Para entender a ação dos fármacos no organismo é necessário entender o funcionamento do sistema nervoso central
O texto de Gorenstein e Scavone, 1999, traça um paralelo com a disciplina de psicofarmacologia, no que diz respeito ao nosso cronograma de matérias. Inicialmente foi abordado a respeito do surgimento dos fármacos e o texto afirma que foi de forma empírica, uma vez que foram se descobrindo medicamentos com a observação dos efeitos de outras medicações em pessoas, ou o uso de outras substâncias naturais ou animais como saberes populares de determinada região ou povo. É relatado no texto também os tipos de medicação que estudamos e seus efeitos para transtornos psiquiátricos, que é uma das importâncias de se ter uma disciplina de fármacos no curso de psicologia. “Cinco grupos de drogas capazes de promover efeitos clínicos em transtornos psiquiátricos: antipsicóticos (clorpromazina, haloperidol), antidepressivos tricíclicos (imipramina), antidepressivos IMAO (iproniazida), ansiolíticos (meprobamato e clordiazepóxido) e antimania (lítio).” (GORENSTEIN E SCAVONE, 1999)
Outro ponto importante do texto é quando aborda os mecanismos de ação das drogas no corpo, algo que também é contemplado na disciplina, questões como, “introduzir novos agentes com maior seletividade e menor latência de ação, toxicidade e efeitos colaterais, além de utilizá-los como instrumentos na geração de hipóteses biológicas sobre a fisiopatologia dos transtornos mentais.” (GORENSTEIN E SCAVONE, 1999). Algo que também fora discutido em sala de aula foi o uso de animais como forma de observação do uso de fármacos, realizar uma avaliação in vivo gerando assim resultados que garantem segurança e eficácia no tratamento em humanos.
Ao se tratar de técnicas bioquímicas chegamos a farmacodinâmica e farmacocinética, onde entendemos a atuação do organismo no fármaco, em sua distribuição e processamento, bem como a atuação do fármaco no organismo, as suas reações e mecanismos de ação no corpo. “através dessas técnicas obteve-se a primeira evidência direta da existência do receptor da acetilcolina18 e a de que os antidepressivos tricíclicos ligam-se a sítios específicos” (GORENSTEIN E SCAVONE, 1999).
O texto também elenca áreas como Genética e a Neuroimagem como contribuições da psicofarmacologia, são técnicas usadas para o desenvolvimento de novas drogas, no que se difere da farmacologia tradicional, pois utiliza-se se novas áreas de ação dos medicamento no corpo, antes desconhecidas, como por exemplo a neuroimagem que dispõe de imagens do cérebro humano que mostra a reação do organismo a determinado medicamento.
Através dessas técnicas é possível quantificar a ligação de um traçador marcado com isótopo radioativo, expressa pelo Bmax ou pelo potencial de ligação (BP), ou como a razão de ligação específica para a não específica. A mensuração do deslocamento do traçador marcado, provocado por uma droga, reflete a cinética da droga em estudo. (GORENSTEIN E SCAVONE, 1999).
Conclui-se então que para entender a ação dos fármacos no organismo é necessário entender o funcionamento do sistema nervoso central, bem como os efeitos da medicação, seus sítios de ligação e as reações que são provocadas no organismo, bem como as psicopatologias. Outro ponto alto do texto é a expectativa de que estas novas tecnologias de estudo da psicofarmacologia ajudem a avanças cada vez mais na área e progredir nos tratamentos, para que as medicações sejam cada vez mais direcionadas e os efeitos adversos diminuídos. “Entretanto, o progresso da psicofarmacologia só estará efetivamente consolidado se o planejamento estritamente racional de novas drogas levar ao real desenvolvimento de compostos com alta capacidade de prevenir e tratar eficazmente os transtornos mentais.”
Referência
GORENSTEIN, Clarice; SCAVONE, Cristóforo. Avanços em psicofarmacologia – mecanismos de ação de psicofármacos hoje. Rev. Bras. Psiquiatr. São Paulo, v. 21, n. 1, p. 64-73, mar. 1999 . Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000100012&lng=pt&nrm=iso >. acessos em 31 mar. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44461999000100012.