Minha experiência com a imunização infantil pelo SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) nasceu graças a movimentos sociais que lutaram pelo direito de saúde a todos, e foi garantido pela Constituição Federal de 1988 com a lei 8.080/1990. Já atendeu 190 milhões de pessoas prestando serviços variados como campanhas preventivas, imunização, fiscalização sanitária, procedimentos médicos de média e alta complexidade como transplante de órgãos, entre outros. O sistema é relativamente novo, (gosto de pensar assim, visto que nascemos no mesmo ano), e vem evoluindo de forma positiva se baseando nos princípios fundamentais da Universalidade, Integralidade e Equidade que garante atendimento a todos.

Fonte: https://www.formacontrolesocial.org.br/images/ilustra_saude_020.jpg

Sendo assim, procurei uma unidade de saúde da família mais próxima e me surpreendi positivamente com a quantidade de unidades de atendimento espalhadas por Palmas-TO. Eu, mãe de primeira viagem, com um bebê de 8 dias no colo, (minha Isis), fui até a Policlínica da 108 sul, para que fossem ministradas as vacinas Hepatite B e BCG (Bacilo Calmette Guérin), simplificadamente, essa vacina cria imunidade e age contra infecções, sendo a principal responsável pela defesa do corpo contra a tuberculose.

Chegando lá, fizemos o cartão SUS na recepção , tudo muito rápido e sem fila, o cartão é feito de forma digital e impresso na hora em papel comum, só basta recortar no formato do cartão para ficar bonitinho. Em seguida nos encaminharam para a sala de vacinação, onde fomos recebidas com simpatia e profissionalismo pela técnica em enfermagem Nilza Maria Conceição. Acredito que devido ao fato de perceber o medo recorrente estampado no rosto dos pais, tenha criado mecanismos que ajudam no conforto de saber que a vacina é o melhor para nossos pequenos.

A profissional explicou sobre o processo de vacinação de um recém nascido até seus primeiros anos de vida e ao me aprofundar um pouco mais no assunto, encontrei informações sobre o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que foi criado em 1973 e é uma referência internacional de política pública de saúde. Pois, por meio das campanhas de vacinação, conseguiu erradicar doenças como a varíola e a poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil. De acordo com o Ministério da Saúde “O Brasil conta atualmente com mais de 36 mil salas de vacinação espalhadas por todo território nacional, que aplicam por ano 300 mil imunobiológicos. Há ainda vacinas especiais para grupos em condições clínicas específicas, como portadores de HIV, disponíveis nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).”

Nilza fez anotações sobre as vacinas ministradas na Caderneta de Saúde da Criança. Esse é um documento único, onde contém orientações como cuidados com a saúde, direitos da criança, registro de nascimento, alimentação saudável, vacinação, desenvolvimento, entre outros. A caderneta é distribuída pela secretaria de saúde para as maternidades tanto públicas como particulares e entregue gratuitamente para cada responsável pela criança.

Fonte: http://meteoropole.com.br/site/wp-content/uploads/2016/05/caderneta.jpg

O preenchimento da caderneta, com os dados dos primeiros anos de vida da criança ajuda a fomentar uma base do histórico médico. O que pode facilitar bastante o diagnóstico de possíveis doenças. Acredito ser de fundamental importância o trabalho de coleta desses dados e que em um futuro próximo esta caderneta possa vir a ser digital para que qualquer profissional de saúde tenha acesso a todas as informações importantes do paciente.

Chegado os dois meses da Isis e com a cicatrização da BCG seguindo como esperado, chega junto a preocupação com a temida vacina Pentavalente, que é aplicada aos 2, 4 e 6 meses com o primeiro reforço aos 15 meses e segundo aos 4 anos da criança e protege contra tétano, difteria, meningite, coqueluche (outros tipos de infecções provocadas pelo Haemophilus influenzae tipo B) e a hepatite B.  Mesmo antes do nascimento da minha filha já me assombraram com histórias sobre a mesma, que me fez pensar que seriam dois dias de choro e sofrimento. Até que mais uma vez fomos recebidas pela Nilza com a mesma atenção da primeira vez, que fez seu trabalho e me instruiu sobre os cuidados nas horas seguintes para que fosse mais tranquilo o processo reativo. E realmente, não foi nada assombroso.

Fonte: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/jpg/2018/janeiro/30/calendario-vacinal-2018.jpg

Seguimos com nossas visitas mensais à unidade de saúde até o sexto mês. Foi aí que nos deparamos com a falta da vacina pentavalente, e como informado, havia acabado o estoque em toda a cidade. Saí com o conforto de saber que estaria faltando apenas a terceira dose para minha filha e como informado, não era necessário preocupação. Sei que, muitos pais ficaram esperando e outros  tiveram de recorrer a clínicas particulares de vacinação. Nesse caso específico, o atraso nas entregas ocorreram pois estavam aguardando a finalização de trâmites administrativos para liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo o Ministério da Saúde.

Embora contenha falhas, acredito que o SUS seja uma das maiores conquistas sociais dos últimos anos. Com ele foi possível levar um pouco de dignidade a população, já que antes a saúde era direito de uma minoria rica e era comum perder entes queridos por não poder pagar mais do que um xarope que prometia tudo e não resolvia nada.

Deixo meu agradecimento àqueles que não se conformaram!

REFERÊNCIAS

Sistema único de saúde. Princípios e conquistas. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sus_principios.pdf. Acesso em: 30 Mai. 2018.

Saúde Minas Gerais. SUS para todos. Disponível em: http://www.saude.mg.gov.br/sus. Acesso em: 30 Mai. 2018.

Ministério da Saúde. Caderneta de Saúde da Criança. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/saude-para-voce/saude-da-crianca/pre-natal-e-parto/caderneta-de-saude-da-crianca. Acesso em: 01 Jun. 2018