CAOS: violência contra LGBT é tema em evento de psicologia

A cada 25 horas um LGBT é assassinado no Brasil, aponta o relatório de 2016 do Grupo Gay da Bahia. Minicurso sobre o assunto propõe repensar o tema de acordo com viés dos Direitos Humanos.

A violência à população LGBT será tratada dentro do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS), que acontecerá de 21 a 25 de agosto, no Ceulp/Ulbra, em um minicurso ministrado pela psicóloga Dhieine Caminski, nos dias 21 e 22 de agosto.

O minicurso tem como objetivo proporcionar aos participantes um processo de reflexão sobre a violência contra a população LGBTTQ, sob a ótica dos direitos humanos, correlacionando-os. Nesse ínterim, também será abordado a imprescindibilidade da formação de perfis profissionais consoantes com as necessidades dos sujeitos.

Em Araguaína, chamou a atenção o caso da travesti Vitória Campos, de 36 anos, que foi espancada na cabeça e faleceu no dia 10 de abril de 2017. O caso entra para as estatísticas que apontam o Brasil como sendo responsável por 50% de todos os casos de assassinato de pessoas trans no mundo, de acordo com dados do Grupo Gay da Bahia, publicados no portal transrespect-transphobia.org. O relatório mostra ainda que 343 assassinatos ocorridos em 2016, 173 eram gays (50%), 144 (42%) trans (travestis e transexuais), 10 lésbicas (3%), 4 bissexuais (1%), englobando 12 heterossexuais (4%), dentre eles os “T-lovers” (amantes de transexuais), bem como familiares ou conhecidos de LGBT. Desse modo, os dados supracitados demonstram o número alarmante, além dos outros tipos de violência, de vítimas da LGBTfobia no país.

Dhieine Caminski – Foto: arquivo pessoal

Sobre a ministrante:
Dhieine Caminski psicóloga e especialista em Saúde da Família pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Dentre suas experiências, atuou na área social junto a famílias em contextos de violência, atendimento e acompanhamento aos indiciados por autoria de violência doméstica junto a organizações não governamentais. Prestou apoio técnico junto ao Fórum Microrregional de Atenção às Violências de Botuverá, Guabiruba e Brusque/SC. Atualmente exerce o cargo de Gerente de Saúde Mental na Secretaria Municipal da Saúde de Palmas/TO e coordena o Programa de Educação Permanente em Saúde Mental (PEP-SM) do Plano Municipal de Educação Permanente em Saúde (PMEPS) de Palmas/TO.

Por que CAOS?

A subversão de conceitos aparentemente fechados é uma das marcas das mentes mais invejáveis de todos os tempos. E pensar de forma subversiva é também quebrar com a linearidade das considerações pré-concebidas. Assim, resignificar e despir as “verdades” são a tônica de toda a produção científica, de toda a produção de saberes. Caso contrário, não se estaria produzindo ciência, mas, antes, dogmas.

A palavra CAOS, neste contexto, ganha especial sentido, já que remete à possibilidade do princípio da impermanência e da criatividade. A Física diz que é do princípio do CAOS que surge parte dos fenômenos imprevisíveis, cuja beleza se materializa na vida que se desnuda a todo instante.

É neste sentido que, também, para a Psicologia, o CAOS possibilita pensar sobre uma maneira de enxergar o Ser para além de rótulos ou de concepções a priori. Este microcosmo humano que é objeto de escrutínio do profissional de Psicologia guarda uma gama de imprevisibilidade e de originalidade que representam a própria riqueza da existência. Afinal, pelo CAOS pode-se iniciar intensos processos de mudanças, autossuperações e singularidades. É pelo princípio do imprevisível e do radicalmente distinto que se vislumbra a beleza da diferença. Estas são, em súmula, as bandeiras da Psicologia, área da ciência calcada essencialmente no Humanismo, que busca elevar a condição humana em toda a sua excentricidade, sem amarras, sem julgamentos. Esse é o princípio do CAOS, o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia do Ceulp/Ulbra.

Mais informações:

Coordenação de Psicologia: Irenides Teixeira (63) 99994.3446
Assessoria do Ceulp/Ulbra: 3219 8029/ 3219 8100

Inscrições: http://ulbra-to.br/caos/