Dorinha: a inclusão dos deficientes visuais através dos gibis

Dorinha, uma das mais novas personagens da Turma da Mônica, ensina que respeitar as diferenças é uma das melhores formas de construir um mundo melhor.

Criada em 2004 por Mauricio de Sousa, a personagem Dorinha estreou na edição nº 221 do gibi Turma da Mônica. Há 14 anos, os personagens com deficiência passaram a ter espaço no universo criado pelo desenhista. Dorinha é uma menina cega e foi inspirada em Dorina Nowill, atuante na defesa dos direitos das pessoas cegas, que perdeu a visão ainda na infância e ficou conhecida pelo trabalho realizado na Fundação Dorina Nowill para Cegos. Dorinha é inteligente, meiga e participa de várias aventuras da turminha. A personagem está sempre deslumbrante, com roupas fashion e óculos escuros, segurando, numa mão, a sua bengala e na outra, a coleira do Radar, um cão-guia labrador. Ela surpreende os amigos, que reconhece pela voz e cheiro, com suas habilidades e sentidos aguçados como o tato, a audição e o olfato.

Fonte: https://bit.ly/2SJ7SXi

A deficiência visual é o comprometimento parcial (de 40 a 60%) ou total da visão. As pessoas que possuem miopia, astigmatismo ou hipermetropia não são consideradas deficientes visuais, uma vez que essas doenças oculares podem ser corrigidas com o uso de lentes ou cirurgias. A inclusão de deficientes visuais ainda é um desafio na nossa sociedade e é necessário refletirmos se a deficiência faz de alguém um cidadão diferente ou com menos direitos. Mauricio busca sensibilizar os pequenos leitores de seus quadrinhos da importância da compreensão acerca de temas relacionados à deficiência como dignidade e bem-estar das pessoas deficientes através de personagens como a Dorinha, que vêm encarando aventuras com a Turma da Mônica há 14 anos.

Fonte: https://bit.ly/2SGIHEC

Apresentar uma personagem cega leva à conscientização e conhecimento sobre a deficiência visual desde a infância. Dessa maneira, se torna possível a construção de uma verdadeira sociedade inclusiva através de historinhas que buscam educar e ensinar as crianças de que há outras formas de se ver a vida assim como Dorina, que era uma líder e que, mesmo após perder a visão muito jovem, não se abateu. Dorina Nowill enfrentou o problema e foi e é um exemplo de força de vontade e simpatia que Mauricio busca espelhar em Dorinha e assim mostrar aos seus leitores que os deficientes visuais, apesar de possuírem certas limitações, são pessoas normais e merecem ser respeitadas. O cartunista retrata isso através da personagem, que é bastante extrovertida e brinca normalmente como qualquer criança. Dorinha aparece nas histórias sempre ativa: faz natação, pratica judô, é esportista e joga futebol.

Fonte: https://bit.ly/2F3XuGN

Mauricio de Sousa, que se preocupa muito em abordar a inclusão de pessoas com deficiência com figuras como Dorinha, Luca (deficiente físico) e Tati (personagem que possui Síndrome de Down), publicou as revistas especiais “Acessibilidade” e “Saiba Mais Inclusão Social”. Os filmes da série Cine Gibi trazem versão em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e os filmes “Cine Gibi 7 – Bagunça Animal!” e “Cine Gibi 8 – Tá Brincando?” trazem audiodescrição realizada pela Fundação Dorina Nowill, como acontece desde o Cine Gibi 5.

REFERÊNCIAS:

http://turmadamonica.uol.com.br/mauricio-de-sousa-participa-da-8a-semana-de-valorizacao-da-pessoa-com-deficiencia/

http://turmadamonica.uol.com.br/personagem/dorinha/

http://turmadamonica.uol.com.br/inclusaosocial/

https://www.fundacaodorina.org.br/a-fundacao/deficiencia-visual/o-que-e-deficiencia/

http://www.acessibilidadebrasil.org.br/joomla/noticias/382-inclusao-dos-deficientes-visuais-ainda-e-desafio

https://novaescola.org.br/conteudo/270/deficiencia-visual-inclusao

Acadêmica de Psicologia no Ceulp/Ulbra e colaboradora do (En)Cena.