O psicólogo hospitalar na atualidade

Durante a 1ª Semana Acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, fui assistir à mesa-redonda realizada em 24/08. Achei muito enriquecedora, pois abordou um tema muito importante, a atuação do psicólogo hospitalar na atualidade. Através das falas dos convidados pude conhecer mais sobre esse campo de atuação, e entender melhor, pois foi falado da atuação do psicólogo no hospital em vários setores.

Começamos com a psicóloga Izabela, falando sobre a atuação nas Unidades de Tratamento Intensivo. Ela nos explicou que muitas vezes o atendimento é feito só com os familiares, pois o paciente está por algum motivo impedido de se comunicar, e que é um trabalho árduo, pois sabemos que os pacientes que estão nessa ala são pacientes em estado grave, muitas vezes sem nenhuma esperança de recuperação, apenas à espera da morte. E por esse motivo é necessário que além do médico, haja também um psicólogo acompanhando a família, ajudando a entender e aceitar aquela situação.

Nos casos em que o paciente, mesmo estando nessa ala, pode se comunicar, o psicólogo age diretamente com ele. Izabela nos explicou que esse atendimento é muitas vezes bem complicado, pois mesmo o paciente estando consciente, ele pode não conseguir falar, e ainda assim o psicólogo tem que se manter ali, dando assistência ao paciente. Muitos desses pacientes estão ali, já sem esperança de cura, mas é importante que se mantenha a fé na cura, e o psicólogo está ali também para incentivar isso.

Muitas vezes o psicólogo não pode sair do Hospital, nem mesmo para seu descanso, eles têm que descansar ali mesmo, fazendo desse trabalho por vezes cansativo para o profissional, que além de ajudar o paciente e seus familiares, tem que buscar manter-se bem para exercer seu papel com bom desempenho.

A psicóloga Marilia trouxe para nós sua experiência atuando na maternidade. Foi também muito enriquecedora e importante sua fala. Ela nos explicou como uma psicóloga age em diversas ocasiões nessa ala. Como quando a mãe chega para ter ser bebê, e é internada, muitas vezes sem acompanhante, isso causa estresse a ela, cansaço, e o psicólogo está ali para apoiar. Quando o bebê nasce, a primeira coisa que as mães querem é pegar seu bebê e ir para casa, mas nem sempre isso é possível.

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Fonte: http://www.suprema.edu.br/2014/equipe-de-ginecologia-e-obstetricia

Mesmo a mãe estando saudável e podendo sair do hospital, o bebê pode precisar de mais alguns dias ali, em observação, sendo medicado, muitas vezes, por nada grave, mas que inspira cuidados. E a mãe, por já estar cansada daquele ambiente, quer ir embora e levar o bebê, porque acredita que em casa, ela será capaz de cuidar como ele precisa e sanar o problema. Então entra o psicólogo, agindo de forma que apoie a mãe, e demonstre entender seu desejo de ir embora, mas explicando para ela que o bebê ainda precisa ficar ali, e que ali ele será mais bem assistido, cuidado, muitas vezes até fazendo a mãe mudar de ideia e aceitar ficar. Há também os casos em que o bebê nasce e precisa ir para o UTI neonatal. Como o paciente é um bebê, a ação dos psicólogos nesses casos é sempre com os pais, ajudando a entender a situação e aceitar.

Quando há casos de morte, não cabe ao psicólogo informar aos pais, mas sim ao médico. Já houve, e ainda há uma discussão em torno disso, muitos médicos acham que esse papel, o de informar óbito é do psicólogo, mas já está confirmado que isso é papel exclusivo do médico. Pois os pais vão querer saber como, por que, e isso não cabe ao psicólogo explicar, ele nem teria informações para isso. Ao psicólogo, nesses casos, cabe o papel de apoiar os pais, sempre na busca da aceitação, é um trabalho difícil, pois os pais já estão fragilizados pelo parto, e tudo que envolve esse momento, mas é preciso que haja a aceitação.

Young Woman Having Counselling Session

Fonte: http://noticias.r7.com/empregos/noticias/dia-do-psicologo-profissionais

Em minha opinião, esse debate foi de enorme importância para nós, acadêmicos, nos permitiu conhecer mais sobre essa área de atuação, suas dificuldades, e também a recompensa, quando tudo “acaba” bem.

Para nós, enquanto estudantes, é necessário conhecer ao menos um pouco, sobre cada abordagem, cada área de atuação, para que na hora de fazermos nossas escolhas, de onde e como atuar, possamos ir com mais segurança, pois sabemos que o trabalho de um psicólogo não é nada fácil. E para que possamos exercer nossa profissão da melhor forma possível, é necessário que saibamos onde estamos, e que tenhamos segurança para atuar ali.