O menino que descobriu o vento: uma história real

Compartilhe este conteúdo:

William é um exemplo de jovem que utilizou o conhecimento para possibilitar a melhoria da sua comunidade.

 “O menino que descobriu o vento” é um filme original Netflix, baseado na história real do jovem africano William Kamkwamba. A história retrata a garra de um menino que, através da educação, aprende um método para livrar sua comunidade da fome e da morte.

William (Maxwell Simba) é o filho do meio de Trywell e Agnes, e possui dois irmãos, um bebê e a irmã mais velha. A família mora no país Malawi, numa comunidade pequena, onde o pai é agricultor.

Fonte: https://bit.ly/2Wew1WJ

Para Trywell e Agnes a educação de William é algo muito importante, e sendo assim grande parte da renda que eles obtém através da venda das plantações, é destinada para o pagamento da escola do filho. – Atenção, alerta de spoiler.

Contudo, um período de grande seca atingiu a região de Malawi, fazendo com que as plantações não vingassem, o que acabou por instaurar um período de muita fome e escassez. Esse evento faz com que a família Kamkwamba poupasse todo o dinheiro que pôde, inclusive deixaram de pagar a escola de William, para conseguir sobreviver.

Dessa forma, William é proibido pelo diretor da escola de frequentar as aulas, até quando pudesse pagar novamente. Esse foi um momento extremamente triste para o jovem africano, que via na sua oportunidade de aprendizagem a busca por um futuro melhor para sua casa. Mas William não se deixou abater.

Em um passeio pelo pátio da escola ele observou a bicicleta de um dos professores, e percebeu que ao girar a roda, um aparelho era acionado e este gerava a luz da lanterna da frente. Intrigado, ele perguntou ao professor como funcionava, e o professor explicou sobre o aparelho que se chamava Dínamo, responsável por transformar energia de movimento em energia elétrica.

William então teve uma grande ideia! Ele iria construir algo que pudesse gerar energia para ativar uma bomba d’água que ele havia encontrado no lixão, e com ela, eles poderiam plantar mesmo no período de seca.

O fato de não poder acessar a escola não dificultou a tarefa do jovem, que encontrou um meio de seu professor lhe ajudar a ter acesso à biblioteca. Lá ele encontra um livro de física chamado “Usando a energia”, através do qual num processo de autodidatismo ele aprende sobre moinhos e energia eólica.

Fonte: https://bit.ly/2FmKzOb

Ao saber como construir a ferramenta, William convida seus amigos e constroem um protótipo para teste. O protótipo funciona e ele, animado, vai em busca do pai para mostrar a ele. Porém, para conseguir construir o projeto final ele precisaria da bicicleta do pai, e este ao saber disso, rejeita totalmente a ideia e lhe trata com muita ignorância.

Esse clima de ignorância e instabilidade é totalmente compreensível a partir do momento em que se observam as condições sociais pelas quais todos eles estavam passando. Sem comida suficiente, ainda foram saqueados e, portanto, tinham acesso a apenas uma refeição por dia. De acordo com (GOMES;PEREIRA, 2004, pág 360. apud VICENTE, 1994)

“Em condições sociais de escassez, de privação e de falta de perspectivas, as possibilidades de amar, de construir e de respeitar o outro ficam bastante ameaçadas. Na medida em que a vida à qual está submetido não o trata enquanto homem, suas respostas tendem à rudeza da sua mera defesa da sobrevivência.”

Ao ser desacreditado pelo pai, William adormece a sua ideia e passa ajudar o pai na lavoura. Esse cenário traz a sensação de que nada poderá ser feito e que o destino será a morte. Além disso, o cachorro companheiro de William morre de fome, e ele é obrigado a enterrá-lo sem ao menos poder se lamentar para sua família, devido ao tamanho sofrimento que eles já passavam.

Fonte: https://bit.ly/2JpNABF

Diante de um beco sem saída, Trywell considera a possibilidade de aderir ao plano do filho, e vai até ele na intenção de construírem o moinho. Então, William assume o papel de “esperança da comunidade”, comunidade esta que adere ao projeto e se prontifica a ser mão de obra na construção.

O moinho então é construído com a ajuda de todos e o direcionamento de William. Ao ser finalizado é ligada a bomba d’água e faz o sistema de irrigação funcionar, possibilitando assim a plantação e a colheita, livrando a comunidade da fome e da morte.

Os problemas ambientais em Malawi

Malawi encontra-se numa região da África Subsaariana que não tem acesso à eletricidade, fazendo com que as pessoas dependam de lenha para cozinhar e se aquecer. No entanto, de acordo com depoimento real de William ao Huffpost US (2009), nos últimos anos as florestas foram reduzidas a 80%, já que o desmatamento para venda de madeira e para uso nas empresas de tabaco aumentou.

Esse desmatamento obriga a população a caminhar por horas atrás de lenha. Além de colaborar para o aumento da seca, por reduzir a quantidade de chuvas. Foi nesse cenário que o moinho de William foi construído, chamando a atenção de autoridades que o apoiaram a voltar para a escola, colaborando no seu desenvolvimento escolar, ajudando-o a instalar painéis solares e furar um poço de água potável na sua comunidade.

Fonte: https://bit.ly/2Tfz4fb

Além disso, William criou a fundação  The Moving Windmills Project, uma organização que visa o reflorestamento do distrito e do desenvolvimento de projetos de irrigação para às aldeias do Malawi.

William é um exemplo de jovem que utilizou o conhecimento para possibilitar a melhoria da sua comunidade. Ações como essas nos enchem os olhos, por tornar o conhecimento em atitudes prática, levando melhorias para os menos informados.

FICHA TÉCNICA DO FILME:

Fonte: https://bit.ly/2W8g9Vv

Título Original: The Boy Who Harnessed The Wind
Direção: 
Chiwetel Ejiofor
Elenco: Maxwell Simba; Chiwetel Ejiofor; Joseph Marcell; Aïssa Maïga. 
Ano: 2019

Drama

REFERÊNCIAS:

GOMES, Mônica Araújo; PEREIRA, Maria Lúcia Duarte. Família em situação de vulnerabilidade social: uma questão de políticas públicas. Ciência e Saúde Coletiva, Ceará, v. 2, n. 10, p.357-373, 25 ago. 2004. Disponível em: <https://www.scielosp.org/pdf/csc/2005.v10n2/357-363>. Acesso em: 18 mar. 2019.

ROSA, Ana Beatriz. O Menino que Descobriu o Vento: Conheça a história real que inspirou o filme. Disponível em: <https://www.huffpostbrasil.com/entry/netflix-o-menino-que-descobriu-o-vento_br_5c882330e4b038892f485674>. Acesso em: 18 mar. 2019.

Compartilhe este conteúdo:

Sebastião Salgado – Da sombra do preto à luz do branco

Compartilhe este conteúdo:

Sebastião Ribeiro Salgado Júnior, economista e fotojornalista, é conhecido e reconhecido por suas impactantes obras fotográficas, em preto e branco, que retratam de maneira ímpar e clara os diferentes temas que dão nome aos seus projetos pessoais e de trabalho, transformados em livros, como “Outras Américas” (1985) que retrata culturas camponesas e indígenas em diversas viagens de 1977 a 1984; “Trabalhadores” (1997) o qual tinha o objetivo de mostrar a veracidade dos trabalhos manuais quase extintos de 26 países aos quais viajou por 6 anos, de 1980 a 1986. Aqui tem-se como mais conhecido como os “formigas”, garimpeiros de ouro da Serra Pelada.

Serra Pelada / Livro: Trabalhadores – Foto: Sebastião Salgado

“Êxodos” (2016) onde testemunha a migração humana durante seis anos em 35 países, milhares e milhares daqueles povos morriam na busca de agarrar a vida e fugir da morte. Aqui, Sebastião afirma ter a certeza de que esses povos foram assassinados; e “Gênesis” (2013) em mais de 32 viagens pelo mundo realizou cliques da natureza em sua mais extrema pureza; entre outras obras.

Sebastião Salgado diante da sua obra “Gênesis” – Foto: Divulgação

Nascido em 1944, na cidade Aimorés, no interior do estado de Minas Gerais é filho único do sexo masculino, entre 7 irmãs. Estudou Economia na Universidade Federal do Espírito Santo (1964-1967), ao contrário do que seu pai queria, mas tal graduação o auxiliou no entender de mercado global, comércio e indústria, o que mais tarde fortaleceu seu trabalho de fotógrafo, desenvolveu sua personalidade aventureira e empática, e o levou a conhecer a África quando ainda trabalhava para a Organização Mundial do Café.

Casou-se no mesmo ano em que se formou na universidade com Lélia Deluiz Wanick, seu grande amor e parceira de vida. Depois de se engajarem no movimento esquerdista contra a ditadura militar, no ano de 1969 viram-se obrigados a emigrarem para Paris, França buscando asilo político. Lá sua esposa ingressou na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts para estudar arquitetura e ele iniciou um doutorado. Para um dos projetos da escola Lélia comprou uma câmera fotográfica, a qual quem realmente se apaixonou por ela foi seu esposo, Sebastião Salgado.

Na fotografia encontrou sua vocação. Decide arriscar e se jogar no caminho do fotojornalismo, em 1973, quando inicia seu trabalho como free-lancer. Nos anos seguintes trabalhou para várias agências da Europa, como a Gama em 1974; a Sygma de 1975 a 1979; Magnum Photos também em 1979 onde trabalhou por 6 anos onde realizou sequências de fotos documentais em diferentes viagens de trabalho que deram origem ao seu primeiro livro fotográfico conhecido como, supracitado, de “Outras Américas” (1985), com projeto gráfico de sua esposa, Lélia Salgado.

Engajado, no mesmo ano, produz sua obra conhecida como “Sahel: O Homem em Pânico” onde filiado a ONG Médicos sem Fronteiras cobriu a seca no Norte da África por 1 ano. Ali se via cada vez mais de perto a morte, relata que a maioria das mortes ocorriam á noite, por conta do frio. Pais limpando os filhos para serem enterrados era uma cena comum, como sentar e assistir ao jornal da televisão. Revoltava saber que o governo tinha a posse dos alimentos e água necessária, mas não autorizava a distribuição dos mesmos.

“Trabalhadores”, obra que reúne fotografias de 1980 a 1986, confirmou sua excepcionalidade como fotógrafo documental de qualidade ouro. Esta é dividida em pequenas histórias que formam seus capítulos contando, mostrando 350 fotos em preto e branco, a crueldade da pesca de atum na Sicília, o espetacular combate a incêndios nos poços de petróleo do Kwait, a obstinação dos garimpeiros de Serra Pelada, de analfabetos a doutores com o sonho de enriquecer, a colheita da cana de açúcar em Cuba e no Brasil, entre outros trabalhos manuais dos 26 países em questão.

Deserto em chamas, foto do livro Trabalhadores publicado em 1997.

Com foco nos excluídos e desfavorecidos, em “Êxodos” e “Retratos de Crianças do Êxodo”, Salgado dedicou-se por 6 anos (1993-1999) a capturar em suas lentes as histórias esmagadoras de fuga da guerra de diferentes povos, retrata os hutus de Ruanda escondidos em selvas remotas, os habitantes das favelas da sufocante (e que sufoca) São Paulo, além dos ocupantes dos barcos da África Subsaariana que tenteavam atravessar o Mar Mediterrâneo e chegar à Europa. Seu trabalho mostra uma sensibilidade e olhar humanista ímpar.

Conhecido como fotografo social, do povo. Sempre se dedicou a retratar o que acontece com as mais diferentes pessoas, tribos e comunidades ao redor do mundo. Aventureiro. Humanista. Sensível. Foi internacionalmente reconhecido e recebeu quase todos os prêmios de fotografia, por seus trabalhos que visam demonstrar e protestar contra a violação da dignidade humana que ocorre em meio as guerras, pobreza e outras injustiças.

Fotos: Sebastião Salgado

Em 1990 Sebastião Salgado e Lélia Wanick herdaram a fazenda dos pais de Salgado. Quando retornaram para o Brasil depararam-se com uma terra devastada e seca, devido aos longos anos de criação de gado e degradação ambiental natural, onde não mais haviam as grandiosas e belas árvores que se lembrava de sua infância. Assim sua esposa teve a fantástica ideia de recriar a floresta que ali havia.

Reflorestaram a antiga fazenda com ajuda de parceiras e recursos captados, assim fundaram o Instituto Terra em abril de 1998, vigente nos dias de hoje, onde reproduz mudas da Mata Atlântica, trabalha com pesquisa científica aplicada, restauração ecossistêmica e outras atividades. Hoje, naquelas terras há uma floresta que abriga a diversidade de fauna e flora da Mata Atlântica.

Do Livro Gênesis – Foto: Sebastião Salgado

Salgado aprendeu amar outras espécies quando resolveu fotografar a natureza intocada, além dos humanos, ideia advinda após o Instituto Terra. Durante oito anos viajou pelo mundo visitando lugares intocados do planeta. Realizou observações meticulosas e respeitosas, em jus a sua personalidade pessoal e fotográfica. “Gênesis” é o nome dado a seu livro lançado em 2013, onde apresenta o material do mundo, da natureza e pureza das mesmas.

Sahara – Foto: Sebastião Salgado

Da sombra do preto à luz do branco as fotografias de estilo documental contam histórias por si só, a imaginação até mesmo de quais cores estavam presentes na tonalidade real leva seus admiradores a profundas viagens através das imagens eternizadas pelas majestosas fotos de Sebastião Salgado, fotojornalista e clamor mundial.

Compartilhe este conteúdo:

Por que Pantera Negra é um dos melhores filmes da Marvel?

Compartilhe este conteúdo:

Concorre com 6 indicações ao OSCAR: 

Melhor Filme, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Mixagem de Som, Melhor Figurino, Melhor Direção de Arte, Melhor Edição de Som

“(…) em tempos de crise, os sábios constroem pontes, enquanto os tolos constroem barreiras.”
Príncipe T’Challa

Em ‘Capitão América: Guerra Civil’, conhecemos o príncipe T’Challa, acompanhando seu pai, o rei T’Chaka, para a assinatura de um tratado de paz. No local onde estavam, ocorre uma explosão que acaba por matar o rei. T’Challa, deste modo, assume o papel de rei de Wakanda e de Pantera Negra, uma personalidade encarregada de proteger seu povo. Wakanda é uma nação reclusa, localizada na África e separada do resto do mundo. Ela esconde o segredo de sua superioridade tecnológica, a qual é decorrente do metal Vibranium, responsável por fornecer habilidades ao Pantera Negra, e é cobiçado por muitos contrabandistas.

Fonte: Pantera Negra, 2018 (Marvel Studios)

O filme trata de questões políticas e sociais, as quais variam entre sutileza e evidência. Ao ponderar sobre os assuntos tratados, é possível sentir empatia e compreender as motivações que envolvem o enredo. A estória dos personagens é bem desenvolvida e a narrativa faz com que vínculos sejam formados entre os espectadores e quem participa do filme.

Além disso, há a relação entre o título e o Partido dos Panteras Negras nos Estados Unidos. O movimento fundado por Huey Newton e Bobby Seale, durante a década de 60, tinha como principal propósito a luta pelos direitos civis da população afro-americana, o armamento desta, além da denúncia e extinção da violência que a polícia praticava contra este povo. Os Panteras Negras tinham o costume de seguir viaturas, sempre portando armas de fogo, para que pudessem monitorar as abordagens policiais. Quando estes utilizavam perfis raciais para agir violentamente, os ativistas interviam também de modo agressivo.

Fonte: https://bit.ly/2N0145d

A primeira cena do filme se passa em Okland, na Califórnia, local de nascimento do movimento dos Panteras Negras e, não por acaso, é onde também nasceu Erik Killmonger, o vilão do filme, que apresenta motivação o suficiente para conquistar o reino de Wakanda. Erik cresceu em um ambiente saturado de violência, e de tensão por desigualdade social e estrutural, além de ter presenciado a morte de seu pai. Essa referência ao Partido dos Panteras Negras fica bem sutil no filme, mas merece ser citada e, além disso, o movimento e o primeiro quadrinho do Pantera Negra compartilham datas de criação próximas.

Pantera Negra não impressiona somente por sua história envolvente e madura, mas também pela sensível apresentação do figurino inspirado em diferentes tribos africanas. Conseguimos ver o esforço dos figurinistas por terem pesquisado sobre as diferentes tribos da África apresentadas e como foram retratadas de modo elegante e ao mesmo tempo atendendo de acordo com as características regionais. As fotos a seguir são apenas alguns exemplos comparativos entre o filme e a vida real.

                              

Mulher Zulu e a caracterização da Rainha Ramonda do filme Pantera Negra. Fonte: Pinterest

                 

Representação da tribo Surma e Mursi, originárias da Etiópia e o filme da Marvel Studios. Fonte: Pinterest

Mulher da tribo Himba comparada à personagem do filme. Fonte: Blog Geledes

Não há como julgar os antecessores de T’Challa por quererem esconder Wakanda do resto do mundo. Aliás, nenhum país africano que sofreu colonização de países europeus conseguiu prosperar. Os reis de Wakanda estavam visando a proteção de seu povo, de sua cultura e desenvolvimento de sua amada nação. Mas, T’Challa, com o propósito de colocar um fim nesse isolamento, criando alianças e ajudando outros países, revela a verdadeira identidade de Wakanda ao mundo.

Recém-ganhador do SAG Awards 2019 (Screen Actors Guild Awards), por “Melhor Elenco em Filme”, Pantera Negra também foi indicado em sete categorias do Oscar, sendo elas Melhor filme, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Design de Produção, Melhor Canção Original, Melhor Figurino, Melhor Mixagem de Som e Melhor Edição de Som. O elenco é excepcional e composto majoritariamente por atores negros, sendo estes Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Lupita Nyong’o, Letitia Wright, Danai Gurira, Angela Bassett e outros que brilharam durante a obra de Ryan Coogler, diretor de Creed I e II.

É fundamental dizer a importância de um elenco, de maioria negra, em premiações significativas, assim, Chadwick Boseman, que interpreta T’Challa discursou quando ganharam e disse a seguinte frase: “Todos sabemos como é nos dizerem que não há tela para nos exibirmos, um palco para nos apresentarmos. Sabemos como é estar por baixo e não no topo.”.

Com essa frase, há de se perceber a realidade de atores negros na competitiva Hollywood, onde poucas vezes, filmes como Pantera Negra conseguem ter um reconhecimento favorável. Mas aos poucos, esse fato, vai sendo mudado. A representatividade que o filme traz consegue exibir a relevância de se ter super heróis negros no cinema e essa característica é apenas um dos outros vários motivos de Pantera Negra ser um dos melhores filmes da Marvel.

FICHA TÉCNICA:

PANTERA NEGRA

Título original: Black Panther
Direção:Ryan Coogler
Elenco:Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Letitia Wright, Danai Gurira;
País: Estados Unidos
Ano: 2018
Gênero: 
Aventura, ação

REFERÊNCIAS:

Canal nerdologia: Pantera Negra e os Panteras Negras. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oHBkKu0EkVM> Acesso em: 28 de Janeiro de 2019.

Canal Isac Ness: Uma parte da história da música ocidental – Pantera Negra e os ritmos que marcaram o mundo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ju2v0uO-wU8> Acesso em: 28 de Janeiro de 2019.

Blog Geledes: Tribos de Wakanda e suas inspirações na cultura Africana. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/tribos-de-wakanda-e-suas-inspiracoes-na-cultura-africana/> Acesso em: 29 de Janeiro de 2019.

Compartilhe este conteúdo:

O Jardineiro Fiel: os fins justificam os meios?

Compartilhe este conteúdo:

Questões éticas e morais dão a pauta no filme “O Jardineiro Fiel”, dirigido pelo cineasta Fernando Meirelles. O roteiro, baseado no o romance homônimo de John le Carré, publicado em 2001, mostra o envolvimento entre um diplomata britânico Justin Quayle (Ralph Fiennes) e uma ativista de direitos humanos Tessa (Rachel Weisz) que, após se mudarem para o Kênia, envolvem-se em um conflito de interesses econômicos, políticos e sociais de proporções internacionais.

o-jardineiro-fiel

Tessa começa a investigar a atividade de indústrias farmacêuticas na África e buscar provas de que estão testando medicamentos ainda não liberados em comunidades africanas, tudo isso com a conivência do governo local e o envolvimento de agentes britânicos. O medicamento em questão está sendo desenvolvido para conter uma futura epidemia mundial, que provavelmente se alastrará provocada pelas próprias indústrias que a preveem e que terão o medicamento certo para conter a morte da população. Uma economia de milhões de dólares é feita ao se pular três anos de uma etapa da pesquisa e testar a fórmula diretamente em seres humanos e populações esquecidas do Kênia são o alvo ideal para agilizar os planos das corporações.

constant-gardener-o-jardineiro-fiel

Para conseguir provas contra o esquema das indústrias farmacêuticas e conter as mortes provocadas pelo uso do medicamento, Tessa, além de confrontar publicamente agentes do governo, mente, seduz e rouba, coloca sua própria vida em risco para salvar as populações indefesas. Para proteger seu marido ela omite informações e o engana quanto a seu trabalho, deixando que tanto ele quanto a sociedade pensem que ela o trai com seu colega de trabalho.

Tessa deixa claro, em correspondência com um primo/amigo, que “os fins justificam os meios”. Mostrando injustiças sociais e interesses econômicos que prevalecem sobre os direitos humanos, a narrativa expõe conflitos constantes de natureza ética e moral entre o bem e o mal, o certo e o errado, os limites entre o que se pode e o que se deve fazer.

o-jardineiro-fiel

Ao afirmar que os fins justificam os meios, a personagem busca racionalizar a situação e proteger seu próprio ego de sentimentos e conflitos internos que ela não está preparada para enfrentar. Apesar de acreditar no que faz, Tessa sente-se culpada pelo modo como age e diz que não consegue se perdoar por algumas de suas atitudes frente ao marido. Aliás, a fragilidade de seu ego em meio a intensidade de seus conflitos internos é exposta desde a primeira cena do filme, onde se apresenta a mesma situação dos limites de sua consciência entre a defesa de uns e o prejuízo de outros, incluindo especialmente a si mesma entre esses outros e mostrando viver no limite entre as pulsões de vida e morte.

FICHA TÉCNICA DO FILME:

Jardineiro-fiel

O JARDINEIRO FIEL

Diretor: Fernando Meirelles
Elenco: Ralph Fiennes, Rachel Weisz, Hubert Koundé, Danny Huston
Países: Alemanha, China, EUA, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Ano: 2005
Classificação: 14

Compartilhe este conteúdo: