Osmarina Andrade: uma Psicóloga com visão integrada da Educação, Gestão e Psicologia Analítica

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O Portal (En)Cena tem o prazer de apresentar aos seus leitores a psicóloga Osmarina Rodrigues Andrade, uma profissional com uma trajetória rica e multifacetada. Registrada no Conselho Regional de Psicologia sob o CRP 23/002137, Osmarina traz para o campo da psicologia uma bagagem singular, construída a partir de sua sólida formação e experiência em diversas áreas.

Graduada em Pedagogia com habilitação em Orientação Educacional pela ULBRA, Osmarina expandiu seus conhecimentos com especializações em Gestão Educacional também pela ULBRA, e em Gestão de Pessoas com foco em competências pela UFT. Essa base educacional e administrativa oferece a ela uma perspectiva abrangente sobre o desenvolvimento humano e as dinâmicas organizacionais.

Atualmente, Osmarina está aprofundando seus estudos na área da psicologia, sendo mestranda em Psicologia Clínica pela Fundação Universitária Iberoamericana FUNIBER e especializanda em Psicologia Analítica com ênfase em Mitologia, Contos e Arte pelo Instituto Freedom. Essa imersão no universo da psicologia analítica, com sua atenção ao inconsciente e aos símbolos, enriquece sua prática clínica e sua compreensão da psique humana.

Além de sua atuação como psicóloga, Osmarina é servidora pública do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, onde atua na área de Gestão de Pessoas. Sua experiência no setor público a coloca em contato direto com os desafios e as complexidades do ambiente de trabalho, permitindo-lhe aplicar seus conhecimentos de psicologia e gestão de forma prática e eficaz.

Com uma visão que integra a pedagogia, a gestão e a profundidade da psicologia analítica, Osmarina Rodrigues Andrade certamente trará insights valiosos para a nossa entrevista, abordando temas relevantes para a saúde mental, o desenvolvimento pessoal e as dinâmicas do mundo contemporâneo. Acompanhe nossa próxima edição para conhecer mais sobre a perspectiva desta profissional dedicada e apaixonada pelo estudo do ser humano.

(En)Cena – Quais foram os maiores desafios e aprendizados ao se formar em psicologia na envelhecência?

Osmarina Andrade –  Muitos foram os desafios e aprendizados. Fiz vestibular para psicologia ainda jovem. Mas as circunstâncias não me permitiram fazer o curso de psicologia. Morava em Belém nessa época. Retornei ao Tocantins logo depois da criação do Estado e fiz pedagogia na Ulbra, um dos primeiros cursos oferecidos. O sonho de fazer psicologia ficou para mais tarde.  Após adquirir os requisitos para aposentadoria do serviço público, resolvi que seria a hora de retomar o sonho. Trabalhar, cuidar das responsabilidades com a família e ainda estudar é realmente muito difícil, ao mesmo tempo é muito desafiador. Me senti mais preparada para estudar, compreender as questões teóricas e me defrontar com limitações que precisariam ser superadas. Considero que estudar na velhice me permitiu vivenciar mudanças e expandir a minha visão de mundo.

(En)Cena – Você enfrentou algum tipo de preconceito ou resistência no meio acadêmico ou profissional por conta da idade?  

Osmarina Andrade – 60 anos é o início de uma realidade difícil em relação ao processo de exclusão devido ao envelhecimento. A velhice é associada à incapacidade. As experiências que vivi no período do curso estão relacionadas à dificuldade de alguns colegas muito jovens não se sentirem à vontade para dividir o grupo com pessoas mais velhas. Da mesma forma, convivi com outros colegas e professores com muito respeito e atenção. Foi uma experiência muito enriquecedora.

(En)Cena – Como sua vivência e maturidade influenciaram sua prática clínica e a forma como você conduz os atendimentos?  

Osmarina Andrade –  A experiência de vida nos permite maior percepção e sensibilidade. Acredito que por mais que estudemos a teoria, as diferentes abordagens psicológicas, se não tivermos flexibilidade para o processo de mudança, não temos como agir de forma imparcial e com respeito às diferenças. Cada ser é um mundo em particular.

(En)Cena – Você acredita que há vantagens em começar a atuar como psicóloga mais tarde? Se sim, quais?  

Osmarina Andrade – Não tive a experiência com o exercício da psicologia enquanto jovem, portanto não posso comparar. No entanto, posso afirmar que me sinto muito confiante e com total compreensão de que preciso me desenvolver sempre. Procuro me conhecer, viver esse processo de integrar em mim as minhas vulnerabilidades e a partir disto lidar melhor comigo mesma. Para tanto, a terapia é fundamental. Me sinto mais competente para uma escuta respeitosa e paciente.

(En)Cena – Como você enxerga a questão do envelhecimento na sociedade atual e na psicologia?  

Osmarina Andrade – Considero que existe uma negação do processo de envelhecimento. A necessidade de permanecer jovem para não ser considerado incapaz. É muito difícil não enxergar a vida de forma contínua passando pelas diferentes fases. O envelhecimento, nós sabemos, não começa aos 60 anos, foi convencionado que aos 60 anos se é velho. E simplesmente intitular essa fase de melhor idade ou coisa parecida não resolve mesmo. Acredito que a base da nossa formação está no processo educacional. Envelhecer precisa fazer parte desse processo, na família, na escola e no âmbito dos governantes.

(En)Cena – Que conselho você daria para alguém que deseja iniciar a carreira em psicologia após os 40, 50 ou mais anos? 

Osmarina Andrade – Seguir em frente. Compreender que o envelhecimento do corpo físico não tolhe a nossa capacidade de aprender. Envelhecer nos deixa com o olhar mais apurado. Fazer psicologia na velhice transforma a nossa dinâmica em todos os sentidos, nos torna mais confiantes e responsáveis.

(En)Cena – O que a motivou a estudar psicologia e seguir a abordagem junguiana?

Osmarina Andrade – A teoria de Carl Gustav Jung me fascina e me sinto muito realizada por ter escolhido essa abordagem. A forma como Jung fala da psique e sua natureza simbólica, do inconsciente coletivo, dos arquétipos, dos complexos e a maior comprovação era a partir dele mesmo. A possibilidade de conduzir a terapia por meio da dialética, análise dos sonhos, arte, etc. O processo de individuação que é um processo de autoconhecimento, de integração da sombra. Enfim, a riqueza da teoria Junguiana é imensa e permeada por estudos profundos de antropologia, religiões, mitologia, alquimia e muito mais. Jung morreu com 85 anos e estudou e trabalhou a vida toda. Ele não deixou de ser e fazer por ter se tornado velho.  

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