E essa tal de IA?

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Será que a inteligência artificial vai substituir os psicólogos? A relação entre humanos e máquinas é antagônica?

É certo que hoje a evolução tecnológica está avançando de forma desenfreada. Carros altamente tecnológicos, celulares ultramodernos e até robôs sendo usados por médicos para realizar cirurgias delicadas são exemplos dessa transformação. Na psicologia, não é diferente; muitos acadêmicos e profissionais utilizam a tecnologia a seu favor e estão bem estruturados nesse aspecto.

Recentemente, a inteligência artificial evoluiu significativamente, sendo capaz de criar filmes, fotos, interagir com pessoas e desempenhar diversas outras funções. Alguns pessimistas preveem que essa tecnologia irá substituir os humanos, o que não parece tão distante, considerando o uso generalizado de máquinas e inteligência artificial em fábricas, fazendas e várias outras áreas, onde já estão substituindo o trabalho humano.

Existe um conceito chamado transumanismo, também conhecido como pós-humanismo, que propõe que a tecnologia substituirá os humanos aqui na Terra. Esse conceito busca a evolução humana ao superar suas falhas, erros e fraquezas, considerando robôs e inteligência artificial como um próximo estágio da evolução humana.

Com o avanço tecnológico, a própria humanidade está sendo deixada de lado, e as pessoas estão se tornando mais solitárias e deprimidas pela falta crescente de interação social. Os psicólogos frequentemente assumem o papel de proporcionar um espaço para conversas pessoais, algo cada vez mais raro nos dias atuais. Como menciona Paul R. em “Mindfulness e Psicoterapia” (página 65), “A atenção genuína dos outros é tão surpreendentemente rara que vale a pena pagar por ela na psicoterapia”.

Com isso, fica claro que, mesmo com o enorme avanço tecnológico, as relações humanas continuarão sendo essenciais. A alma humana depende de outra alma humana para evoluir e cultivar aquilo que nos torna humanos, como os sentimentos de amor, paz, alegria, entre outros, que a inteligência artificial não pode sentir, apenas simular por meio de um banco de dados.

Inevitavelmente, os humanos evoluíram em grupo, mas agora parecem estar seguindo o caminho oposto. Cada vez mais, as pessoas se sentem distantes umas das outras, o que causa solidão, ansiedade e depressão. É por isso, entre muitos outros motivos, que a popularidade dos psicólogos está em alta. A necessidade de pertencer a um grupo não pode ser substituída por tecnologias, pois a interação social traz inúmeros benefícios essenciais para o bem-estar humano.

“Socializar é bom para a mente e o corpo. O contato social não apenas diminui os sentimentos de solidão e evita a depressão e ansiedade, mas também é capaz de prevenir doenças, como demências e doenças cardiovasculares, além de mantém os níveis de estresse sob controle e melhorar a saúde mental.” (Tamara;2022).

As pessoas precisam umas das outras, necessitam socializar, e a ausência disso pode causar problemas muitas vezes irreversíveis. Muitas pessoas se sentem ignoradas e acabam buscando algum tipo de alívio para sua solidão nas redes sociais. Você já parou para se perguntar o que está realmente buscando na tela do seu celular? Cada vez que você rola um vídeo incessantemente, o que você está realmente procurando?

A intervenção psicológica neste contexto visa ressignificar ou até mesmo modificar essa solidão ou essa busca incessante por algo. Visa também iluminar o caminho para que o cliente possa questionar o que realmente está procurando e se aquilo que tanto busca está de fato naquele aparelho eletrônico em suas mãos.

Um aspecto extremamente importante e potencialmente devastador nos algoritmos e na inteligência artificial são os conteúdos personalizados. Eles tentam entregar automaticamente às pessoas o tipo de conteúdo que mais as interessa, o que pode ser benéfico em muitos casos. No entanto, o lado obscuro disso é que conteúdos prejudiciais para uma pessoa podem ser repetidos com a intenção de atender ao interesse dela.

Por exemplo, uma pessoa que está enfrentando depressão pode buscar vídeos ou músicas que inadvertidamente aumentam os sintomas da doença. Os algoritmos, então, começam a entregar mais desse tipo de conteúdo, criando um ciclo vicioso. Tudo o que a pessoa consome contribui para um estado emocional cada vez mais crítico.

Este fenômeno ilustra como os algoritmos podem inadvertidamente reforçar comportamentos prejudiciais, ao invés de ajudar a pessoa a encontrar recursos ou suporte que promovam sua saúde mental.

Com isso, a percepção de mundo dessa pessoa passa a ser dominada por conteúdos prejudiciais à sua vida, e quanto mais isso ocorre, mais ela se sente sem esperança. Isso ocorre devido à distorção de pensamento, onde o que a pessoa vê se transforma em crenças disfuncionais sobre si mesma e sobre o mundo.

Cabe ao psicólogo, então, ressignificar esses pensamentos distorcidos para que a pessoa possa ter uma visão mais realista do mundo. Para isso, podem ser utilizadas técnicas como o metacognição ou perguntas socráticas sobre esses pensamentos, investigando se são realmente verdadeiros ou apenas ficcionais, se têm base na realidade ou são distorções.

Isso evidencia que, mesmo com o avanço da inteligência artificial, enquanto houver seres humanos, a humanidade em si continuará sendo necessária. Este aspecto nunca poderá ser substituído por dados de um programa pré-definido. Apenas se as máquinas efetivamente substituírem os humanos é que a IA poderá substituir totalmente profissões como a dos psicólogos e outras.

Referências

VILAÇA, M. M.; DIAS, M. C. M.. Transumanismo e o futuro (pós-)humano. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 24, n. 2, p. 341–362, 2014.

GERMER, Christopher K.; SIEGEL, Ronald D.; FULTON, Paul R. Mindfulness e Psicoterapia. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

SOUZA; Tamara, Socialização: entenda a importância do contato social para a saúde mental, dasa, Disponível em:https://dasa.com.br/blog/saude/socializacao-para-a-saude/#:~:text=Socializar%20%C3%A9%20bom%20para%20a,e%20melhorar%20a%20sa%C3%BAde%20mental. Acesso em: 26/04/2024

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“Mindfulness e Psicoterapia”: autodescoberta, resiliência e equilíbrio psicológico

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A importância da atenção plena no processo terapêutico e no bem-estar psicológico dos indivíduos.

Como usar o mindfulness na clínica

Esse livro, aborda uma temática que está sendo bastante explorada nos dias de hoje, a atenção plena. É fácil perceber que a quantidade de informações hoje, estão tirando a atenção das pessoas sobre as coisas simples, e que essa distração traz inúmeras consequências desastrosas, como ansiedade, estresse entre outros, esse conjunto de autores trazem uma nova forma de enfrentar esses sintomas. Além disso, esse livro leva o leitor a uma nova visão com relação à clínica, pois ele tira um pouco do olhar para o cliente/paciente e volta o mesmo para o próprio terapeuta.

Ansiedade, depressão e estresse estão sendo bastante discutidos hoje, e muitas vezes as pessoas diagnosticadas, estão a procura de medicamentos a fim de sair dessas demandas. Mas… e se tivesse uma outra saída, uma solução menos invasiva? Uma das propostas deste livro se baseia nisso, em enfrentar a ansiedade e estresse com meditações e atenção momento a momento. “O mindfulness é uma habilidade que nos permite ser menos reativos ao que está acontecendo no momento”. (Pág.3)

Focar em sua respiração, no seu ambiente ao redor, e cada vez que seu pensamento insistir em tirar sua atenção, volte a concentrar se em sua respiração, é uma das técnicas do livro  que faz com que o leitor, se concentre no momento presente pois “ o sofrimento parece aumentar à medida que nos distanciamos do momento presente”. (Pág,4). Com isso é preciso segurar esses pensamentos para que eles não vagueiam levando toda a atenção daquele momento.

O livro entre muitas outras coisas relata que a nossa mente fica grande parte do tempo, ou no passado ou no futuro, e quase nada no presente, “ O que a mente está fazendo? A maior parte das vezes ela parece estar fazendo excursões no passado ou no futuro, tentando resolver problemas reais e imaginários”. (Pág.29).

Como já dito, o livro traz formas não muito convencionais de tratar o sofrimento,  e uma dessas formas é colocar na mente e desenvolver a perspectiva de que os pensamentos não são estáticos. Assim o mindfulness é um convite para nos permitirmos que os pensamentos, assim como os sentimentos, fluam. 

“Nenhum estado mental, por mais agradável que seja, pode ser mantido indefinidamente, nem experiências desagradáveis podem ser evitadas. Entretanto,  somos tão condicionados a evitar o desconforto e buscar o prazer que nossas vidas são coloridas por uma sensação de insatisfação, de alguma coisa faltando “(GERMER, p. 21, 2016).

O trecho anterior também desafia a narrativa prevalente de que a felicidade constante é a norma e que o sucesso elimina o sofrimento, ampliando assim a pressão sobre o sofrimento e cultivando um sentimento de culpa naqueles que não conseguem manter uma felicidade ininterrupta.

Uma das ideias discutidas é que “muitos dos nossos sofrimentos decorrem de distorções cognitivas” e que “manter crenças distorcidas centrais contribui para o sofrimento”. Nesse contexto, o terapeuta pode auxiliar o cliente a questionar tais pensamentos, avaliando sua validade. Esse processo revela que “aquilo que antes era considerado ‘realidade’ é, na verdade, uma construção mental, e nossa identificação com essa construção é o que gera o sofrimento

Uma outra proposta do autor é olhar para o psicológico, visando melhorar a sua experiência diante do cliente/paciente, porém essa experiência só poderá melhorar quando o psicólogo olhar para si mesmo,  como diz o próprio livro:

“(…) ‘cuidar dos outros requer cuidar de si’(…) Essa informação faz sentido na medida em que não podemos acolher completamente outro indivíduo imperfeito, quando rejeitamos a nós mesmos por imperfeições semelhantes.”

O livro leva a uma visão de alto compaixão, pois isso leva a melhor compreensão de si mesmo e por consequência a compreensão do outro, abrindo as portas para que, o que o paciente trazer seja recebido de braços abertos, mesmo que aquele assunto possa parecer fora dos padrões, ou não muito aceitáveis pela sociedade, pois o cliente está ali apenas a procura de uma escuta sem julgamentos.

A autocompaixão foca na bondade para si mesmo, poder admitir a sua humanidade e que o psicólogo irá inevitavelmente cometer erros e irá ter sofrimentos também, igual a todas as pessoas, “reconhecer a inevitabilidade do sofrimento pode nos conduzir pelo caminho da libertação emocional.”(Pág.110). 

O livro se mostra bem completo pois ao mesmo tempo em que ele traz essa visão para o psicólogo, ele também leva a pensar na relação terapêutica entre psicólogo e cliente, que se faz muito importante  no processo de melhora do paciente. 

O autor dá ênfase a atenção que é preciso ter durante uma sessão visando que aquele paciente está ali pois está um busca de alguém que possa ouvir suas dores, sem julgamentos, “A atenção genuína dos outros é tão surpreendente rara que até vale a pena pagar por ela na psicoterapia” (Pág. 65).

Juntamente a essa escuta qualificada vem também a compaixão pelo outro “A compaixão pelos outros, surge do insight de que ninguém está isento de sofrer e que todo mundo deseja ser livre de sofrimento”(Pág.69). Esse olhar para a compaixão, faz com que fique mais fácil estabelecer uma boa relação terapêutica, e essa é uma das principais bases para um bom atendimento para com o cliente.

Bem o livro como já dito é bem completo, ele traz várias visões sobre a psicologia e a prática do psicólogo, trazendo também técnicas de meditação, e de atuação clínica, é preciso ter paciência pois ele tem mais de 300 páginas, mas é um conteúdo bastante relevante tanto para um acadêmico quanto para psicólogos já atuantes.

Referência:

GERMER, Christopher K.; SIEGEL, Ronald D.; FULTON, Paul R. Mindfulness e Psicoterapia. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

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Perspectivas das práticas clínicas de um estagiário de Psicologia

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Uma visão de acadêmico sobre a clínica

Neste texto, quero compartilhar um pouco da minha experiência como acadêmico, algumas coisas que eu uso no meu dia a dia na clínica, pois queria que alguém tivesse me dado essas dicas. Portanto, este texto é destinado a acadêmicos em busca de algumas dicas referentes à prática neste curso de psicologia. Espero que gostem.

Eu sou Arthur, nasci em Palmas, acostumado com o calor, mas às vezes sinto falta de um ar-condicionado. Achava incrível como os psicólogos conversavam com as pessoas e ‘liam as mentes’ delas; meu sonho era fazer o que eu chamava de ‘três GIAS’, que envolve psicologia, teologia e pedagogia.

Bem, o primeiro escolhi porque achava curioso como os psicólogos conversavam com uma pessoa e encontravam a solução para os seus problemas. ‘Uau, posso ajudar as pessoas somente conversando com elas.’ Teologia sempre foi uma escolha minha, pois fui e sou ligado à igreja, e como pastor eu poderia ajudar com seus dilemas, e também palestrar, que é uma coisa que gosto bastante, e na última, como já disse, gosto de ensinar algumas coisas que eu sei, e acho que pedagogia seria uma boa oportunidade de passar para frente aquilo que aprendi.

Hoje estou no final do curso de psicologia, e sinceramente vou pensar duas ou três vezes antes de continuar os outros, ou pelo menos deixá-los um pouco mais para frente. Fiz o ensino médio na Ulbra, e agora, findando o ensino superior também na Ulbra.

Uma das matérias em que vejo os acadêmicos mais nervosos em relação ao atendimento é a avaliação. Eu também fiquei nervoso, mas sempre gosto de fazer contextualizações para meus clientes e uma dessas que gosto muito é falar que os testes são como se fosse um exame de sangue, que busca saber o que acontece onde nossos olhos não podem ver, e como não podemos fazer um exame de sangue dos nossos pensamentos fazemos esses testes. Se quiser, pode acrescentar que, como um exame de sangue, ele tem que ser refeito em determinado tempo, assim os testes também têm uma data de validação, e que esse resultado não é o ultimato.

Confesso que fui sempre receoso com relação a algumas coisas, principalmente atender uma pessoa sozinho; para mim era um desafio e tanto, mas com o passar do tempo fui me acostumando a atender, e claro que é um impacto, algo totalmente novo. Mas é só pensar que é uma novidade, tanto para você quanto para o paciente/cliente, e que é uma grande oportunidade de mostrar o que você aprendeu e colocar em prática essas coisas.

Na clínica, ao atender uma pessoa, uma das primeiras coisas que temos que focar é estabelecer uma boa relação terapêutica, e em uma relação é preciso abrir mão de algumas coisas e na clínica não é diferente, temos que abrir mão da necessidade de falar a todo momento, pois o silêncio também é terapêutico, é claro que tem que ter um ‘feeling’ de saber se aquele silêncio é bom ou não.

Como exemplo, imagina que uma pessoa falou uma coisa que contradiz ela mesma, e você, que já está com uma escuta atenta a essas contradições, usando as palavras da própria pessoa, expõe essa contradição, e com isso o cliente/paciente fica refletindo em silêncio. Quando perceber que ele está neste momento de reflexão, não tenha pressa em interromper, pois esse silêncio também ajuda.

Tem um conceito japonês que nos leva a isso, uma palavrinha de duas letras que tem bastante importância, esse conceito ou ideia se chama ‘MA’, ela faz referência a um espaço vazio de reflexão e pausa, e trazendo isso para a clínica, é um momento de pausa e um espaço para a cliente refletir sobre aquilo que está sendo proposto ou discutido, use com moderação.

Tem um livro que estou lendo agora e ele chama ‘Mindfulness e Psicoterapia’, e se você gosta de ler, eu recomendo. Tenha paciência, pois ele tem mais de 300 páginas, mas é uma experiência que vale a pena. Na página 90 deste livro, tem um parágrafo que me chamou muita atenção e gostei bastante; vou compartilhá-lo aqui com vocês:

“(…) ‘cuidar dos outros requer cuidar de si’(…) Essa informação faz sentido na medida em que não podemos acolher completamente outro indivíduo imperfeito, quando rejeitamos a nós mesmos por imperfeições semelhantes.”

Esse pequeno trecho faz referência a importância da autocompaixão, tanto nos atendimentos quanto na caminhada acadêmica, pois é nítido que nesse processo de aprendizagem, nós focamos mais no paciente do que em nós mesmos e esse livro, nos faz inverter essa visão, a fim de que aprendemos a cuidar de nós mesmos para depois cuidar dos outros.

   Fonte: https://pixabay.com/pt/images 

Uma coisa que vale a pena ressaltar é a respeito da atenção ao que o paciente fala, pois com o passar do tempo você pode repetir algumas falas do próprio paciente a fim de que ele reflita sobre aquilo, ou que tenha apenas uma confirmação de que o que ele falou, isso ajuda o cliente a se sentir mais acolhido, visto que o terapeuta está prestando atenção no que ele diz. 

Já que é um texto focado em dicas para acadêmicos, principalmente de psicologia, sugiro que participe do evento diálogos clínicos, nesse evento você pode ter uma visão mais clara das abordagens e de suas práticas, sim são muitas abordagens para escolher, mais esse evento já vai te dar uma ideia do que esperar de cada abordagem. Eu me descobri na análise do comportamento desde o primeiro dia de aula, mas vejo que quem tá chegando em ênfase ainda carrega essa dúvida de qual abordagem escolher, e esse evento poderá te ajudar.

Uma das principais bases de uma relação terapêutica é a escuta sem julgamentos, é só imaginar que aquela pessoa está vindo até você em busca de não ser julgada, pois não encontrou ninguém que a acolhesse. Uma coisa boa de se pensar é que essa pessoa está propensa a medos, pensamentos ruins, ela também ama, chora e tem suas dores, e essa forma de pensamento ajuda com a empatia do terapeuta para com o paciente.

Visando essa interação clínica, o terapeuta pode adotar algumas características corporais, como acenar com a cabeça, validando assim o que o paciente fala, mais cuidado tenha muita atenção para não validar aquilo que não é pra validar, em um momento de descontração do cliente, o psicólogo pode ficar moderadamente descontraído também. 

Um dia um professor falou para a sala “ que a menor distância entre duas pessoas é o bom humor” acho que vale a pena levar isso para a clínica Também, pois um dia eu estava atendendo uma criança, na verdade ele tinha 14 anos, adolescente já, e falou que era mais aberto comigo pois eu era engraçado, e que ele já fora atendido por outro psicólogo que era mais sério e por isso ele ficava “só na minha calado no meu canto” (SIC). 

As vezes queremos ser muito profissionais, talvez pelas burocracias dos locais onde estamos, ou apenas para parecer mais experiente, mas esquecemos que esse “profissionalismo” toda faz nos distanciarmos daquela pessoa que está ali sendo atendida, às vezes isso pode até trazer um desconforto para aqueles pacientes/cliente que são mais humildes, pode nos levar a um caminho totalmente diferente do que precisamos para uma boa relação terapêutica com o paciente. 

Precisamos que essa superioridade posta a nós pelos próprios clientes seja quebrada, para que tenha uma convivência mais linear, dando assim mais abertura para a pessoa poder falar de igual para igual. Se for necessário pode contar até uma experiência que você teve parecida, para mostrar que você também é humano e comete erros, isso ajuda a ter uma visão mais horizontal de cliente para com psicólogo.

Um dia fui atender uma pessoa, já era adulta, e ela disse que estava desconfortável de ser atendida por uma psicóloga que só andava muito bem arrumada, com brincos e roupas chiques, e isso afastou a cliente da psicóloga, “ eu me sentia muito rebaixada quando eu estava com ela” SIC.

Enfim, lembre-se sempre de que não adianta você saber aplicar testes, nem ter todos os métodos de atendimento, se você não criar vínculo terapêutico com aquela pessoa, (acho que já ouvi isso em algum lugar, será que foi Freud ou Jung?). Aaa! Sim lembrei: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana” CARL JUNG. 

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Impacto psicológico do uso de mídias sociais: Desafios para a atuação da psicologia

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Algumas reflexões sobre a sobrecarga informacional, desinformação  e os efeitos psicológicos na sociedade contemporânea

As tecnologias nos ajudam ou nos atrapalham?

É evidente que vivemos em um mundo drasticamente diferente do que há 10 ou 15 anos. A quantidade de informações disponíveis é impressionante: telefones, tablets, computadores e assistentes virtuais nos mantêm conectados quase o tempo todo. Estamos constantemente expostos a notícias sobre política, desastres naturais, epidemias e crises econômicas em todo o mundo, criando um ambiente propício para a ansiedade, o estresse e diversos outros transtornos. As ferramentas que utilizamos para nos informar contém algoritmos projetados especificamente para manter nossa atenção na tela e nos fornecer conteúdos que reforçam nossas opiniões preexistentes, limitando nossa abertura para descobrir novos horizontes, novas perspectivas, novas experiências e pessoas novas.

Com frequência, o que vemos nas redes sociais ou nos noticiários é projetado para causar um impacto negativo em nós. Esses sentimentos negativos tendem a gerar mais visualizações e comentários do que conteúdos relacionados ao bem-estar e à felicidade, devido à tendência natural do nosso cérebro de prestar mais atenção a contextos negativos. Estes dois fenômenos são conhecidos, respectivamente, como o viés de disponibilidade e o viés da negatividade.

As tecnologias, por um lado, proporcionam uma ajuda significativa às pessoas em diversas áreas, como localização, mobilidade, compreensão e acesso à informação. No entanto, essa mesma tecnologia possui uma dualidade, trazendo prejuízos à saúde mental humana e dificultando a redução dos sintomas de certos transtornos. Um grande desafio é o autodiagnóstico, pois as redes sociais transmitem informações sobre os sinais de determinado transtorno de maneira que muitas pessoas acabam se identificando erroneamente.

Os psicólogos precisarão realizar uma psicoeducação abrangente sobre diagnósticos precipitados, os quais carecem de embasamento científico e de testes adequados de avaliação psicológica. Antes de tudo, é essencial que a pessoa consulte um profissional qualificado e bem informado sobre o assunto, que possua embasamento teórico sólido e capacidade para confirmar se o transtorno está presente ou não.

Muitas informações disponíveis em sites abordam apenas sintomas genéricos associados a determinadas patologias, ignorando por completo o histórico individual da pessoa. Entende-se que o histórico pessoal e cultural desempenham um papel crucial em um diagnóstico consistente, pois influenciam diretamente o estado de saúde mental no momento presente. Portanto, um autodiagnóstico apenas complicaria a situação em que a pessoa se encontra.

Este tema abre espaço para uma discussão extensa, porém, é importante destacar a influência dos algoritmos no pensamento e na percepção do mundo pelas pessoas. Os algoritmos têm a tendência de direcionar os usuários para conteúdos personalizados, baseados em seus perfis de navegação.

Isso se torna problemático, pois mantém o usuário preso a um único estilo de conteúdo, limitando sua exposição a novos conhecimentos. Do ponto de vista psicológico, isso pode ser especialmente preocupante. Por exemplo, uma pessoa que consome conteúdo violento será constantemente bombardeada por esse tipo de material.

Quando consideramos os diferentes transtornos mentais, a situação se torna ainda mais séria. Uma pessoa com sintomas de depressão pode consumir conteúdo que agrava esses sintomas, e o algoritmo pode aprofundar ainda mais essa imersão em um “mundo depressivo”, no qual a esperança parece cada vez mais distante, já que tudo que é consumido está relacionado a aspectos negativos.

As redes sociais oferecem uma fuga da realidade, o que pode levar as pessoas a evitar enfrentar seus problemas diretamente. Esse comportamento tem um impacto negativo nas técnicas de enfrentamento propostas pela psicologia, tornando desafiador tratar transtornos. À medida que as pessoas evitam confrontar seus sintomas e questões emocionais, esses problemas tendem a se agravar, criando uma espécie de ciclo vicioso.

                                                                                       Fonte:https://pixabay.com/pt/images

Além disso, uma das grandes dificuldades da psicologia nesse contexto é fazer com que esse indivíduo bombardeado pelas mesmas coisas dia e noite, tenha novas visões de mundo, pois essa “bolha” em que a pessoa se insere, é um campo fértil para preconceitos e discriminações.  

Por tanto um dos maiores desafios na psicologia, é ir contra esses efeitos negativos da tecnologia ao mesmo tempo que ela  corre sem freio, avançando cada vez mais, no rumo de estar totalmente presente na vida e no cotidiano das pessoas, que estão cada vez mais próximas da tecnologia sendo quase que impossível separar uma da outra. 

Referências

MEIO & MENSAGEM. Algoritmo de recomendação. Disponível em: https://www.meioemensagem.com.br/proxxima/pxx-noticias/algoritmo-de-recomendacao. Acesso em:  1 de março de 2024.

 

PORTAL TELEMEDICINA. Autodiagnóstico. Disponível em: https://portaltelemedicina.com.br/autodiagnostico. Acesso em: 1 de março de 2024.

 

PERSONARE. Uso excessivo de internet simboliza fuga da realidade. Disponível em: https://www.personare.com.br/conteudo/uso-excessivo-de-internet-simboliza-fuga-da-realidade-m3519. Acesso em: 4 de março de 2024.

 

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Mayara Formiga: Boa alimentação e exercícios físicos para combater a ansiedade

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Mayara formiga é psicóloga há mais de 10 anos, formada na faculdade Anhanguera de Anápolis GO, pós-graduada em psicologia organizacional, coaching, pós-graduada em psicopedagogia, fez pós-graduação em gerontologia, nesse momento está terminando uma especialização em neuropsicologia. Atualmente faz atendimento com crianças, adolescentes, adultos e idosos. Também atende em domicílio realizando cuidados paliativos para idosos.

Essa entrevista com a psicóloga Mayara é focada na ansiedade, visando que, hoje em dia, as pessoas estão muito ansiosas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país em que há um dos maiores níveis de ansiedade do mundo, devido ao alto nível de preocupação das pessoas, altos índices de desemprego, a não existência de educação relacionada à saúde mental, saúde pública fragilizada, a pandemia que isolou as pessoas, o medo em meio a essa pandemia, as grandes exigências das empresas e fábricas que prejudicam muito os funcionários com as altas metas, excesso de tarefas, o ritmo das cidades grandes, entre outros são os motivos para o Brasil ocupa essa posição.

A ansiedade diferente do que muitos pensam não é um exagero mas sim um transtorno que vai se agravando gradualmente e que a pessoa precisa muito de apoio e também é necessária a ajuda de um profissional. Referente a isso é possível constatar que esse assunto é de bastante relevância na atualidade.

(En)Cena: Hoje em dia se fala muito de ansiedade, mas o que seria a ansiedade em si?

Mayara: A ansiedade em si, é uma reação natural do corpo relacionada ao medo e a preocupação. Ela se torna uma patologia a partir do momento que se torna um excesso e passa a atrapalhar as atividades de rotina podendo desencadear um transtorno.

(En)Cena: Como que a ansiedade se torna maligna?

Mayara: A partir do momento em que a ansiedade é considerada como patológica. Quando é exagerada e desproporcional em relação ao estímulo, desencadeando sofrimento emocional e comprometendo negativamente a qualidade de vida, e o desempenho diário da pessoa. Sendo assim ela se torna perigosa.

(En)Cena: A partir de quando ela se torna maligna, como podemos combatê-la?

Mayara: Não é uma forma definitiva para combater a ansiedade, pois a partir do momento em que ela é considerada como um transtorno, ela se torna para alguns uma batalha diária, ela pode ser controlada e reduzida com meditação, sono de qualidade, uma pausa para cuidar de si, boa alimentação, exercícios físicos, redução de cafeína e açúcares, terapia e medicações.

(En)Cena: Como podemos prevenir essa ansiedade sendo que temos tantos estímulos para a mesma?

Mayara: Podemos prevenir a ansiedade como descrito na pergunta anterior, praticando exercícios físicos, alimentação e sono de qualidade, evitar se isolar, concentrar na respiração, ficar longe das redes sociais, se afastar de notícias negativas.

(En)Cena: Quais os tipos de ansiedade?

Mayara: São definidos como os transtornos:

  • Transtorno do pânico.
  • Agorafobia.
  • Fobias específicas.
  • transtorno de ansiedade social ou fobia social.
  • Transtorno de ansiedade generalizada.
  • Transtorno de ansiedade de separação.

(En)Cena: Existem medicamentos para essa ansiedade?

Mayara: Sim, os quais só podem ser prescritos por um psiquiatra, dentre eles os mais conhecidos são: Alprazolam, Diazepam, Buspirona, Lorazepam.

(En)Cena: Qual dica você pode dar para as pessoas quando começam a sentir ansiedade? O que pode-se fazer quando começar a sentir os sintomas da ansiedade?

Mayara: A dica que sempre costumo dar é que faça exercícios de respiração, pois no momento de uma crise o maior aliado é a respiração, aos poucos ela vai oxigenar a mente e fazê-la menos agitada. Procure sempre fazer esses exercícios para se sentir melhor.

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O Mundo de Sofia: um romance envolvendo a história da filosofia

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Com 600 páginas, este livro é uma obra extensa, mas também envolvente. Em poucas semanas, você se vê imerso em uma aula de filosofia, direitos e pensamentos humanos, entrelaçada com uma história misteriosa que te cativa e te deixa curioso pelo desfecho. No meio do livro, há uma reviravolta surpreendente, que te desafia a compreender o contexto em que o livro te coloca.

(Alerta de spoiler)

Sofia uma garota que está prestes a completar 15 anos, começa a receber cartas de um homem misterioso, e logo descobre que ele é um professor de filosofia, que a “pega pela mão” e a leva desde os princípios da filosofia, como Sócrates e Platão, até os filósofos da atualidade, e essa caminhada vem recheada de mistérios, e ainda entra uma outra personagem que se chama Hilde, e Sofia incessantemente tenta descobrir que é essa tal de Hilde, e o que ela tem a ver com as cartas, que receberá, essas cartas são divididas em dois grupos, um é do professor de filosofia e o outro vem de outro personagem desconhecido por Sofia, o mesmo aparenta ser o pai de Hilde. E nessa confusão de personagem que a história vai se completando e se encaixando, observe que agora temos quatro personagens relevantes para a história que são: Sofia e Hilde, o professor de filosofia é o pai de Hilde.

Sofia é uma menina curiosa e inteligente, que segue as pistas que encontra pelo caminho e aprende filosofia com seu misterioso professor. Ele se chama Alberto e, depois de se comunicar com Sofia em segredo, passa a encontrá-la pessoalmente. Juntos, eles se questionam sobre a identidade de Hilde e seu pai, que parecem estar por trás de tudo. (Spoile alert)

No final eles descobrem que são “apenas”, personagem de um livro que o pai de Hilde escreve para sua filha, a daí a história muda para a perspectivava de Hilde, que ganha o livro de seu pai que chama o mundo de Sofia, (amo ver o título do livro inserido na história), e com essa descoberta, Sofia e o professor de filosofia tentam fugir desse livro.

O livro por si só nos leva a refletir sobre várias coisas, como ver as coisas através de um outro ponto de vista como diz nesse trecho: “Talvez a verdade seja uma questão de ponto de vista e a mentira um ser mutável que igual à larva da borboleta com o tempo torna-se aceitável, ficando a critério de cada um escolher a sua verdade…”

Cada um vê o mundo de uma maneira diferente: “Tudo depende do tipo de lente que você utiliza para ver as coisas.”

O livro nos leva também a refletir sobre o valou da vida dependendo da morte para torná-la bonita: “Só quando sentiu intensamente que um dia ela desapareceria, é que pôde entender exatamente o quanto a vida era infinitamente valiosa. E quanto maior e mais clara era uma face da moeda, tanto maior e mais clara se tornava a outra. Vida e morte eram os dois lados de uma mesma coisa.”

Uma parte que vale ressaltar é que Sofia em meio da história tenta enfatizar as mulheres que fizeram parte da filosofia, algumas delas são Olímpia de Gouges( uma das pioneiras do feminismo no mundo) e Hildegar Von Bingen(polímata, escritora, compositora, filósofa), mostrando que a história não foi feita unicamente por homens, mas por mulheres que também que contribuíram e contribuem para a história até hoje, e são de grandíssima importância para os direitos que vemos hoje em dia, tanto pra homens quanto para mulheres. Entrelaçando com a filosofia, Sofia significa sabedoria, também o significado se refere ao lado feminino de Deus

Em conclusão, vale muito a pena ler o livro, é um livro de grande aprendizado e conhecimento histórico, que traz em si uma história envolvente, então não tenha medo das 600 páginas, pois ao final do livro vai querer que ele tivesse ainda mais páginas(pelo menos foi essa minha impressão), e tem o filme também que se baseia no livro, mais cai entre nós, não recomendo, o livro é muito melhor.

Referências:

Livro o mundo de Sofia. Indica livros. Disponível em: https://indicalivros.com/livros/o-mundo-de-sofia-jostein-gaarder. Acesso em: 17/10/2023.

AIDAR, Laura. O Mundo de Sofia: resumo e interpretação do livro. Cultura Genial. Disponível em: https://www.culturagenial.com/livro-o-mundo-de-sofia/. Acesso em: 17/10/2023.

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Olympia de Guedes: uma das pioneiras no movimento feminista

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Por Arthur Gabriel Franca Sarmento (Acadêmico de Psicologia) 

O iluminismo foi um movimento político filosófico e intelectual, onde a razão que estava em foco naquele momento, e a ideia de que a igreja que era o centro de tudo estava para cair por terra, pois os iluministas defendiam a razão acima da fé, porque acreditavam que o uso da razão poderia explicar os fenômenos da natureza e guiar a humanidade para o progresso e a liberdade. Eles criticavam a influência da Igreja e do cristianismo, que impunham dogmas e limitavam o conhecimento científico.

Em oposição ao Mercantilismo praticado durante o Antigo Regime, os iluministas afirmavam que o Estado deveria praticar o liberalismo. Ao invés do estado interferir na economia, o estado deveria deixar que o mercado a guiasse, levando em consideração as demandas de oferta e procura, e sem a imposição de barreiras tarifárias ou não tarifárias, como impostos, quotas, subsídios. O objetivo do livre comércio era estimular o comércio internacional, aumentando a competitividade, reduzindo os custos e ampliando as opções de consumo. Favorecendo o desenvolvimento econômico, a cooperação e a paz entre os países.

 Além disso, eles afirmavam que o poder do rei deveria ser limitado por intermédio de uma constituição. Esse movimento trouxe consigo uma nova visão politica, econômica, e sociais, tendo como lema liberdade, igualdade e fraternidade, e foi nesse contexto que surgiu a tripartição do poder, sendo eles o legislativo o executivo e o judiciário.

Nesse período lutava-se muito pelos direitos dos indivíduos, essa luta era regida pelos denominados filósofos do iluminismo, entre eles estão Rosseau e Montesquieu, que influenciaram a população através de seus pensamentos contra o absolutismo, que seria todo o poder concentrado em cima de uma única pessoa, não dando nenhum direito de escolha para a sociedade, foi assim que em 1789 criaram a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, estabelecida pela Assembleia Nacional Constituinte da França, essa declaração estabelece os princípios fundamentais de liberdade, igualdade e fraternidade, baseados nos direitos naturais e universais dos seres humanos. Ela também reconhece a soberania da nação, a separação dos poderes e o direito à resistência à opressão.

Com todo esse movimento surgiu uma mulher chamada Marie Gouze, que foi uma escritora e ativista francesa que usou o pseudônimo de Olympe de Gouges. Ela nasceu em 1748 em Montauban, no sudoeste da França, em uma família de classe média, se casou aos 17 anos com Louis Aubry, mas ficou viúva logo depois e se mudou para Paris com seu filho Pierre. Lá, ela se envolveu com a cena literária e política, escrevendo peças de teatro, ensaios e panfletos sobre temas como a abolição da escravidão, o divórcio, os direitos das mulheres e a democracia, ela foi responsável por criar “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, que por sua vez reconhecia as mulheres como seres livres, racionais e morais, que tinham os mesmos direitos naturais, dos homens. Ela também defendeu o direito das mulheres ao voto, à propriedade, à educação, ao divórcio, à abolição da escravidão e à resistência à opressão. Ela enviou sua declaração à rainha Maria Antonieta, mas não obteve nenhuma resposta. Sua declaração foi rejeitada pela Convenção Nacional, e permaneceu assim por muito tempo, apenas no século XX foi vista como um marco do feminismo e dos direitos humanos. Foi perseguida, julgada e guilhotinada em 1793, por suas “ideias radicais”. Sua vida, com certeza, foi um marco na história tendo por consequência os direitos que seguimos até hoje, sendo também um símbolo pioneiro do feminismo no mundo.

A seguir uma parte de sua declaração:

 “Preâmbulo As mães, as filhas, as irmãs, representantes da nação, reivindicam constituírem-se em Assembleia Nacional. Considerando que a ignorância, o esquecimento ou o menosprezo dos direitos da mulher são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção no governo, resolveram expor, em uma declaração solene, os direitos naturais inalienáveis e sagrados da mulher. Assim, que esta declaração, constantemente presente a todos os membros do corpo social, lhes lembre sem cessar os seus direitos e os seus deveres; que, sendo mais respeitados, os atos do poder das mulheres e os atos do poder dos homens possam ser a cada instante comparados com o objetivo de toda instituição política; e que as reivindicações das cidadãs, fundamentadas doravante em princípios simples e incontestáveis, sempre respeitem a constituição, os bons costumes e a felicidade de todos.”

                                                                                          Fonte: nuevamujer.com

Referências:

Diana Rocha. Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, de Olympia Gurdes. seer.ufrgs. Publicado em 2020/06/30. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/translatio/article/view/104834. Acessado em: 18/10/2023.

Declaração dos direitos da mulher e da cidadã – 1791 Olympe de Gouges. historia.seed. Disponível em: www.historia.seed.pr.gov.br/arquivos/File/fontes%20historicas/declaracao_direitos_mulher_cidada.pdf. Acesso em: 18/10/2023.

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Rei do show: $84 milhões contra o preconceito e o racismo

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Vocês já ouviram uma música chamada Rewrite the stars, e uma chamada This is me? Essa é uma das músicas mais icônicas e inesquecíveis que já escutei, elas pertencem a um filme, do gênero musical, que é um grito de $84 milhões contra o preconceito e o racismo. Se você não conhece, corre para conhecer que você não vai se arrepender.

Só para começar, a música “This Is Me” ganhou o prêmio de “Melhor Canção Original em Filme” no 75º Golden Globe Awards. Ela também foi indicada para “Melhor Canção Original” no 90º Academy Awards, mas perdeu para “Remember Me”. Além disso, foi indicada para o Grammy Award de Melhor Canção Escrita para Mídia Visual na 61ª edição do Grammy Awards.

A trama se passa no século XIX e é inspirada na vida de P.T. Barnum, considerado um dos pais do circo moderno. Barnum era um sonhador de origem humilde que, desde a infância, sonhava com um mundo mágico. Ele desafiou as convenções sociais ao se casar com a filha do patrão de seu pai e abriu um museu de curiosidades. Após falir em seu empreendimento, resolveu criar um grande e curioso show com as mais diversas pessoas, e a partir daí começa a sua aventura.

(Alerta de spoiler) Barmun inicia sua procura por pessoas diferenciadas, em diversos lugares, e vai criando esse maravilhoso show, em meio a muita música, encontra um sócio o qual o ajuda com esse novo sonho, e cada pessoa que ele encontra é uma baita de uma surpresa, cada um com suas características diferentes, e talentos singulares.

Dentre os diversos “mini” dramas que se desdobram ao longo do filme, um que realmente me empolgou foi a relação entre Anne e Phillip. Phillip, um jovem branco, desafia todas as expectativas familiares ao se apaixonar por uma mulher negra. É muito bom acompanhar os altos e baixos desse relacionamento. Uma das canções mais belas do filme, “Rewrite the Stars”, é apresentada justamente nessa parte da trama. Traduzi uma parte dela aqui em baixo, para terem uma ideia.

“Você que decide, e eu que decido

Ninguém pode dizer o que nós podemos ser

Então, por que não reescrevemos as estrelas?

E talvez o mundo possa ser nosso hoje à noite”

 Lettie Lutz é outra personagem de grande importância no filme. Ela assume a liderança do grupo, quando o mesmo se encontra em uma situação extremamente desconfortável. Barnum, ao que parece, sente vergonha deles e os impede de entrar em uma festa de gala. E é nessa parte que aparece a música This is me, aquela que também já mencionada, e que ganhou o prêmio de melhor canção original em filme.

“Quando as palavras mais afiadas quiserem me cortar

Eu vou enviar um dilúvio, vou afogá-las

Eu sou corajosa, eu tenho feridas

Eu sou quem eu deveria ser, essa sou eu

Cuidado, porque aí vou eu

E estou marchando na minha própria batida

Não tenho medo de ser vista

Eu não peço desculpas, essa sou eu”

                                                                                                                              Fonte: adorocinema.com

Uma das mais simbólicas músicas do filme: This is me

O filme tem muitos assuntos a abordar, um dos temas principais é aceitação do próximo e a luta contra o preconceito, o empoderamento, e busca de seus sonhos, o musical, é uma obra de arte na fotografia e nas próprias músicas, é emocionante, e ainda existem inúmeras tramas vale a pena conhecer.

Referências:

O rei do show, Adoro cinema, [S.D.]. Disponível em: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-170828/. Acesso em: 02 de outubro de 2023;

O Rei do Show,moviescrit.blogspot,2017. Disponível em: moviescrit.blogspot.com/2017/12/o-rei-do-show.html. Acesso em: 02 de outubro de 2023.

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Relações amorosas no TEA

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Sim, pelo contrário do que muitos pensam pessoas autistas podem sim ter relações com outras pessoas

O autismo é um tema que traz muita curiosidade e interesse, mas também muitas dúvidas, como: O que é o autismo? Quais são as suas causas? Se essa pessoa pode se relacionar ou não? Essas são algumas das perguntas relacionadas às pessoas com TEA.

O autismo, ou transtorno do espectro do autismo (TEA), indica uma dificuldade que afeta as áreas da comunicação, socialização e do comportamento. As pessoas com autismo podem apresentar dificuldades para se expressar verbalmente e não verbalmente, para interagir com outras pessoas, para compreender regras sociais e para lidar com mudanças. Além disso, elas podem ter interesses por determinados assuntos ou atividades, e realizar movimentos repetitivos com o corpo ou objetos.

Não se sabe ainda as causas, mas acredita-se que exista uma forte influência genética, além de possíveis fatores ambientais que podem interferir no desenvolvimento cerebral, como uma má gestação, vícios como tabaco também podem influenciar. O autismo não tem cura, mas pode ser tratado com intervenções adequadas que visam melhorar a qualidade de vida das pessoas com essa condição e de suas famílias.

A palavra espectro autista indica que cada um é único, em sua forma de agir pensar, de interagir com as pessoas e a realidade a sua volta, por isso, é muito importante tratar cada um de uma maneira exclusiva, não generalizando seus comportamentos e sentimentos, pois cada um vê o mundo de maneiras diferentes.

 

Fonte:https://pixabay.com/

A palavra espectro autista indica que cada um é único, em sua forma de agir, pensar, de interagir com as pessoas(…).

Com isso podemos dizer que sim, a pessoa com espectro autista pode sim se relacionar com outras pessoas, tendo em vista que muitos autistas leves são diagnosticados muito posteriormente às vezes sendo confundida com uma pessoa tímida que não gosta de interagir.

O parceiro ou parceira de um(a) TEA tem que estar atento quanto a respeito as suas limitações, como a questão de se expressar sentimentalmente, às vezes pode ter uma dificuldade, mas também pode não ter, podem ter problemas para interpretar os sinais como gestos, expressões faciais os quais são importantes para um relacionamento. Além disso, eles podem ter preferências sensoriais diferentes, como gostar ou não de toques, abraços e beijos, o que pode afetar a forma como demonstram carinho e afeto.

Porém, os autistas possuem qualidades que podem ajudar nos relacionamentos os relacionamentos, como honestidade, lealdade, criatividade e sensibilidade. Eles também podem aprender a desenvolver habilidades sociais e emocionais com o apoio de profissionais, familiares e amigos.

 

Fonte:https://pixabay.com/

O amor é universal, e une perfeitamente todas as coisas.

Uma boa experiência para as pessoas conhecerem mais sobre esse assunto, é assistir um reality show que passa na Netflix, que tem o nome de “amor no espectro”, o que conta a história de casais autistas que procuram sua “alma gêmea”, e fala dos desafios mas também os prazeres dos casais, vale muito a pena conhecer.

Assim o autista sim pode ter seus  relacionamentos, o importante é que haja cooperação de ambas as partes. Cada um tem o seu jeitinho de amar e ser amado, a final o amor é para todos.

 

Referências Bibliográficas:

RELACIONAMENTOS AMOROSOS ENTRE PESSOAS TEA. Autismo e Realidade, 2023. Disponível em: <https://autismoerealidade.org.br/2023/06/12/relacionamentos-amorosos-entre-pessoas-com-tea/>. Acesso em: 29, agosto e 2023;

VARELLA, Dráuzio. POSSIVEIS CAUSAS DO AUTISMO. Uol.com.br, 2014. Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/possiveis-causas-do-autismo-artigo/#:~:text=A%20explica%C3%A7%C3%A3o%20mais%20aceita%20para,que%20trafegam%20entre%20os%20neur%C3%B4nios.>. Acesso em: 29, agosto e 2023.

 

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