

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Durante o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – Caos, o Projeto Cine Alteridade estará exibindo filmes sobre violência.

Em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc), o projeto Cine Alteridade fez uma exibição especial na noite desta terça, 22 de agosto, às 19h, no estacionamento do Ceulp/Ulbra. O filme em cartaz foi “O sonho de Wadjada”, longa saudita da cineasta Haifaa al Mansour.

Um filme feito por uma mulher em um país árabe, dos mais extremistas quanto à questões de gênero, enfrentou tantas dificuldades para sua produção quanto sua protagonistas, uma garota de 10 anos cujo sonho é ter uma bicicleta, algo completamente proibido para garotas em sua cultura. Wadjda não consegue entender porque mulheres e homens recebem tratamento tão desigual, e simboliza sua rebeldia na luta para conseguir, sozinha, recursos para comprar uma bicicleta, já que não pode contar com o apoio de sua família.

Assim como Wadjada, Haifaa al Mansour enfrentou várias barreiras para realizar a obra, tendo muitas vezes que se esconder atrás de assistente para dar ordens por não poder aparecer diretamente comandando homens. Tanto na película quanto na vida real, o filme traz, de maneira muito simples, a reflexão sobre a violência cotidiana contra as mulheres e a tentativa de não permitir seu avanço, sua liberdade, dificultando lhes o direito às alegrias mas simples da vida.

Além desta edição especial ao ar livre, o Cine Alteridade realiza exibições diárias em todos os outros dias do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS, a saber, 21, 22, 23 e 25 de agosto, sempre de 12h30 às 14h, na sala 241, trazendo como tema: a violência.

Cine Alteridade: 

O Cine Alteridade nasceu em 2013 com o objetivo de proporcionar opção de lazer para os acadêmicos que ficavam o dia inteiro no Ceulp/Ulbra.

O Congresso

A II edição Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS, tem como tema “As Faces da Violência – Psicologia, Mídia e Sociedade”. Será uma semana para refletir sobre o exercício da psicologia nos mais diversos campos de atuação, frente as mais diversas formas de expressão da violência, para além das fronteiras da saúde, da segurança pública e das ciências humanas. O tema se configura como objeto perene de investigação científica e profissional, sobretudo na Psicologia, com foco na emancipação das subjetividades.

Serviço:

O que: Cine Alteridade Especial Violência
Quando: 21 a 23 e 25 de agosto de 2017, de 12h39 às 14h00
Onde: Sala 241 do Ceulp/Ulbra
Realização: Curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra
Apoio: Serviço Social do Comércio – SESC, Conselho Regional de Psicologia – CRP-23, Prefeitura de Palmas, Jornal O Girassol, Psicotestes, Coordenação de Extensão do Ceulp/Ulbra, Coordenação de Pesquisa do Ceulp/Ulbra.

 

Mais informações:

Coordenação de Psicologia: Irenides Teixeira (63) 999943446
Assessoria do Ceulp/Ulbra: 3219 8029/ 3219 8100
Programação e Inscrições: http://ulbra-to.br/caos/
Notícias do Evento: http://encenasaudemental.com/mural

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