O professor Dr. Rogério Ferrer Koff, da Universidade Federal de Santa Maria (RS), palestrou sobre o tema Como agir moralmente em um mundo desencantado? – Do mito do “bom selvagem” ao colapso das Utopias, no último dia 18, no miniauditório do CEULP/ULBRA. A conferência fez parte da abertura do curso de especialização em Psicologia Clínica da instituição. Estiveram presentes pós-graduandos em psicologia clínica e acadêmicos do curso de psicologia.
Durante a conferência o prof. Koff expôs a metáfora da corda bamba para responder ao título da palestra e ilustrar a condição do sujeito contemporâneo que, em sua visão, “atravessa um caminho que não é muito sólido” à medida que faltam fundamentos que justifiquem alguns princípios e há uma tendência à relativização total já que não existem valores universais. Estamos a “andar na corda bamba tendo cuidado para não cair no abismo do relativismo”, conclui Koff. O professor equipara a travessia às convicções pessoais e aos princípios, que por sua vez carecem de fundamentos, este último sendo o terreno bambo da corda. Já o abismo, por sua vez, é o relativismo extremo.
A acadêmica de psicologia Juliana Gomes Martins achou interessante a “oportunidade de ter uma aula juntamente com a turma de pós-graduação” e com um professor convidado, que agrega e reforça as bases do conhecimento. Juliana comentou sobre “a importância de se fazer esse resgate histórico” que “vai ao encontro de nossas práticas, enquanto futuros psicólogos”, ressaltando que o entendimento do passado ajuda na compreensão da influência de diferentes contextos sobre o presente.
O professor doutor Adriano Machado Oliveira, psicólogo e coordenador da especialização em psicologia clínica, comentou sobre a importância do tema para o psicólogo clínico. Adriano afirma que “a questão moral da constituição do sujeito do século XX interessa diretamente o psicólogo, porque o psicólogo lida com o sujeito num tempo histórico”. Acrescenta ainda que “a psicologia não consegue dar conta sozinha da compreensão desse sujeito”. Dessa forma, vê-se a importância do aporte teórico da “filosofia, das ciências sociais, da história, da comunicação, para compreender esse sujeito que vai se apresentar como representante da cultura dentro do setting terapêutico”, observa Adriano.