Dietas restritivas: um comportamento de risco

Culturalmente diversos hábitos alimentares estão enraizados na nossa estrutura social, como fazer jejum, contar calorias, se policiar proibindo alimentos do cardápio, se punir com exercícios físicos para compensar uma refeição. Estar sempre em busca do corpo vendido como o ideal, normalizando dietas restritivas e atitudes vistas como necessárias para ter e manter um físico magro, porém esses comportamentos não são saudáveis, além de acompanharem diversos comportamentos de riscos, como vômitos auto-induzidos, o uso de laxativos, entre outros.   

O corpo magro é amplamente propagado como saudável, e variadas dietas restritivas viram “moda” vez ou outra, que podem constituir um risco à vida pelo desejo em ficar no peso aceitável. Em alguns tipos de dietas, as pessoas retiram completamente certos alimentos de sua rotina, em processos radicais fazem dietas líquidas, além de regimes que incentivam  as pessoas a ficarem longos períodos sem se alimentar. Esses hábitos, podem estar relacionados a intensa preocupação com as calorias ingeridas.

Fonte: encurtador.com.br/rtwX5

Ainda que tais dietas levem à perda de peso, que muitas vezes acaba não sendo mantido, muitas vezes não se está em um processo saudável, pois não raro, essas pessoas também sofrem de queda de cabelo, dores de cabeça, dificuldades para dormir, irritabilidade, alterações no ciclo menstrual, desmaios, tontura e cansaço. A ocorrência de tais fatores está associada à carência de nutrientes nos corpos que aderem a essa prática. Um ponto relevante é que essas dietas têm efeitos de curto-prazo, a restrição pode levar a episódios de comportamentos compulsivos que podem ser relacionados ao desenvolvimento de transtornos alimentares (SOUTO e col. 2006).

Todos os dias somos bombardeados com imagens de corpos idealizados, por revistas, no cinema, na televisão, e em grande escala, atualmente as redes sociais desempenham um papel na manutenção da crença de que existe um padrão a ser seguido, construindo o que deve ser considerado bonito e certo. Nesse contexto surgem propagandas voltadas para a venda de dietas milagrosas, remédios para emagrecer, e práticas que no geral são desequilibradas e prejudiciais à saúde. Em associação ao corpo magro, a indústria da dieta constantemente faz alusões à felicidade, o sucesso, a conquista do corpo ideal colocado como o caminho para se chegar a estabilidade, levando o indivíduo a acreditar que por intermédio da magreza diversas melhorias vão se adquiridas em conjunto. 

Todavia, as normas de beleza impostas pela sociedade como ideal nunca respeitou as diferenças, e ao não aceitarem seus corpos. Segue-se em uma busca desenfreada pela magreza sem considerar os riscos associados a dietas restritivas e as consequências negativas tanto sobre a saúde física quanto a psicológica. No geral continuamos em constante alienação quando a importância de buscar modos de sermos mais saudáveis, não necessariamente magros. A procura incansável pelo corpo perfeito, estimulada pela pressão estética difundida pela mídia e sociedade desencadeia essa insatisfação com o corpo, direcionando esses indivíduos a aderir a dietas e regimes extremamente restritivos sob a falsa promessa de felicidade e realização. Todavia, no geral a realidade é outra, a restrição pode cobrar um alto preço sem garantias de satisfação.