Tudo na vida tem um começo que se transforma em mistério caso alguém não se disponha a elucidar. Por exemplo, quais as causas fundamentais que condicionaram o comportamento das mulheres modernas? Diante desta interrogativa, e pela ausência de explicação convincente, surgem as perguntas inférteis do tipo “Mulher moderna ou mulher frustrada?”, “Mulher Moderna e Feliz? Impossível!”, “Mulher Moderna, Feliz e Realizada? Só acompanhada!”
Então, diante destes arroubos de dúvidas e mitos populares, apropriar-me-ei das teorias positivistas de Auguste Comte para dilucidar o início, ou melhor, ESSA DESCOBERTA explicável e comprovável!
Como adoro metáforas, faço um convite às palavras enigmáticas e desafiadoras para iniciar este texto.
Solicito aos leitores a assimilação desta máxima “Toda mulher moderna caminha pela estrada existencial da contemporaneidade, obrigatoriamente, observando a duas placas de sinalização constantes que exigem CUIDADO e ESCLARECIMENTO.”
Solicita-se CUIDADO com as interpretações, rotineiras e sem aparente comprovação científica, de que mulher moderna e independente representa sinônimo de mulher sozinha e mal amada. Quem nunca pensou, dessa forma, pare de ler esse texto!
Leitor, você também pensa assim? Calma! Não fique constrangido e continue a leitura. Esse será o nosso primeiro segredo.
Retomando às sinalizações citadas, requer-se ESCLARECIMENTO continuado porque sempre temos que explicar porque somos modernas e independentes. Afinal, a sociedade nos aceita, desde que sempre estejamos acompanhadas para que não sejamos consideradas “peças com problema de fábrica”.
Então, vamos aos esclarecimentos pertinentes e necessários. Afinal, “Como nos tornamos mulheres modernas e independentes?”
Enfatizo que não é preciso ser Édipo Rei que decifrou o enigma da Esfinge de Tebas, como na famosa obra clássica de Sófocles, para desvendar esse mistério. O segredo é bem simples. Mas metaforicamente escrito, torna-se mais interessante. Por isso, exemplifico que se tornar independente e moderna ou moderna e independente acontece de formas diferenciadas, mas semelhantes na essência. Paradoxalmente inquisidor.
Imagine que você está viajando na estrada da sua vida. O carro está sendo dirigido por alguém que, algum dia, você julgou ser o seu grande amor. E grandes amores sempre estão acompanhados de grandes idealizações. Assim, você acredita ser a missão desse amor personificado dirigir o veículo da sua existência, ou em outras palavras, você confia a direção da sua vida a essa pessoa. A Felicidade parece construir um prédio com fortes alicerces bem no seu quintal. Então, seu amor-cara-metade funciona como uma espécie de cinto de segurança e motorista confiável. A verdadeira perfeição. Do que mais você precisaria?
Mas a estrada de nossas vidas possui curvas perigosamente sinuosas. Por isso, quando menos se espera, a tranquilidade dessa viagem tão costumeira e segura é invadida por um ronco enlouquecedor que parece dilacerar seus sentidos. O silêncio da sua alma foi rompido. A rotina causa sufoco mortal. Não há mais o que fazer. Somente uma saída: desatar o cinto de segurança que lhe prende àquela vida tão sonhada, mas agora tão previsível, despedir-se do motorista e reassumir a direção.
Para os leitores que estão pensativos e tristes por causa dos motoristas que foram dispensados, acalento suas indignações afirmando que eles sempre ficam bem. Não se surpreendam caso, ao final desta narrativa, eles já estarem em outro carro, com outra mulher que lhe confiará suas eternidades. E isso é errado? De forma alguma. Afinal, a pluralidade de ações e comportamentos humanos torna a vida tão mais diversa e interessante.
Diante dessa mudança, percebemos que a FELICIDADE só estava fazendo acampamento no nosso quintal. Precisamos segui-la. Então, optamos em pilotar carros velozes. Queremos viver tudo com a velocidade da luz. Mudamos o visual, adotamos mais firmeza com os exercícios da academia, começamos a querer viajar do Oiapoque ao Chuí, lemos muito livros, começamos a dialogar conosco em um processo de autoconhecimento enriquecedor, desfrutamos os prazeres e segredos da noite de forma intensa. Tudo para sentirmos o sabor dessa nova vida e permitir com que a loucura da velocidade dos nossos sentimentos faça pulsar nosso coração para compreendermos a linguagem da LIBERDADE.
Entendam que a mulher moderna não é coitada, descartada, desestruturada, muito menos desesperada. Parem de fantasiar que somos como a Eugênia de Machado de Assis: “Por que bonita se coxa, por que coxa se bonita?”. Esta personagem esperou ansiosamente, um livro inteiro, para que acontecesse seu primeiro beijo casto que foi roubado por Brás Cubas. Leitores, não somos tão ingênuas!Esqueçam isso! Conhecemos o AMOR, porque amamos e somos amadas.
Mas, nosso caminhar nos permitiu vivenciarmos um amor tão nosso, por isso indestrutível. Como ele se chama? Amor próprio. Sentir-se bem consigo mesma, sem descartar a possibilidade de encontrar alguém que mereça caminhar conosco. Mas, dessa vez, com a direção de nossas vidas em nossas mãos.
Alguém deve estar sorrindo e pensando “Só isso?”. Aos frustrados com a revelação do nosso segredo, enfatizo: “Só isso!”. Mulher moderna e independente tem atitude. Não nascemos de contos de fadas, somos personagens protagonistas de histórias reais de superação, trabalho, dor, amor e, acreditem, sonhos. Nossa motivação não está na frustração, mas na DECISÃO. Destarte, somos mulheres dignas de todo RESPEITO E ADMIRAÇÃO!
Para conhecer os melindres e encantos de nossas vidas, convidamos a sentarem no sofá da sala, ouvirem uma boa música, tomarem uma boa bebida e nos acompanhar folheando cada página virtual desta série MULHERES MODERNAS.
Você se deliciará com cenas do nosso cotidiano que conduzirão à reflexão, ao riso frouxo, à imprevisibilidade, à esperança no amor e, sobretudo, ao encantamento com essa MODERNIDADE que inunda nossas vidas.
Para os amantes de crônicas do cotidiano de plantão, não fiquem espreitando às escondidas. Entrem! As janelas virtuais do (En)Cena estão abertas para apresentar a série MULHERES MODERNAS.
Boa leitura!