Estudos apontam que a prática de exercícios físicos pode ser uma grande aliada para reduzir casos de ansiedade, estresse e depressão, principalmente, em nosso atual momento de isolamento social ocasionado pela pandemia do novo coronavírus.
As estratégias que estão sendo usadas para conter e impedir a proliferação do COVID-19 pode estar diretamente relacionadas ao acréscimo desses males na população, visto que, segundo pesquisa recente da rede de Academias SmartFit, 6 em cada 10 brasileiros relataram um aumento na ansiedade após o início da quarentena. O exercício físico pode estar diretamente relacionado à prevenção da saúde mental, considerando que 83,2% das pessoas entrevistadas disseram que a atividade física os auxiliam a manter a calma na rotina diária.
É necessário também, considerarmos que, o Brasil é o país no topo do ranking mundial de pessoas com ansiedade, são cerca de 9,3% da população. Além disso, possui 5,8% (acima da média global) de pessoas que sofrem de depressão, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.
No entanto, com diversas academias, parques e clubes temporariamente fechados é necessário que as atividades sejam realizadas em casa. De acordo com o Educador Físico Felipe Mascarelo, especialista em Musculação e Condicionamento Físico, e sócio fundador da LF Performance, ‘é imprescindível que durante a pandemia sejam adotadas estratégias – mesmo que caseiras – para continuidade do hábito de se exercitar, ou até mesmo iniciar essa prática como prevenção de lesões e saúde mental. Atividades como subir escadas, sentar e levantar ou caminhar já podem ser de grande valia’.
Alguns estudos sugerem que indivíduos com maior prática de atividades físicas regulares possuem chances mais reduzidas de desenvolver distúrbios de ansiedade, comparando-se a pessoas com baixo nível de atividade física, provando ser um fator preponderante no quesito prevenção. Além disso, quanto maior a capacidade cardiorrespiratória da pessoa, menor é o risco de desenvolver ansiedade. Sendo assim, uma simples caminhada ou corrida pode ser altamente recomendável, pois melhora o condicionamento e está diretamente relacionada à menor incidência e prevenção da saúde mental.
‘O exercício físico atua diretamente em aspectos fisiológicos, bioquímicos e psicológicos, como por exemplo, aumenta significativamente a produção de neurotransmissores como a dopamina e serotonina, hormônios relacionados ao bem-estar, prazer e humor. É importante salientar que os exercícios devem ser praticados de maneira regular, e durante um período contínuo para de fato percebermos os efeitos. Além disso, é necessário utilizar o exercício em doses apropriadas, com a intensidade correta e sem exageros, para poder de fato aumentar a produção desses hormônios’, explica Mascarelo.
O profissional ainda listou alguns benefícios das atividades físicas na saúde mental:
- Melhora na autoestima;
- Reduz o estresse;
- Melhora a qualidade do sono;
- Aumenta a concentração e foco;
- Reduz os sintomas da ansiedade/depressão; e
- Maior produção de hormônios relacionados ao humor e bem-estar.
No entanto, vale lembrar que o tratamento convencional por meio de acompanhamento médico e psicológico, através de terapias e tratamento medicamentoso continua sendo uma das estratégias adotadas pelos especialistas. Porém, os estudos vêm mostrando que o exercício físico bem planejado e executado juntamente a profissionais capacitados pode prevenir e auxiliar no tratamento desses males.