O motivo para a associação entre a tese deleuziana de Sociedade de Controle e o filme disponível no Netflix ‘Onde Está Segunda?’ é bastante claro ao usarmos a ótica de que grandes instituições desenvolvem técnicas absolutamente criativas para o controle da sociedade como um todo. É um processo de massificação planificada que se manifesta por meio da sociedade de consumo, onde se inclui mídia, jornais, propagandas e até mesmo o discurso dos próprios alvos destas técnicas.
A distopia em que se mostra o filme faz referência à uma possível problemática de superpopulação do planeta em que podemos algum dia enfrentar. A política do filho único não é uma invenção mirabolante e foi utilizada na China para tentar resolver este mesmo problema e perdurou até 2015 quando outra problemática surgiu no país, que embora ainda em desenvolvimento, enfrenta um problema de países desenvolvidos: o envelhecimento da população.
Fonte: encurtador.com.br/sOPZ4
Mas, o enfoque do texto não é exatamente esse. O ponto é a estratégia utilizada pelas agências de controle do filme para convencer a população da eficácia daquele projeto. Foram inseridos métodos extremamente invasivos as pessoas, como a identificação de cada cidadão por meio de pulseiras rastreáveis pelo governo e a técnica de criogenia para supostamente preservar os organismos dessas crianças a fim de acordarem em um mundo menos populoso e com mais oportunidades.
Similarmente como ocorreu na Segunda Guerra Mundial, em que a propaganda do Partido Nazista sobre os campos de concentração era extremamente falsa e fantasiosa, a propaganda desta distopia mostrava um processo muito poético no congelamento destes seres, mas esconde a crueldade da incineração de todas essas crianças objetivando solucionar a superpopulação.
Fonte: encurtador.com.br/buMU1
A estratégia utilizada para esconder as sete gêmeas idênticas refere-se muito ao processo de generalização referido no texto, em que cada uma podia ter sua individualidade internamente, mas ao serem expostas àquela sociedade altamente controlada tinham de usar uma máscara, um personagem altamente alienado que servia de força de trabalho para a alimentação daquele sistema (o que não difere muito da sociedade contemporânea).
O que se mostra fundamental é o questionamento e a posição de confrontadores da realidade nas condições impostas, afinal, o dever de todos como viventes deste sistema é de serem cidadãos críticos, pensantes e ativos para justamente dificultar esse controle pelas grandes agências e tornar assim uma sociedade potencialmente mais justa e preservar o princípio da equidade de direitos, tendo a informação genuína como principal forma de alimentação do senso crítico, sendo essa informação proveniente somente de uma educação honesta, livre de alienações.
Fonte: encurtador.com.br/ijqu4
Claramente é uma ideia utópica no sentido de que o capitalismo coíbe o pensamento crítico, uma vez que só é permitido essa “liberdade de ser” quando o bem-estar causado por ele gera um mercado consumidor. Enfim, a liberdade dentro do sistema controlador não existe. Cria-se uma rede de liberdades apenas para incluir os mais diversos constituintes da sociedade no grupo de compradores, ou seja, a diversidade virou produto.
A inclusão de minorias dentro das propagandas midiáticas se tornou mais um meio de aprisionar esse grupo – antes marginalizados e ávidos por aceitação – no rol de consumidores. Por fim, a liberdade só existe quando se toma consciência desses artifícios e cria-se julgamento sobre eles, feito quase inatingível na contemporaneidade. O maior ato de resistência é se posicionar contra eles, questionar é resistir.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
https://razaoinadequada.com/2017/06/11/deleuze-sociedade-de-controle/ (acesso em 31/10/2017)
O livro “A Civilização do Espetáculo” escrito por Mario Vargas Llosa no ano de 2012, relata a crise de conceitos ligados à cultura e como a mesma se tornou um espetáculo diante de uma civilização sensacionalista. Llosa deixa claro no início o objetivo do livro, que segundo ele é mostrar a transformação que a cultura teve ao longo do tempo. Ao decorrer do livro, o autor pontua também o conceito de cultura e questiona qual o verdadeiro papel da cultura na sociedade.
Llosa apresenta antes das suas considerações o trabalho de outros autores que também abordaram o tema cultura em diversas perspectivas ao longo do tempo. Foi verificado por ele que apesar das diferenças existentes entre os conceitos expostos por cada autor, encontra-se uma pequena semelhança. Todos acreditam que a cultura está percorrendo uma grande crise e tornou-se decadente.
O primeiro autor citado por ele foi T.S. Eliot, criador da obra Notas para uma definição de cultura, em 1948. Eliot além de conceituar o termo cultura, também critica o sistema cultural da época, afirmando que o modelo de cultura está mudando gradativamente. Logo após surge a obra de Guy Debord, A Sociedade do Espetáculo criada em 1967. Apesar da semelhança dos títulos, a obra de Debord refere-se a concepções diferentes da cultura do livro de Llosa. Debord acreditava que “espetáculo” seria tradução de “alienação” onde o ser humano é levado a crer em necessidades capitalistas.
Fonte: goo.gl/H6LU6L
A publicação de George Steiner, No castelo do Barba Azul: Algumas notas para a redefinição da cultura, de 1971, relaciona a cultura com a religião, onde o autor cita que a grande arte surge da transcendência. Próximo à obra de Llosa, foi publicado o livro Mainstream, de Frédéric Martel, mostrando a “nova cultura” relatada em tempos atrás por outros autores, que já foi deixada para trás com a velocidade do tempo.
Já a obra de Mario Llosa A Civilização do Espetáculo, apresentada neste trabalho,acredita que a cultura não é entendida como algo ligado a economia e ao social, mas sim feita de obras literárias e artísticas, de valores éticos e estéticos que se relacionam com a vida social do homem.
Diante disso, o que seria essa Civilização do Espetáculo, segundo Llosa? Para ele (2012), é a supervalorização do entretenimento, onde a sociedade busca incessantemente divertir-se e fugir do tédio. Somente uma pessoa muito rigorosa em seus princípios reprovaria essa população que busca relaxar e descontrair por terem vidas rotineiras e deprimentes. Mas, nem só de diversão vive o homem, colocar o entretenimento como supremacia acarretaria, segundo Llosa, na “banalização da cultura, generalização da frivolidade e, no campo da informação, a proliferação do jornalismo irresponsável da bisbilhotice e do escândalo.” (LLOSA, 2012, p. 30)
Fonte: goo.gl/5EgFuy
De acordo com Llosa (2012), há também outro fator importante para que essa realidade se tornasse duvidosa, a democratização da cultura. Tal fator surgiu de intenções altruístas, na qual, a cultura precisava estar ao alcance de todos, por meio da educação e das diversas manifestações culturais, e não somente pertencendo a um grupo, sendo patrimônio de uma elite. Entretanto, essa ideia de fazer com que a cultura chegasse a todos, tornou a vida cultural medíocre, devido a facilitação formal e superficialidade dos conteúdos.
Llosa (2012, p. 31) então define cultura como, “… todas as manifestações da vida de uma comunidade: língua, crenças, usos e costumes, indumentária, técnicas e, em suma, tudo que nela se pratica, evita, respeita e abomina”. A cultura logo, não pode ser entendida apenas como um passatempo agradável, visto que isso causará a sua desnaturalização e seu depreciamento. Tudo que pertence a ela se iguala ao extremo, de forma que uma apresentação de ópera e um espetáculo de circo, possuem o mesmo significado.
Na civilização contemporânea é perceptível que a culinária e a moda preenchem um espaço significativo nas seções que são destinadas à cultura, assim como chefs e estilistas se tornaram protagonistas, papel que antes era conferido à cientistas, filósofos e compositores. Dessa forma, fornos, fogões e passarelas, confundem-se com livros, concertos, laboratórios e óperas. Assim como artistas da televisão e jogadores exercem uma grande influência sobre os gostos e costumes, influência essa que antes era exercida apenas por professores, pensadores e teólogos (LLOSA, 2012).
Fonte: goo.gl/8d3WPC
Segundo Llosa (2012), algumas características dessa época são o vazio deixado pelo desaparecimento da crítica, a massificação aliada à frivolidade da cultura do nosso tempo, e o empobrecimento das ideias como força motriz da vida cultural. O desaparecimento da crítica proporcionou que a publicidade se tornasse um vetor determinante na vida cultural, exercendo influência significativa sobre os gostos e costumes. A massificação, corresponde ao culto do corpo ser maior que o trabalho para fortalecer o conhecimento intelectual. O empobrecimento é o ato de deixar-se os livros para trás, dando espaço para cinema, televisão e internet.
Para Llosa (2012), a civilização do espetáculo é cruel. A sociedade esquece rapidamente os acontecimentos, não guarda remorsos, assim não possuem consciência e passam sem perceber por cenas de morte e destruição. Estão sempre buscando novidades, não importa qual seja, mas que seja uma inovação, algo atual. Ao longo da história foram atribuídos diferentes significados para a “cultura”, sendo esta considerada parte da religião e do conhecimento teológico. Mesmo com as várias mudanças, a cultura sempre significou uma soma de fatores e disciplinas, diante de um amplo consenso social que a construiu e que, por ela, era implicado.
Fonte: goo.gl/f1YzLq
Nos tempos atuais, é possível verificar ainda a ocorrência de mudanças que ampliaram a noção de cultura. Antropólogos estabeleceram que “cultura” é a soma de crenças, conhecimentos, linguagens, costumes e sistema de parentesco, sendo assim considerada tudo aquilo que o povo diz, faz, teme ou adora. O livro “À Cultura na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais” de Mikhail Bakhtin propunha raciocínios sutis sobre a “cultura popular” que teve como foco se contrapor a cultura oficial. Esta última, nasceu de salões, palácios, conventos e bibliotecas, e, já a popular, nasce e vive nas ruas, nas tabernas e em festas. A cultura popular diferencia-se da cultura oficial por mostrar o que estava oculto na mesma, como o sexo, funções excrementícias, a descortesia, e opunha-se ao “mau gosto”, e ao suposto “bom gosto” das classes dominantes.
É válido mencionar que além das concepções de Bakhtin sobre a cultura popular e a oficial, existem várias outras no mundo, o que implica na não consideração de uma única como verdade absoluta, mas sim considerando um “mix” de cultura, pois cada povo possui um tipo de conhecimento e não se pode saber sobre tudo. Depreende-se então que a cultura é de suma importância para que se possa compartilhar conhecimentos.
Nesse interim, a cultura precede e sustenta o conhecimento, pois o orienta e confere-lhe uma função precisa, podendo ser entendida como um preceito para a dissociação do conhecimento para outros povos distintos que não partilham do mesmo. A cultura pode e deve ser uma experimentação para que se ampliem os horizontes, mediante as experiências de vida, a fim de que se revelem os segredos e consequentemente, se revolucionem as sensibilidades diante da condição humana. É necessário que se tenha pensamentos, sonhos, paixão, e além de tudo, que se tenha uma revisão crítica profunda de todas as certezas, convicções, teorias, crenças, sem que se afaste a vida da vida, para que assim, a cultura também possa ser um processo de reflexão.
Fonte: goo.gl/FXzhwA
Para o autor, não há maneira de saber o que é cultura, tudo é cultura e nada é cultura. Ainda que alguém questione o fato de que, nunca na história houve acúmulo tão grande de descobertas científicas, realizações tecnológicas, nunca foram publicados tantos livros, abertos tantos museus nem oferecidos preços arrebatadores pelas obras de artistas antigos e modernos. O mesmo enfatiza a diferença de cultura e especialização, já que se discute a época em que as naves espaciais construídas pelo homem e a porcentagem de analfabetos é a mais baixa de toda a história, mas isso não é obra de pessoas cultas, e sim de especialistas. Explicando que o número de alfabetizados é um aspecto quantitativo e a cultura não tem relação com a quantidade, mas com a qualidade.
A cultura é ou era, quando existia, a conexão entre povos diferentes que, com o avanço dos conhecimentos, eram obrigados a especializar-se, distanciando uns dos outros e deixando de comunicar-se. A cultura também era uma bússola possibilitando os seres humanos a orientação dos conhecimentos sem perder a direção. Na era da especialização e da derrubada da cultura, as hierarquias desapareceram numa mistura monstruosa. A confusão que iguala as inumeráveis formas de vida batizadas como culturas, onde todas as ciências e técnica se justificam , não havendo maneira de distinguir o que é belo em artes e o que não é.
O texto afirma que a especialização, que existiu desde os primórdios da civilização, foi aumentando com o avanço dos conhecimentos. As elites,eram as minorias cultas, que, além de estender pontes entre os diferentes campos do saber, ciência, letras, artes e técnicas, exerciam influência, religiosa ou leiga, carregada de conteúdo moral, para que a evolução intelectual e artística não se afastasse demais da finalidade humana, garantindo melhores oportunidades e condições materiais de vida.
Fonte: goo.gl/ZJDpQy
Eliot enxergava nos valores da religião cristã a base do saber e da conduta humana, que ele chamava de cultura. Mas para o autor, a fé religiosa não é o único suporte possível para que o conhecimento não se torne vago e autodestrutivo. Nesse processo, seria confuso atribuir funções iguais à ciências, às letras e às artes. Sendo exatamente o esquecimento de discrimina-las, o que contribuiu para a confusão presente no campo da cultura atualmente.
As letras e as artes se renovam, mas não progridem, não destroem o passado, constroem sobre ele. Por esse motivo, as letras e as artes constituíram até agora o denominador comum da cultura, o espaço no qual era possível a comunicação entre seres humanos, apesar das diferenças de línguas, tradições, crenças e épocas.
Segundo o texto, a cultura pode ser experimentação e reflexão, pensamento e sonho, paixão e poesia e uma revisão crítica constante e profunda de todas as certezas, convicções, teorias e crenças. Mas para o autor a impressão é de que a cultura foi sendo construída de forma tão frágil, assim como os castelos de areia, que desmancham como a primeira ventania.
A partir do exposto, foi possível observar uma diferença relevante na cultura do passado e no entretenimento dos dias de hoje. Antes tudo que era produzido tinha o intuito de permanecer presente para as futuras gerações, até começarem a ir perdendo espaço para outras coisas novas e mais vantajosas. O autor afirma aqui “A cultura é diversão, e o que não é diversão não é cultura” (LLOSA, 2012, p. 27).
Vive-se, então, a civilização do espetáculo, onde tudo é entretenimento, é diversão, é a busca pela evitação do tédio, da tristeza. Em consequência ocorre a democratização da cultura. Esta deixa de pertencer a elites e passa a fazer parte da realidade de todos, gerando, assim, uma cultura medíocre e superficial. Entendendo que a mesma define-se como qualquer “manifestação da vida de uma comunidade” (LLOSA, 2012, p. 31).
* Trabalho resultante da disciplina de Sociedade e Contemporaneidade, ministrada pelo prof. Sonielson Sousa
FICHA TÉCNICA DO LIVRO
Fonte: goo.gl/36ibjp
Título: A civilização do espetáculo Autor: Mario Vargas Llosa Editora: Objetiva Ano: 2013 Páginas: 208
REFERÊNCIA: LLOSA, Mario Vargas. A Civilização do Espetáculo: Uma radiografia do nosso tempo e da nossa cultura. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
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CAOS: A criança abusada não se resume ao abuso
25 de agosto de 2017 Fernanda Karoline Bonfim
Notícias
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Nesta terça, 22 de agosto, a Profa. Me. Clea Maria Ballão Lopes, Psicóloga e mestre em Psicologia Clínica com ênfase em Psicanálise, esteve no Congresso Acadêmico dos Saberes em Psicologia ministrando o mini curso ‘Violência e Desenvolvimento Infantil’. Maria atualmente é professora da Universidade Estadual do Centro-Oeste. Durante o minicurso, a psicóloga apresentou brevemente como é desenvolvimento humano para a psicanalise; a importância de o cuidador conversar com a criança antes mesmo de nascer; a importância da construção dos laços de afetividade; a diferença entre desejo e querer; a diferença e importância entre alienação e separação; consequências do abuso infantil; e como se dá a construção da subjetividade.
Maria explanou que a psicanalise não é uma teoria do desenvolvimento. Isto por que o sujeito com o qual trabalha é o inconsciente e não a razão. ´´O que marca o ritmo do desenvolvimento é o desejo do Outro que opera sobre a criança através de seu discurso“, completou. Foi falado também, sobre a importância de a criança ter alguém para comunicar-se. Se ela não tiver o outro para intervir, ela míngua. Ela precisa de um outro da mesma espécie para cuidar dela. Clea citou a importância de a mãe falar com a criança durante a gestação, pois quando a mãe fala ela entende e depois de seu nascimento, a criança se identifica com a voz da mãe e se acalma.
Os laços de afetividade são sempre importantes para o desenvolvimento da criança. Os laços estabelecem relações construtivas, norteia o processo de interação e de boa convivência da criança com seus cuidadores. O mundo esta uma correria. O pouco tempo que se tem, se for dedicado a conversa e afetividade, resulta em mais segurança e confiança para viver no mundo.
Há crianças que querem e outras que desejam. Ballão clarificou a diferença entre desejo e querer. O primeiro não tem um objeto determinado para satisfação pessoal, pode ser qualquer coisa. ´´Algo que desconheço, que não sei o que é, mas que incomoda, traz satisfação, mas é momentânea“, explicou a psicóloga. Já o segundo, tem um objeto determinado para satisfação. Ser desejante é o mover da vida. As pessoa melancólicas e depressivas geralmente não têm desejos, abrem mão de seus desejos, dos sonhos e das idealizações, estão em situação autodestrutiva. Clea explica que a fantasia tem o seu lado bom, o de desejo e movimentação, ´´mas se ficarmos só nisso, acaba ficando superficial“, diz.
Ballão relatou que nem sempre ser alienado é ruim , pois este constitui o individuo, por isso é importante. Mas ressalta, ´´ Inicialmente fique alienado. Mas não pode durar a vida inteira.“. O bebê se aliena, se oferece de objeto, obedece por medo de perder o amor, mas é preciso ganhar autonomia. A criança que é sempre alienada pode ficar presa a essa alienação, e ainda na fase a adulta não conseguir se desprender . Logo é importante a ausência momentânea dos cuidadores, para que a criança comece a fazer separação, entender que não é um simbiose e desenvolver autonomia. Cada um tem uma maneira de ser. ´´É importante sermos nós mesmos. Se você tentar sempre ser o outro, você pode se perder“, explica a psicóloga.
Como foi visto, as fases de desenvolvimentos de uma criança influenciam muito em sua formação de identidade, em suas relações sociais, suas escolhas de profissão, escolhas sexuais e várias outras ações. O abuso sexual infantil deixa marcas severas. Alguns sintomas de identificação de abuso sexual são: estresse pós traumático; distúrbios de comportamentos sexual; agressividade ou forte inibição; ansiedade e agitação; insônia e pesadelos; e distúrbios alimentares.
Por fim, foi falado do manejo clinico. A criança não se resume ao abuso. O psicoterapeuta precisa mostrar a criança que ela tem um outro lugar no mundo, que há outras possibilidades para se reinventar. Ajudar na elaboração desse luto, para que não se repita em sua vida e em gerações futuras. A criança não é ´´A abusada“, foi abusada e tem uma vida inteira pela frente.
(ATENÇÃO: SPOILERS À VISTA!!!) Imagine a seguinte situação: Você tem uma filha de 5 anos e ela estuda em uma ótima escola, que você escolheu e confia. Tudo vai bem até que um dia ela chega em casa e diz que um funcionário da escola lhe mostrou o pênis. O que você faria?
Provavelmente chamaria imediatamente a polícia, entraria em contato com a direção da escola e faria o que mais fosse necessário para punir o pedófilo abusador. Mas e se sua filha, que você julga inocente e pura, tivesse mentido ou fantasiado toda essa situação? Que impacto uma acusação como essa teria na vida do inocente funcionário?
Pois este é exatamente o mote do filme A caça, vencedor da Palma de Ouro em Cannes e um dos candidatos a melhor filme estrangeiro no Oscar 2014 (perdeu para o magnífico A Grande Beleza). Dirigido pelo dinamarquês Thomas Vinterberg (o mesmo do clássico Festa em família, que marcou o início do movimento Dogma 95), o filme conta a dramática história de Lucas. Interpretado pelo ator Mads Mikkelsen (que atualmente vive o protagonista da série Hannibal).
Lucas tenta reconstruir sua vida após um complicado divórcio, no qual perdeu a guarda de seu único filho. Para se sustentar, ele trabalha em uma creche, na qual é adorado pelas crianças e respeitado pelos colegas. Nas horas de folga, e em determinados momentos do ano, se reúne com os amigos para caçar cerdos, beber e se divertir.
Tudo isto começa a mudar quando a angelical Klara, de 5 anos – e filha do melhor amigo de Lucas – diz para a diretora da escola que Lucas lhe mostrou seu pênis ereto. Mas voltemos um pouco no tempo. Alguns dias antes, o irmão mais velho de Klara mostrou rapidamente para ela, em seu tablet, um vídeo pornográfico e disse algo como “olha só como o pau dele está ereto”.
Alguns dias depois, Klara, que nutre uma paixão infantil por Lucas, lhe dá um beijo durante uma brincadeira na creche. Lucas conversa com ela, diz que isto não é correto, mas a garota fica ressentida. E então, numa conversa com a diretora, Klara dá a entender que Lucas lhe mostrou seu “pau ereto”. Mas não há, na fala de Klara, qualquer conotação sexual. Na verdade ela nem parece saber direito o que disse – muito menos o impacto de sua declaração na vida do inocente Lucas.
Num primeiro momento, a diretora da creche, antes de tomar providências mais sérias e avisar os pais, tenta averiguar a veracidade da declaração de Klara. Para isso, chama um psicólogo para conversar com a garota. Esta conversa é um perfeito exemplo de como não se entrevistar uma criança com suspeita de ter sido abusada.
O primeiro grande equívoco é partir do pressuposto que houve o abuso e de que o sujeito é culpado. O segundo é a noção implícita de que “crianças não mentem”. Finalmente, são feitas perguntas fechadas que acabam gerando o “reflexo” por respostas positivas que agradem o entrevistador. Por exemplo, a reação básica de muitas crianças diante da pergunta “Ele encostou em você de um jeito errado, não foi?” é dizer “sim”.
Da mesma forma, a pergunta utilizada pelo psicólogo no filme é altamente tendenciosa: “É verdade que você viu o pipi de Lucas?”. Curiosamente, ao ouvir essa pergunta Klara balança a cabeça dizendo que não, mas, diante da insistência do profissional, a menina acaba confirmando, ou seja, dizendo o que o entrevistador gostaria de ouvir. É por equívocos como esse que é recomendada a realização de perguntas abertas (do tipo “como tal coisa aconteceu?” ou “descreva como foi aquele dia”), que não conduzam a criança à resposta “desejada”. Outras técnicas, como desenhos e atividades lúdicas em geral, também podem ajudar no processo de investigação. De toda a forma, a possibilidade de erro – ou seja, de que a pessoa acusada seja inocente – não pode ser descartada. Nunca. Isto não significa desacreditar a vítima, mas entender que as pessoas em geral, e especialmente crianças, podem fantasiar situações.
Segundo a psicóloga Glícia Barbosa de Mattos Brazil, que trabalha no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, cerca de 80% das denúncias de abuso sexual com crianças são falsas. Como afirmou para esta reportagem, “na maioria dos casos, a mãe está recém-separada e denuncia o pai para restringir as visitas — conta Glícia, responsável por entrevistar as famílias e as crianças para tentar descobrir a verdade. A especialista explica que a invenção muitas vezes é discreta.
O adulto denunciante vai convencendo a criança aos poucos de que a agressão realmente aconteceu”. Na mesma direção, o psicólogo Lindomar Darós, da Vara da Infância e Adolescência de São Gonçalo, afirma que cerca de 50% dos registros de abuso sexual são forjados. Segundo ele, “quando a criança é muito pequena, tem dificuldade para diferenciar a fantasia da realidade. Se repetem que sofreu o abuso, aquilo acaba virando uma verdade para ela”. Desta forma, o que à uma primeira vista pode parecer um caso de abuso sexual, na verdade se trata de um caso de alienação parental.
Diferenciar as duas coisas é fundamental, embora não seja nada simples. Isto porque determinar a “verdade” implica em tentar separar o que é verdade para a criança – e muitas vezes a criança realmente constrói uma lembrança vívida do que teria acontecido (o que Freud chamou de “realidade psíquica“) – e qual a verdade factual, ou seja, o que de fato aconteceu ou não aconteceu. Se em situações cotidianas já é difícil, quiçá impossível, separar “memórias verdadeiras” de “falsas memórias” (como diz o protagonista do filme Ela, “o passado é só uma história que contamos a nós mesmos”), imagine em casos nos quais esta separação possui implicações legais?
Não digo que tal equívoco ocorre na maioria dos casos mas, definitivamente, é algo que não pode ser desconsiderado, especialmente em função do profundo impacto que tal acusação pode gerar na vida do acusado. Na verdade usualmente pouco importa se o sujeito realmente cometeu o abuso. A mera acusação já é suficiente para estigmatizá-lo – e penso aqui estigma seguindo a conceituação do sociólogo Erving Goffman em seu clássico livro Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada: como um atributo que marca negativamente o sujeito que o possui perante a sociedade (isto vale tanto para atributos físicos quanto comportamentais e culturais).
No filme, após “confessar” ter sido abusada por Lucas, Klara, em vários momentos, nega o abuso, mas aí ninguém mais acredita nela. Sua negação é interpretada como negação do problema. Ou seja, a partir do momento que o sujeito passa a ser visto como um pedófilo abusador (e a criança como vítima), torna-se praticamente impossível reverter tal visão perante sua comunidade.
As consequências, no filme e na vida real, são aterradoras: no filme Lucas é demitido da Escola, isolado das pessoas com que se relacionava e ainda sofre violências de todo tipo – e é curioso também como o estigma de Lucas é, de certa forma, transferido ao seu filho, que passa a sofrer as consequências da falsa acusação sofrida pelo pai. E não é por outro motivo que existem inúmeras associações e grupos em todo o mundo voltados para o apoio a pessoas falsamente acusadas.
No Brasil, a Associação de Vítimas de Falsas denúncias de abuso sexual (AVFDAS) foi criada justamente para auxiliar e dar apoio a sujeitos equivocadamente tachados de abusadores. Afinal, o impacto de tal estigma é devastador – basta lembrarmos do caso da Escola Base, em que os proprietários foram falsamente acusados de abusar sexualmente de alguns alunos.
Por tudo isso considero fundamental uma avaliação profunda de cada caso. Isto não significa, volto a repetir, duvidar ou negar auxilio à suposta vítima, mas a levar em consideração um princípio básico de direitos humanos: a presunção de inocência. Do contrário corremos o risco de transformar um suposto caçador em caça, como ocorre no magnífico e perturbador filme de Thomas Vinterberg.
FICHA TÉCNICA DO FILME
A CAÇA
Gênero: Drama Direção: Thomas Vinterberg Roteiro: Thomas Vinterberg, Tobias Lindholm Estúdio: Zentropa Duração: 106 minutos. Ano: 2012.
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Eu, Pierre Rivière, que Degolei Minha Mãe, Minha Irmã e Meu Irmão
FOUCAULT, Michel. Eu, Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão: Um caso de parricídio do século XIX apresentado por Michel Foucault; tradução de Denize Lezan de Almeida. Rio de Janeiro. Edições Graal. 1977.
O parricida Jean Pierre Rivière tem seu caso publicado originalmente nos Annales d’hygiène publique et de Médecine Légale em 1836 como a junção das peças judiciárias do processo, as perícias médico legais e seu memorial. O jovem “de vinte anos, 5 pés de altura, cabelos e sobrancelhas negros, suíças negras e ralas, testa estreita, nariz médio, boca média, queixo redondo, rosto oval e cheio, tez morena e olhar oblíquo”1 que, em 1835, mata sua mãe, seu irmão e sua irmã virou tema de um grupo de pesquisa interessado na história das relações entre psiquiatria e justiça penal.
A obra “Eu, Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão” é resultado de um trabalho coletivo entre estudantes do Colllège de France, coordenado por Michel Foucault. Esse grupo de dez alunos expõe questionamentos intrigantes e atemporais.
O texto vincula o leitor à contextualização dos fatos, mostrando na apresentação os motivos da publicação, a relevância e repercussão do caso no período histórico e adverte a “singularidade para a época e para a nossa também” (XI, Apresentação). A sequência de homicídios impacta a civilidade francesa do século XIX, principalmente quando perpetuada por um jovem camponês, considerado ativista cristão, que justifica seus bárbaros atos por uma perspectiva “divina”.
Fomentados pela mídia local, alguns médicos afirmavam a existência da alienação mental hereditária na família do réu, fato que incidiria numa execução com fins de tratamento ao alienado. Os magistrados, por sua vez, tendem ao entendimento de que Pierre seria imputável, logo a urgência de encaminhá-lo a um tribunal do júri. Afinal, como atribuir inimputabilidade já que o indivíduo encontrava-se lúcido no momento dos homicídios e ainda demonstra notável consciência e frieza ao descrever e justificar sua barbárie familiar?
O texto é dividido em dois capítulos. Capítulo primeiro, “O Dossiê”, contendo seis seções: O Crime e a Prisão; A Instrução; O Memorial; Pareceres Médico- Legais; O Processo ; Prisão e Morte, em um total de 180 páginas. Capítulo segundo, “Notas”, é composto por sete seções, algumas feitas em conjunto: O Animal, o Louco, a Morte; Os Assassinos que se conta; As Circunstâncias Atenuantes; Regicida- Parricida; As Vidas Paralelas de Pierre Rivière; Os Médicos e os Juízes; As Intermitências da Razão, que completa as 294 páginas. O foco narrativo é em terceira pessoa, sendo um narrador observador, o que justifica a perspicácia da equipe em datar os documentos e organizá-los de forma aparentemente cronológica para que os leitores tomassem ciência conforme os fatos iam acontecendo.
Foucault, coordenador da obra, parte do pressuposto da análise das relações entre a psiquiatria e a justiça penal, daí a justificativa de conter no Dossiê, capítulo I, o processo, o memorial e os pareceres médico-legais. A evolução do direito não permitiria que se aplicasse a norma positivada, apenas, tomando grau de importância imprescindível os laudos médicos que, de formas diferentes, segundo o conhecimento e especialidade de cada um, justificam as atitudes de Pierre como resultado de sua alienação mental. Esse tensionamento entre os discursos alienista e jurista provoca mudanças na percepção da execução do réu. Inicialmente condenado à morte como parricida e fratricida, fora perdoado e convertida a pena em prisão perpétua (p. 180).
O fato de esclarecermos de antemão o desfecho da obra – prisão perpétua de Pierre – não deve desmotivar o leitor a imergir na obra coordenada por Foucault. O estilo da escrita cientifica da época, a eterna luta territorial entre os discursos médico-orgânicos e jurídico sociais tornam a leitura uma aula de história das idéias: “Rivière é originário de uma família onde a alienação mental é hereditária” (L. Vastel); as análises do transtorno familiar que o réu presenciou durante toda sua infância e adolescência, que já haviam sido levados ao judiciário em outras ocasiões (p. 84); a relação de desconforto da parte de seu pai, que várias vezes cita o anseio de suicidar-se para alcançar o fim da infelicidade por ter como esposa – ainda nas palavras de L. Vastel Caen – uma mulher de gênio obstinado, imperioso, impertinente, que o fazia mal constantemente, porém não era dona de suas ações. Seu tio, irmão de sua mãe apresenta sinais de loucura durante toda a vida, bem como dois primos e sua mãe, como já mencionado, e ainda tem-se a hereditariedade como um dos efeitos mor na produção da loucura, segundo os laudos-médicos.
Dentre o grande inventário de características assinaladas pela loucura na família do réu, observa-se o horror pelas mulheres, o desprezo pelas atitudes de mãe que maltratava o marido, seu pai, e sua própria mãe, avó de Rivière. Com intuito de livrar seu pai do sofrimento contínuo, inspirado por Deus, como escrito em seu memorial, agindo em seu nome, como expõe em seus depoimentos, decide a morte de sua mãe e com ela a de sua irmã, que sempre tomara partido da mesma. Todavia, para que seu pai gozasse da liberdade plena, era também necessário livrá-lo de seu pequeno irmão que Pierre tanto amava. Dessa forma seu pai chegaria a aplaudir a morte de seu libertador, Rivière, quando a este fosse aplicada a lei.
Enfim, esses são apenas pequenos fragmentos temáticos atravessados pela obra. Para um desdobramento mais detalhado sugerimos a leitura atenta e completa dessa produção fundamental para pessoas sedentas de conhecimento.
1 FOUCAULT, Michel. Eu, Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão: Um caso de parricídio do século XIX apresentado por Michel Foucault; tradução de Denize Lezan de Almeida. Rio de Janeiro. Edições Graal. 1977.p 11
Workaholic é o termo que se usa para identificar um sujeito viciado em trabalho, uma pessoa que não vive além de suas funções profissionais. Franz Kafka, em A metamorfose, dá um exemplo curioso de um sujeito viciado no trabalho.
O senhor Samsa, vendo a renda da família comprometida com a metamorfose do filho Gregor – único mantenedor da casa – volta a trabalhar como funcionário de uma instituição bancária. O trecho diz:
“…o pai de Gregor recusava-se a tirar, também em casa, seu uniforme de funcionário; e enquanto o pijama ficava pendurado, inútil, no armário, o pai dormia completamente vestido sobre sua cadeira, como se estivesse sempre pronto ao serviço e ali apenas esperasse a voz de seu superior”.
O fato de o Senhor Samsa estar sempre vestido com o uniforme de trabalho e sempre a disposição de seu superior mostra a dedicação exagerada ao trabalho, fazendo-o ausentar-se das funções familiares e do lazer pessoal. Não tirar o uniforme nem para dormir não é uma crítica apenas ao visível, a falta de conforto, mas também à alienação do sujeito para com o trabalho, onde praticamente se desconsideram as outras faces de sua representação social.
Partindo da visão marxista, há o proletariado, que vende sua força de trabalho, e os capitalistas ou donos dos meios de produção, que são aqueles que dão condições para que esses operários trabalhem. A necessidade força o operário a se manter a qualquer custo em sua função, pois, caso seja despedido, há vários outros para o substituírem. Estamos nós reféns desse promotor de loucura?
Marmieládov, personagem de Dostoiévisk em Crime e Castigo, sofria com o desemprego e com a bebida, e isso fazia dele um escarnecido em sua casa. Ao conseguir um trabalho, passou a receber tratamento especial, e até sua mulher caprichava no visual para lhe agradar. Agora ele era digno de louvor da família. O trecho diz:
“…Antes (desemprego) só ouvia injurias: vai deitar na cama, animal! Agora andavam com mil precauções, na ponta dos pés, mandavam as crianças fazerem silêncio: Psiu! Siemiom Zakháritch está cansado do trabalho, deixem-no descançar”.
Essa situação contribui para que o sujeito esteja preso ao seu trabalho, para que ele não queira mais voltar a ser tratado como antes. A vida se torna trabalho, uma obsessão. Sua existência passa a ser para o trabalho.
O workaholic não faz distinção entre vida pessoal e profissional, o prisma do trabalho é a lente com que o sujeito vê o mundo. É como o operário de Tempos Modernos: não sabe por que faz, o que faz, não sabe o sentido de sua atividade, a finalidade do seu esforço. Sua identidade está em risco ou na verdade está mutada: José Silva, que trabalha vendendo sorvetes na porta da escola, agora se chama “Zezim do Sorvete” e o Roberto Braga, que trabalha na padaria, agora é o “Beto do Pão”.
O trabalho dignifica o homem, é um valor positivo, é o propulsor social – saudável quando moderado. O workaholic é seu escravo e está inteiramente dominado pelo espírito de sua época.
Nota: Texto desenvolvido para a disciplina Psicologia do Trabalho ministrada pela Professora Camila Brusch.
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