Caos 2020: O que Sherlock Holmes tem a ver com Avaliação Psicológica?

O Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS) veio com tudo em 2020 e nos trouxe muitas novidades no quesito avaliação psicológica que é o tema de destaque do ano; dentre tais novidades podemos citar acerca da relação entre o icônico Sherlock Holmes e a Avaliação Psicológica. O que ambos teriam então em comum? Na palestra de abertura ocorrida na manhã do dia 03/11, Dr. Fernando Pessotto fala acerca dessa relação entre o detetive que marcou e continua a marcar gerações e as nuances da avaliação psicológica.

Pessotto é Psicólogo, Doutor e Mestre em Psicologia, sendo seu doutorado relacionado ao estudo de sistemas de codificação do Teste de Wartegg e suas relações com o teste de Rorschach, coordenador do Laboratório de Psicodiagnóstico e Neurociências Cognitivas (LaPeNC), membro do GT Aprendizagem Humana na Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) e sócio proprietário do Nexo – Instituto de Psicologia Aplicada, juntamente com o  Podcast “N-Cast”, é também fundador e editor da Revista Sul-Americana de Psicologia.

A abordagem de Pessotto traz consigo a proposta de uma psicologia mais leve, que seja agradável de se realizar, buscando um outro viés para explicar as técnicas da psicologia, com o intuito de fixar melhor os conhecimentos a serem utilizados na prática, o mesmo faz o uso de ícones da cultura pop como Batman e outros personagens de quadrinhos. Dentre a relação com tantos outros filmes, podemos conferir também em seus podcasts uma análise a respeito do filme “Coringa”, paralelos da Psicologia com outros filmes e temáticas atuais.

Porém, aqui vemos algumas associações de Sherlock Holmes com a Psicologia e uma associação que Fernando faz com os testes é a evidência baseada em deduções, no entanto, não que essas deduções sejam precisas, e nesta palestra vimos que até o melhor detetive de todos os tempos pode falhar ao fazer suas deduções.

Fonte: Arquivo pessoal do palestrante

Sherlock Holmes atua através das deduções, observando os mínimos detalhes, o que ele faz muitas vezes em suas deduções é relacionado ao comportamento não-verbal e Fernando chama a atenção para essa qualidade que se faz importante na prática psicológica. Na avaliação psicológica nós precisamos olhar para os detalhes também, porém não se pode fazer deduções a partir do resultado apenas de um teste, embora façamos deduções internas é preciso perguntar pois, alguns pontos se mostram muito evidentes nos quais podemos levantar hipóteses, mas apenas deduzir e levantar hipóteses também estão suscetíveis ao erro, por isso precisamos conversar, perguntar e assim a prática se torna uma investigação, com o intuito de beneficiar o paciente que na maioria das vezes é um verdadeiro mistério a ser desvendado.

Fernando nos deu toques acerca do teste de Rorschach que trabalha muito com o imaginário e muitas vezes vem com todo um enredo falado pelo paciente enquanto que em outras ocasiões o paciente pode trazer apenas informações sem muitos detalhes ou uma história acerca do que vê, enquanto que nós como psicólogos precisamos ter essa atenção para esses discursos, como manda o protocolo do teste claro, mas também como mais uma evidência na construção de um todo.

Fonte: Gabriel Vinicius Jesus

Conteúdos como indicadores para deduções, são importantes para levantar hipóteses e aqui, mais uma vez ele diz, que tais deduções são passíveis de erro mas, que é preciso também levantar essas hipóteses, como evidências para continuar o caso, dentre os aspectos ele menciona o olhar para o que o paciente traz de si, visivelmente em seu comportamento durante os primeiros encontros e durante toda a terapia.

Aspectos relacionados à aparência do paciente, como ele se veste, se ele se preocupa com sua aparência, se tal preocupação é obsessiva, como está a autoestima do paciente, como está o seu humor, de que forma esse paciente se comunica, se é com uma fala muito rápida, que pode ou não, ser um indicativo de ansiedade, ou se ele comunica muito devagar, que pode ou não, ser um indício de depressão.

A partir disso Fernando diz que não podemos fazer deduções simplistas, é preciso observar e investigar também, sem levantar pré-julgamentos acerca desses aspectos e ele finaliza dizendo que o teste dá uma amostra de comportamento e o sujeito ali complementa essas amostras a fim de chegar em uma conclusão com resultados precisos que possam colaborar na terapia.

Recomendações:

Podcast NCast e Canal Metaforando.

Fonte: Gabriel Vinicius Jesus

REFERÊNCIAS:

CAOS 2020 – Palestra de abertura: O que Sherlock tem a ver com a Avaliação Psicológica? Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=j0MaEPRxQEU>