CAOS 2022 – Trabalho, Sofrimento e Autorrealização é tema de mesa redonda

Aconteceu no terceiro dia do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS, na manhã de 23 de novembro, a mesa redonda “Trabalho, Sofrimento e Autorrealização” com a presença dos Psicólogos Rafael Rodrigues de Souza, Tássio de Oliveira Soares e o mediador Caio Cesar Brum.

Após apresentação dos participantes, o Me. Rafael Rodrigues de Souza, destacou que o sentido do trabalho na realização pessoal é uma troca equivalente, serve para si e para a sociedade, não tendo somente função financeira, apenas o objetivo de ter uma renda gera um processo de sofrimento em decorrência da auto exploração e ausência de sentido. Para o Me. Rafael para a instituição o empregado doente significa prejuízo e para tentar solucionar procura incluir palestras, treinamento, essa não é a solução, o que se faz para tratar o sofrimento no trabalho, o retroalimenta. A empresa não deve existir somente com a função de lucratividade, mas também deve haver um sentido de servir. Portanto, a existência de um equilíbrio financeiro, cultural e social colabora para o reequilíbrio entre instituição e sujeito saudável.

O Psicólogo Tássio, evidenciou que as relações de trabalho têm se tornado uma demanda frequente nos consultórios psicológicos, pois é uma pauta do nosso dia a dia. Para Tássio no trabalho o elemento que procuramos é a autorrealização, tem um sentido de utilidade, funcionalidade, identificação. Trabalhar para a sociedade é uma questão de pertencimento, nível de organização e remuneração, não ter um lugar no trabalho também significa algo para a sociedade, é uma lógica excludente. O trabalho tem uma função estrutural na vida do sujeito, fazer o que deve ser feito é o problema desse arranjo, esse elemento estruturante se torna a única coisa a qual pertence, sendo assim o que era para ser funcionalidade, rouba energia e resulta no sofrimento, portanto é necessário transitar através de outras áreas da vida, ir além do trabalho.

O trabalho gera sofrimento quando o sujeito não se reconhece, a ampliação do olhar para a pluralidade da vida, vislumbrar além das demandas da instituição, do financeiro e da autocobrança, buscar uma colaboração visando não somente a função da lucratividade, mas um equilíbrio entre os vários setores da vida pessoal e profissional, dando sentido ao que se está fazendo e tendo função social, pode ser o caminho para melhorar a questão da saúde mental no trabalho.