A escolha deve ser da mulher: ser ou não ser mãe

Recentemente, no Psicologia em Debate, a discussão foi sobre “A Maternidade Invisível”. Coincidentemente essa temática aconteceu em uma semana muito especial, me refiro ao dia das mães, muito conveniente. Este assunto me atraiu desde sua divulgação, fiquei curiosa, e com grande expectativa. O debate foi conduzido pela acadêmica de Psicologia Roberta Galvani de Carvalho, que também é administradora de empresas. O evento ocorreu na quarta-feira (10/05/17), na sala 203, do prédio 2, às 17hs no CEULP/ULBRA.

Fonte: http://zip.net/bntKcr

A acadêmica Renata Galvani relata que seu interesse surgiu devido as curiosidades a respeito do assunto em seu ambiente de trabalho, fomentando sua atenção para essa temática; utilizou como referencial a revista Psiquê – Mãe Invisível. Este debate foi recheado de conteúdos extremamente interessantes, abordou as deusas da mitologia grega, como também Carl Jung – psicologia analítica, enfocando arquétipos da deusa mãe, enfim, foi enriquecedor! Entretanto, vou enfatizar alguns pontos que mais me chamou atenção.

Foram elucidadas as dificuldades que o sexo feminino enfrentou para conquistar seu espaço, e que continua a enfrentar na contemporaneidade, mesmo diante de tantas transformações que perpassaram. Neste cenário ainda existem muitos obstáculos a ser superados, o que cabe destacar é o quanto a maternidade influencia sua subjetividade, sua identidade. Mesmo diante dessa liberdade tão suada ao longo da história, respectivamente, é cobrado representar esse papel (mãe), e se porventura passamos pela vida sem essa atuação, somos interrogadas quanto o porquê, sem entender que podemos sim decidir não ser mãe, nos são permitidas alternativas, e não somos diferentes das demais mulheres que decidiram pela maternidade.

Fonte: http://www.babyconsulentamstelveen.nl/wp-content/uploads/2016/06/frustrated-mother-1.jpg

Este conceito, que a princípio parece fácil de entender, se tornar mais difícil quando nos aproximamos da realidade. Por que isso acontece? Por que a sociedade julga as mulheres independentemente da sua decisão? A maternidade é frequentemente associada com a generosidade, e se você não deseja ser mãe, é considerada egoísta. Não levam em conta as características pessoais de cada mulher, que vão tomando suas decisões à medida que o tempo passa. (Psicologia, 2016).

Somos instituídas a maternidade, mesmo não sendo nossa escolha, e como dizem no senso comum: ‘é da natureza da mulher ser mãe’, e quando não desejamos ser, somos discriminadas, questionadas quanto nossa atitude. Culturalmente nos é cobrado este papel.

Fonte: http://zip.net/bmtJ0P

Lembrando que, ao depararmos com esse mais novo papel o tornamos invisível, ou seja, toda atenção e dada ao filho que vai nascer. Ninguém enxerga o ser que carrega aquele bebê, tudo se resume na mais total invisibilidade. “Ninguém nunca mencionou para mim que uma das primeiras consequências que surgiriam com a maternidade é a temporária invisibilidade[…] (MASSA, 2016)”. Nessa citação, é elucidada a surpresa de uma mãe ao se deparar com essa forma invisível de ser, e cabe destacar que as mães que se encontravam no recinto só confirmaram essa teoria, através de uma discussão valiosíssima de que tudo é real.

REFERÊNCIAS:

MASSA, Luísa. “A maternidade me tornou invisível”. 2016. Disponível em: < http://bebe.abril.com.br/gravidez/a-maternidade-me-tornou-invisivel/>. Acesso em: 16/05/17.

PSICOLOGIA. A insuportável pressão que existe sobre a maternidade. 2016. Disponível em: <https://amenteemaravilhosa.com.br/insuportavel-pressao-maternidade/>. Acesso em: 16/05/17.