O medo e o amanhã

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Gritos ocultos e rostos do amanhã, imagens distorcidas de um futuro que ainda não chegou.

Formas longas e sem nenhum compromisso, rabiscadas com grafite num papel no chão.

Por hora era esta a visão: O medo e o amanhã.

Caminhos distantes dispostos na planície, lado a lado uma estrada rumo à escuridão: o desconhecido refletindo no horizonte. Um raio cinza ofuscando contra o azul distante do céu estelar.

Então eu cantei.

Mesmo sem sentir o som de palavra alguma, eu cantei.

Minha voz ecoava pelos cantos.

Na estrada de vidro, meus passos incertos na imensidão. A jornada de toda a minha vida refletida contra o chão, sem brilho e sem distinção.

No limiar, um balé de borboletas cortando o céu em duas fatias grandes: o hoje e o agora, dispostos em duas porções. Toda obra de uma mente doente, num surto de criação.

Um rabisco do que eu já fui, na certeza do que eu jamais viria a ser. Horas depois, pouca luz, e a constatação: O amanhã não chega ao anoitecer.

E fico pensando se há mais alegrias na morte, que a dor absurda da vida. E mesmo depois de minhas orações, a grande estrela que se apaga no arrebol.

O Chão trincando sob os pés, e um cinza nebuloso roubando a cena, que corre acelerada em câmera lenta. No mesmo instante, uma luz cintilante toca a terra, que se desfaz em dois pedaços: o presente e o agora.

Dispostos em duas porções, o sol já não ofusca a luz, e tudo é uma grande a aflição. Assim como é grande a força que comprime o peito. Assim como é grande a imensidão.

E sem ar o peito grita. Gritos mudos na multidão. Sem esperanças só me restam as lágrimas, quem vem me socorrer na escuridão.

catsRODAP

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O Preço do Amanhã: quanto vale a sua vida?

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Quanto você pagaria pelo amanhã?

Não há duvidas que todos nós estamos preocupados com o tempo. Tentamos a cada dia esconder o efeito do tempo em nosso corpo e mente e queremos acima de tudo aumentar o tempo de vida que temos, abdicamos de vícios para viver mais e corremos freneticamente em busca da juventude. Mas e se o tempo fosse para nós uma moeda de troca?

 

 

O filme O Preço do Amanhã estrelado por Justin Timberlake e Amanda Seyfried, dirigido por Andrew Niccol se passa em um futuro não muito distante. A sociedade conseguiu bloquear o gene do envelhecimento. Todos crescem até os 25 anos de idade, quando o relógio em seus pulsos começa a contar. É possível permanecer jovem para sempre, contato que se pague por isso. Os ricos vivem séculos enquanto os pobres passam a conviver com uma contagem regressiva diariamente. Em meio ao desespero de ter poucos segundos de vida a melhor formar de conseguir tempo é roubando tempo, que pode ser passado de pessoa para pessoa através de contato nos braços.

 

 

Will Salas (Justin Timberlake) mora no gueto, assim é chamado o local “excluído” da sociedade, onde os pobres lutam para sobreviver. Desde que o relógio em seu pulso começou a contar, Salas tem que enfrentar a morte diariamente, lutando para conseguir horas, minutos e até segundos. Certo dia o operário salva a vida de um homem que tem muito tempo para gastar, mais de um século. Apesar de ter todo esse tempo disponível o rico não é feliz, está cansado de viver e discorda do sistema, segundo ele “a verdade é que há tempo mais do que suficiente para todos, há pessoas com milhões de anos enquanto a maioria conta os dias”. Os dois dormem e quando Will acorda, olha para seu pulso e percebe que o homem que ele salvou na noite passada lhe transferiu todo o tempo que tinha. Salas ainda tenta salvá-lo da morte, mas chega tarde demais. Com o acontecido o protagonista passa a ser acusado de ter assassinado o homem.

Will, agora com muito tempo, muda-se para a elite. Ele passa a levar uma vida diferente da que estava acostumado, gastando o tempo em hotéis, carros de luxo e cassinos. Quando os “guardiões do tempo” o capturam ele seqüestra Sylvia Weis (Amanda Seyfried) a filha do homem mais rico do mundo. Na fuga os dois acabam sofrendo um acidente e são roubados, ficando quase sem tempo. Então precisam se virar para continuarem vivos.

Salas convence Sylvia a ajudá-lo a mudar o sistema, fazer os ricos pagarem pelo egoísmo e apatia em relação aos pobres. Os dois então passam a acreditar que ninguém deveria ser imortal se uma única pessoa precisa morrer. Em busca de tentar destruir o sistema o operário e a patricinha passam a roubar bancos e distribuir o tempo para os necessitados. Afinal não é roubo roubar o que já foi roubado!

O casal então embarca em uma jornada cheia de perigos e ação, até o momento em que descobrem que a única forma de destruir de fato o sistema é roubando um milhão de anos. O único ser humano que possui essa quantidade de tempo é o banqueiro milionário pai de Sylvia, que não hesita em cumprir a missão.

O desfecho do filme não é surpreendente, Will e Sylvia conseguem destruir o sistema. Os dois provaram a sociedade que o grande problema é que todos querem viver para sempre, mas ninguém foi feito para viver para sempre.

No fim, O Preço do Amanhã é uma ficção científica que nos faz refletir sobre a vida, sobre o futuro. E a pergunta que fica é: qual o preço que teremos que pagar pelo amanhã?


FICHA TÉCNICA DO FILME

O PREÇO DO AMANHÃ

Título Original:  In Time
País de Origem: Estados Unidos
Gênero:  Ficção científica
Tempo de Duração: 112 minutos
Estúdio/Distrib.:  Fox Film
Direção:  Andrew Niccol
Ano:  2011

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