CAOS 2022 – Mostra destaca a prática em diferentes campos de atuação

Na noite do dia 21 de novembro na programação do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS), ocorreu a segunda edição da Mostra de Práticas em Psicologia com mediação da professora no curso de Psicologia do CEULP/ULBRA, Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde pela Universidade da Beira Interior, Covilhã-Portugal (2015), a psicóloga clínica Muriel Corrêa Neves Rodrigues, que iniciou o evento falando sobre a escolha dos campos de estágios pelo acadêmicos do curso de Psicologia, exemplificando que o momento proporcionado pela Mostra é a explanação sobre as práticas de acadêmicos vivenciadas durante o Estágio Específico em Processos Institucionais e de Saúde do Ceulp/Ulbra em diferentes campos de atuação. 

Iniciando as apresentações, as acadêmicas Luana Lenir de Laura Braga Costa, compartilharam a experiência de estagiar na Secretaria Municipal de Saúde de Palmas (SEMUS), no setor de causas externas, relatando as atividades realizadas durante o estágio, que se caracteriza pela monitoramento e a vigilância epidemiológica de situações de violência e acidentes, através de dados óbitos pela Ficha Individual de Notificação (FIN), preenchida pelas unidades assistenciais para cada paciente em que a suspeita da ocorrência de problemas de saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional, estadual ou municipal, essa ficha é recebida por meio de um prontuário eletrônico (e-SUS). A apresentação das acadêmicas  enfatizou a importância dos dados, que possibilita a divulgação para a sociedade como um todo, gerando um importante impacto social dando visibilidade aos cenários de violência acidentes, tornando possível a atuação baseada em evidências, contribuindo para a tomada de decisões dos gestores e profissionais. 

A segunda apresentação foi das acadêmicas Ágatha Caroline e Beatriz Cirqueira, relatando as atividades realizadas no Centro de Referência de Atendimento à Mulher em situação de Violência (Flor de Lis), e a atuação na política de enfrentamento à violência contra as mulheres, o centro de referencia se constitui em um espaço de acolhimento e atendimento psicológico, social, com orientações e encaminhamentos jurídicos á mulher em situação de violência, os atendimentos feitos em fases que se completam durante o processo, incluindo o levantamento de demandas, escuta qualificada/encaminhamentos, fornecimento de informações e orientações, monitoramento e acompanhamento, e o rompimentos do ciclo de violência e desligamento. 

A terceira apresentação foi sobre a atuação no Centro de Referência de Assistência Social (CREAS), feita pelos acadêmicos Emanuela Luz, Geovana Bosch, Geovana Gomes e Raimundo Leonardo, exemplificado as características do órgão de Proteção Social Especial, cuja função é ofertar e referência serviços especializados de caráter continuado para famílias e indivíduos em situações de risco pessoal e social, por violação de direitos, durante a experiência prática do estágio no CREAS, os acadêmicos relataram as visitas institucionais e domiciliares, atendimentos psicossocial individual e familiar, discussões de casos, intervenção psicossocial entre outros.

As acadêmicas Camila Silva Alciléa Carvalho deram continuidade com a quarta apresentação da noite, falando sobre o Núcleo de Atendimento Educacional Especializado ao Discente (Alteridade), que tem como objetivo oferecer suporte aos discentes do Ceulp/Ulbra no que relaciona-se com acessibilidade, processos de ensino aprendizagem, saúde mental e o desenvolvimentos de habilidades sociais e profissionais no contexto universitário, por meio do acolhimento, acompanhamento individual e intervenções em grupos com temas diversos, que se formam a partir das demandas apresentadas por professor e acadêmicos, além da realização de eventos, palestras e oficinas. 

O acadêmico Matheus Saboia apresentou a Psicologia Escolar, com a vivência dos desafios impostos pela área, pontuando sobre a lei que regulamenta atuação de psicólogos em escolas públicas ser algo recente, porém atualmente não se encontra em efetivo funcionamento, escassez de produções científicas no Brasil, diretrizes de trabalho sem um padrão de atuação bem definido e o diálogo entre a escola, equipe de psicologia e pais, que demonstram um baixo engajamento na vida escolar dos filhos. Na atuação no Suporte Psicológico Escolar, que oferta atenção especial para alunos que apresentam dificuldades cognitivas e emocionais específicas, no desenvolvimento escolar, por meio de etapas como observação direta e entrevista com professores e familiares.   

Ainda no campo escolar, a acadêmica Larissa Ferreira, discorreu sobre o tema “a música como ferramenta terapêutica na expressão das emoções no contexto escolar”, trazendo informações sobre o trabalho no ambiente escolar, sob as demandas autolesão e  suicídio, a música nesse contexto foi utilizada como disparador, em encontros com temáticas relacionadas a suicídio, automutilação, preconceito, autoestima, sexualidade, família, motivação, amor, morte, por meio de músicas ligadas aos temas, sendo um encontro separado para entrevista individual, e outra em que os alunos levaram a música de sua escolha, com o público alvo de adolescentes de 11 a 14 anos do Ensino Fundamental II, totalizando 11 encontros, finalizando com uma devolutiva individual, os encontras proporcionaram discussões e reflexões acerca de assuntos relevantes, criando um ambiente seguro e acolhedor para os alunos.      

Divulgação/CAOS

A sétima apresentação da noite foi das acadêmicas Brenda Leite, Lívia Oliveira, Vera Lima e Valquiria Rebelin, sobre a prática da Psicologia na Justiça Federal, nesse campo o foco é na Psicologia Organizacional e do Trabalho, realizando atividades como o escuta JF, com atendimentos e acolhimentos direcionados aos profissionais, servidores e magistrados da Justiça Federal, com até 10 atendimentos, e encaminhamentos quando necessários, realizando também atividades voltadas para a pesquisa de clima organizacional, pesquisa sobre assedio moral, sexual e discriminação, com orientações sobre os direitos das vitimas presentes no contexto organizacional, também com divulgações de cards de promoção a saúde com temas afim de gerar conscientização, participando também dos processos seletivo, programa de preparação para a aposentadoria e perfil profissional.   

Apresentando a atuação da Psicologia na Defensoria Pública do Estado do Tocantins, a académica Rute Milene da Cruz compartilhou sobre a atuação em uma equipe multidisciplinar, na prestação de serviços de assessoria aos defensores públicos em processos de divorcio, separação, guarda, regramento de visitas e alienação parental, expondo pontos como a criação de documentos psicológicos que são, declaração, relatório psicológico, relatório multiprofissional, laudo psicológico, parecer psicológico, atestado psicológico. A prática como estagiária de Psicologia dentro da Defensoria compartilhada pela acadêmica passou pelo atendimento ao assistido encaminhado ao serviço, nas modalidades presencial ou por videoconferência, participação de reuniões para discussão de casos, que potencializa o aprendizado e elaboração de relatórios psicossociais. 

A acadêmica Ester Moreno, compartilhou sua experiência no campo de atuação Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), através da colaboração em um grupo de apoio terapêutico ao tabagismo, onde cada encontro era direcionado por um cronograma definido pela Secretaria Municipal de Saúde de Palmas, divididos em 7 encontros, com duração média de 1:30, os encontros começaram com 6 participantes, no terceiro tiveram 4, no quarto 3, no quinto 5, e no sexto 2, durante o processo o grupo proporcionou melhorias em relação à saúde, onde 3 dos participantes cessaram o hábito de fumar e 1 reduziu de maneira significativa.   

Compartilhando as experiências no ambiente hospitalar, a acadêmica Ana Beatriz Silva realizou a décima apresentação da Mostra, falando sobre o tema “vivências em uma unidade de alta complexidade em oncologia: um relato de experiência”, no  Hospital Geral de Palmas (HGP) onde o foco desse campo de estágio se baseia no estudo da qualidade de vida dos paciente oncológicos, referenciando-se nas áreas da psico-oncologia e psicologia hospitalar. A atuação no campo por meio da busca ativa se configurou em ofertar escuta qualificada, se estendendo aos familiares e os acompanhantes, buscando fortalecer os vínculos afetivos entre a família e o paciente, com o propósito de diminuir o risco de disfuncionalidade no sistema pessoal e familiar por intermédio da ressignificação e elaboração da situação, proporcionando qualidade de vida dos indivíduos envoltos no processo.   

Em  continuidade ao evento, as acadêmicas Crislenne Vitoria e Thaylla Cristianne também na temática sobre a atuação em Psicologia Hospitalar na área da internação pediátrica, ortopedia e especialidade no HGP, dividindo a vivência da atuação que inclui atividades como, avaliação inicial dos dados do paciente e acompanhante, escuta ativa, intervenções lúdicas e no emocional, manejo de estressores, orientações aos pais, monitoramento de leitos, e a preparação para a alta quando possível, devido a alta rotatividade da ala, com o objetivo de favorecer o bem estar do hospitalizado dentro do contexto de internação, passando pela compreensão de que o paciente se encontra ali focando na saúde orgânica, e os fatores psicológicos devem ser considerados e tratados como associados a questões físicas de saúde.

Fechando as apresentações da Mostra, as acadêmicas Giovanna Camargo e Yasmim Sousa, trouxeram o relato com o tema “entre violências: vivências de um estágio em Psicologia Hospitalar”, no campo Núcleo de Assistência à Pessoa em Situação de Violência (NUAVE), as acadêmicas exemplificar  como funciona a rotina dentro do núcleo, que perpassa pela busca ativa, identificação de demandas, escuta, registro, planilha e encaminhamento. As demandas investigadas e acompanhadas são: violência autoprovocada, fraturas, violência interpessoal e surto psicótico. Os atendimentos são realizados por intermédio da escuta, acolhimento, atendimentos ao acompanhante, orientação, encaminhamento e monitoramento. O relato foi finalizado com apontamentos sobre os desafios presente na atuação, destacando o preconceito por parte dos profissionais com os pacientes internados por tentativa de suicido, a descontinuidade do acompanhamento extra hospitalar, que ocasiona a reincidência na internação de paciente com ideação suicida, falha na rede de assistência social e a falta de adesão a continuidade do tratamento psicológico, medicamentoso por parte do paciente. 

A segunda edição da Mostra de Práticas em Psicologia foi encerrada após perguntas  direcionadas aos acadêmicos sobre suas vivências e experiências nos campos de estágios citados, propositando ocasionar uma maior aprendizagem no espaço criado pelo evento.