A indústria da cura: óleos essenciais

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Cada homem e cada mulher são os arquitetos de sua própria cura e de seu próprio destino (Buda)

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A Indústria da Cura (2020) é uma série da Netflix que apresenta histórias e reflexões de pessoas que optaram por tratamentos alternativos para tratar da saúde física, levantando a discussão em torno destes, que vão desde óleos essenciais ao jejum. Essa indústria milionária vem crescendo com força ultimamente, especialmente em tempos de pandemia, em que profissionais do mundo inteiro buscam fabricar uma vacina para curar o Covid-19, fazendo com que a procura por terapias alternativas aumente, visto o poder das mídias sociais para o compartilhamento. A série retrata os dois lados da moeda, mostrando pessoas que defendem os métodos e os profissionais e especialistas que são contra, e investiga a eficácia desses tratamentos.

O primeiro episódio da série documental investiga o mercado de óleos essenciais. A utilização de óleos essenciais remonta às civilizações antigas, sendo considerada uma das mais antigas formas de medicina e cosmética. Seu uso foi se perdendo com o decorrer dos séculos, todavia, vem ganhando visibilidade novamente, sendo atualmente muito estudado por cientistas e procurado pelas pessoas.

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A rotina de uma enfermeira clínica holística e aromaterapeuta é retratada. Ela usa a aromaterapia como tratamento alternativo para pacientes com dor. Em certo momento, ao cuidar de um paciente que havia acabado de sair de uma cirurgia na coluna, que relatava se sentir muito ansioso por saber que teria que se levantar e se mover, temendo algo dar errado.

Quando o ser humano se sente ansioso e tem sentimentos de impossibilidade, pode paralisar mediante uma situação desconhecida, como ocorreu com o paciente, que se sentia assim por não saber qual seria a resposta do seu corpo. A enfermeira ao perceber toda essa tensão mediante os sintomas do paciente, ofereceu a integração do óleo essencial no tratamento para proporcionar um relaxamento muscular e um alívio da ansiedade. O paciente aceitou a terapia com óleos e, no final, sentiu-se melhor e preparado para andar novamente.

A pesquisadora E. Joy Bowles, escritora do livro “A Química dos óleos de Aromaterapia”, explica isso. Segundo ela, não há evidências clínicas da veracidade da eficácia dos óleos para tratamento de doenças ou complicações físicas, já que não são regulados como medicamentos. Entretanto, ela afirma que os óleos ajudam a lidar com uma situação problema que o ser humano esteja passando, como o ocorrido com o paciente.

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Embora existam a mais de 5 mil anos e não sejam uma prática nova, o uso de óleos essenciais em um ambiente clínico é novo. Este oferece diferentes formas de aplicação, sendo as principais por meio de inalação, loções para massagem e combinação de um óleo essencial com algum produto farmacêutico para melhorar mutuamente a eficácia, sendo, que existe uma relação entre a ansiedade e a dor que a medida que a dor aumentar aumentar a ansiedade.

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O documentário traz opiniões diversas, de um lado,  relatos de pessoas que acreditou e utilizou como método de cura e de outro que se beneficiaram e usaram como uma oportunidade de empreender  de ganhar dinheiro, que é o caso  de Eric Zielinski especialista e fabricante em óleos essenciais  que depois de estudar sobre os óleos essenciais e suas influências no sistema límbico, onde estão o humor, a memória, as emoções e como o uso  ajudar com os sintomas de várias doenças, incluindo o câncer, virou especialista no assunto.

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Importante ressaltar que os óleos essenciais são extraídos de plantas fisioterapêutica, o Sistema único de Saúde (SUS) oferece fitoterápicos como uma alternativa de tratamento na rede pública.  Entre eles, estão Aloe vera (Babosa) para tratamento de queimaduras, Salgueiro contra dores lombares dentre outros.

A utilização de fitoterápicos e plantas medicinais, além de fortalecer o desenvolvimento de pequenos produtos, valoriza a cultura e o conhecimento popular. Ademais, vale ressaltar que embora as plantas medicinais tenha seus benefícios comprovados é necessário buscar uma orientação médica para iniciar um tratamento alternativo.

FICHA TÉCNICA 

A INDÚSTRIA DA CURA
Direção:  Ken Druckerman, Banks Tarver, Anneka Jones, Erica Sashin Thompson
Ano: 2020
País: EUA
Gênero: Documentários

Referência:

BUENO, Gina Nolêto. Tempos Modernos Versus Ansiedade – Aprenda a Controlar sua Ansiedade. In:
BUENO, Gina Nolêto; RIBEIRO, Angeluci Reis Branquinho; OLIVEIRA, Iran Johnathan Silva. Tempos Modernos Versus Ansiedade – Aprenda a Controlar sua Ansiedade. Goiás: Goiás, 2007. p. 1-16.

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Anjo do Sol: exploração de menores

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O abuso sexual pode estar mais perto que você imagina.

Anjos do Sol, lançado em 2002, dirigido por Rudi Lagemann, é uma produção brasileira sobre a exploração sexual e comercial de crianças e adolescentes. O filme recebeu no 34º Festival de Gramado, em 2006, o troféu de melhor ator para Antonio Calloni. A obra é notável por tratar de uma situação que se perpetua há séculos.

É narrada a história de Maria, uma criança de 12 anos, de família pobre do interior do Maranhão, que foi vendida pela família a um recrutador de prostitutas, imaginando que sua filha estaria indo morar em um local melhor pois não tinham conhecimento que o homem em questão estaria recrutando e enviando para um prostíbulo localizada em uma cidade na floresta amazônica.

Maria se encontra em processo de desenvolvimento cognitivo, sendo este fundamental para a formação da identidade, formação de vínculos afetivos e de percepção do mundo. Embarcar forçadamente nessa contextualização pode representar um grave fator de risco para sua vida, uma vez que a violência pode provocar transtornos psicopatológicos e comprometer o seu desempenho pessoal e relacional ao longo do ciclo de vida.

Fonte: encurtador.com.br/amoXZ

Maria e outras meninas foram levadas para um local chamado Casa Vermelha, na cidade da Amazônia, onde são exploradas sexualmente e após serem abusadas pelos homens dos carimbos, decidem fugir desse local, sendo que uma das meninas foi parar nesse local por ter sofrido abuso sexual do padrasto e a mãe não ter acreditado nela, permitindo que o recrutador de prostitutas a levasse.

Isso traz a reflexão sobre os locais de ocorrência dos crimes que são diversos, contudo a maioria acontece nos próprios lares e na maioria das vezes os agressores são aqueles que deveriam cuidar e proteger, acontecendo distorção dos papéis sociais em que as partes envolvidas, as quais possivelmente aplicam a tortura física e emocional, deveriam prevalecer a ternura e os cuidados imprescindíveis a fim de garantir a boa saúde e desenvolvimento saudável da criança.

Na fuga, elas são apanhadas e forçadas a voltar aos prostíbulo e, como penalidade, uma das meninas é arrastada até a morte pelo dono do local, usando  sua morte para passar  a mensagem para as outras meninas de que não compensa fugir da exploração sexual, pois além dele capturá-las, ele poderia acabar com todos os projetos e sonhos que elas poderiam ter.

Além da ficção, a realidade de muitas famílias e meninas, não apenas do Brasil, é retratada, no que se refere ao abuso e exploração infantil. O fato de ser um assunto velado faz com que crianças não saibam ao certo o que vivenciaram, como lidar com isso e, consequentemente, como se expressar.

Fonte: encurtador.com.br/auDH1

Conforme Merlo e Adesse (2005), o abuso sexual é caracterizado por quebra de vínculo na qual o responsável utiliza da autoridade, usando a vítima para o seu prazer sexual sem a autorização da vítima, forçando-a ou induzindo-a a uma prática sexual com ou sem violência para o próprio prazer. A violência contra crianças e adolescentes é um acontecimento complexo e real que abrange aspectos sociais, jurídicos, médicos, educacionais e psicológicos. A violência é vista como um problema de saúde pública devido a sua alta prevalência na infância e adolescência (WILLIAMS e HABIGZANG, 2014).

Atualmente, existe a  rede de proteção diante de casos maus tratos infantis. Muitos hospitais de referência e postos de saúde possuem setores específicos para lidar com situações de suspeitas e que faz a notificação obrigatória ao Conselho Tutelar, podendo também comunicar o Ministério Público, que faz a comunicação ao Juizado da Vara da Infância e Juventude.

Além disso, existem órgãos da rede de proteção e assistência à criança e adolescente  que são: (CAPS) Centro de Referência Especializado de Assistência Social; Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Comissão de combate aos  maus-tratos contra criança e adolescente; Programa Sentinela; Delegacia da Criança e do Adolescente, Defensoria, Conselho Tutelar, juizado da Vara da Infância e Juventude entre outros.

FICHA TÉCNICA 

ANJOS DO SOL

Direção:  Rudi “Foguinho” Lagemann.
Roteiro:  Rudi “Foguinho” Lagemann.
Elenco:  Antonio Calloni, Vera Holtz, Chico Diaz, Roberta Santiago, Otávio Augusto, Mary Sheyla, Darlene Glória (no papel da cafetina Vera), Bianca Comparato e a estreante Fernanda Carvalho.
Ano: 2006

Referência:

GABEL, Marceline. Crianças vítimas de abuso sexual. São Paulo: Summus, 1997.

MERLO, Cecilia de; ADESSE, Leila. Violência Sexual no Brasil: perspectivas e desafios. Brasília: Ipas (Brasil), 2005

 WILLIAMS, Lúcia C. Albuquerque; HABIGZANG, Luísa Fernanda. Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência. Curitiba: Juruá, 2014.

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A Lista de Schindler: um olhar humanitário

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Os judeus usavam artifícios que iam desde esconder-se nos esgotos, até mesmo na fossapara não ser transportados do gueto aos campos de concentração. 

A Lista de Schindler (1993), dirigido por Steven Spielberg, é um filme de romance protagonizado por Oskar Schindler. O enredo se passa durante a Segunda Guerra Mundial na cidade de Cracóvia, Polônia, então ocupada pelas forças militares alemãs. O filme narra a história real de um empresário alemão que salvou da morte mais de mil e cem judeus, empregando-os em sua fábrica, e, por fim, livrando-os do Holocausto.

Todo o arcabouço ideológico do Nazismo foi construído em período que permeia a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Tal construção se deu através da  utilização de ferramentas de comunicação social, pensada e executada por Joseph Goebbels, então ministro da Propaganda do governo alemão que ocupou também o posto de Chanceler da Alemanha pelo período de um dia: de 30 de abril a 1º de maio de 1945, substituindo Adolf Hitler. Entrou para a história como um revolucionário na comunicação e psicologia de massa pela aplicação de dispositivos psicológicos de manipulação.

Os alemães se tornaram máquinas de matar em nome da pureza, da superioridade e da beleza, muitas vezes apresentando sintomas de perversão e mesmo de loucura. No filme, percebe-se a violência contra os judeus, como se estes fossem os responsáveis pela dicotomia e sofrimento interno ocasionado pela lavagem cerebral sofrida pelo opressor da época, num movimento que elegeu os semitas como os bodes expiatórios daquele momento.

A persuasão empregada contra os judeus revela o abuso psicológico, moral e físico em um primeiro momento, quando as vítimas são obrigadas a superpovoar um bairro recluso, murado. Nota-se claramente a evolução do processo, quando um dos personagens declara “o gueto é liberdade” em uma clara inversão de valores: o que era prisão, se torna espaço de liberdade. A tortura é notável e se instala a partir do momento em que os judeus são enviados para campos de concentração. Ali, eles já  estão apartados da sociedade ampla, de seus familiares, contidos no gueto; ali estão sob o controle direto dos opressores, que exercem sobre eles o direito de vida ou morte.

O clima entre os judeus é de sentimento de medo. Os alemães não economizam nas demonstrações de desprezo, mesmo quando toda a lógica aponta como correta a ação do prisioneiro. É notória essa situação quando a engenheira judaica se manifesta, demonstrando os erros cometidos em uma construção e indicando a ação adequada à resolução do problema e é condenada, sumariamente executada, ainda que fosse de grande necessidade para o desenvolvimento da obra.

As doenças decorrentes da péssima alimentação, das condições nocivas de higiene, da superpopulação nos alojamentos, roupas de agasalho insuficientes nas condições de inverno rigoroso (neve) e o excesso de trabalho favoreciam os surtos de doenças e pragas transmissíveis como o piolho, o que tornava ainda mais torturante a vivência dos judeus no campo de concentração.

Nessa irrealidade ou realidade invertida, a visitação de médicos alemães no dia do “exame de saúde” não tinha por finalidade curar os judeus de possíveis males, e sim retirar os que não tinham mais condições de produzir. Os improdutivos e “imprestáveis” – para a lógica da produção – eram simplesmente eliminados. Nos dias de exames de saúde as tentativas de blindagem contra a tortura eram frágeis. Os judeus usavam artifícios que iam desde esconder-se nos esgotos, até mesmo na fossa – para não ser transportados do gueto aos campos de concentração – a fingir ter piolhos para evitar a proximidade dos alemães. Eram muitas as estratégias com o fim de livrar-se da perseguição e do sofrimento gratuito.

Nesse cenário de horror extremo, sobressai o alemão e filiado ao Partido Nazista, Oskar Schindler. Inicialmente interessado em enriquecer com a guerra, Schindler explora os judeus ricos a fim de reunir capital e comprar uma fábrica de panelas, prometendo pagar os empréstimos em produtos da própria fábrica, pois são bens passíveis de troca, único modo de negociar entre os judeus. Schindler  consegue o capital, compra a fábrica e inicia a produção de panelas, tendo como operários os prisioneiros judeus (em verdade, trabalho escravo), onde sobressai o contador e real gerente da fábrica Itzhak Stern, que  tudo organiza e faz produzir. Com o passar do tempo, Schindler se afeiçoa a “seus trabalhadores”, que dizia serem especializados e, ao término da guerra, consegue salvar mais de 1.100 desses empregados, entre homens, mulheres e crianças. São eles que perfazem A Lista de Schindler.

Oskar Schindler comprova que, apesar da intensa propaganda de pureza racial, de culto ao arianismo, conseguiu manter o sentimento de humanidade acima de todo o horror que presenciou e viveu, mesmo que inicialmente a intenção era tirar proveito do caos para fazer fortuna. E com com toda a crueldade se sensibilizou. Entrou para a história como benfeitor dos judeus na Segunda Guerra Mundial. Ademais, com um olhar humanitário, Oskar Schindler ressignifica e se importava com aquelas pessoas ao ponto de salvá-las, mesmo que isso colocasse a sua própria vida em risco.

FICHA TÉCNICA DO FILME:

A LISTA DE SCHINDLER

Diretor: Steven Spielberg
Elenco: Liam Neeson, Ben Kingsley, Ralph Fiennes;
Gênero :Histórico; Guerra.
País: EUA
Ano:1993

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Música do Silêncio: afetividade musical

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Segundo Erich Fromm, tudo pode ser tirado de uma pessoa, exceto uma coisa: a liberdade de escolher sua atitude em qualquer circunstância da vida. Esta ideia, também, constitui a linha central da obra de Viktor Frankl.

“O amor é a maravilhosa sinfonia de cada batida do coração.”

“Música do Silêncio” (2018), dirigido por Michael Radford, é um filme baseado na vida extraordinária do renomado cantor de música clássica e tenor Andrea Bocelli. Vindo de uma família muito afetiva da região italiana da Toscana, nasceu com glaucoma, que o deixou parcialmente cego. Posteriormente, levou uma bolada no rosto, que fez com que perdesse a visão por completo, durante uma partida de futebol.

 O filme retrata a infância de Bocelli, que sempre sentiu afinidade musical. É difícil pensar em um mundo sem a música, pois ela está sempre presente reforçando os nossos sentimentos. Bocelli fez da música sua única razão de viver e, segundo Erich Fromm (2000), as necessidades humanas são as que ajudam as pessoas a encontrarem respostas à sua existência e significam o desejo da integração com o mundo natural, compreendendo o modo que este se encaixa nele. Quando estava no hospital, Bocelli não conseguia lidar com o fato de que não enxergaria o mundo como a maioria das pessoas e sentiu-se frustrado, chegando a ter episódios de agressividade. Sua mãe, sem saber o que fazer, tentou manter-se carinhosa e determinada para ajudar o filho a se acalmar – a efetividade é, em todas as intervenções, poderosamente influenciada pela postura do paciente. Não mais tardando, a calmaria veio através do som musical do paciente do quarto ao lado.

As experiências e a percepção do mundo que nos rodeia seriam completamente impossíveis se nós não conseguíssemos recordar o que vemos, o que sentimos e de maneira geral, o que percebemos. Nascemos não apenas com a possibilidade de receber estímulos reforçadores do contexto social e do meio, mas também com a capacidade de aprender a usar as experiências vividas para melhorar os futuros repertórios comportamentais.

Segundo Erich Fromm (2000), tudo pode ser tirado de uma pessoa, exceto uma coisa: a liberdade de escolher sua atitude em qualquer circunstância da vida. Esta ideia, também, constitui a linha central da obra de Viktor Frankl. Bocelli não conseguia captar as sensações do mundo através da visão, logo, a sua percepção dependeria de outros estímulos e de seus quatro sentidos restantes: auditiva, tátil, olfativa e gustativa.

A sensação e a percepção possibilitam a existência dos demais sentidos, sendo possível criptografar pertinentes aspectos da energia química e física que nos envolve. A percepção refere-se ao modo como cada pessoa organiza e interpreta as suas sensações em relação ao seu contexto social, sendo um processo neurológico de transformação de estímulos simplesmente sensoriais em situações perspectivos conscientes. A sensação é um acontecimento que ocorre por consequência dos estímulos biológicos, físicos e químicos, ocasionado de fora para dentro do organismo, promovendo alterações nos órgãos receptores.

Fonte: encurtador.com.br/cjADZ

No filme, Borcelli compartilhar experiências e vivências e nos permite entrar um pouco no mundo dos deficientes visuais e as dificuldades dos cegos em um mundo de maioria não cegos. Mostra a interação social e o contexto familiar como reforçadores a qualquer diversidade. O filme nos instiga a pensar a respeito das diferenças existentes e no qual é importante aprendemos a respeitar e entender cada pessoa, com suas características e necessidades únicas e respeitar o ser humano dentro da sua subjetividade.  Em suma, o filme mostra que Bocelli aprendeu novos repertórios comportamentais diante dos problemas que lhe foram impostos no decorrer de sua vida, adaptando-se ao ambiente, superando as adversidades e desenvolvendo-se, uma vez que a deficiência visual poderia ser um limitador de comportamento.

REFERÊNCIAS:

ANDRADE, V., M.; SANTOS, F.  H. ; BUENO, O. F. A. Neuropsicologia hoje. São Paulo: Artes Médicas, 2004. 454 p., il.

CATANIA, A. C. Aprendizagem: Comportamento, Linguagem E Cognição. Porto Alegre: Artmed, 1999.

FROMM, Erich. A arte de amar.Tradução Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

MOREIRA, M. B.; Medeiros, C.A. de. Princípios básicos de Análise do Comportamento. Porto Alegre: ArtMed, 2007.

FICHA TÉCNICA DO FILME

Diretor: Michael Radford
Elenco:Toby Sebastian, Antonio Banderas, Jordi Mollà
Gênero: Biografia, Musical
País: Itália
Ano: 2018

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Milena: a primeira personagem negra da Turma da Mônica

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A turma do limoeiro já conta com diversos personagens fortes como Luca (cadeirante), Tati (síndrome de Down) e Dorinha (deficiente visual) com o intuito de mostrar às crianças que a diversidade é algo normal e natural.

Mauricio de Sousa apresenta Milena, a primeira personagem negra da Turma da Mônica. A nova integrante apareceu pela primeira vez na Corrida Donas da Rua, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Ela é da Família Sustenido, cheia de atitude e ama música e futebol. A turminha já possuía Jeremias, personagem negro e antigo que nunca havia protagonizado um gibi e que ganhou, no ano de 2018, ‘Jeremias Pele’. Maurício afirma estar corrigindo um erro: não ter dado protagonismo a Jeremias. A turma do limoeiro já conta com diversos personagens fortes como Luca (cadeirante), Tati (síndrome de Down) e Dorinha (deficiente visual) com o intuito de mostrar às crianças que a diversidade é algo normal e natural.

Historicamente, pessoas negras foram segregadas e consideradas inferiores ao resto da população e, por mais que não aparente, em pleno século 21 ainda há preconceito racial. Raça é um conceito apenas biológico para definir categorias de uma espécie, relacionado somente a fatores hereditários, não incluindo condições culturais, sociais ou psicológicas. Portanto, é comprovado cientificamente que não há subgrupos humanos e que o termo correto para se referir a negros e outros grupos é etnia.

Fonte: encurtador.com.br/gmGJN

“Ninguém nasce odiando o outro devido à cor da sua pele. As pessoas aprendem a odiar e, se elas podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar, porque o amor ocorre mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.” – Nelson Mandela

O racismo no Brasil é fruto da escravidão do período colonial e o fato dessa mentalidade perpetuar até os dias atuais deu origem a um racismo camuflado, disfarçado de democracia racial. Tal pensamento é tão perigoso quanto o racismo assumido, declarado e pode se manifestar tanto nos regimes autoritários quanto nas democracias. Se fizermos um balanço de algumas passagens históricas, verificaremos que, por tradição, o brasileiro tem uma mentalidade racista e antissemita. Maurício de Sousa quebra essa cultura e dá voz a uma personagem negra de atitude que mostra que o preconceito é baseado em falsas ideias.

Fonte: encurtador.com.br/hAK09

Nelson Mandela, líder ativista e ex-presidente da África do Sul lutou contra o apartheid, regime segregacionista. A África do Sul era governada por descendentes dos colonizadores ingleses que marginalizavam a população negra através de leis que regulavam o “lugar de branco e o lugar de negro’’. Nelson é um exemplo de amor que tentou e conseguiu mostrar ao mundo que a única diferença entre um negro e um branco é a cor da pele.

Fonte: encurtador.com.br/vKSY6

Logo, Mauricio de Sousa traz, através da Turma da Mônica, uma garota empoderada que luta contra o preconceito e passa a mensagem de igualdade e amor. A preocupação do cartunista em retratar temas tão importantes para crianças é admirável, uma vez que desconstruir o preconceito desde cedo é uma forma linda de espalhar mais amor e menos ódio.

 

REFERÊNCIAS

AZEVÊDO, Eliane. RAÇA Conceito e preconceito. São Paulo: Ática S.a, 1990.

CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. O racismo na História do Brasil. São Paulo: Ática S.a, 2003.

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Zion: Um exemplo de resiliência

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Tudo pode ser tirado de uma pessoa, exceto uma coisa: a liberdade de escolher sua atitude em qualquer circunstância da vida.

Fonte: https://bit.ly/2TZGC6w

Zion (2018), dirigido por Floyd Russ, é um documentário protagonizado pelo jovem Zion. O enredo apresenta a história real de superação de um jovem negro que nasceu com a síndrome de regressão caudal, que afeta o desenvolvimento da metade inferior do corpo.

Seus pais o entregaram para adoção logo após seu nascimento. Zion passou por diversos lares adotivos, passou fome, apanhou bastante, até que, aos 16 anos de idade, encontrou aquele que viria ser o seu lar permanente.

Durante o tempo em que esteve em lares provisórios, sofreu preconceito por causa da sua aparência e isso o tornou retraído, não sendo ele mesmo. Por meio da luta, esporte ao qual podia praticar devido ao uso exclusivo dos braços, Zion encontrou um sentido existencial, um caminho para a autoaceitação.

Fonte: https://bit.ly/2AWLu5m

Logo, Zion, diante das adversidades, mostra-se um exemplo de resiliência, força de vontade e determinação. Erich Fromm (2000), explica que as necessidades humanas são as que ajudam as pessoas a encontrarem respostas à sua existência e significam o desejo da integração com o mundo natural, compreendendo o modo que este se encaixa nele.

Resiliência refere-se ao processo onde o indivíduo consegue superar as adversidades, adaptando-se ao seu contexto. Zion desenvolve-se e busca o crescimento e fortalecimento pessoal. Através das adversidades, adaptou-se ao ambiente, decidindo que não queria sentir-se fraco e, embora suas condições físicas fossem limitadas, treinou até conseguir habilidades cognitivas suficientes e reconhecer o grande potencial que existia dentro de si.

Fonte: https://bit.ly/2QZkaZn

Segundo Erich Fromm (2000), tudo pode ser tirado de uma pessoa, exceto uma coisa: a liberdade de escolher sua atitude em qualquer circunstância da vida. Em suma, o documentário mostra que Zion aprendeu novos repertórios comportamentais diante dos problemas que lhe foram impostos no decorrer de sua vida, adaptando-se ao ambiente e desenvolvendo-se, uma vez que possuía tudo para dar errado, para ser uma pessoa melhor.

FICHA TÉCNICA:

ZION

Título Original: Zion Clark
Direção: Floyd Russ
Elenco: 
Zion Clark, Gilbert Donahue, Kimberly Clark, See full cast
Ano: 2018
País: USA
Gênero: Filmes biográficos, documentários

Referências:

 FROMM, Erich. A arte de amar.Tradução Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

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Dorinha: a inclusão dos deficientes visuais através dos gibis

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Dorinha, uma das mais novas personagens da Turma da Mônica, ensina que respeitar as diferenças é uma das melhores formas de construir um mundo melhor.

Criada em 2004 por Mauricio de Sousa, a personagem Dorinha estreou na edição nº 221 do gibi Turma da Mônica. Há 14 anos, os personagens com deficiência passaram a ter espaço no universo criado pelo desenhista. Dorinha é uma menina cega e foi inspirada em Dorina Nowill, atuante na defesa dos direitos das pessoas cegas, que perdeu a visão ainda na infância e ficou conhecida pelo trabalho realizado na Fundação Dorina Nowill para Cegos. Dorinha é inteligente, meiga e participa de várias aventuras da turminha. A personagem está sempre deslumbrante, com roupas fashion e óculos escuros, segurando, numa mão, a sua bengala e na outra, a coleira do Radar, um cão-guia labrador. Ela surpreende os amigos, que reconhece pela voz e cheiro, com suas habilidades e sentidos aguçados como o tato, a audição e o olfato.

Fonte: https://bit.ly/2SJ7SXi

A deficiência visual é o comprometimento parcial (de 40 a 60%) ou total da visão. As pessoas que possuem miopia, astigmatismo ou hipermetropia não são consideradas deficientes visuais, uma vez que essas doenças oculares podem ser corrigidas com o uso de lentes ou cirurgias. A inclusão de deficientes visuais ainda é um desafio na nossa sociedade e é necessário refletirmos se a deficiência faz de alguém um cidadão diferente ou com menos direitos. Mauricio busca sensibilizar os pequenos leitores de seus quadrinhos da importância da compreensão acerca de temas relacionados à deficiência como dignidade e bem-estar das pessoas deficientes através de personagens como a Dorinha, que vêm encarando aventuras com a Turma da Mônica há 14 anos.

Fonte: https://bit.ly/2SGIHEC

Apresentar uma personagem cega leva à conscientização e conhecimento sobre a deficiência visual desde a infância. Dessa maneira, se torna possível a construção de uma verdadeira sociedade inclusiva através de historinhas que buscam educar e ensinar as crianças de que há outras formas de se ver a vida assim como Dorina, que era uma líder e que, mesmo após perder a visão muito jovem, não se abateu. Dorina Nowill enfrentou o problema e foi e é um exemplo de força de vontade e simpatia que Mauricio busca espelhar em Dorinha e assim mostrar aos seus leitores que os deficientes visuais, apesar de possuírem certas limitações, são pessoas normais e merecem ser respeitadas. O cartunista retrata isso através da personagem, que é bastante extrovertida e brinca normalmente como qualquer criança. Dorinha aparece nas histórias sempre ativa: faz natação, pratica judô, é esportista e joga futebol.

Fonte: https://bit.ly/2F3XuGN

Mauricio de Sousa, que se preocupa muito em abordar a inclusão de pessoas com deficiência com figuras como Dorinha, Luca (deficiente físico) e Tati (personagem que possui Síndrome de Down), publicou as revistas especiais “Acessibilidade” e “Saiba Mais Inclusão Social”. Os filmes da série Cine Gibi trazem versão em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e os filmes “Cine Gibi 7 – Bagunça Animal!” e “Cine Gibi 8 – Tá Brincando?” trazem audiodescrição realizada pela Fundação Dorina Nowill, como acontece desde o Cine Gibi 5.

REFERÊNCIAS:

http://turmadamonica.uol.com.br/mauricio-de-sousa-participa-da-8a-semana-de-valorizacao-da-pessoa-com-deficiencia/

http://turmadamonica.uol.com.br/personagem/dorinha/

http://turmadamonica.uol.com.br/inclusaosocial/

https://www.fundacaodorina.org.br/a-fundacao/deficiencia-visual/o-que-e-deficiencia/

http://www.acessibilidadebrasil.org.br/joomla/noticias/382-inclusao-dos-deficientes-visuais-ainda-e-desafio

https://novaescola.org.br/conteudo/270/deficiencia-visual-inclusao

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