Ser Gestalt terapeuta é ser ativo, autêntico, presente e acolhedor no processo. Precisa ser tocado pelo paciente, indo além de uma simples empatia, podendo compreender que cada história, cada momento é único. Precisa estar atento ouvindo as estórias do próprio autor, sejam elas reais ou não. Para assim poder restaurar essas histórias.
Ser Gestalt terapeuta é explorar e perceber tudo que existe, estando ao lado, a frente, e atrás do sujeito. Entendendo tudo na sua totalidade, integrando as polaridades, sendo ignorante numa posição de não saber. Reorientando a energia e explorando o potencial do cliente dentro da realidade que este vive.
Ser Gestalt terapeuta é ter uma postura ativa e dialógica, onde o cliente força o terapeuta estar naquele lugar, lidando com a ansiedade própria do terapeuta e a ansiedade trazida pelo outro. O terapeuta é aquele em que acolhe as falas que o cliente não consegue segurar, sendo o “batata quente” do cliente. Proporcionando situações e soluções novas para o cliente.
Ser Gestalt terapeuta é ser criativo, não sendo um terapeuta engessado. Aproveitando dos reajustes para se “re”criar. Acreditando em que tudo pode acontecer, arriscando no ser existencial. Observando não só no cliente traz de forma subjetiva, mas a intersubjetividade, a relação do vínculo cliente-terapeuta. Trabalhando numa relação dialógica.
Ser Gestalt terapeuta é viver todas as situações da vida e se abrir para novas situações. Estando aberto para entrar no mundo do outro. Suspendendo todos os pressupostos. Tirando o outro da zona de conforto e perturbando. Mantendo preparado para inúmeros “tocos” e propiciando ao cliente o contato com ele mesmo.
Ser Gestalt terapeuta é ouvir, aceitar e confirmar, é receber o humano sempre com amorosidade. Mas também é ser firme, duro e forte, ajudando o cliente a assumir sua responsabilidade. Se colocando disponível com amor e respeito e permitindo ao cliente se apresentar do jeito que ele é. Tendo fé e sendo confiante no potencial de amor humano.
Ser Gestalt terapeuta é preservar, proteger, reconhecer e se respeitar. Estabelecendo critérios e momentos difíceis, entendendo se tem condições ou não de acompanhar o cliente. Compreendendo que é o “curador ferido” na relação, e se houver cicatrizes abertas, reconhecendo que é necessário respeitar o seu processo de cura.