O desvendar da psique humana

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Novo livro da psicóloga e escritora carioca Beatriz Breves reúne estudos teóricos e práticos sobre a Ciência do Sentir desenvolvidos por mais de três décadas

 

Fonte: imagens de arquivo pessoal

A psicóloga, psicanalista e psicoterapeuta Beatriz Breves dedicou praticamente toda a carreira ao estudo do sentir. Nestes 35 anos em que desenvolveu a teoria da Ciência do Sentir, a carioca foi além da pesquisa e levou a experimentação científica para o campo da música, das artes plásticas e da poesia. Agora, ela reúne tudo em um novo livro, aprofundando as abordagens de outros oito títulos publicados.

Entre o mistério e a ignorância – O Desvendar da Psique Humana é uma obra que transcende a psicologia e a psicanálise e passa, além da arte, também pela biologia e física. Esta última, inclusive, é a segunda formação da autora, que buscou ampliar o conhecimento sobre o ser humano a partir de uma outra perspectiva – os conceitos físicos.

Com essa visão holística, Beatriz propõe um contraponto ao olhar mecanicista e materialista do paradigma newtoniano, pelo qual é necessário dividir as partes para conhecer o todo. A pesquisa da autora parte do princípio de que o universo, definido por ela como macromicro, é um complexo vibracional, uno, inteiro e indivisível no qual o ser humano, sem se isolar, emerge como um recorte.

Essa concepção vibracional do universo, bem como as interações humanas, são apresentadas no primeiro recorte do livro. “Mistério” parte de uma viagem a Varanasi, na Índia, onde a autora experimentou sentimentos complexos, levando a algumas conclusões. Entre elas, a de que o ser humano somente pode se perceber simbolicamente nas três dimensões do espaço – altura, largura e profundidade –, enquanto no campo do Sentir é possível ir além.

Tudo o que senti naquele lugar é algo impossível de representar. Quantas dimensões precisei perder, para, primeiramente, realizar em minha mente, in loco, a imagem em três e, depois, na fotografia, em duas, se considerar de que hoje se aceita o universo como possuidor de dez dimensões de espaço e uma de tempo? (Entre o mistério e a ignorância, p. 20)

Se o “Mistério” compõe a primeira parte da obra, o segundo recorte mergulha no “desvendar da psiquê humana”. Apoiada nas teses de físicos teóricos, filósofos e cientistas, a autora aborda temas como realidade psíquica, o sentimento do Eu e a identidade como um processo em construção. Por fim, fazendo a junção das partes que formam o nome do livro, a “Ignorância” refere-se ao sentimento vivenciado pela autora frente à transcendência do espaço-tempo em outro destino, Machu Picchu.

A contemplação da vida e a desconstrução de um possível saber foram as bases para a teorização da Ciência do Sentir. Somado às viagens, Beatriz Breves se submeteu como paciente à psicanálise por longos 32 anos. Para ela, foi esta sua grande escola, maior até que o estudo teórico e a prática clínica. E para socializar e enriquecer seu trabalho, fundou a Sociedade da Ciência do Sentir (SoCiS), em 2010. O grupo que se encontrava semanalmente, em Copacabana, atualmente mantém encontros virtuais para falar de sentimentos.

 

Ficha Técnica:
Título
: Entre o mistério e a ignorância – O Desvendar da Psique Humana
Autora: Beatriz Breves
ISBN: 9786587631486
Páginas: 160 páginas
Formato: 15 x 23 cm
Preço: R$ 45,90 e R$ 35,10 (eBook)
Link de compra: 
Amazon e Google Books

 

 

Fonte: imagens de arquivo pessoal

Sobre a autora: presidente, membro efetivo e fundador da Sociedade da Ciência do Sentir (SoCiS), Beatriz Breves é mestre em Psicologia pela American Word University (AWU/Iowa/USA), psicóloga, bacharel e licenciada em Física, com especialização em Física Moderna com base na Física Clássica pela Faculdade de Humanidades Pedro II (FAHUPE). Também é psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise, filiada à International Psychoanalytical Association (SBPRJ/IPA), e psicoterapeuta analítica de grupo pela Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo (SPAG-E.Rio), da qual foi presidente no biênio 1998-99. Como servidora pública aposentada, foi psicóloga estatutária do Serviço de Psicossomática do Instituto de Assistência aos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (IASERJ). Autora da Ciência do Sentir, entre outros livros escreveu: “Macromicro – A Ciência do Sentir”, “O Homem Além do Homem”, “A Fronteira do Adoecer – Por que Você Adoece?”, “O Eu Sensível”, e “Falando de Sentimentos com Beatriz Breves”, todos publicados pela Mauad Editora.

Site: www.bbreves.socis.net.br
Redes sociais: Facebook | Instagram

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O quanto você está disposto a encarar o seu próprio lado sombrio?

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Dentro da Psicologia Analítica o termo sombra e individuação são praticamente os mais importantes. A individuação é algo almejado já que, é a partir dela que o paciente/cliente pode avançar na análise, porém para adentrar na individuação o indivíduo em processo psicoterapêutico deve se integrar a sua própria sombra. Esse processo de reconhecimento da própria sombra não é algo fácil, pois é nela que se encontra muito dos conteúdos negativos reprimidos por nós, como observa Oceanã (2008), na sombra está tudo aquilo que não se encaixa no que imaginamos de nós próprios ou nos princípios que escolhemos para nós mesmos. 

Com isso muitas pessoas ficam resistentes ao contato com o lado mais escuro de si mesmo visto que esse arquétipo ameaça nossa imagem aceitável, contudo, quanto mais tentamos negar a sombra mais ela nos ameaça (OCEANÃ, 2008). Quando, ao longo do processo terapêutico, o paciente/cliente integra a sua sombra, o processo de individuação começa. A individuação é quando o sujeito passa a se encarar por completo, tornando-se verdadeiramente o que se é, sabendo assim, separar o que é dos outros e o que é dele (STEIN, 2020). Desse modo, fica claro como os dois conceitos são essenciais para o desenvolvimento do cliente/paciente na clínica analítica. 

Para a construção do presente trabalho, foi realizada uma pesquisa de caráter bibliográfico narrativo na qual, não necessita de um ponto de partida rígido para a sua elaboração e, no que tange a seleção dos materiais, não é determinada e nem específica, sendo então influenciada pela subjetividade do autor (CORDEIRO et al., 2007). 

Com isso foi realizada pesquisas por meio do Google Schoolar e Scielo, com o objetivo de levantar publicações que abordassem temas referentes a alguns conceitos Junguianos, como a sombra e a individuação, para assim compreender seu conceito e seu desenvolvimento, expondo sobre como se dá o processo de individuação a partir do contato com a sombra.

A Sombra: do conceito ao desenvolvimento

Para entender o conceito de sombra é importante compreender o que é persona. A autora Ocaña (2008), analisa que a palavra persona tem a noção de prosopon, termo grego que se refere a uma máscara usada por atores de teatro para encarnar um personagem. A autora continua que 

A partir de Jung, o conceito de “persona” significa mais precisamente o eu social resultante dos esforços de adaptação realizados para observar as normas sociais, morais e educacionais do seu meio. A persona lança fora do seu campo de consciência todos os elementos – emoções, traços de carácter, talentos, atitudes – julgados inaceitáveis para as pessoas significativas do seu meio. Esse mecanismo produz no inconsciente uma contrapartida de si mesmo a que Jung chamou de “sombra” (OCAÑA, 2008).

Fonte: Imagem de Pedro Figueras por Pixabay

A sombra se desenvolve desde quando somos crianças, na medida em que vamos nos identificando com o que é tido como característica ideal de uma personalidade, no que é percebido como aceitável pela nossa sociedade, nós formamos a persona, ao contrário, tudo aquilo que não achamos adequado para nossa autoimagem é jogado para a sombra (ZWEIG; ABRAMS, 1994).

 A sombra é um arquétipo rico de conteúdos e que fala muito sobre nós, assim como observa a autora Ocaña (2008), que diz que a sombra é um tesouro escondido, uma fonte grande de ideias que não estão a nosso alcance, pois mantemos enterradas por serem aquilo que não queremos ser, mas é exatamente esses conteúdos que nos faz ser completos.

É indispensável compreender que a sombra se origina de uma necessidade infantil frustrada e como forma de recompensa a psique cria substituições dessas necessidades, ou seja, a criança, após ter sido ferida afetivamente, pode vir a ser um adulto acompanhado de mecanismos considerados dolorosos como vergonha, culpa, perfeccionismo etc. (OCAÑA, 2008). Continua a autora Ocaña (2008), que dessa maneira a criança sente como se ser ela mesma não fosse o suficiente e é onde entra e negação dos próprios traços que acredita não ter agradado os outros. 

Para Franz (2002), afirma que a sombra é tudo aquilo que nos pertence mas que não sabemos e, o analisando no primeiro momento, não consegue definir o que é pessoal e coletivo, sendo apenas um aglomerado de aspectos. A autora continua definindo que a sombra é todo o inconsciente, sendo um acervo de emoções, julgamentos etc. 

Dentro da estrutura psíquica encontram-se a sombra pessoal e a sombra coletiva. Os autores Zweig e Abrams (1994) reiteram que 

A sombra pessoal contém, portanto, todos os tipos de potencialidades não-desenvolvidas e não-expressas. Ela é aquela parte do inconsciente que complementa o ego e representa as características que a personalidade consciente recusa-se a admitir e, portanto, negligencia, esquece e enterra, até redescobri-las em confrontos desagradáveis com os outros.

A sombra coletiva é tudo aquilo que vemos em relação à maldade humana, é observada facilmente nos noticiários, nas ruas, nos políticos, no sistema judiciário etc. No nosso mundo globalizado, todos nós assistimos à sombra coletiva vindo à tona (ZWEIG; ABRAMS, 1994).  Os autores permanecem que 

Enquanto a maioria das pessoas e grupos vive o lado socialmente aceitável da vida, outras parecem viver as porções socialmente rejeitadas pela vida. Quando essas últimas tomam-se objeto de projeções grupais negativas, a sombra coletiva toma a forma de racismo, de busca de “bode expiatório” ou de criação do “inimigo” (ZWEIG; ABRAMS, 1994). 

Se um indivíduo vive sozinho, torna-se praticamente impossível que o mesmo consiga perceber sua sombra, já que é preciso de um espectador para lhe dizer sobre sua própria imagem (FRANZ, 2002). O autor Campos et al., (2017) comenta que a sombra é uma parte do inconsciente que está mais próximo a consciência, mesmo que não seja aceita, ela mesma procura uma forma de se expressar na vida, sendo uma parte autônoma do inconsciente. 

O contato com a sombra

É muito comum que ao longo do processo terapêutico, o paciente apresente algumas resistências ao entrar em contato com conteúdos sombrios. É assim que se dá às projeções, o indivíduo joga para a outra pessoa aquilo que ele considera indesejável em si, e mesmo assim, não é possível a não integração dessa parte a si mesmo, pois ela continua pertencendo a quem projeta (ZWEIG; ABRAMS, 1994).

Fonte: Imagem de Victoria_Regen por Pixabay

Dessa forma é possível compreender o quão doloroso pode ser para o indivíduo que se submete a análise a adentrar sua sombra, onde será possível encontrar os conteúdos mais perversos, imorais e inaceitáveis. Sweig e Abrams (1994), já haviam dito que não se pode olhar de forma direta para a sombra pois ela é difícil de ser apreendida, é perigosa e desordenada. 

É por essas questões que projetamos a nossa sombra no outro, aquele traço que eu abomino no outro provavelmente é algo nosso. Vemos a sombra de maneira indireta nas atitudes alheias pois é mais cômodo para o nosso ego observar de fora (ZWEIG; ABRAMS, 1994). A psicoterapia surge como uma alternativa para entrar em contato com os aspectos sombrios, auxiliando na diminuição das resistências, libertando e direcionando a energia vital positiva que estava presa à sombra, fazendo com que o sujeito possa se transformar (CAMPOS et al., 2017).

Um relacionamento correto com a sombra nos oferece um presente valioso, leva-nos ao reencontro de nossas potencialidades enterradas, saber lidar com a Sombra e o mal é uma experiência tão poderosa que pode transformar a pessoa como um todo. Trabalhar a nossa Sombra é enfrentar seus conteúdos em uma imagem de nós mesmos, assim deixando de lado os nossos medos e a nossa rigidez. Este trabalho é voluntário e consciente, em que devemos assumir tudo aquilo que ignoramos ou reprimimos, somente assim poderemos sanar os nossos problemas levando luz à escuridão do nosso próprio ser (CAMPOS et al., 2017, p. 390).  

Para Zweig e Abrams (1994), há algumas formas de ‘’curar’’ a projeção, como assumir a responsabilidade sobre elas e reverter a projeção, que consiste em compreender que esse mecanismo fala mais sobre si do que sobre o outro. E à medida que o indivíduo passa a enfrentar essas questões, a sombra passa a se tornar mais evidente, pois a mesma é parte integrante do ego, e os confortos que ela causa não são causados por terceiros, mas sim pelo próprio indivíduo. 

Sabendo disso, torna-se necessário que o indivíduo integre a própria sombra, já que assim ele passará a se compreender melhor, a recolher suas projeções e viverá de maneira mais coerente com sigo mesmo e, esse processo faz parte da individuação do sujeito.

É entender que é utópico pensar que um dia um ser humano pode ser completamente perfeito, sem a existência de nada que a sociedade considere defeituoso para a personalidade; e, por fim, reintegrá-la, que consiste basicamente em entender quais conteúdos consiste na persona e quais na sombra voltando para o Si-mesmo, que o Eu profundo, aquilo que é divino e presente em todos os indivíduos (OCAÑA, 2008). 

A Individuação

A experiência total de integridade que ocorre ao longo da vida é considerada por Jung “individuação”.  Jung baseia-se nesse conceito, na observação que teve de que as pessoas crescem e se desenvolvem ao longo dos anos que têm de vida na terra. Sendo que do momento que nasce até por volta dos 20 anos, é uma fase de desenvolvimento físico. Na meia idade já começam a surgir lembretes da imortalidade, como rugas e flacidez. Com a meia idade inevitavelmente se chega a velhice, que pode ir dos 70 aos 120 anos, idade esperada para os próximos séculos. (STEINS, 2006)

O conceito de individuação nasceu em um período de sentimento de crise histórica. No livro de Jung “Tipos Psicológicos”, ele discute o problema que o homem moderno enfrenta diante da especialização, fragmentação e unilateralidade e alienação. Nesse livro, especialmente no capítulo sobre Schiller, Jung deixa claro que ver o homem moderno em desarmonia interior e alienação de si mesmo. (GORRESIO, 2016)

Gorresio (2016), afirma que a individuação pode ser compreendida como:

A grande jornada do ego na busca e no aumento da consciência do Si-mesmo. A essência da individuação consiste no “conhecer-se a si mesmo”. Mas o que é o Si Mesmo Para Jung, o Si-Mesmo é “a soma total dos conteúdos conscientes e inconscientes”, portanto individuar-se significa a realização consciente do potencial de cada um. Nas palavras de Jung, individuar-se é “o melhor desenvolvimento possível da totalidade de um indivíduo determinado”. Requer-se para tanto a vida inteira de uma pessoa, em todos seus aspectos biológicos, sociais e psíquicos. 

Pode então se dizer que a individuação é o processo de tornar a personalidade unificada e única, ou seja, uma pessoa integrada, uma totalidade. Mas é possível fracassar na individuação, não é uma tarefa fácil e poucos conseguem. “Pois, uma pessoa pode permanecer dividida, não-integrada, internamente múltipla, até chegar a uma idade avançada” (STEINS, 2016)

“Percebe-se que a individuação, eixo-mestre da praxis junguiana, pressupõe a disponibilidade para o auto sacrifício – o sacrifício do Eu em face das exigências do Si mesmo, o que implica também disponibilidade para suportar o sofrimento,” (BARRETO, 2009). Por isso não é uma tarefa fácil. Pois conseguir enfrentar e ter conhecimento da persona e da sombra, enfrentar a experiência do encontro entre consciente e inconsciente exige “coragem”. Pois isso é o que de fato podemos entender como individuação, é o processo de desenvolvimento entre os conflitos do consciente e inconsciente. (STEINS, 2016)

O processo de individuação consiste em ficar frente a frente com os vários aspectos sombrios que cada um tem dentro de si, reconhecendo-os e despindo-se da persona e das imagens primordiais.  Jung vê o processo de individuação diferente do individualismo, pois esse processo estimula o indivíduo a criar condições para que ele quanto os que estão a sua volta desperte o melhor de si. Compreendo assim a convivência coletiva, mantendo assim próximo da totalidade também da individualidade. Consiste numa aproximação do indivíduo ao mundo e não da sua exclusão.

Jung (2009) afirma que:

A individuação, em geral, é o processo de formação e particularização do ser individual e, em especial, é o desenvolvimento do indivíduo psicológico como ser distinto do conjunto, da psicologia coletiva. É portanto um processo de diferenciação que objetiva o desenvolvimento da personalidade individual. (…) Uma vez que o indivíduo não é um ser único mas pressupõe também um relacionamento coletivo para sua existência, também o processo de individuação não leva ao isolamento, mas a um relacionamento coletivo mais intenso e mais abrangente.

O Instituto Freedom (2017) afirma que a individuação é o centro da teoria de Jung, já que a mesma remete ao conhecimento que a pessoa tem do Si Mesmo, se trata da realização do self. Pois o principal foco da individuação é o conhecimento que o indivíduo tem de si mesmo. Para que esse processo ocorra é preciso a realização dos campos da espiritualidade, da arte e da religião, assim também o íntimo da alma. É ter autoconhecimento, saber lidar com a convivência coletiva, enfrentar o negativo da mesma forma que lida com o positivo.  Não é um processo fácil. Da mesma forma que o corpo precisa de alimento para sobreviver, a personalidade precisa de experiências para individuar-se.

Conclusão

Pode-se dizer então que compreender o inconsciente não é tarefa fácil (INSTITUTO FREEDOM, 2016). Por isso enfatizava em suas obras a importância do sujeito no processo terapêutico.  Assim sendo, a sombra é um arquétipo muito importante para ser trabalhado no setting, assim também, paciente e terapeuta, trabalham juntos para a construção da individuação do paciente. Mas como dito anteriormente, não são todos os pacientes que conseguem chegar a ela. É importante dizer que Carl Jung (2003) compara as pessoas como uma árvore, simbolizando o desenvolvimento, a união dos opostos, às raízes nas profundezas, e os galhos no alto. Um processo de união entre consciente e inconsciente. Esse processo de crescimento da árvore é lento, e o mesmo acontece com o cliente/paciente, que em um processo lento em terapia, pode chegar a essa união de opostos. (INSTITUTO FREEDOM, 2016)

REFERÊNCIAS 

BARRETO, Marco Heleno. A dimensão ética da psicologia analítica: individuação como “realização moral”. Seção Temática • Psicol. clin. 21 (1) • 2009.

CAMPOS, Josmar Furtado de; et al. Sombra, um despertar para as potencialidades. Rev. Científica univiçosa, v. 9, n. 1, 2017.

CORDEIRO, A. M. et al. Revisão sistemática: uma revisão narrativa. Rev. Col. Bras. Cir.

vol.34 no.6 Rio de Janeiro, nov./2007

FRANZ, Marie-Louise Von. A sombra e o mal nos contos de fadas. Editora Paulus, 3 ed, São Paulo, 2002.

INSTITUTO FREEDOM. Etapas do processo de individuação e os desafios. Psicologia Analítica. 2016. Disponível em: https://institutofreedom.com.br/blog/etapas-do-processo-de-individuacao-e-os-desafios/ Acesso em: 10 de junho de 2021.

INSTITUTO FREEDOM. O processo de individuação segundo Carl Gustav Jung. Psicologia Analítica. 2017. 

Disponívelem:https://institutofreedom.com.br/blog/o-processo-de-individuacao-segundo-carl-gustav-jung/. Último acesso em 03 de junho de 2021.

JUNG, Carl. Gustav. Estudos Alquímicos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

JUNG, Carl Gustav. Tipos psicológicos. Petrópolis: Vozes, 2009.

OCEANÃ, Emma Martínez. A sabedoria de Integrar a Sombra. Lisboa, jun 2008.

STEIN, Murray. Jung e o Caminho da Individuação: Uma introdução concisa. Editora Cultrix, 1 ed., São Paulo, 2020.

STEINS, Murray. O mapa da alma. Editora Cultrix, 5 ed. São Paulo. 2016

ZWEIG, Connie; ABRAMS, Jeremiah. Ao Encontro da Sombra: O Potencial Oculto do Lado Escuro da Natureza Humana. Editora Cultrix, São Paulo, 1994. 

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1 de dezembro: Dia Mundial da Luta Contra a Aids

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As ações do dia 1 de dezembro objetivam chamar à atenção sobre a necessidade da prevenção, bem como divulgar informações acerca da doença, que ainda é vista com preconceito, por uma parcela da sociedade. A data foi institucionalizada em 1987, pela Assembleia Mundial da Saúde, por meio da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem o laço vermelho como símbolo da luta contra a doença.

Esse ano de 2021, o tema da campanha é “Acabe com as desigualdades, acabe com a AIDS, acabe com as pandemias”.  O tema faz alusão também a crise sanitária ocasiona pela pandemia da Covid-19 que vitimizou mais de 5 milhões de pessoas nos quatros cantos do mundo. Segundo o programa das Nações Unidas de Combate à AIDS (UNAIDS), a desigualdade social é um fator que prejudica à luta contra a doença, por isso é preciso por fim, conforme agenda proposta pela ONU até o ano de 2030.

 

Fonte: freepick

 

Sobre o assunto, a  UNAIDS  explica que a transmissão do vírus se dá pela amamentação com o leite materno, relação sexual, por meio de fluídos corporais, como sangue e sêmen.  O programa ainda destaca que abraços, beijos, dividir alimentos e objetos não transmite AIDS, como muitas pessoas ainda acreditam. Informação de extrema relevância para evitar a discriminação que ainda é muito presente.

Conforme a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), quase 2 milhões foram infectadas pelo vírus HIV e 690 mil morreram de causas relacionadas ao vírus, em 2019. De acordo com a OPAS, não há cura para a infecção pelo HIV, por isso a importância do uso de medicamentos antirretrovirais para controlar a disseminação do vírus no organismo do portador, bem como evitar a transmissão para outras pessoas.

Segundo a Organização internacional de Saúde, de 2000 a 2019 as infecções pelo vírus caíram 39% e as mortes em 51%, resultado positivo fruto das campanhas de prevenção à doença, além do engajamento da sociedade civil, setor privado e público.  Ainda de acordo com a OPAS, durante a 69ª edição da Assembleia Geral da ONU foi aprovada o Plano de Ação para Prevenção e Controle do HIV 2016 a 2021, a qual inclui 5 eixos orientadores de combate à doença.

Informações focadas sobre a doença, bem como inovação para a aceleração estão entre os eixos que precisam ser desenvolvidos pelos países integrantes da Organização Mundial de Saúde, com o intuito de acabar com a doença, nas regiões das Américas até 2030. Sobre o assunto, a Sistema Único de Saúde (SUS) informa que atualmente 920 mil pessoas vivem com o HIV no Brasil, sendo que o tratamento pode ser feito pelo sistema público de saúde.

Fonte: freepick

Referências

Organização das Nações Unidas (ONU). Disponível em < https://brasil.un.org/> Acesso: 19. De nov, de 2021

Organização Mundial de Saúde(OMS). Disponível em < https://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/> Acesso: 19. De nov, de 2021

Organização Pan Americana de Saúde (OPAS). Disponível em < https://www.paho.org/pt/topicos/hivaids> Acesso: 19. De nov, de 2021

Planalto, Ministério da Saúde. Disponível em < http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-e-hiv>  Acesso: 19. De nov, de 2021

Programa das Nações Unidas de Combate à AIDS(UNAIDS). HIV e Aids  ? Disponível em < https://unaids.org.br/201.7/03/voce-sabe-o-que-e-hiv-e-o-que-e-aids/>  Acesso: 19. De nov, de 2021

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É preciso muita reflexão no dia Internacional dos Direitos Humanos

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Comemorado no dia 10 de dezembro, o Dia Internacional dos Direitos Humanos completa 73 anos de história, que começou após a Segunda Guerra Mundial. A data celebra também a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), de 1948, que contou com participação e assinatura de 48 países, incluindo o Brasil. A dignidade da pessoa humana é o fundamento basilar dos direitos humanos destacados na declaração, por meio da universalização dos direitos. Ou seja, todo indivíduo é detentor de direitos humanos. 

A Constituição Federal (CF – 1988) em seu artigo 4º afirma que o Brasil se rege em suas relações internacionais, pelo princípio da dignidade humana confirmando assim, a importância da DUDH, na valorização de cada pessoa, independente de raça, cor, origem e gênero.  Diante disso, vale destacar que a CF foi elaborada após o fim da Ditadura Militar, de 1964, que violou vários direitos, em especial, o da liberdade de expressão, em que os militares que estavam no poder não admitiam opositores. 

Infelizmente muitos direitos humanos no Brasil ainda são desrespeitados, em especial de mulheres, negros, indígenas e da comunidade LGBTQI, considerados minorias, bem como as principais vítimas de violência, por conta da intolerância social.  Em relação ao assunto, o Atlas da Violência 2020 informou que houve um aumento de mais de 15% de violência contra a população negra, e entre os principais motivos está o racismo. Ademais, diariamente são retratados pelas mídias, situações de racismo em relação à população negra no Brasil.

 

Fonte: freepick

 

Sobre a internacionalização dos direitos humanos, Rocha (1999) explica que “à proporção que o direito internacional foi se desenvolvendo, sua preocupação com o homem foi aumentando, e o ser humano passou a adquirir, a cada dia, maior relevância no cenário internacional.” Diante disso, é importante destacar sobre o papel da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIADH), a qual permite que todo cidadão possa denunciar o Estado, caso haja algum tipo de negligência e falta de lei para assunto relacionado aos direitos humanos.

 No Brasil, temos o exemplo da Lei Maria da Penha, que foi o resultado de uma denúncia feita na CIADH, pela farmacêutica Maria da Penha, que sofreu inúmeras agressões, como consequência passou a ser cadeirante, após tomar um tiro. A Lei 11.340, foi publicada em 2006, uma vitória para as mulheres que já sofreram algum tipo de violência doméstica e familiar.  Somente no ano de 2020, foram feitas mais de 100 mil denúncias de violência contra a mulher pelo canal de atendimento 180, informou o Ministério da Família e dos Direitos Humanos.

A discussão sobre a importância dos direitos humanos precisa ir além das escolas e universidades, precisa adentrar as estruturas do Congresso Nacional, para a elaboração de leis mais duras sobre o assunto.  Racismo, homofobia e machismo são considerados crimes, por isso é preciso denunciar. Para isso, poderá ligar no 197, número geral das delegacias ou realizar boletim de ocorrência. A intolerância não pode ser tolerada, o respeito e amor ao próximo precisam prevalecer, e por isso se faz necessário relembrar sobre a importância dos direitos humanos para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 

Fonte: freepick

 

Referências

Declaração Interamericana de Direitos Humanos (1969). Disponível em < https://www.cidh.oas.org/basicos/portugues/c.convencao_americana.htm> Acesso: 22, de nov, de 2021.

Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)(1948) Disponível em < https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos> Acesso: 22, de nov, de 2021.

Planalto, Constituição da República Federativa Brasileira (1988). Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso: 22, de nov, de 2021.

Planalto, Lei 11.340, Maria da Penha (2006). Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm> Acesso: 22, de nov, de 2021.

Rocha, Fernando. A      incorporação            dos     tratados        e   convenções internacionais   de   direitos   humanos no direito brasileiro. (1999). Disponível em < http://revista.ibdh.org.br/index.php/ibdh/article/view/26/27> Acesso: 22, de nov, de 2021.

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Rompimento entre Freud e Jung: Separados pelo Sexo

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 Quando Freud, pai da psicanálise, percebeu que fazia parte daqueles que “perturbaram o sono do mundo” descobriu ali a força de sua teoria. A fim de perpetuar suas ideias sobre a psicanálise, passou a se reunir juntamente com um pequeno grupo de médicos e intelectuais, em sua maioria judeus. Os encontros aconteciam às quartas-feiras de toda semana, dando origem em 1902 à “sociedade das quartas-feiras”. As ideias ali debatidas eram testadas nas clínicas particulares e os resultados eram compartilhados e discutidos por todos. 

Psicanálise ou nova ordem Mundial? 

 Mas ainda não era o suficiente, Freud queria expandir a psicanálise, se tornando o fundador de uma teoria global oficial e universalizada. Mas com seus poucos seguidores e sem prestígio no meio médico/ acadêmico, esse sonho era quase que impossível. Logo então vemos a figura de Jung, uma peça chave dada a visibilidade que Freud precisava, para que se desse a expansão da psicanálise fora do meio judaico.

O jovem Pupilo

 Carl Gustav Jung, depois de formado, resolve ir a Zurique trabalhar e morar numa clínica psiquiátrica, a mais renomada da Europa; Burgholzli, onde conheceu Eugen Bleuler, tendo os primeiros contatos com as ideias de Freud. Se identificando então com a teoria do inconsciente, mas desde aquele momento estava resistente às ênfases dadas à sexualidade. Seu interesse aumenta a tal ponto que ele passa a aplicar em seus pacientes algumas técnicas, que passam a validar a formulações psicanalíticas. Sua curiosidade e interesse pelas teorias eram tantas, que o mesmo resolveu entrar em contato com Freud.

A troca de correspondências.

  Inicia-se então em 1906 a troca de correspondência entre Jung e Freud. Esse relacionamento através de cartas durou pouco mais de 7 anos, 11 de abril de 1906 (primeira carta) até 27 de outubro de 1913 (última carta). O biógrafo de Carl Gustav Jung, Gerhard Wehr, aponta em seu livro Jung: a biography que: Após o período de amizade com Wilhelm Fliess, nenhuma outra correspondência de Freud, seja com “Bleuler, Binswanger, Pfister, Abraham, Groddeck, Lou Andréas-Salomé, Reik, Reich, Weiss, Putnam, Ferenczi, Federn, ou Rank – se equipara àquela a qual estabeleceu com Jung, em alcance, profundidade humana, e força de expressividade.” (Wehr, 2001, p. 104).

 O nosso modo de olhar a documentação a partir da perspectiva das emoções é plausível por entendermos os mesmos como motores das ações humanas inscritas no tempo. Como um rastro deixado na areia da praia, a emoção, tão efêmera, deixa marcas que se cristalizam: “Ela consiste em um momento provisório, originando-se de uma causa precisa onde o sentimento se cristaliza com uma intensidade particular: alegria, cólera, desejo, surpresa ou medo.” (LE BRETON, 2019, p. 140. As cartas trocadas entre Freud e Jung representam a fertilidade das emoções a qual trazem vestígios das suas vidas e obras.

Transferência e contratransferência

 A partir das cartas enviadas podemos enxergar o profundo conteúdo afetivo presente no vínculo transferencial estabelecido entre Freud e Jung, nos permitindo ver desde o início da amizade até o seu fim hostil. Jung demonstrava enorme admiração por Freud, e o mesmo o via como um filho “o príncipe herdeiro” a quem iria transmitir ao mundo a psicanálise, permitindo então a Freud um novo mundo, dando à psicanálise o futuro que ela merecia.

A importância de Jung ia muito além dos sentimentos e das expectativas das consolidações de ideais de Freud. Para John Kerr (1997) “com efeito, seu papel foi tão essencial que, se fôssemos contá-lo em forma de drama, forçosamente Jung seria o protagonista (…) é ele quem faz a história fluir (…) faz as coisas acontecerem.” (p.11).

O confronto edípico

   Dois homens com uma admiração mútua, mas pensamentos divergentes. O que Freud destinava a Jung já não era mais o suficiente e para que ambos pudessem sobreviver fazendo história, constituíram-se dois “impérios”. Leituras teóricas e textos íntimos nos mostram com maior clareza a intensidade, do que regeu o relacionamento dos dois, sendo possível imaginar dolorosas cicatrizes que podem ter se formado em ambos, quando se separaram brutalmente.

“Eram ambas as personalidades demasiado diferentes para caminhar lado a lado durante muito tempo. Estavam destinados a defrontar-se com a defrontar-se como fenômenos culturais opostos. (SILVEIRA, 1997, pg. 15).

Um sonho, um segredo, uma desconfiança

Em uma viagem aos EUA, quando Jung analisa um sonho de Freud, percebeu que se tratava do triângulo amoroso entre Freud, sua esposa e sua jovem cunhada, essa que tempo antes, havia confessado para Jung tal afeição amorosa por Freud. Quando seu mestre apresentava aspectos da sua vida íntima, Jung lhe pediu mais detalhes. Porém Freud frente ao silêncio de alguns instantes encerrou a sessão com as seguintes palavras: “Meu querido Jung, eu não posso arriscar perder minha autoridade” (Bair, 2003, p. 164). 

“Nesse momento, entretanto, ele a perdera!” – escreveu Jung em sua autobiografia – “Esta frase ficou gravada em minha memória. Prefigurava já, para mim, o fim iminente de nossas relações. Ele punha sua autoridade pessoal acima da verdade” (Jung, 1961/2006, p. 193). 

O que tem por trás de um sonho? 

Logo depois percebemos, em uma das experiências onírica de Jung, que o sonho também se tornaria uma forte divergência entre ambos já que, para Jung, “apresentara” algo novo para ele e não “ocultava” algo dele, como queria Freud e sua insistência no desejo de morte. As experiências oníricas deixaram o suíço agradavelmente espantado e propenso a pensar diferentemente da teoria psicanalítica.

Enfim a libido

Quando Jung acabou de escrever Metamorfoses e símbolos da libido, ali já estava ciente que sua amizade com Freud se romperia. Já que nesse livro expôs questões que se afastaram da teoria de Freud, a principal delas foi o papel da sexualidade no desenvolvimento da personalidade e da etiologia da neurose. Ao publicar o livro assinou então o fim da amizade.

A primeira parte foi publicada em 1911, a segunda parte foi publicada em 1912.

No dia 5 de agosto, Jung apresentou à sociedade Psico-médica um ensaio intitulado “simplesmente psicanálise” no qual aplicava o nome de “Psicologia analítica” a “nova ciência psicológica”. Deixando claro as suas divergências com a teoria freudiana da neurose, propondo então que a teoria psicanalítica fosse libertada do ponto de vista puramente sexual. 

O fim de um reinado 

  Na quarta reunião psicanalítica particular composta por 87 membros e convidados presentes, Freud leu uma comunicação a respeito “a disposição da neurose obsessiva: uma contribuição ao problema da neurose, o que seria um estudo preliminar de Jung para sua importante obra; Tipos psicológicos (1921).O Congresso desenvolveu-se numa atmosfera que Jones descreveu como “desagradável”, e Freud como “cansativa e não edificante”.

Quando Jung se candidatou a reeleição para a Presidência da sociedade Psicanalítica Internacional, 22 dos 52 participantes abstiveram seus votos, para que a sua eleição não fosse unânime. Um tempo depois, em meio a rumores e divergências ideológicas, Jung resolve renunciar o cargo, em uma de suas últimas cartas a Freud.

Releitura da carta enviada a Freud em 1913

Duas faces do desejo 

Com divergências de pensamentos, Jung se dedica a criação de uma novo saber, a psicologia analítica o que fez com que Ironicamente, anos mais tarde surgisse comentários com um amigo: “Eu nunca me dera conta de como é uma grande piada o fato de que a única análise que Freud fez foi uma junguiana” (Donn, 1988, p. 9).

Jung dizia que o método de interpretação de Freud era analítico, enquanto o seu método próprio era sintético. A diferença de ambos é que o primeiro analisa as partes do conteúdo psíquico de forma a dividi-lo, encontrando na análise de cada parte uma interpretação, enquanto o outro faz uma síntese de todo o conteúdo, prospectando o paciente para o futuro.

O fim dessa relação muito se deu, porque ambas as teorias, são advindas de suas próprias experiências. Seja a energia psíquica ou o desejo que move as coisas, os dois contribuíram de forma significativa para a história da psicologia, fazendo com que hoje possamos enxergar por diversos ângulos, traçando nossos caminhos, construindo pensamentos e fazendo escolhas.

 O legado eternizado

Como outras ramificações que bebem da mesma fonte (psicanálise), mas se desdobram em seus próprios frutos, o príncipe herdeiro resolveu deixar o reinado e cravar seu próprio olhar sobre a Psicologia, enquanto o pai da psicanálise deu a base para diversos “filhos” crescerem seguindo seus próprios caminhos. O que levamos de lição e aprendizado dessa história são as fortes emoções e o vasto conteúdo, marcado por devoção, aprendizado, personalidades e resistências. 

Como já dizia Carl Jung no final, o que importa é sermos uma alma humana tocando outra alma humana, ao reforçar de Freud que a felicidade é um problema individual, cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz.

 

 

 

REFERÊNCIAS

GUIRE, William Mc (org.). FREUD/JUNG: correspondência completa. Rio de Janeiro: Imago, 1999. 658 p. Disponível em: file:///C:/Users/Diana/Downloads/McGuire%20-%20FREUD%20&%20JUNG%20-%20Correspond%C3%AAncia%20Completa.pdf. Acesso em: 18 nov. 2021.

MORTIZ, Rafael Ernest. Um estudo sobre: o relacionamento e a ruptura de freud e carl gustav jung. 207. 267 f. TCC (Graduação) – Curso de Psicologia, Pontifícia Universidade Catolica, São Paulo, 2007. Cap. 27. Disponível em: file:///C:/Users/Diana/Downloads/Rafael%20Ernest%20Moritz.pdf. Acesso em: 15 nov. 2021.

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A ida ao céu de Dona Terezinha

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Especificamente no ano de 1954, morava em uma cidade no interior do Tocantins uma senhora de meia idade conhecida como Dona Terezinha, entre 60 a 65 anos, que era bastante devota em sua fé e religião. Todos do seu bairro reconheciam que era muito fervorosa nas programações da igreja que frequentava. Ela ia constantemente a uma igreja evangélica, um dos ramos do protestantismo e que contemporaneamente se denominava “crente evangélica”. Depois de ter feito mais uma de seus vários pedidos repetindo o mesmo desejo, que era de conhecer o céu como ele realmente é, em uma visão, naquela manhã, ela passou por uma experiência sobrenatural semelhante concretizando seu desejo.

 Dona Terezinha desde muito pequena foi muito devota e fervorosa aos preceitos cristãos, de tal modo que abdicou de muitos prazeres mundanos, profanos e vãos porque segundo ela, era tudo vaidade. Contudo, ao mesmo tempo, no auge da sua terceira idade, acreditava que se morresse e não tivesse de fato céu, inferno, ou alguma realidade após sua morte, viveria com um eterno arrependimento dentro de si. 

Fonte: Freepik

Dessa forma, começou a pedir várias e várias vezes o mesmo pedido: enxergar o céu como ele, conhecê-lo por dentro para verificar de que sua vida e sacrifícios não foram em vão. Quando ela começa a pensar de que tudo aquilo que viveu e que se abdicou por causa da sua fé, e que se tudo for enganoso, ela sente uma tremenda angústia, uma dor no peito profunda e muita tristeza.

 Mas logo converte seus pensamentos imaginando como seria o céu descrito exatamente como está na bíblia sagrada. Dona Terezinha, em mais um dia rotineiro de orações e preces dentro da igreja sozinha por volta da metade da manhã, após terminar, sentiu uma leve tontura e fraqueza em seu corpo. Depois de alguns segundos em pé, ela instantaneamente desmaia e tudo em sua volta se torna um breu. Em seguida, um feixe de luz branca radiante começa a vir em sua direção de forma intensa. 

Ela tenta acordar, levantar, se despertar, mas não consegue. Seu corpo fica petrificado, estirado ao chão, e enfim começa a receber a visão de que tanto esperava e pedia. Um anjo robusto, jovem, e alto, com cabelos encaracolados e pretos, e com um par de asas enorme, surge diante dela e estende a mão. Em seguida, pergunta se ela realmente quer ver o céu como ele é. Ela disse que sim com a cabeça pois fica perplexa com tanta beleza, com o que está acontecendo em sua volta e com aquela realidade paralela.

O anjo pede para o acompanhar e ela segue rente atrás dele. Quanto mais eles se aproximam de uma saída estreita, mais a luz se intensifica, mas em nenhum momento chega a incomodar sua visão, e ela se surpreende com isso. Em seguida, eles adentram em um lugar vasto, verdejante, com pássaros, rios com águas cristalinas, animais de todas as espécies e tamanhos, árvores de todos os tipos. Uma rica fauna e flora em seu perfeito estado natural como nunca tinha visto antes. 

Em seguida, fica perplexa e maravilhada com tanta beleza e formosura. Pergunta discretamente ao anjo se aquele lugar tem outras pessoas e ele aponta para um grupo que estava sentado no chão, rindo e cantarolando na mais perfeita harmonia. Depois, o anjo pede para ela o acompanhar e ambos começam a conhecer o céu. Passeia sobre ruas feitas de ouro e marfim, além de ter em vários lugares pedras preciosas que refletiam um brilho intenso e puro. Dona Terezinha ficava cada vez mais encantada e embasbacada por cada detalhe. 

Fonte: Freepik

Após feita a apresentação, o anjo afirma naturalmente que ela pode se sentir à vontade para se unir ao grupo de pessoas que estavam próximo a um bosque, rindo e cantarolando. Ela inocentemente, sem entender, perguntou se não iria voltar a sua igreja e casa novamente. O anjo respondeu dizendo que para conhecer o céu, você precisa estar morto. E foi exatamente o que ela pediu há muito tempo. Agora não poderia mais voltar. Ela apenas se conforma, e segue em direção ao grupo. Seu coração ficou extremamente aliviado por saber que nada foi em vão. Fim. 

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O mito de Sísifo e o desenho “Tom e Jerry”

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O desenho animado conhecido por Tom e Jerry criado no ano de 1940 basicamente apresenta um gato, chamado Tom e Jerry que é o rato no qual ambos armam armadilhas e ciladas entre os dois, pois o gato sustenta uma insaciável perseguição contra o rato. O desenho começou apresentado em cores preto e branco, e atraiu um extenso público de telespectadores por ser mudo, emitindo sons e ruídos de onomatopeia, o que traz mais humor ao enredo. Ao decorrer da evolução das artes visuais e digitais, o desenho passou a ser colorido e expandindo cada vez mais seus espectadores. 

Fonte: Divulgação/ HBOMax

 

É sabido que a perseguição entre o gato e o rato é de ordem natural na biologia, pois ambos fazem parte da cadeia alimentar um do outro. Dessa forma, as peripécias que cada um trama contra o outro é que contém a trama do desenho. Ambientado majoritariamente em ambientes urbanos, os ocorridos apresentam um desfecho no qual o gato nunca consegue capturar esse rato especificamente. 

Fonte: Divulgação/ HBOMax

 

Por meio disso, pode-se fazer um paralelo com o mito de Sísifo, no qual como castigo carrega uma pedra gigante do início de uma subida até o seu final e então a pedra rola da subida ao início e novamente ele irá efetuar a carga incessamente. Caso o Tom capturasse o Jerry, o desenho enfim teria um final e não faria mais sentido continuar com a animação. Logo, assim como esse mito, o desenho para fazer sentido precisa continuar com essa trama específica: capturar o rato Jerry incansavelmente. 

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