Bom é aprender em interrelação com os outros

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Estudantes de todas as faixas etárias e níveis de escolaridade se defrontam com um fenômeno cada vez mais presente em sua rotina acadêmica, que é o desenvolvimento de atividades em equipe. Para Coutinho (2023), “tudo o que a gente aprende é sempre na relação com o outro.” De posse dessa afirmativa, já dá para perceber o quão importante é aprender com os pares, em interação, compartilhando suas experiências e colaborando reciprocamente.

Em contato uns com os outros, o processo de aprendizagem ativa ganha força visto que outras maneiras de resolver problemas são acessadas, habilidades socioemocionais são aprendidas e exercitadas, o que será levado para toda a vida. Tomar decisões, escutar o outro, cooperar para o coletivo, respeitar e desenvolver empatia, expor ideias são algumas dessas competências que podem ser fortalecidas quando os estudantes estão juntos em um projeto.

Igualmente importante é falarmos da autoconfiança e da autorregulação como fatores primordiais para as relações interpessoais dentro e fora da escola e que podem ser experienciados.

No entanto, apesar de ser uma estratégia muito importante, as atividades em grupo não atingem seus objetivos por si só. Assim sendo, a intencionalidade pedagógica do(a) professor(a) é essencial para o bom andamento do trabalho. Conhecer bem a turma, os diferentes perfis pessoais, as suas aptidões, bem como a estrutura da proposta de atividade que os alunos desenvolverão são particularidades inerentes ao ofício docente e, uma vez bem planejados, as chances de êxito certamente aumentam.

De acordo com o Observatório Movimento pela Base (2024), “a intencionalidade pedagógica permite que os educadores tenham um objetivo claro em mente ao planejar e implementar suas práticas de ensino, garantindo que as atividades e estratégias estejam alinhadas aos objetivos de aprendizagem dos alunos.”

A escola é um espaço potente na construção de conhecimento para o alcance de direitos humanos fundamentais. Ela se configura como lócus privilegiado para o exercício do diálogo, a reflexão acerca das dificuldades para lidar com as diferenças, seja nas relações interpessoais, profissionais ou afetivas e o os efeitos provocados a partir do contato com essa diversidade, as tentativas de rompimento com a lógica da individualização de resultados escolares, dentre outros aspectos que podem fazer da escola um espaço libertário.

Obviamente, não estamos apontando aqui que este seja um processo tranquilo ou harmonioso. No trabalho em grupo, vê-se disputas por poder, comodismo de alguns sobre os demais, sobrecarga de responsabilidades no polo oposto, conflitos às vezes não resolvidos, elementos tão próprios do convívio em todos os agrupamentos humanos.

Essa realidade como processo de acolhimento das pessoas e das suas peculiaridades com vista ao alcance de objetivos comuns requer que os envolvidos estabeleçam comunicação horizontal e não violenta entre si. Porém, esse assunto é tema para outro artigo.

REFERÊNCIAS

COUTINHO, Dimítria. Trabalho em grupo: entenda a sua importância e como promovê- lo na escola. Disponível em https://novaescola.org.br. Acesso em 01set. 2024.

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