Psicóloga Hospitalar relata experiência na turma de Saúde Bioética e Sociedade

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Anita Coelho dos Santos, que atua no Hospital Infantil Público de Palmas (HIPP), contou à turma sua trajetória como trabalhadora do SUS.

Na tarde desta quarta-feira (29) os alunos da disciplina de Saúde Bioética e Sociedade, que é conduzida pela Profa Dra Renata Alves Bandeira, receberam para um bate-papo a psicóloga Anita Coelho dos Santos, egressa do Ceulp/Ulbra que compõe a equipe de Psicologia do Hospital Infantil Público de Palmas.

A psicóloga contou aos alunos, que finalizaram o módulo de estudo sobre o SUS, como foi sua trajetória de atuação no sistema desde que se formou em 2005 na primeira turma de psicologia do Ceulp.

Turma de Saúde, Bioética e Sociedade – Foto: Irenides Teixeira

Em sua carreira, Anita também já atuou no Instituto Médico Legal de Palmas e no Hospital Regional de Gurupi. De acordo com a psicóloga, é necessária uma postura humanizada frente aos desafios que a profissão apresenta no Sistema Único de Saúde, mesmo que que não envolva diretamente os conhecimentos da psicologia. Defendeu também uma postura enérgica e combativa frente a projetos que não compreendem a prática real no atendimento com os usuários.

Com a conclusão da fala de Anita, os alunos puderam tirar suas dúvidas referentes aos atendimentos realizados em caso de óbito, bem como sobre os sentimentos que o apego aos pacientes pode gerar. Ao final do encontro, foi realizada uma confraternização com um lanche oferecido pelos acadêmicos.

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Abertas inscrições para pesquisa que tratará fobia de altura com realidade virtual

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Acrofobia e Realidade Virtual são tema de Pesquisa de Acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra.

A Ciência da Computação tornou-se parceira da Psicologia quanto a técnicas de enfrentamento e exposição em tratamento de fobias, possibilitando um melhor desempenho do sujeito. Como exemplo, podem-se citar as tecnologias de Realidade Virtual que facilitam a interação do indivíduo com situações reais, porém em um ambiente virtual, de modo a proporcionar às pessoas meios que permitem sentir e reagir aos estímulos fóbicos no meio virtual com mais segurança, bem como oferecer ao aplicador a possibilidade de controle dos eventos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (1993) fobia é definida como um medo contínuo, irracional e desproporcional que não oferece perigo real que o indivíduo externa. O manual diagnóstico do DSM-5 define como transtornos de ansiedade aqueles cujos sintomas se caracterizam por um medo e ansiedade extrema acompanhado de perturbações comportamentais expressivas (APA, 2014).

Estímulos como lugares altos, montes, janelas, aviões, são gatilhos comuns relacionados à altura. Em situações de fobia não é necessário que o indivíduo esteja entrando em contato com o estímulo fóbico, muitas vezes só de lembrar, ouvir alguém relatar, ver uma foto ou imaginar a situação, as reações de ansiedade e medo são acionadas (BUENO et al, 2008).

A acadêmica de Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas – Ulbra, Bruna Medeiros Freitas, convida para participar da pesquisa: Avaliação da Utilização do Aplicativo de Realidade Virtual “ALTVRA” no Tratamento de Acrofobia, desenvolvida sob a orientação do professor Me. Fabiano Fagundes.

A pesquisa é parte do projeto guarda-chuva intitulado “Avaliações e intervenções em aspectos da qualidade de vida utilizando tecnologias computacionais interativas”. Neste estudo pretendemos avaliar o uso da realidade virtual no tratamento de Acrofobia, o medo de altura, a partir da ferramenta ALTVRA, dentro da técnica de dessensibilização sistemática, no contexto clínico psicoterápico.

Podem participar como voluntários da pesquisa, pessoas que percebam prejuízos decorrentes ao medo de altura, que possuam desde ansiedade, medo até fobia de altura. As respostas individuais serão manuseadas apenas pela pesquisadora e seu orientador. O resultado será amplamente divulgado, porém a identidade dos participantes será preservada, com o sigilo das respostas garantido.

O questionário de inscrição na pesquisa possui função apenas gerencial, nenhum dado pessoal ou de contato será exposto. Vale destacar que a pesquisa é acadêmica e não tem fins financeiros nem de avaliação da carreira.

Para participar clique aqui.

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“Sete minutos depois da meia noite” e o enfrentamento do luto

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“E no fim, Connor, não importa o que você pensa. O que importa é o que você faz.”

Sete Minutos depois da Meia-Noite é um filme dirigido por Juan Antonio Bayona lançado em 2017. O longa é baseado no livro de mesmo nome escrito por Patrick Ness, tendo como elenco: Lewis MacDougall, Sigourney Weaver e Felicity Jones.

A história se inicia com uma narração que já chama atenção para os dois personagens principais do filme, que diz: “Como essa história começa? Começa como muitas histórias, com um garoto velho demais para ser criança e muito jovem para ser adulto.”

Connor O’Malley é um garoto que não tem uma infância das mais felizes possíveis. Sua mãe está doente de câncer e se encontra numa fase da doença em que nenhum tratamento tem funcionado mais. Além disso, ele sofre bullyng na escola, sendo alvo de constantes violências físicas e morais por parte de um grupo de garotos. Esse cenário difícil e triste tem colaborado para que todas as noites Connor tenha o mesmo pesadelo. Nesse, ele sonha com sua mãe sendo engolida por uma cratera, enquanto ele agarra sua mão tentando segurá-la, acordando sempre antes do fim sem “saber” se ela cai ou não no buraco.

Fonte: encurtador.com.br/fCMTZ

Certo dia, depois de ter tido o pesadelo, O’Malley está desenhando no seu quarto, quando de repente uma árvore gigante e falante aparece em sua janela, dizendo que lhe contará três histórias e que a quarta história será contada por ele e esta será a “sua verdade”.

A primeira história fala sobre um príncipe que assassinou sua amada, para obter o trono enganando sua nação e ainda sendo coroado rei e adorado por estes; a segunda história fala sobre um apotecário (farmacêutico) que se mostrou mais honesto e sincero que um padre; a terceira história fala sobre um homem que era invisível e desejava não ser, mas que ao ter seu desejo realizado não soube lidar com a notabilidade. E o que essas três histórias tinham a acrescentar na vida de O’Malley? Ajudá-lo a enfrentar o processo de luto pelo qual ele iria passar quando sua mãe morresse!

A “verdade” de Connor era essa, conseguir contar e experienciar o pesadelo que ele sempre tinha até o final. Nesse vivenciar, ele conta todo o sonho para a árvore e descobre que o momento em que segura a mão de sua mãe no penhasco, ela cai e é engolida pela cratera.

Fonte: encurtador.com.br/EFUV1

Contudo, ao contar a sua verdade ele se sente muito mau e pergunta a árvore: “Eu não queria que ela caísse, mas eu soltei a mão dela! Como eu pude fazer isso? É tudo culpa minha.” A árvore então lança a reflexão que amarra todo o enredo do filme e diz: “Como um príncipe pode matar e ser amado pelo seu povo? Como um homem pode se sentir mais sozinho quando é visto? (…) Porque os humanos são coisas complicadas. Acreditou em mentiras confortáveis mesmo sabendo a verdade dolorida que fez essas mentiras serem necessárias. E no fim, Connor, não importa o que você pensa. O que importa é o que você faz.”

Portanto, as quatro histórias são usadas para mostrar o quanto o processo de perda de um ente querido se torna doloroso, fazendo com que muitas vezes o familiar se negue a perceber que a morte acontecerá. Del Bianco Faria e Cardoso (2010, p.18) trazem que muitas vezes “as pessoas evitam enfrentar conscientemente a realidade que as ameaça”, na tentativa de amenizar o sofrimento de tal experiência.

Outro ponto a ser observado é o sentimento de culpa experimentado por Connor ao perceber que ele tinha soltado a mão da mãe, numa alusão ao processo de aceitação da morte como certa e inevitável. Nesse momento, ele sente extrema dificuldade em admitir que aceita a morte da mãe, uma vez que a dor e o sofrimento que ele experienciou eram muito intensos, fazendo com que ele desejasse o fim dessas sensações.

Fonte: encurtador.com.br/ijlJP

Muitas vezes os cuidadores de pessoas com câncer se sentem extremamente cansados do processo de contexto da doença. Não por não gostarem do familiar adoentado, mas por sofrerem muito ao verem a pessoa que amam morrer aos poucos. Quando eles chegam a esse ponto, passam a desejar o fim de tudo isso, o que em suas cabeças pode ser confundido com querer a morte do ente querido, acarretando assim em sentimentos de culpa (ULLYSSES DE CARVALHO, 2007)

Connor precisou de tempo para aceitar que a morte da mãe aconteceria, e precisou entender que o fato de aceitar, não o tornava culpado pelo seu falecimento. “Sete minutos depois da meia noite” refere-se ao luto e a morte de forma delicada e verdadeira, demonstrando que a perda é, e ainda será, uma das barreiras mais difíceis a serem enfrentadas pelo ser humano!

FICHA TÉCNICA DO FILME

Fonte: encurtador.com.br/qKTU3

Título original: A Monster Calls
Direção:
Juan Antonio Bayona
Elenco:
Lewis MacDougall,Sigourney Weaver,Felicity Jones
País:
 EUA,Espanha,Reino Unido
Ano:
2017
Gênero: 
Fantasia,Drama

REFERÊNCIAS:
CARVALHO, Célia da Silva Ulysses de. A Necessária Atenção à Família do Paciente Oncológico. Revista Brasileira de Cancerologia, Rio de Janeiro, v. 54, n. 1, p.87-96, nov. 200787. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/rbc/n_54/v01/pdf/revisao_7_pag_97a102.pdf>. Acesso em: 19 maio 2019.

FARIA, Ana Maria del Bianco; CARDOSO, Carmen Lúcia. Aspectos psicossociais de acompanhantes cuidadores de crianças com câncer: stress e enfrentamento. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 27, n. 1, p.13-20, mar. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v27n1/v27n1a02>. Acesso em: 19 maio 2019.

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