Ela amou de um jeito inestimável, foi leal ao que sentia.
Ela não foi leal às palavras que deveriam ser gritadas ao invés de escritas.
Ela foi o que queria ser, se preocupou, ajudou dentro do seu limite, mas calou.
Mas ela não sabia que sua forma de amar era imprecisa para alguém que não valia tanto a pena todo o seu esforço.
Ela percebeu tarde demais, que nem sempre roupas, perfumes, sandálias, lingeries, jóias e bons restaurantes era uma forma de amar, na verdade era apenas luxúria de mostrar para ela, que ela era o que ele queria a maneira dele.
Um rosto, um corpo e prazer ela foi, apenas isso e nada mais entre tantas outras moças que ele cortejava e fazia com que elas se sentissem abrilhantadas.
As palavras ditas da boca daquele homem era tão leviana quanto o seu caráter.
Enquanto ela achava que ele o engrandecia, a amava, na verdade ele a deixava mais pequena do que ela realmente era.
Não era jóia nem nada, nem brilhante, era uma pedra falsa que o ele chamava de amor. Não tinha luz própria e não brilhava, na verdade ele era quem a ofuscava.
Era tipo as luminárias de Natal, que brilha em uma determinada época do ano e se apaga um mês depois, e isso durou 7 anos.
Foram 2520 dias em que ela teve que sustentar-se ao abraço e o colo, ao amor que ela sentia, daquele que ela tanto confiava e como as mentiras demoraram a aparecer, com muito custo a verdade que sempre aparece, apareceu!
Imagino, ela que calou a voz por tanto tempo, ignorando tudo a sua a frente, até o que ela poderia ver e quando viu doeu, chorou, se despedaçou.
Quantas coisas deixou de falar, ocultou, oprimiu por achar que daquela forma ela o teria para sempre.
Mal sabia que para sempre era pouco tempo e com custo, mesmo que tantas vezes tentando tornar tão pequenos os detalhes, eles por si são os mais importantes e grandes demais para serem ignorados.
Ele era tão negligente ao que achava que escondia, e ela tão ignorante ao que estava bem na cara. E por fim o homem que se achava príncipe, mostrou que realmente era sapo e ela que achava que encontrara o amor de sua vida percebeu que tudo o que ele dava era somente uma mentira, uma mentira daquelas que doem mais do que a verdade.
Ela hoje está vivendo a sua dor, difícil de suportar, muitas vezes mentindo pra si mesma, achando que está muito bem. Silenciando o grito desesperador que guarda dentro de si. Esse grito que não aguenta mais ficar tão preso, não suporta mais ser acalentado. O grito que insiste em vencer aquela moça que acha que os dias bons são todos os dias.
Mas moça, olha bem, você não tem culpa por ser digna no seu sentimento, não tem culpa de não ser o que ele queria, não tem culpa de ser quem você é. E ser você é a melhor coisa que você poderia ser. Inesquecível e inestimável, você é a sua versão de mulher na vida. Você não precisa ser abrilhantada por ninguém, você já é a luz grandiosa e só falta você ver.
Ele é que era muito pequeno pra você!