“Efêmero & Incerto” – Educação em transformação no século XXI

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José Lauro Martins apresenta uma abordagem inovadora, desafiando conceitos tradicionais e propondo mudanças essenciais para atender às demandas da educação contemporânea

O livro “Efêmero & Incerto” é uma obra escrita por José Lauro Martins, da Editora Atena, que oferece uma visão sobre a educação com o intuito de validar as mudanças necessárias. A educação tradicional não corresponde às demandas da modernidade, tampouco aos anseios da juventude contemporânea. Neste livro, é possível encontrar argumentos que abordam um novo modo de conduzir a educação no século XXI, considerando a necessidade de transformações para se adequar aos novos tempos.

O termo “efêmero” significa passageiro, temporário e transitório, enquanto “incerto” remete a variável e inconstante. Dessa forma, no título do livro, o autor faz uma alusão à educação, convidando-nos a refletir sobre a transformação, indicando um novo período para o campo educacional.

O livro está dividido em dez capítulos, sendo que os capítulos abordados serão o capítulo 4 – “Para que serve a escola?” e o capítulo 5 – “Ensino Híbrido: O que há de novo”. Essas seções conduzem os leitores à necessidade de inovação, começando pelo planejamento pedagógico, e proporcionam uma reflexão sobre o ensino híbrido, destacando sua potencialidade para transformar e inovar a educação. O autor argumenta que a inovação vai além de simplesmente colocar atividades em ambientes virtuais e usar vídeos nas aulas.

No início do capítulo 4, o autor aborda a utilidade da escola, destacando que ela é uma comunidade dinâmica de pessoas com relacionamentos, biografias e sensibilidades únicas. Cada escola possui sua singularidade e está conectada ao mundo ao seu redor, sendo um lugar onde se preocupa com o presente para a formação do futuro. Isso ocorre devido ao investimento no contexto educacional, que não é realizado apenas pelo Estado, mas também pelos milhões de brasileiros que compõem esse cenário. Portanto, a educação não é um fenômeno isolado, mas sim complexo e sistêmico. Em resposta à pergunta do capítulo sobre a utilidade da escola, o autor enfatiza que o que importa não é a utilidade, mas sim a responsabilidade de todos nós. Todos no presente necessitam da escola e contribuirão para o futuro daqueles que estudam lá.

O autor reflete sobre a ideia de que a escola deveria ser atemporal, uma vez que deveria testemunhar o futuro, independentemente do momento em que está inserida, afinal, ela é uma parte integrante do futuro de todos. A escola foi estabelecida pela sociedade com o propósito de desempenhar seu papel de ensinar, no entanto, ensinar no sentido tradicional não garante a efetiva aprendizagem. A verdadeira preocupação com o processo de aprendizagem de cada aprendiz é o que transforma um professor em um educador. Em outras palavras, independentemente do conteúdo que o professor ministra, o que realmente importa são suas competências didáticas e o quanto ele se importa com o progresso de cada um de seus alunos ou aprendizes.

                                                                                                                 Fonte: https://br.freepik.com/fotos

O autor propõe aos educadores uma reflexão sobre o planejamento do conteúdo de ensino, destacando a importância de não apenas considerar o tempo dedicado ao ensino, mas também reconhecer o tempo efetivo de aprendizagem para cada tópico do currículo. Ele ressalta a necessidade de incluir períodos de ociosidade para a vida familiar e social, indo além das restrições temporais, uma vez que o tempo de ensino não corresponde diretamente ao tempo de aprendizagem.

O texto alerta para a armadilha de associar a inovação pedagógica apenas à introdução de equipamentos digitais, enfatizando que a mera digitalização do conteúdo existente não constitui inovação. Muitas vezes, essa abordagem resulta na continuidade de métodos tradicionais de ensino, sem alterações significativas no currículo ou na prática dos professores.

O autor destaca a importância do planejamento pedagógico como ponto de partida para a inovação, permitindo a identificação de necessidades e possibilidades de mudança na educação. Ele critica a visão simplista de adotar o ensino híbrido como uma fórmula pronta, evidenciando que a implementação bem-sucedida requer mais do que simples investimentos em tecnologia. O texto aponta que a verdadeira inovação requer uma abordagem mais holística, superando a dicotomia entre ensino presencial e à distância.

O capítulo 5 do texto aborda a tentativa de inovar o currículo tradicional por meio do ensino híbrido, destacando o papel muitas vezes solitário do professor na definição, preparação, ministração e avaliação do conteúdo. O autor argumenta que, embora algumas formas de apresentação do conteúdo e acompanhamento dos alunos estejam sendo experimentadas, isso ainda não é suficiente, especialmente em sistemas educacionais públicos que enfrentam atrasos administrativos.

O texto enfatiza que a verdadeira inovação educacional vai além de projetos isolados ou experimentais. O autor desafia a noção de que investimentos em tecnologia são a única solução para a implementação bem-sucedida do ensino híbrido, sublinhando a necessidade de uma gestão curricular eficaz e uma abordagem organizacional contemporânea. Ele destaca que a qualidade da educação não está intrinsecamente ligada a plataformas digitais ou aulas presenciais, mas sim à capacidade de estruturar o currículo de maneira criativa, mantendo o foco no conhecimento e na responsabilidade para evitar insatisfação e insegurança. Em última análise, o texto enfatiza que o nome dado à organização curricular é menos relevante do que a prática pedagógica efetiva.

Referências

 MARTINS, José Lauro. Efêmero e incerto: o futuro já chegou / José Lauro Martins. – Ponta Grossa – PR: Atena, 2022.

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O Último Vagão

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No mês em comemoração ao Dia do Professor, uma ótima opção para refletir sobre o poder transformador da educação.

Lançado em 2023, o filme “O Último Vagão”, do diretor Ernesto Contreras, é uma produção mexicana que emociona com a história da professora Georgina (Adriana Bazarra) que se dedica a transformar a vida de seus alunos, especialmente do aluno Ikal (Kaarlo Isaacs), trazendo uma mensagem poderosa a respeito do poder transformador da Educação, abordando o problema do acesso à educação e a valorização dos professores.  

A professora Georgina é uma idosa e pedagoga  obstinada, que trabalha em uma escola que é um vagão de trem abandonado em um povoado (zona rural) do México, de forma lúdica e aproveitando o cenário em sua volta que por muitas vezes ultrapassava o vagão, se estendendo a natureza envolta ou a situações que aconteciam com seus alunos e família, o ensinamento sempre era aplicado. A relação aluno e mentor se estabelecia não só no contexto escolar mas também no meio social do povoado, pois a figura de autoridade da professora Georgina se construiu além do vagão. Ensinava a ler e escrever com seus pouquíssimos livros antigos, eram esses instrumentos que auxiliavam em suas majestosas aulas. 

Devido a idade a professora estava ficando cega, o que atrapalhava em alguns momentos em sala de aula, mas persistia. Sem salário não tinha finanças o suficiente para se manter, havia perdido os entes queridos mais próximos, mas permanecia fazendo o que mais gostava que era dar aula, cativando a todos,  mudava o destino de quem se permitia estar com ela.

  

                                                                                                           Fonte:adorocinema.com

No filme evidencia a história do pequeno Ikal (Kaarlo Isaac), filho de uma dona de casa com enfermidades respiratórias e de um pai operário dos trilhos de trem do interior do México, ambos analfabetos, ele vive os dias brincando com seus novos amigos num povoado desabastecido. A rotina do garoto é modificada quando conhece a professora Georgina, que convence os pais do menino a permiti-lo a estudar na escola do povoado. 

Ikal, além de conhecer a professora Georgina e fazer amizade com três amigos Valéria, Tuerto e Chico que já moravam no empobrecido povoado do México, Ikal também adota um cachorro vira-lata abandonado batizado como Quetzal. As relações estabelecidas por Ikal conduz a reflexão sobre amizades sinceras, que levam a acreditar nas potencialidades humanas nas ações de educar e de querer aprender. Mesmo cercado de situações contraditórias e inusitadas, dificuldades materiais da escola e dos alunos, e a política de brutal descaso do governo mexicano para com a educação da época retratada.

As aventuras do garoto Ikal, que quer, sim, aprender a ler, mas também se divertir com os amigos, brincar com seu cãozinho Quetzal e conhecer o circo recém chegado ao povoado, mas principalmente ficar mais próximo de sua paixão: a simpática Valeria (Frida Cruz), tudo isso contracenam com as imagens exuberantes locais.  

                                                                                                                         Fonte: Netflix.com

No decorrer do filme, o enredo mostra uma grande surpresa que entrelaça passado e futuro. Esse ato se dá aos poucos construído a cada cena do filme, reafirmando o que foi semeado pela educação naquele vagão abandonado pela professora Georgina. O “progresso” da educação já acontecia naquele vagão há tempos, independente do que o governo da época pretendia com as escolas. 

                                                                                                                                        Fonte: papodecinema.com

Um grande momento: A salamandra. 

Como lição de casa os alunos foram desafiados a trazer algo para aula, poderia ser um objeto, uma criatura viva, enfim, algo que o aluno quisesse compartilhar com os colegas e a professora Georgina. Ikal chegou atrasado na aula pois estava a procura de um ser vivo para levar, até que em uma lago a caminho da escola encontrou uma salamandra. 

O primeiro a apresentar o que havia levado a turma e professora foi Tuerto, levou uma linda borboleta monarca. A professora Georgina admirou a beleza da borboleta e falou sobre sua característica de promover vôos do Canadá até o México, um dos insetos mais fascinantes que tinha na natureza  e ao final compara a borboleta ao aluno Tuerto. Conhecedora do amor do aluno pelos trens, diz que imaginava Tuerto nas ferrovias do país  percorrendo de norte a sul. 

O próximo a ser convidado é Ikal, foi questionado pela professora o que havia com ele, pois apresentava um comportamento quieto e cabisbaixo, o que não era comum. Foi logo chamado a vir ao centro para expor sua tarefa de casa. Em um frasco de vidro, havia uma água turva, lá estava uma salamandra, antes denominada por Ikal como “um bicho nojento”. 

A professora Georgina elogiou o animal como “um ser vivo lindo, maravilhoso, fascinante e extraordinário”, descrevendo suas características, enfatizando o fato dela se adaptar a viver em diversos ambientes e reconstruir-se. Nesse momento a professora Georgina olha nos olhos de Ikal e pede para que ele se lembre de que enquanto ele estiver vivo, Ikal poderá ser o que quiser e poderá viver onde quiser, enquanto ele estiver vivo deverá escolher uma boa vida, deverá escolher bem o que quer para ser feliz. 

Fez uma alusão a vida do aluno Ikal, trazendo à evidência o poder de adaptação e reconstrução que Ikal tinha dentro de si. Apresenta um mundo de possibilidades, o mundo onde a educação alimentava, fortalecia cada sentimento, características e as descobertas, empoderando seus alunos.  Com instrumentos simples a professora Georgina conseguia com profundidade ensinar além dos livros. Uma lição eterna! Afinal isso ficará evidente nas cenas finais. 

Fato Detalhes
Título “O Último Vagão”
Plataforma Netflix
Gênero Drama
Duração 1 hora e 30 minutos
Diretor Ernesto Contreras
Elenco Adriana Barraza, Kaarlo Isaacs, Memo Villegas, Diego Montessoro, Frida Cruz, Ikal Paredes, Teté Espinoza e Jerónimo Medina
Sinopse Conta a história da Sra. Georgina, uma idosa professora em um vagão de trem, que se dedica ao máximo para transformar a vida de seus jovens alunos, principalmente quando um menino chamado Ikal chega à pequena cidade com seus pais. O filme aborda o problema do acesso à educação das crianças de forma sensível.
Avaliação Altamente recomendado para quem busca uma trama emocionante e envolvente sobre a importância da educação e o papel dos educadores na formação das gerações mais jovens.
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Marcos Mion e sua influência na inclusão escolar

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Marcos Chaib Mion, nascido 20/05/1979, em São Paulo, é um apresentador, ator e ativista social brasileiro principalmente na causa autista, a qual se engajou após ter um filho autista. Mion é formado desde 2005 em comunicação social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Débora Rosa de Oliveira Ribeiro (Acadêmica de Psicologia) – deboraribeiro86@rede.ulbra.br

 

Marcos Chaib Mion possui ascendência árabe, por parte materna, e italiana, por parte paterna. Nasceu em uma família de classe média alta de São Paulo, sendo o segundo filho do médico e professor da Universidade de São Paulo (USP) Décio Mion Júnior, e da psicóloga e psicanalista Carmem Chaib Mion. Ele teve uma formação com forte base literária e voltada para o teatro, tendo uma preferência particular pela obra de Shakespeare. Com apenas 17 anos já dava aulas de artes cênicas.

Mion iniciou sua carreira na televisão como ator, em 1999, no seriado da TV Globo Sandy & Junior. Após completar seu contrato em 2000, transferiu-se para a MTV, que já tinha o aprovado em um teste anterior, apresentando os programas Supernova e Piores Clipes do Mundo. Em 2001, ele fez o filme De Cara Limpa, em que interpretava André. Com o sucesso do programa Piores Clipes do Mundo, foi para a Rede Bandeirantes em 2002, apresentando o programa Descontrole, que se caracterizava pelo humor espontâneo e escrachado em função de improvisos ao vivo. Suas atuações se deram em várias emissoras e partes dos meios de comunicação, atualmente em Agosto de 2021, o apresentador assinou contrato com a TV Globo e Multishow. Ele foi cotado pela TV Globo para conduzir e encerrar o programa Caldeirão até o final de 2021, cumprindo o plano comercial deixado pelo programa Caldeirão do Huck. Em Outubro de 2021, a pedido e apelo do público, o apresentador foi efetivado no programa, substituindo oficialmente Luciano Huck nas tardes de sábado da emissora. Em março de 2022, o programa foi reformulado e recebeu o título de Caldeirão com Mion. No Multishow, canal pertencente ao Grupo Globo, o apresentador apresenta as transmissões do Rock in Rio e Lollapalooza

Fonte: Instagram Pessoal

Marcos Mion e Família

Em 1994, o irmão mais velho de Mion, Marcelo, faleceu ao cair do vão livre do MASP, enquanto celebrava a aprovação no vestibular de medicina da Universidade de São Paulo. O episódio deixou Mion, que tinha apenas 14 anos, com uma depressão que chegou a levar a um peso de 103 quilos na adolescência. Ele atribui ao teatro, além do tratamento medicamentoso e psicológico, a sua maior motivação para buscar a cura da depressão. Em 1996, aos 17 anos, Mion sofreu um acidente de carro enquanto voltava de uma boate com seu melhor amigo, Carlos. Uma moto ultrapassou o semáforo enquanto o carro passava, batendo fortemente contra o veículo. Carlos, que dirigia, foi atingido e faleceu.

Em 18 de março de 2005, Mion se casou com a designer de moda Suzana Gullo. O casal tem três filhos, Romeo (nascido em 23 de junho de 2005), Donatella (nascida em 19 de setembro de 2008) e Stefano (nascido em 29 de março de 2010). Em 2007, aos dois anos de idade, seu filho Romeo foi diagnosticado com autismo

Defesa da causa autista

Os esforços de Mion pela causa de pessoas com transtornos do espectro autista foram reconhecidos com a aprovação da Lei Romeo Mion (Lei nª 13.977/2020), que habilita a criação da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), que atesta a prioridade nas áreas de saúde, educação e assistência social para pessoas afetadas pelo transtorno. A lei recebeu o nome do seu filho, Romeo, diagnosticado com autismo aos dois anos de idade.

A atuação de Mion também reflete na Educação Inclusiva, sendo considerado como ativista na Educação Inclusiva, quando menciona em suas falas sobre a experiência com a educação do filho Romeo e as escolas brasileiras, reforçando a relevância de um ambiente acolhedor e inclusivo. “Inclusão não é favor. Inclusão não é que a escola está sendo legal. É um direito. Então, pais e mães de crianças especiais, assim como eu, não esqueçam isso, certo?” Com seu ativismo, Mion já ajudou a aprovar duas leis importantes. Uma delas dá direito à jovens com deficiência intelectual a terem uma carteirinha de identificação. A outra pede que o Censo inclua a contagem de autistas entre a população brasileira. “Foi uma vitória. Mas o que aconteceu? Cancelaram o Censo. Damos um passo e tomamos duas rasteiras”, lamentou.

Fonte: Instagram Pessoal

Marcos Mion e o filho Romeo

Em entrevista publicada em 2021 pelo Extra, o artista criticou as falas do Ministro da Educação, Milton Ribeiro, sobre crianças com deficiência intelectual “atrapalharem” o aprendizado das outras em sala de aula. “Esse cara é um irresponsável. No momento em que você se torna uma pessoa que tem que representar os interesses públicos e não tem empatia, você está no lugar errado. Ele não tinha que estar lá”, protestou o mais novo funcionário da Globo.

Em outra ocasião, Marcos Mion usou as redes sociais para questionar a fala do vereador Maurício Rufino Barbosa (PP), que utiliza o codinome Maurício Bem Estar, durante a discussão na primeira sessão legislativa de 2023, em Araçatuba-SP, sobre atendimento na rede municipal de ensino de crianças com Autistas. Escreveu: “Em pleno 2023, ainda tem vereador falando abertamente sobre excluir autistas das escolas ??? Questionando os direitos conquistados?”.

O acesso à educação e o direito à aprendizagem são garantias constitucionais universais, ou seja, previstas a todos os brasileiros como dever do Estado e da família. A diversidade de experiências, habilidades, contextos e capacidades entre estudantes é uma realidade que deve ser celebrada através de práticas educacionais inclusivas. Nas últimas décadas, a insistência em modelos pedagógicos padronizados demonstrou ser pouco eficiente, de modo que o presente e o futuro da educação consistem na promoção da diversidade como um valor inegociável. Quanto mais respeitados em suas diferenças, mais os estudantes e educadores avançam, sejam eles pessoas com ou sem deficiência.

A inclusão garante direitos e promove a aprendizagem, estimulando a autonomia e a independência das pessoas com deficiência em todas as fases da vida. Dessa forma, o Brasil estabeleceu na Meta 4 do Plano Nacional de Educação o objetivo de universalizar para a população de 4 a 17 anos com deficiência o acesso à educação de acordo com o modelo de inclusão. A abordagem prioriza o direito de todos os estudantes frequentarem as salas regulares, combatendo qualquer discriminação. Além disso, a meta prevê espaços de atendimento educacional especializado (AEE), como medida complementar e não substitutiva da sala de aula comum, que podem ser frequentados pelos estudantes com deficiência no contraturno. O AEE tem por objetivo identificar demandas específicas e elaborar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras existentes, garantido a inclusão e autonomia dos estudantes

Livros

Mion lançou, em 2016, o livro infantil A Escova de Dentes Azul, com ilustrações de Fabiana Shizue. O livro retrata o pedido de Natal de Romeo, primogênito do apresentador, que é autista. Em 2018, Marcos Mion lançou o livro Pai de Menina, uma combinação de dicas para aproximação de pais e filhas e propostas práticas de fortalecimento desse vínculo.

Referências:

MARCOS MION. Wikipedia, 2023. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcos_Mion>. Acesso em: 15/09/2023;

MARCOS MION FALA SOBRE EDUCAÇÃO DE FILHO AUTISTA: “INCLUSÃO NÃO É FAVOR”, Ana Maria, 2021. Disponível em: < https://revistaanamaria.com.br/noticias/familiafilhos/marcos-mion-fala-sobre-educacao-de-filho-autista-inclusao-nao-e-favor.phtml>. Acesso em: 15/09/2023;

MARCOS MION DETONA MINISTRO DA EDUCAÇÃO: “ESSE CARA É UM IRRESPONSÁVEL”, Metrópoles, 2021. Disponível em: < https://www.metropoles.com/celebridades/marcos-mion-detona-ministro-da-educacao-esse-cara-e-um-irresponsavel >. Acesso em: 15/09/2023.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM DIREITO INEGOCIÁVEL.; Observatório do Ensino Médio e Gestão, 2023. Disponível em:  <https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/em-debate/conteudo-multimidia/detalhe/educacao-inclusiva-um-direito-inegociavel?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=GH-TRAFEGO-TOPO-DE-FUNIL&utm_content=group_ad3_Educacao_inclusiva&utm_term=inclus%C3%A3o%20na%20escola&utm_source=&utm_medium=&utm_campaign=&utm_content=&utm_term=inclus%C3%A3o%20na%20escola&gclid=CjwKCAjwjaWoBhAmEiwAXz8DBUuGjtJjtJJxoBJwbLnZRa-_7dbFHP3uPZmWa3NSMfSdcplwl-7xSBoCUGMQAvD_BwE>. Acesso em: 15/09/2023.

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A comunicação aumentativa e alternativa nas escolas

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Como o uso do Sistema da Comunicação Aumentativa e Alternativa pode beneficiar as relações e aprendizagem no ambiente Escolar.

18(En)cena entrevista Amanda Lays Santos de Lima, Fonoaudióloga, graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Especialista em Distúrbios de Fala e Linguagem e Intervenção ABA para Autismo e Deficiência Intelectual e Experiência em CAA (COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA). Atualmente está trabalhando em uma clínica que tem como público alvo crianças com atraso de neurodesenvolvimento. Intervenções Precoces no Autismo. Capacitação em ABA/TEA e Atraso no Desenvolvimento. Especialista em CAA (COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA). Apraxia de Fala. PROMPT.

 

(En)cena: O que é Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA)?

Amanda Lays: A comunicação alternativa e aumentativa (CAA) pode ser entendida como um conjunto de intervenções que visa tornar mais efetiva a comunicação de um indivíduo. Para esse fim são utilizados sistemas de comunicação que não são essencialmente verbais vocais (como a fala), e que podem ou não ter algum tipo de recurso como auxílio. Essas estratégias são extremamente importantes para que o desenvolvimento das crianças, jovens e adultos ocorra de maneira saudável, sendo muitas vezes crucial para a inclusão escolar, estabelecimento de relações sociais e aprendizado de novas habilidades.Assim como qualquer outro conjunto de intervenções, a implementação da CAA deve ser feita por meio da avaliação por uma equipe multidisciplinar, para garantir que as necessidades da pessoa sejam atendidas.

(En)cena: Como o uso da CAA pode beneficiar alunos em ambiente escolar?

Amanda Lays: O aluno com e sem deficiência e/ou com TEA pode ter benefícios com o uso dos sistemas e recursos de CAA. Os benefícios podem estar relacionados com as habilidades de comunicação e com a adaptação das tarefas pedagógicas, facilitando assim sua interação e comunicação. E para que o aluno consiga utilizar o sistema em ambiente escolar, toda a equipe precisa passar por um treinamento por um profissional especializado, conseguindo assim realizar todas as técnicas de modelagem com o aluno.

(En)cena: Quem participa do processo de seleção e implementação dos sistemas de CAA?

Amanda Lays: Os professores e demais profissionais da equipe pedagógica da escola em conjunto com a família e profissionais da saúde, principalmente o fonoaudiólogo devem ter o conhecimento, reflexão e discussão para que os profissionais estejam sempre alinhados para uma melhor evolução do aluno.

(En)cena: Qual é o melhor momento para iniciar o trabalho com a CAA na escola?

Amanda Lays: É desejável que toda comunidade escolar tenha treinamento e discuta a respeito das linguagens alternativas para iniciar o trabalho com CAA. Mesmo que a escola não tenha um aluno com necessidade complexa de comunicação, os profissionais devem ser capacitados e treinados no uso de sistemas, recursos e estratégias da área da CAA. A escola é um ambiente favorecedor do modelo das linguagens alternativas para todas as crianças e jovens. Quando a escola recebe um aluno com necessidade complexa de comunicação deve estar preparada e organizada para atuar com a diversidade.

(En)cena: Quando podemos iniciar uma prancha de comunicação na escola?

Amanda Lays: A escola deve inserir os sistemas e recursos de CAA sempre o mais cedo possível. Quanto antes a escola envolver seus alunos no contexto das linguagens alternativas, há mais possibilidades de os alunos com alguma necessidade participarem das situações de interação, comunicação e demais tarefas pedagógicas.

Fonte: Acervo Pessoal

(En)cena: Há algum risco de o uso da CAA reduzir as possibilidades de fala do aluno com necessidade complexa de comunicação?

Amanda Lays: Não há riscos! O uso de CAA amplia as possibilidades de os alunos terem acesso à informação e fortalece a aquisição e desenvolvimento da linguagem.

(En)cena: Existe pré-requisitos e/ou idade certa para iniciar a CAA (Comunicação Aumentativa e Alternativa)?

Amanda Lays: Não! Qualquer criança que apresente dificuldade complexa de comunicação pode se beneficiar do uso da CAA, o ideal é que se inicie o quanto antes.

(En)cena: Quem são os parceiros de comunicação?

Amanda Lays: Todas as pessoas que convivem com o aluno, desde familiares, terapeutas e equipe pedagógica.

(En)cena: Como podemos definir os recursos de baixa e alta tecnologia?

Amanda Lays: Os recursos de baixa Tecnologia são os materiais de pranchas, cadernos, livros confeccionados em diferentes formatos para garantir que os alunos possam ter acesso aos sistemas de CAA. Os recursos de alta Tecnologia são os materiais como computadores, vocalizadores, tablet e demais dispositivos móveis que oferecem acesso ao sistema de símbolos.

(En)cena: O recurso de alta tecnologia é melhor que o recurso de baixa tecnologia?

Amanda Lays: Não tem melhor ou pior recurso, tem o ideal para cada pessoa. O melhor recurso é aquele que pode oferecer a funcionalidade de uso para a comunicação, interação e para a participação na tarefa pedagógica. É importante considerar: os domínios do aluno, o ambiente em que será utilizado o recurso, os parceiros de comunicação que vão participar e a tarefa que deverá ser realizada.

 

 

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