No dia 25/05 o 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica irá contar com a psicóloga Ana Beatriz Dupré
O 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica contará com uma mesa redonda como abertura do evento, tendo como convidadas as psicólogas Ana Beatriz Dupré Silva e Keila Barros Moreira, e a psicóloga Ruth Prado Cabral como mediadora. O tema a ser abordado é “Métodos e Técnicas da Avaliação Psicológica”.
Através da estagiária Giovanna Gomes, foi feita uma entrevista para o (En)Cena com a psicóloga Ana Beatriz Dupré, psicóloga que será uma das duas convidadas a participarem da mesa redonda do 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica. Como uma forma de aproximar os inscritos dos convidados, a psicóloga respondeu algumas perguntas do (En)Cena.
Ao ser perguntada sobre a sua área e tempo de atuação, a psicóloga respondeu:
“Sou psicóloga Analista do Comportamento, Acreditada pela ABPMC (012/2018), com Doutorado em Ciências do Comportamento, Mestre em Psicologia, com Formação em Terapia Comportamental e Especialista em Avaliação Psicológica”.
A Psicologia é minha segunda formação; a primeira é Administração de Empresas. Em Psicologia estou formada há 24 anos e tenho atuado em clínica e na docência.”
Ao falar sobre como é a caracterização da avaliação psicológica no país, ela referencia a resolução Nº 9, de 25 de Abril de 2018 publicada pelo Conselho Federal de Psicologia, que diz:
“Art. 1º – Avaliação Psicológica é definida como um processo estruturado de investigação de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover informações à tomada de decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e finalidades específicas.”
Ela pontua também:
“A partir destas Diretrizes e de outros documentos publicados pelo CFP, nota-se que a atuação do profissional segue certos critérios que devem ser resguardados, tanto com relação aos procedimentos, quanto com relação aos cuidados com seu preparo para atuação.”
Ao ser perguntada sobre como é realizada a avaliação psicológica na prática de trabalho atual, novamente a psicóloga Ana Beatriz pontua os quesitos que são inerentes a uma avaliação, pois a mesma já tem a definição apresentada em forma de diretrizes:
- A Avaliação é uma investigação que parte de uma demanda (e ao final, deve dizer algo sobre essa demanda, dando encaminhamentos, num dos vários tipos de documentos que o profissional de psicologia pode emitir);
- Essa investigação vai partir dos estudos que compõem os materiais da Psicologia, os quais o profissional pode pesquisar a qualquer momento mas, espera-se, que já façam parte dos materiais estudados ao longo do tempo pelo profissional, afinal, a formação é contínua e não pode ser negligenciada;
- A partir destes pontos o profissional vai levantar algumas hipóteses sobre o que está acontecendo na situação a partir que será avaliada (que não necessariamente será de uma única pessoa), escolhendo a(s) forma(s) como vai levantar as informações necessárias para poder se manifestar;
- Essas escolhas vão levar a escolhas como a de se vai ou não usar testes psicológicos ou outros materiais e essas escolhas serão influenciadas por muitas variáveis;
- Daí parte-se para o levantamento dos dados, a análise desses dados e, posteriormente a integração desses resultados, a ponto de se poder falar algo daquela demanda, fazendo encaminhamentos.
“Então, em minha prática, de forma geral, sigo esses passos.
Também foi dessa forma que procurei ensinar os discentes que fizeram disciplina comigo desse tema, sempre enfatizando questões éticas, a necessidade de não perder de vista a pessoa em si e se preocupar muito com a produção do documento e sua entrega, que podem gerar um impacto muito grande na vida da pessoa.”
Sobre existir algum aspecto da avaliação psicológica da qual ela considera mais importante de ser praticado com habilidade e/ou cautela, a psicóloga responde:
“Acho que tudo que tentei passar até agora é de suma importância. Mas pensando do lado do profissional que faz a avaliação, acredito que o mais importante é que entenda que o documento que ele produzir vai ter muito impacto e que, por isso, ele precisa fazer tudo com cuidado, responsabilidade e muito estudo.”
Dentro da avaliação psicológica, existe sempre uma divergência entre a utilização ou não de testes. Por conta disso, foi levantada a pergunta entre a relação de vantagem e desvantagem da não utilização de testes, e ela respondeu:
“Não gosto de colocar as coisas nestes termos. Se eu considerar apenas a minha abordagem, a observação da pessoa em várias situações daria conta de responder muito. Mas tudo é importante e são muitas variáveis que interferem nas decisões. Às vezes o profissional gostaria de um teste para avaliar certo aspecto mas não há um disponível para a faixa etária do avaliando, e ele terá que arrumar uma forma para investigar o que está sendo solicitado. Então, o mais importante é o profissional se preocupar em avaliar. Gosto muito da combinação das duas formas, principalmente porque o teste acaba corroborando com o que você observa, dando força para o documento final.”
Existe sempre a expectativa de que a avaliação psicológica deve fornecer respostas ou hipóteses de uma forma diretiva. Em relação a isso, Ana Beatriz responde:
“A ideia é que, ao final do processo, o profissional consiga elementos que descrevam e expliquem o que foi demandado, dando encaminhamentos para ajudar na situação. A avaliação pode ser um momento para uma linha de base, ou um momento inicial antes de intervenção, ou pode ser um momento de acompanhamento de intervenções que estão ocorrendo. Em cada um desses casos, ao final, o profissional produzirá documentos diferentes.”
No final da entrevista, foi feito o seguinte questionamento: Que competências um psicólogo necessita para realizar avaliação psicológica?. Do qual a nossa psicóloga entrevistada respondeu:
“Ser ético, ser bom ouvinte, ser bom observador, ser estudioso, ser criativo, escrever bem, pois produzirá muitos documentos.”