“Salve Doutor! A Medicina do(no) Tocantins em livro reportagem”, é o resultado da pesquisa feita pela jornalista Jocyelma Santana de novembro do ano passado a outubro deste ano. O livro será lançado nesta quinta-feira, 7 de novembro, no auditório da OAB/TO. O Portal (En)Cena, entrevistou a jornalista que conseguiu resgatar a história de disposição e solidariedade dos profissionais da classe médica, pioneiros que vieram para o antigo norte goiano, hoje Estado do Tocantins, implantar os serviços básicos de saúde em uma região considerada abandonada, assim como conta a história regional.
O livro será lançado durante o XVIII Congresso Brasileiro de História da Medicina, juntamente com o I Congresso Tocantinense, que acontece de 6 a 9 de novembro, no auditório da OAB, na cidade de Palmas-TO, e contará com palestra da jornalista, contando um pouco dos bastidores durante a busca pelas informações para produção da obra.
Foto: Arquivo Pessoal
A jornalista é também graduada em Direito pela Universidade Católica de Goiás e Mestre em Educação Brasileira. É professora do curso de Jornalismo no CEULP/ULBRA. Atuou como repórter da TV Anhanguera/Rede Globo e atualmente é editora e apresentadora do Jornal Anhanguera 2ª Edição.
(En)Cena – Como nasceu a ideia de contar em um livro a história da medicina no Tocantins?
Jocyelma Santana – Em novembro do ano passado fui procurada pelo proprietário do Instituto Presidente Antonio Carlos – ITPAC, que tem duas unidades no Tocantins – uma em Araguaína e outra em Porto Nacional: o médico Nicolau Esteves. Ele planejava trazer para Palmas o Congresso Brasileiro de História da Medicina e queria contar a história da medicina no Tocantins. O médico Nicolau Esteves solicitou, então, que eu escrevesse o livro.
(En)Cena – Qual a importância dessa obra literária para o estado?
Jocyelma Santana – Bom, trata-se de um livro-reportagem. Lá, eu mostro quem foram e quem são os personagens médicos que munidos de disposição e ousadia vieram para os rincões tocantinos, implantar serviços de saúde no abandonado norte de Goiás. O livro traz depoimentos pessoais de médicos e/ou familiares destes profissionais, mas também mescla com outros dados históricos, um deles o relatório dos médicos-pesquisadores Arthur Neiva e Belisário Penna, do início do século XX.
(En)Cena – Quais as dificuldades em buscar as informações catalogadas no livro?
Jocyelma Santana – Pesquisar sempre exige dedicação. Com a vida corrida que tenho, tinha que encontrar espaço para ouvir as fontes vivas, encontrar documentos históricos, fotos, registros da presença de médicos nesta região, desde o século XVIII até os dias atuais.
(En)Cena – O livro é iniciado em que período da história tocantinense, e que fatos importantes aconteciam na época?
Jocyelma Santana – Faço um apanhado geral de três séculos. Atendo-me mais à história contemporânea. Ou seja, as últimas décadas do século XX até 2013.
(En)Cena – Pode nos adiantar, contando um pouco e citando alguns personagens de grande relevância para produção do livro?
Jocyelma Santana – São vários. Pecaria se mencionasse só alguns. Entre os pioneiros estão: Francisco Ayres da Silva (fim do século XIX e décadas do século XX), Euvaldo Tomaz, Odir Rocha, Pedro Zanina, Frederico Henrique de Melo, para citar só alguns. Mas tem vários que vieram de Minas Gerais, São Paulo, Pará, Goiás..
(En)Cena – Depois de finalizar o livro, certamente você tem uma opinião sobre a situação da saúde pública no estado. Na atualidade, levando em conta a falta de médicos, acredita que no início da formação da classe médica no Tocantins, os profissionais tinham um espírito de mais solidariedade com a saúde pública?
Jocyelma Santana – Acho que é um contexto complexo para explicar a situação. Mais do que recursos, é preciso gestão, cuidado, transparência.
(En)Cena – Essa não é sua primeira obra, também foi autora do livro “Viver de Cara Limpa”, que conta a história do ex-recuperando da Fazenda da Esperança, Ricardo Ribeirinha. Qual a relação e diferenças entre os dois assuntos, já que os dois temas abordam questões relacionadas a saúde?
Jocyelma Santana – Além do estilo da escrita… livro-reportagem, os dois livros falam de doenças também. No primeiro, o tema foi a superação da dependência química, considerada uma das doenças que atingem milhões de pessoas e levam tantas outras aos hospitais da rede pública e privada do país. A história de Ricardo Ribeirinha, um jovem que foi adotado ainda bebê e na adolescência acabou se envolvendo com as drogas. Só conseguiu abandonar o vício porque encontrou pessoas dispostas a investir nele. A ajudar. Já no segundo livro, falo de pessoas que ajudaram outras a superarem suas doenças. Médicos e enfermeiras que, sem olhar para a estrutura deficiente, foram e ainda são imprescindíveis para a qualidade de vida do cidadão tocantinense.
(En)Cena – Depois de contar essa historia, a senhora se sentiu motivada a escrever sobre outros assuntos de grande relevância para o povo tocantinense?
Jocyelma Santana – É o que faço diariamente, na produção jornalística para televisão. Amo o que faço.