Saúde Mental no Trabalho: satisfação e impacto

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Alexia Regina dos Santos (Acadêmica de Psicologia) – alexiaregina@rede.ulbra.br

 

A saúde mental no trabalho é um assunto crucial. A satisfação no trabalho e seu impacto na saúde mental estão interligados. Se uma pessoa está satisfeita no trabalho, é mais provável que sua saúde mental seja positivamente afetada. Ambientes de trabalho que promovem o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, oferecem apoio emocional e reconhecem o valor do bem-estar mental tendem a ter funcionários mais satisfeitos.

Por outro lado, ambientes tóxicos, altas demandas, falta de apoio e pressão constante podem ter um impacto negativo na saúde mental dos trabalhadores. O estresse prolongado no trabalho pode levar a problemas como a síndrome de burnout, ansiedade e depressão.

É importante que as empresas reconheçam a importância da saúde mental, implementando políticas e práticas que promovam um ambiente de trabalho saudável. Iniciativas como programas de apoio emocional, flexibilidade no trabalho e sensibilização para a saúde mental podem fazer uma grande diferença. Borges et al.10 alertam às organizações sobre os custos emocionais e as necessidades que envolvem a saúde mental dos trabalhadores da área da saúde. Salientam que, para uma instituição atingir seus objetivos de excelência no atendimento e qualidade nos serviços prestados, é necessário ter profissionais satisfeitos e que gozem de boa qualidade de vida. (BORGES, 2002)

O estresse ocupacional e o sofrimento psíquico dos profissionais de saúde podem ter um impacto significativo na qualidade do atendimento aos pacientes. Quando os profissionais estão sobrecarregados, exaustos emocionalmente ou enfrentam condições de trabalho adversas, a eficácia dos tratamentos oferecidos pode ser comprometida.

Esses fatores não-econômicos, embora não sejam facilmente quantificáveis em termos financeiros, têm um custo substancial no sistema de saúde. O burnout e a fadiga dos profissionais de saúde podem levar a erros médicos, falta de empatia no atendimento ao paciente e até mesmo à diminuição da qualidade dos cuidados prestados.

                                                                                                         Fonte: google/imagens.com

O impacto do ambiente de trabalho vai muito além das questões econômicas. Um ambiente de trabalho saudável não só beneficia os colaboradores, mas também afeta diretamente a produtividade, a criatividade e a satisfação no trabalho. Aqui estão alguns aspectos-chave:

  • Produtividade: Um ambiente positivo pode impulsionar a produtividade. Colaboradores que se sentem valorizados e apoiados tendem a ser mais engajados em suas tarefas e a produzir resultados mais eficazes.
  • Satisfação do Funcionário: A satisfação no trabalho está ligada ao ambiente em que se trabalha. Quando os funcionários se sentem respeitados, têm oportunidades de crescimento e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, sua satisfação aumenta.
  • Criatividade e Inovação: Ambientes que encorajam a colaboração, a diversidade de pensamento e a expressão criativa tendem a ser mais inovadores. A troca de ideias e perspectivas diferentes pode levar a soluções inovadoras.
  • Saúde Mental e Bem-Estar: Um ambiente de trabalho que promove o bem-estar mental dos funcionários reduz o risco de estresse ocupacional, burnout e outros problemas de saúde mental. Isso não só beneficia os funcionários individualmente, mas também contribui para um ambiente mais saudável como um todo.
  • Atração e Retenção de Talentos: Empresas com ambientes de trabalho positivos têm mais chances de atrair e reter talentos. Profissionais buscam não apenas salários competitivos, mas também um local onde se sintam valorizados e tenham oportunidades de crescimento.

De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social , 209.124 mil pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos mentais, entre depressão, distúrbios emocionais e Alzheimer, enquanto em 2021 foram registrados 200.244 afastamentos. Esses dados do INSS destacam uma preocupação crescente com o impacto dos transtornos mentais no ambiente de trabalho. “Esse cenário nos mostra a importância de discutirmos essas questões e esperamos que essas diretrizes possam nortear os debates sobre as responsabilidades dos diferentes atores, de modo a mobilizar os esforços para prevenir os impactos negativos do trabalho na saúde mental, promover e proteger a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras, assim como dar suporte às pessoas com problemas de saúde mental para que tenham seus direitos garantidos”, afirma a consultora da OMS. (INSS, 2020)

O aumento no número de afastamentos por transtornos mentais de um ano para o outro destaca a importância de abordar questões relacionadas à saúde mental no local de trabalho. Esses números também apontam para a necessidade de as empresas implementarem medidas preventivas e de apoio para promover a saúde mental dos funcionários. Estratégias como programas de conscientização, acesso a serviços de aconselhamento, ambientes de trabalho que reduzem o estresse e a promoção de uma cultura que valoriza o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal podem desempenhar um papel crucial. A saúde mental no trabalho não é apenas uma questão individual, mas também uma responsabilidade organizacional. Empresas que reconhecem e respondem às necessidades de saúde mental de seus funcionários tendem a criar ambientes mais saudáveis e produtivos.

O Informe Mundial de Saúde Mental: transformar a saúde mental para todos, publicado em junho de 2022 pela OMS, alerta para a necessidade de mudança e investimento em saúde mental, demonstrando que os transtornos mentais são a principal causa de incapacidade e causam um em cada seis anos vividos com incapacidade. Pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral, principalmente devido a doenças físicas evitáveis.

Ainda segundo o relatório, 15% dos adultos vivem com algum transtorno mental, como depressão e ansiedade. A consultora da OMS, Cláudia Braga, explica que, na perspectiva de compreender o problema para desenhar estratégias de ação, as diretrizes da OMS e da OIT apresenta dez fatores de risco para saúde mental tais como conteúdo do trabalho/desenho da tarefa, carga de trabalho e ritmo de trabalho, horário de trabalho, baixa participação em decisões relativas ao trabalho, adequação de ambiente e equipamentos, cultura e função organizacional, relações interpessoais no trabalho, papel na organização, preocupações com o desenvolvimento de carreira e questões relativas à interface casa-trabalho. “O que é urgente não é uma ou outra situação específica, já que os contextos e cenários variam, mas os atores-chaves adotarem medidas concretas para superar os problemas”, afirma Braga.

A saúde ocupacional desempenha um papel crucial na promoção e manutenção da qualidade de vida dos trabalhadores. Ao se concentrar no bem-estar físico e emocional no ambiente de trabalho, as práticas de saúde ocupacional não apenas beneficiam os funcionários individualmente, mas também contribuem para o sucesso geral da empresa. Empresas podem criar um ambiente de trabalho saudável implementando diversas práticas e políticas. Aqui estão pontos de relevância:

  • Comunicação Transparente
  • Cultura de Reconhecimento
  • Equilíbrio Entre Vida Profissional e Pessoal Desenvolvimento Profissional:
  • Ambiente Físico Confortável
  • Políticas de Saúde Mental
  • Promoção da Diversidade e Inclusão
  • Participação dos Funcionários

É importante ressaltar que a reputação de uma empresa desempenha um papel significativo na atração de talentos. A forma como uma empresa é percebida pelo público, incluindo potenciais funcionários, pode influenciar sua decisão de se candidatar a vagas disponíveis, mas também para reter funcionários existentes. Funcionários satisfeitos contribuem para uma cultura positiva e podem se tornar defensores da empresa.

REFERÊNCIAS

Borges LO, Argolo JCT, Pereira ALS, Machado EAP, Silva WSA. Síndrome de Burnout e os valores organizacionais: um estudo comparativo em hospitais universitários, 2002.

Organização Mundial de Saúde. Relatório Mundial de Violência e Saúde. Genebra: OMS, 2020. ONU – Organização das Nações Unidas.

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COVID-19: população Indígena em contextos excludentes

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O cenário da pandemia COVID-19 exige a reorganização das formas de atenção e cuidado, pautada pela definição dos objetivos e ações prioritárias.

É realmente triste ver como as epidemias deixam cicatrizes duradouras nas comunidades, especialmente nas populações indígenas. A pandemia de Covid-19 trouxe à tona não apenas desafios de saúde imediatos, mas também ressuscitou memórias dolorosas do passado. A vulnerabilidade dessas populações a doenças infecciosas é um reflexo das disparidades históricas e sociais. É crucial aprender com essas experiências e trabalhar para fortalecer os sistemas de saúde e promover a equidade. O respeito às comunidades indígenas, suas tradições e conhecimentos é essencial para construir abordagens mais eficazes na prevenção e resposta a futuras crises de saúde. (CARDOSO, 2010.)

A população indígena durante a pandemia de Covid-19 enfrentou desafios específicos devido a fatores sociais, econômicos e de saúde que ampliaram as disparidades existentes. Aqui estão algumas das questões enfrentadas pelos povos indígenas durante a pandemia:

  • Vulnerabilidade à Infecção: Povos indígenas frequentemente vivem em comunidades remotas, com acesso limitado a serviços de saúde. Isso pode tornar difícil a detecção e o tratamento precoce da COVID-19.
  • Barreiras de Acesso à Saúde: Algumas comunidades indígenas enfrentam barreiras significativas no acesso a serviços de saúde, incluindo falta de infraestrutura, transporte precário e distâncias geográficas consideráveis até os centros de atendimento médico.
  • Condições de Saúde Pré-existentes: Algumas populações indígenas podem ter taxas mais altas de condições de saúde pré-existentes, como diabetes e doenças respiratórias, o que as torna mais vulneráveis às complicações da COVID-19.
  • Impacto Econômico: Muitas comunidades indígenas dependem de atividades econômicas específicas, como o turismo cultural, que foram drasticamente afetadas pelas restrições impostas pela pandemia. Isso pode levar a dificuldades econômicas e falta de recursos para enfrentar a crise de saúde.
  • Desigualdade Social: As disparidades sociais enfrentadas pelos povos indígenas, como o acesso limitado à educação e emprego, podem ser exacerbadas durante crises, incluindo pandemias.
  • Respeito às Práticas Culturais: É crucial respeitar as práticas culturais e os sistemas de crenças das comunidades indígenas ao implementar medidas de saúde pública. Isso inclui envolver líderes comunitários e respeitar os protocolos locais.

A colaboração efetiva entre os governos, organizações de saúde e comunidades indígenas é crucial para superar esses desafios. A abordagem sensível à cultura não apenas promove uma melhor compreensão das necessidades específicas de cada comunidade, mas também constrói confiança, o que é fundamental para o sucesso de qualquer programa de saúde pública. (VALENTE, 2017.)

A disparidade na cobertura vacinal é realmente preocupante e destaca a importância de abordar as barreiras específicas que as comunidades indígenas enfrentam. Isso inclui a criação de estratégias de vacinação que levem em consideração a logística em áreas remotas, além de esforços para combater a desinformação e promover a educação em saúde.

O fato de que apenas 48,7% da população indígena tem o esquema vacinal completo, em comparação com 74,8% entre os não-indígenas, destaca a necessidade de esforços adicionais para garantir uma distribuição equitativa das vacinas e para superar os obstáculos específicos enfrentados pelas comunidades indígenas. (FIOCRUZ, 2020.)

É particularmente preocupante que a região Norte, que abriga a maior proporção de população indígena, tenha uma cobertura vacinal ainda mais baixa, em torno de 40,3%. Isso ressalta a importância de estratégias direcionadas para melhorar a acessibilidade e a aceitação da vacinação nessas áreas.

A colaboração entre instituições de saúde, governos locais e organizações indígenas pode desempenhar um papel crucial na elaboração e implementação de estratégias eficazes para aumentar a cobertura vacinal e abordar as desigualdades na resposta à pandemia.

O conceito de “fato social total” foi introduzido por Émile Durkheim, um dos fundadores da sociologia. Segundo Durkheim, um “fato social total” é um fenômeno que abrange todos os aspectos da vida social e que não pode ser compreendido apenas por meio de uma análise parcial, exigindo uma abordagem holística. (ABRASCO & ABA, 2020.)

A pandemia de COVID-19 entre os povos indígenas no Brasil pode ser considerada um exemplo de “fato social total”. Isso porque a pandemia não afeta apenas a saúde física das pessoas, mas também tem implicações abrangentes em várias dimensões da vida dessas comunidades.

Frente a essa situação de extrema vulnerabilidade, os idosos foram bastante atingidos. E como os povos indígenas costumam enfatizar, a perda destes conhecedores acaba ameaçando conjuntos de saberes, que são transmitidos de geração em geração

Portanto, analisar a pandemia de COVID-19 entre os povos indígenas no Brasil como um “fato social total” requer uma abordagem que leve em consideração não apenas os aspectos de saúde, mas também os aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos. Essa abordagem holística é crucial para entender a complexidade e a interconexão dos desafios enfrentados por essas comunidades durante a pandemia.

Além disso, é fundamental considerar e respeitar as práticas culturais e as perspectivas das comunidades indígenas ao desenvolver estratégias de saúde, garantindo que as intervenções sejam culturalmente sensíveis e adequadas às necessidades específicas dessas populações.

Em reconhecimento a esses problemas, medidas tomadas:

  • Evitar que pessoas infectadas, incluindo assintomáticas, entrem nas aldeias, já que tanto indígenas quanto não indígenas circulam nas aldeias e seu entorno, ampliando a possibilidade de transmissão da doença, atuação feita FUNAI. povos.
  • Os povos indígenas já são prioritários na vacinação anual contra influenza. Foi solicitado antecipação do calendário vacinal;
  • Foi solicitado implementação de ações com foco em controle e combate da COVID –19.
  • Foi afirmado a necessidade grande articulação dos funcionários SASI-SUS, junto às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, a fim de garantir acesso à informação da situação epidemiológica e das ações que estão sendo realizadas em cada local.

O reconhecimento pelo Estado Brasileiro das necessidades de saúde desses povos levou a criação do Subsistema de Atenção à Saúde Indigena (SASI-SUS) que se torna responsável pela provisão de atenção primária em territórios indígenas, representando a linha de frente de prevenção e cuidado com os doentes e, que necessita ser fortalecido para ser eficaz e eficiente.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA (ABRASCO) & ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA (ABA). A Covid-19 e os povos indígenas: desafios e medidas para controle do seu avanço. Nota Técnica. Rio de Janeiro, 21 mar. 2020. Disponível em: . Acesso em: 27 out. 2023.

CARDOSO, A. M. A persistência das infecções respiratórias agudas como problema de Saúde Pública. Cadernos de Saúde Pública, 26(7): 1.270-1.271, 2010.

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Info Gripe. Monitoramento de casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag) notificados no Sivep Gripe. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2023.

Núcleo de Métodos Analíticos de Vigilância Epidemiológica do Programa de Computação

Científica, Fundação Oswaldo Cruz e Escola de Matemática Aplicada, Fundação Getúlio

Vargas; Grupo de Trabalho sobre Vulnerabilidade Sociodemográfica e Epidemiológica dos Povos Indígenas no Brasil à Pandemia de COVID-19. Risco de espalhamento da COVID-19 em populações indígenas: considerações preliminares sobre vulnerabilidade geográfica e sociodemográfica. 4o relatório – segunda edição.

https://gitlab.procc.fiocruz.br/mave/repo/-/blob/master/Relat%C3%B3rios%20t%C3%A9cnic

os%20-%20COVID-19/procc-emap-enspcovid-19-report4_20200506-indigenas.pdf(acessado em 12/11/2023).

Valente R. Os fuzis e as flechas: história de sangue e resistência indígena na ditadura. São Paulo: Companhia das Letras; 2017.

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A solitude da caminhada em época de covid, devaneios de uma empresária

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Pandemia e invisibilidade social: impacto Covid-19 nas populações de rua

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A situação da população em situação de rua durante a pandemia de COVID-19 no Brasil foi bastante desafiadora. A falta de moradia adequada e condições sanitárias adequadas tornou essa população mais vulnerável à transmissão do vírus. Muitas organizações e voluntários intensificaram esforços para fornecer abrigos temporários, alimentos e itens de higiene. A população de rua superou as 281 mil pessoas no Brasil em 2022. Isso representa um aumento de 38% desde 2019, após a pandemia de covid-19. Essa é a conclusão de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2019).

Apesar de alguns avanços, como a inclusão dessa população no Cadastro Único e o acesso aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) como o Consultório na Rua, ainda há desafios significativos. A falta de dados precisos impacta diretamente o planejamento de políticas públicas e pode perpetuar a invisibilidade social desse grupo.

Os números estimados da população em situação de rua em 2020 e 2021 são preocupantes, indicando um aumento significativo. A pesquisa destaca a importância de uma abordagem mais efetiva na contagem oficial, conforme previsto na Política Nacional para a População em Situação de Rua. A falta de informações precisas pode afetar a alocação adequada de recursos e serviços, como exemplificado pela dificuldade do Ministério da Saúde em fornecer vacinas contra a Covid-19 para essa população. ( PAULA & LAURA, 2018) Momentos como estes a preocupação com aqueles que só tem a rua como moradia vem como um vento forte no deserto: avassalador. Fazer políticas públicas para pessoas nessas condições sempre foi um assunto comentado e desafiador independente do olhar e do momento (HONORATO & SARAIVA, 2014).

A condição das pessoas em situação de rua é uma preocupação significativa, especialmente devido à sua vulnerabilidade a várias questões, incluindo infecções. Essas pessoas muitas vezes enfrentam condições precárias, falta de acesso a cuidados de saúde adequados e têm maior probabilidade de exposição a diversos riscos. Portanto, é crucial que haja consideração especial para atender às necessidades específicas dessa população, garantindo o acesso a serviços de saúde, abrigo e outros recursos essenciais. A abordagem holística e sensível às questões relacionadas aos direitos humanos é fundamental para lidar com os desafios enfrentados por pessoas em situação de rua.

                                                                                                                   Fonte: Pinterest.com

A presença de famílias inteiras nas ruas destaca a complexidade da situação e a necessidade de abordagens abrangentes que considerem as diferentes dimensões do problema. A coordenação de esforços entre organizações governamentais e não governamentais, além do apoio da sociedade, é fundamental para criar soluções eficazes e promover a inclusão dessas pessoas na sociedade.

Passados mais de 10 anos desde a publicação da Política Nacional para Pessoas em Situação de Rua (Decreto nº 7.053, 2009), a condição de precariedade social dessa população no Brasil tem se agravado, especialmente a partir de 2017, após a crise econômica e política que o país viveu e com o crescente desemprego, que tem forçado famílias a migrar de cidade em busca de trabalho, além de outros fatores que já os atingiam, como dependência química, conflitos familiares, entre outros. O desafio no Brasil continua sendo o momento da implementação das políticas públicas para essa população (Hino et al., 2018). O número fornecido de pessoas em situação de rua pelo último Censo Pop, realizado entre 2007 e 2008, foi de 31.922 adultos (PESQUISA NACIONAL, 2008).

                                                                                                                                    Fonte: Pinterest.com

O Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua é uma importante ocasião para refletir sobre os desafios enfrentados por esse grupo vulnerável e buscar soluções para melhorar suas condições de vida. O Massacre da Sé em 2004 é um triste lembrete da violência que muitas pessoas em situação de rua enfrentam.

A pandemia da Covid-19 agravou ainda mais a situação, trazendo novos desafios e alterando o perfil da população em situação de rua. É preocupante ver que trabalhadores que perderam empregos e casas devido à conjuntura atual agora compõem essa população. A necessidade de empregos e moradias é evidente, e iniciativas que abordem essas questões são cruciais para ajudar essas pessoas a reconstruir suas vidas.

REFERÊNCIAS

Honorato, B. E.; Saraiva, L. A. S., & Silva, E. R. (2017). A construção social da ordem e da subversão nos discursos da (e sobre a) população em situação de rua de Belo Horizonte. Revista Organizações em Contexto, 13(26), 339-383.

Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua (2008). (Sumário Executivo). Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Paula, M. D. S., & Laura, C. M. F. (2018, January). População em situação de rua: seus (des) encontros com a saúde, construção de visibilidades, protagonismo e possibilidades de garantia de direitos sociais. In Proceedings of 2018, Convención Internacional de Salud, Havana, Cuba. Recuperado de :http://www.convencionsalud2018.sld.cu/index.php/connvencionsalud/2018/paper/view/1805 /818»http://www.convencionsalud2018.sld.cu/index.php/connvencionsalud/2018/paper/view/ 1805/818

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Pandemia, dor, luto é justo? Quanto custo

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