Melinda tinha apenas cinco anos quando vivenciou seu primeiro natal conscientemente. Ela, como uma criança típica, acreditava em fadas, princesas, mundo encantado, monstros etc., incluindo o Papai Noel e sua carruagem com presentes. Na véspera do natal, Melinda pediu aos seus pais um pedido inusitado. O pedido dela foi viajar com o Papai Noel entregando os presentes para as crianças.
Esse pedido comoveu seus pais, pois não estavam prontos para revelar a verdade e muito menos destruir sua inocência, como acreditariam que seria. Decidiram em conjunto tentar realizar esse pedido da filha. Pediram ajuda dos familiares e começaram a organizar o trenó com os alces e as vestimentas, mas tudo escondido da pequena Melinda.
Ao passar dos dias, quanto mais perto ficava da data, mais ansiosa Melinda se mostrava, pois temia que seu pedido pudesse não se realizar. Falou aos seus pais que poderia sumir mas que voltaria para a cama antes do dia 25 chegar, pois queria muito viajar com o Papai Noel e entregar os presentes às crianças.
Na escola, Melinda aprendeu que o Natal é um momento no qual se deve fazer ações de caridade, solidariedade e amor, como Jesus fazia. Logo, Melinda raciocinou que seu pedido fazia mais sentido ainda, pois não desejou ter nenhum brinquedo, presente caro ou jogos especiais, e percebeu que sua atitude era caridosa. Quando chegou em casa, disse isso aos seus pais e eles o elogiaram.
Quando finalmente chegou a véspera do natal, os pais de Melinda se fantasiaram, alugaram algumas carretas com enfeites de alces e compraram, com ajuda de seus familiares, vários presentes para distribuir em bairros carentes. Eles a despertaram tarde da noite e ela, feliz por ter seu pedido atendido, ficou eufórica. Seus pais, disfarçadamente, pediram a ela para entrar no carro que seus pais já sabiam do pedido.
Ela entrou muito entusiasmada e se encantou com cada detalhe do trenó, com os alces, com os brilhos em volta, com os presentes, e com a fantasia de seus pais. Depois, se direcionaram a um bairro carente e lá, eles desciam do trenó automatizado, e deixava um presente na porta ou no portão de cada casa. Depois, apertaram a campainha ou batiam forte no portão e falavam em alto e bom tom: PRESENTE DO PAPAI NOEL NA PORTA. FAVOR RETIRAR AGORA! e saiam em disparada para o carro.
Melinda, que conhecia apenas o papai Noel tradicional, que voava pelo céu com seu trenó e alces, e que chegava à casa das crianças pela chaminé das casas, perguntou ao casal por que não era como os que mostravam na tv e nos livros. Eles responderam que esta é a última versão da fábrica da terra do papai Noel e que no Brasil era mais legal, porque tinha portão e poderia deixar na caixa de correios, do que ir pela chaminé e se machucar. Ela concordou e achou divertida a resposta.
Depois de distribuir tudo pelo bairro inteiro, voltaram exaustos para casa. Depois, Melinda dormiu a noite toda pesadamente. No dia seguinte, quando despertou, foi diretamente aos seus pais e relatou tudo a eles. Eles a ouviram atentamente e a acolheu. Depois, viu na TV, a alegria das crianças e suas reações ao receber os presentes. Quando as viu, disse aos seus pais que foi o melhor natal de todos, e foi o mais marcante, por ser o primeiro.