Vigorexia – Uma nova obsessão, um novo transtorno!

Compartilhe este conteúdo:


Foto: Wlaquerley Ribeiro

Praticar exercícios físicos em todas as suas modalidades pode ser o caminho certo para uma melhor qualidade de vida. Mas, quando o excesso desses exercícios se tornam uma obsessão?  Nesses casos, entra a questão: esporte é saúde? Certamente temos uma opinião formada e uma reposta automática e positiva quanto a prática dos exercícios físicos.

Quando esse novo estilo de vida, disfarçado de antissedentarismo, ultrapassa os limites permitidos pelo corpo humano, pode gerar transtornos psicológicos chegando até mesmo à depressão. Nesse caso, o paciente já a ponto do complexo de inferioridade, pode ser diagnosticado com o Transtorno da Vigorexia

Também conhecida como Síndrome de Adônis, a vigorexia, ainda pouco conhecida pela ciência psicológica, é caracterizada por uma necessidade de estar sempre treinando, se fortalecendo, buscando mais ainda massa muscular. Mesmo já apresentando uma musculatura compatível com o corpo, o vigorexo que pode ser considerado um fanático por beleza atlética, chega a entrar em um estado psicológico anormal, criando necessidades vaidosas sem limites.

O estudante M.L.B, 23, conta que, logo depois que decidiu frequentar uma academia, teve um grande aumento de massa muscular. Mesmo assim, o estudante não conseguia visualizar e imaginava que nada tinha acontecido de mutação em seu corpo. “O pessoal falava que eu estava bacana, mas eu me via muito magro ainda, só percebia em algumas fotos que tinha mudado um pouco, na minha cabeça eu me sentia com o peso normal”, afirma, comentando ainda que a partir daí os familiares e amigos mesmo sem ter conhecimento da vigorexia o aconselharam a procurar um tratamento psicológico. “Eu procurei auxilio só pra provar que todos estavam errados e que eu não sofria de nenhum transtorno, quando comecei o tratamento percebi que realmente eu estava com uma certa obsessão por massa muscular”, conta.

A psicóloga Samira Brito Nogueira, relaciona a vigorexia similar com a anorexia – mulheres que são magras e sentem o desejo de emagrecer ainda mais –  também com a  bulimia e os transtornos alimentares, que são dismorfismos corporais e psicológicos. “Além do gasto exagerado de tempo na malhação, com outros sintomas é possível identificar um vigorexo através da preocupação desnecessária com alimentação, muito tempo se olhando no espelho, avaliando músculos e se sentindo pequeno, fraco e frágil, com um certo complexo de inferioridade”, diz.

De acordo com a psicóloga, o tratamento é multidisciplinar, podendo envolver um psicoterapeuta, nutricionista ou até mesmo um educador físico. “Com a psicoterapia ele pode estar procurando a área cognitiva comportamental que trabalha especificamente com pensamentos e comportamentos que o paciente apresenta para melhorar a obsessão”, explica a psicóloga lembrando ainda que, em alguns casos da vigorexia, indica-se também um profissional médico. “O médico estará indicando para esse paciente um medicamento do tipo um inibidor de seretonina, pois o paciente precisa trabalhar essa espécie de ansiedade, sendo que em alguns casos chega até mesmo a depressão”.

Thays Alves, professora de Educação Física de uma academia na cidade de Palmas-TO, afirma ser muito comum encontrar nas academias, homens com corpos grandes e definidos e mesmo assim sempre em busca do aumento obsessivo por massa muscular. “Muitas vezes para atingir esse objetivo eles esquecem da qualidade nos treinos e priorizam a quantidade, tanto de exercícios, quanto de peso”. A professora  explica ainda que, “os exercícios com cargas excessivas podem causar lesões, devido as sobrecargas nas articulações e coluna”.

Outro fator comum nas academias é o uso dos esteróides anabolizantes. De acordo com estudos dos profissionais da educação física, essas substâncias são proteínas que servem para aumentar o desempenho das atividades. “São vasos dilatadores que, usados de formas inadequadas, podem acarretar sérios riscos cardíacos, como arritmia e até infarto”, explica a profissional de Educação Física, Thays Alves.

“Sendo assim, a vigorexia é uma forma de provar que esporte nem sempre é saúde”, conclui a psicóloga Samira Brito Nogueira, acrescentando ainda que, em função desses esteróides anabolizantes, a pessoa pode ter disfunção sexual. “Podendo apresentar até dificuldade na ejaculação e indisposição para qualquer coisa que não seja a musculação”.

M.l.B, revela que, depois do tratamento que durou cerca de seis meses, consegue identificar possível obsessão da vigorexia em colegas de academia. “Eu não posso afirmar ou dar um diagnóstico que é vigorexia, mas hoje, depois do tratamento, percebo que alguns colegas sofrem desse transtorno e não aceitam o diagnóstico”, finaliza.

Compartilhe este conteúdo:

Philomena: a relação paradoxal da mulher na religião

Compartilhe este conteúdo:

Com quatro indicações ao Oscar:

Melhor Filme, Melhor Atriz (Judi Dench), Melhor Roteiro, Melhor Trilha Sonora

 

Baseado no comentado livro The Lost Child of Philomena Lee (O filho perdido de Philomena Lee), e com a atriz Judi Dench como protagonista (ela é indicada ao Oscar de Melhor Atriz deste ano), Philomena é talvez um dos filmes que melhor retrata – ao lado de The Magdalene Sisters, de 2002 – a chaga deixada pela Igreja Católica na Irlanda dos dois últimos séculos. Naquele período, as mulheres de “atitudes suspeitas” (mães solteiras, mulheres vítimas de estupro etc.) ou que tenham assumidamente praticado algum ato que ferisse os preceitos morais vigentes (como no caso de Philomena, que engravidou sem ter se casado) eram deixadas em conventos femininos, as chamadas “casas de mulheres perdidas”, para que pudessem pagar (literalmente) pelos seus pecados.

As mulheres não apenas eram obrigadas a oferecer mão de obra sem remuneração (o que atualmente configura-se como trabalho em condição análoga à de escravo), mas se porventura sobrevivessem ao parto (que era feito em condições desumanas), eram obrigadas a “cederem” seus filhos para a adoção. Estas instituições religiosas eram comandadas por rígidas freiras, que impunham às mulheres um exaustivo ritmo de serviço nas lavanderias e salas de costura; durante todo o século XX houve um enrijecimento dos métodos de “purificação das pecadoras”1, que também passaram a ser submetidas a longos períodos de silêncio e oração.

Além da indicação para o Oscar de Melhor Atriz, o longa concorre a outras três estatuetas: Melhor Filme, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora; trata-se, portanto, de uma obra que mostra de forma comovente como Philomena Lee lidou com as suas agressoras depois de sua saída do convento, ora nutrindo um forte sentimento de autopunição (afinal, presumia, ela merecia ser “castigada” por tamanho “erro”), ora disposta a encontrar o filho que fora adotado 50 anos atrás por uma família católica dos EUA.

Há no filme um triste e ao mesmo tempo belo enredo em que é mostrado a que ponto chega uma mãe desejosa de rever seu filho. Na busca, Philomena se preocupava preponderantemente com um aspecto: será que o filho Anthony especulava sobre sua mãe ou sobre seu país de origem, a Irlanda? Talvez ao saber que a resposta fosse um sim, Lee pudesse presumir que o filho não a odiaria “por tê-lo abandonado” (mesmo que isso tenha ocorrido à revelia de Lee).

 

 

Mas Philomena Lee não poderia ter chegado tão longe em busca de Anthony se não tivesse contado com a ajuda do jornalista irlandês Martin Sixsmith (Steve Coogan), de temperamento forte, ateu, e que mantinha um nítido desprezo pela religião institucionalizada. Os dois perfizeram um trajeto que prende o expectador, numa história que emociona a cada descoberta sobre o paradeiro do filho.

A viagem aos EUA não só faz Philomena descobrir coisas incríveis sobre Anthony, como também demonstra uma provável “natureza cíclica das circunstâncias” (o espectador irá ficar surpreso com o desfecho), além de resultar em uma relação afetiva entre a já idosa Lee e o difícil Sixsmith; em vários momentos da história ambos abrem concessões para se preservarem como amigos.

Outro aspecto interessante, e não menos importante, é a relação paradoxal que Philomena mantém com a religião e mais especificamente com as suas agressoras, as freiras das “Casas de Madalena”, como alguns conventos também eram conhecidos, em decorrência da antiga fama que se atribuía à Maria Madalena, que teria passado de prostituta à fiel seguidora de Cristo (hoje esta estória acerca de Madalena é contestada, e acredita-se que lhe reservaram essa pecha de prostituta por temerem seu poder sobre os grupos religiosos surgidos após a morte de Jesus2).

Philomena parece encarnar como ninguém a figura da mulher3 que apesar de relegada a segundo plano em várias instituições religiosas (notadamente no Catolicismo, onde não pode exercer o sacerdócio), ainda assim corresponde [as mulheres] a grande contingente nestas instituições, e defende seus preceitos, mesmo que estes limitem os direitos inerentes ao gênero (como o domínio e propriedade do próprio corpo, por exemplo).

 

 

Mas há em Philomena Lee, também, uma constante busca pelo exercício do perdão, algo que do contrário, como ela defende no filme, a tornaria amarga, raivosa (o que definitivamente ela não queria). Lee não tem medo de revisitar o passado e acredita, no fundo, que o perdão é a escolha mais justa a ser feita, embora tenha sido vítima de tantas injustiças.

Philomena Lee aparenta ser frágil, mas no fundo é uma guerreira que não se presta à “vitimização”. Guardou um segredo o quanto pôde, revelou-lhe no momento que julgou oportuno, experimentou os dissabores e a ansiedade de uma busca fantástica para, no fim, ser redimida pela ausência de ressentimento (é tanto que, recentemente, a verdadeira Lee foi recebida pelo Papa Francisco). Esta é uma saga e tanto, merecidamente adaptada para o cinema. Em resumo, a trajetória de Philomena lembra a máxima do escritor francês Victor Hugo, de que “vós, que sofreis, porque amais, amai ainda mais. Morrer de amor é viver dele.”

 

Um asilo para “mulheres perdidas” na Irlanda, no início do século 20

 

Notas:

1 – Estreia de Philomena abre o baú do passado sombrio da Igreja Irlandesa – Disponível em: <http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2014/02/estreia-philomena-abre-o-bau-do-passado-sombrio-da-igreja-irlandesa.html>. Acesso em: 19/02/2014.

2 – Maria de Magdala, a grande ”Apóstola dos Apóstolos”. Entrevista especial com Chris Schenk – Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/505130-mariademagdalagrandeapostoladosapostolosentrevistaespecialcomchrisschenk >. Acesso em: 19/02/2014.

3 – Nawal el Saadawi: “La mujer no puede liberarse bajo ninguna religión” – Disponível em: <http://sociedad.elpais.com/sociedad/2011/03/07/actualidad/1299452411_850215.html – Acessado em 20/02/2014>.

REFERÊNCIAS: 

Philomena: sinopse – Disponível em:< http://www.adorocinema.com/filmes/filme-213656/ >. Acesso em: 20/02/2014.

Embora mais oprimida por religião, mulher é mais devota. Disponível em: <http://www.paulopes.com.br/2014/01/embora-mais-oprimida-pela-religiao-mulher-eh-mais-devota.html#.UwVpjoVFCpM>. Acessado em: 20/02/2014.

Kessler, Adriana Silveira; Alves, Cristiano Evaristo da Rosa. As mulheres nas religiões: cultura, identidade e relevância social – Disponível em; <http://www.academia.edu/3723260/As_Mulheres_nas_religioes_cultura_identidade_e_relevancia_social >. Acesso em: 20/02/2014.

FICHA TÉCNICA:

PHILOMENA

maxresdefault

Diretor: Stephen Frears
Elenco: Judi Dench, Steve Coogan, Sophie Kennedy Clark, Anna Maxwell Martin, Peter Hermann.
Duração: 98 min.
Ano: 2013
País: Reino Unido, França, EUA
Gênero: Drama
Classificação: 10 anos

Compartilhe este conteúdo:

As línguas contra a demência

Compartilhe este conteúdo:
Apesar de ser oficial, há tempos a língua portuguesa não é o único idioma falado no Brasil. Outros idiomas como Inglês e Espanhol tornaram-se comuns nas grades curriculares das escolas. Fazer curso de idiomas antes tinha apenas a finalidade de enriquecer o status pessoal, mas hoje tornou-se uma das grandes exigências do mercado de trabalho.

Porém, está muito enganado quem acha que aprender outra língua serve apenas para enriquecer o currículo. Também ajuda a previnir possíveis retardos mentais. Mas segundo o psicopedagogo Dr. Augusto César Baratta, o estado de demência só pode ser evitado ou retardado se houver motivação por parte do ser humano.

“O aprendizado se dá muito pela motivação, pelo querer melhorar, aprimorar seus conhecimentos. Neste querer, o indivíduo exercita a mente e, por consequência, está menos propenso a retardos mentais ou outros distúrbios”, afirmou.

Entenda melhor o que é demência mental: http://www.youtube.com/watch?v=wfp1avBKYg8

Nas escolas de idiomas é justamente este o cenário encontrado. Confirmando a fala do doutor, a professora de inglês, Hillys Karolinne, diz que os alunos que mais têm dificuldades são os que apresentam desinteresse no aprendizado.

“As dificuldades ou atrasos que os alunos apresentam geralmente é por falta de interesse, preguiça mesmo, porque quem quer de verdade, aprende tranquilamente”, disse.

Com o aumento de viagens para o exterior (seja por turismo ou intercâmbio) e, até, pela expansão das redes sociais, é preciso saber outro idioma também para conviver com pessoas de outros lugares e ambientes. É o que Baratta explica.

“Com a globalização no mundo em que vivemos, falar uma outra língua é essencial. O inglês é um idioma universal, muito comum no mundo inteiro. Já o espanhol é a língua mais falada na América latina. Então, nós, latinos, temos essa necessidade de aprender outro idioma para entender, conviver e interagir com pessoas dos países vizinhos”, disse.

E para facilitar todo esse aprendizado, uma ferramenta pode ser muito útil: a música. O psicopedagogo conta que ouvir músicas em outros idiomas também ajuda a motivar e desenvolver o lado intelectual do indivíduo.

“Escutar a música que se gosta já é uma terapia, um prazer, não é mesmo? E se a música for em outro idioma, aumenta mais a curiosidade e, por fim, a vontade de aprender aquele idioma para entender o que se ouve. Assim, áreas do cérebro são estimuladas, não deixando o organismo se entregar àquele estado inerte, preguiçoso”, exclama Augusto César.

Com música, homem aprende vários idiomas sozinho: http://www.youtube.com/watch?v=zapFBuaaa8U

Embora canções estrangeiras auxiliem na prevenção de retardos e deficiências mentais, algumas escolas de idiomas optam por outros métodos. Hillys diz que a música já não é mais utilizada para fixação de conteúdo na escola onde leciona.

“Não, nós não usamos mais a música como método de aprendizado, nem filmes pois não dá tempo, visto a duração das aulas. Mas caso o aluno apresente dificuldade e queira fixar o conteúdo, nós temos aulas de reforço em dias extras”, conta a professora.

Compartilhe este conteúdo:

Imagens do SUS é destaque em Semana Nacional de Humanização

Compartilhe este conteúdo:

Semana que será apresentada entre os dias 07 e 11 de março, em Blumenau – SC


Pensando em discutir e divulgar um trabalho fotográfico unido aos diversos temas que envolvem a saúde brasileira e o pensamento humanitário, o Comitê Regional de Humanização do Médio Vale do Itajaí, as Secretarias Municipais de Saúde da região, juntamente com a Câmara Técnica de Saúde Mental e a CIES (Comissão Integração Ensino e Serviço),organizam a programação da Semana Nacional de Humanização. Os Núcleos Municipais de Educação Permanente e Humanização (NEPSHU) dos 14 municípios da região do Médio Vale do Itajaí, com o apoio da 15ª Gerência Regional de Saúde de Blumenau – SC também contribuem para o acontecimento da Semana que será apresentada entre os dias 07 e 11 de março, em Blumenau – SC.

Dentre tantas atividades e exposições que envolvem a saúde da região, o destaque do evento será a exposição fotográfica “Imagens do SUS”, que tem a participação das fotos do artista Radilson Carlos Gomes, autor do livro “SUS em Fotos”, lançado recentemente pelo Ministério da Saúde. Durante a abertura que acontece no Dia Mundial da Saúde, dia 07, a Semana Nacional de Humanização terá o artista Radilson Gomes em uma Roda de Conversa. Radilson contará o trajeto, as experiências e o desenvolvimento das imagens que retratam às ações do Sus de forma ampla e detalhada.

Em sua página pessoal, o artista Radilson Gomes fala sobre as imagens capturadas e a realidade da saúde brasileira. “Muitos colegas se queixam de não encontrar fotos de saúde pública para montar uma simples apresentação em Power Point. A reclamação é sempre a mesma, o biótipo dos modelos encontrados com facilidade nos bancos de imagens não combina com o dos brasileiros”, destaca Gomes em uma de suas galerias fotográficas do site.

Os participantes da Semana Nacional de Humanização poderão ter acesso às discussões relacionadas à saúde de cada município, além de exposições diversas, teatro, músicas, rodas de conversa e outras atividades que serão realizadas conforme o calendário que será divulgado no site: http://www.redehumanizasus.net/mapa-semana

Compartilhe este conteúdo: