Uma jornada de amadurecimento e autoconhecimento

No ano de 2012 chegava um jovem ao ensino médio, esse por acaso era eu que vos escrevo. Neste ano lembro de sofrer para me adaptar ao novo modelo de relacionamento professor-aluno e também as novas matérias, muito mais complexas que as do ensino fundamental, mas minha experiência no primeiro ano não foi apenas sofrimento, graças a um novo colega tive contato com uma série de livros chamada Percy Jackson e os olimpianos e por isso passei de uma pessoa que não tinha prazer nenhum na leitura e que só lia “obrigado´´ pela escola, para um leitor frequente que apreciava de 3 a 4 livros por mês tranquilamente, o que considero ser a maior evolução que tive naquele ano.

Para o segundo ano resolvi mudar de escola, logo tive que passar por toda uma adaptação novamente e no meio deste processo acabei me desviando dos estudos e de fato tive o que posso considerar o ano mais irresponsável de minha vida até agora, onde não estudava para absolutamente nada e a minha maior evolução do ano anterior de certa forma me ajudou no desastre que estava por vir, pois sempre lendo para meu prazer, até mesmo em sala de aula, não “sobrava´´ tempo para os estudos, o resultado de tamanha irresponsabilidade foi que acabei reprovado.

Agora em 2014, volto para a escola onde sempre estudei e já sou de certa forma adaptado para então cursar o segundo ano do ensino médio mais uma vez e uma coisa eu tinha certa na minha cabeça, agora eu iria levar os estudos a sério e seria muito mais responsável. O que de fato aconteceu, matérias que eu nunca estudava como física e química acabaram se tornando muito mais fáceis graças ao esforço que apliquei aos estudos. É obvio que não virei um aluno perfeito, ainda tinha minhas dificuldades, principalmente em matemática que com todo o esforço que fiz não deixou de ser difícil nunca, mas consegui ser ao menos mediano nesta matéria e assim passei pelo meu segundo segundo ano.

Fonte: https://bit.ly/2ztdnlf

Já no terceiro ano junto a mesma turma do segundo, pela primeira vez comecei um ciclo completamente adaptado a tudo que me esperava, conhecia meus colegas e professores e já tinha firme um ritmo de estudo que seria necessário para enfim sair do ensino médio. A única coisa que me faltava era chegar a uma ideia final de qual graduação fazer no ano seguinte e com o apoio de vários professores, amigos e também de minha família decidi que iria fazer artes cênicas.

Aqui começa minha jornada de transição da escola para a faculdade. Assim que deixei o ensino médio já entrei no curso de teatro da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e também entrei em um cursinho pré-vestibular, pois meu objetivo seria passar em uma universidade com mais tradição nas artes cênicas. Dessa forma durante um desgastante período conciliei o cursinho pela manhã e a universidade pela noite, mas foi necessário apenas o 1° período na UFT para que eu abandonasse de vez o teatro.

Após largar a faculdade passei cerca de 3 meses sem nenhuma atividade e no começo de 2017 me mudei com um grande amigo para a Argentina, onde nós dois faríamos medicina e essa é uma parte de minha vida na qual eu tive um grande amadurecimento com toda a experiência de morar sem os pais, ter que me virar de qualquer jeito em outro país, ter contato com diversas culturas diferentes e tudo mais, isso de fato foi maravilhoso porém durou novamente só um período, pois enquanto estava morando fora, por algum motivo eu me vi no futuro como um psicólogo e não como um médico.

De volta a minha cidade tive uma conversa com meus pais e os convenci que a psicologia era o melhor para mim e no primeiro vestibular que abriu me inscrevi e passei, podendo iniciar nesse ano de 2018 a graduação que, ainda cursando apenas o segundo período posso afirmar com certeza que me encaixo e que enfim tenho um prazer em estudar.

Fonte: https://bit.ly/2xGKssF

Essa é a minha nada curta jornada de transição do ensino médio para a universidade, onde pude viver muita coisa e tive o prazer de me conhecer nesses anos. De fato, apesar de ter passado muito tempo para me encaixar em uma área de estudo eu não mudaria nada nessa trajetória pois ela me trouxe a um ponto onde eu posso dizer que estou feliz.

Acadêmico de Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas CEULP/ULBRA.