Após quase morrer de câncer, a solidariedade

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O câncer de mama é uma das doenças malignas que mais acometem mulheres ao redor do mundo. Receber o diagnóstico não é fácil e, a partir dele, a vida se mostra repleta de desafios. Por esse motivo, é tão valiosa a campanha Outubro Rosa, pois tem como objetivo compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença. 

Em março de 2016, quando estava com 35 anos, descobri o câncer de mama. O meu marido foi peça fundamental para a desconfiança e incentivo para procurar por ajuda. Quem descobriu foi ele, que sentiu um caroço na mama e ficou preocupado.

Na época, demorei três meses para fazer o exame. Trabalhava bastante e tinha pouco tempo. Mas aceitei a ideia de fazer o exame. No total, demorou seis meses para descobrir, pois foram três meses para o exame e mais três meses para ser diagnosticada. Parte do tratamento foi muito sacrificante. Na quarta quimioterapia, fui internada com infecção generalizada e neutropenia gravíssima, no qual os médicos me deram somente de quatro a cinco dias de vida.  

Fonte: encurtador.com.br/cEPTY

Perder meus cabelos foi a parte mais difícil. No desespero, cheguei a passar cola no meu cabelo, para não perdê-los. Foi quando realmente caiu a ficha que estava com câncer. Perdi 27 quilos na radioterapia, tive queimadura de terceiro grau e na garganta. Porém no tratamento da quimioterapia, engordei 30 quilos, por conta da grande quantidade de corticoide.

Após essa fase, achei que estava bem, pois tinha terminado o tratamento. Mas veio a suspeita de um novo tumor que demorou seis meses para ser diagnosticado no ovário. Era um tumor benigno, porém estava com várias complicações devido ao tratamento. Tive que retirar o útero e o ovário, o que me tirou o sonho de ser mãe. Foi uma histerectomia radical, levei quarenta e dois pontos na vertical.  

Mesmo após tanto sofrimento encontrei forças e motivação para ajudar outras pessoas. Fundei o Instituto “Unidas para Sempre”. Em janeiro de 2018, criei o grupo junto com amigas que também enfrentavam o câncer. Era um grupo nas redes sociais. Naquele espaço, mulheres com câncer puderam compartilhar suas dores. O número de participantes foi aumentando e tivemos a participação de profissionais que se apresentavam como voluntários. Hoje, o Instituto cresceu e pode ajudar muito mais pessoas.  

Fonte: encurtador.com.br/huQZ4

A iniciativa não ajuda só mulheres com câncer de mama. Crescemos numa proporção que hoje são mulheres com vários tipos de câncer. Também recebemos casos de homens e crianças. A instituição oferece vários serviços gratuitos como micropigmentação, acompanhamento com nutricionista, psicóloga, dermatologista, mastologista, terapeuta sexual, oncologista entre outros.  

Temos parceria com o projeto “Cabelinhos do bem”, que aplica mega hair em pacientes gratuitamente com doações de cabelo. Fazemos doações de cesta básica. Esse ano, conseguimos doar duas toneladas de alimentos. Também estamos com parceiros que oferecem tratamento dentário gratuito.  

Da minha dor, fiz uma bandeira. Por meio desse trabalho, cuido de todas como se fossem minhas filhas. Acredito que existe milagre e faço todos acreditarem que é possível. Para mim, pessoas são milagres, pessoas que ajudam a aliviar essa dor são milagres! E o futuro vai ser bem melhor para todos nós.

Fonte: encurtador.com.br/bivO6
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Auxílio psicológico a pacientes com câncer de mama

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No mês do outubro rosa, mês de conscientização para o controle do câncer de mama, é importante falarmos também de como o câncer pode afetar o psicológico de quem descobre a doença. O câncer de mama ataca a feminilidade da mulher e muitas vezes pode ser muito agressivo necessitando a retirada da mama. O apoio de um profissional da psicologia irá auxiliar a mulher a tornar possível o entendimento de seus medos, angústias, rejeições e outros fatores que influenciam na resposta ao tratamento.

A partir do diagnóstico, a mulher deve estabelecer uma rede de apoio com médicos, psicólogo, nutricionista, fisioterapia, familiares, amigos e outros que participar desse tratamento. Além disso, existem os psicólogos do serviço público que dão suporte, algumas clínicas e hospitais especializados tem esse serviço gratuito para oferecer às mulheres, e existem diversos grupos de apoio conduzidos por psicólogos. A mulher não deve se sentir sozinha nessa jornada.

Sobre a vaidade feminina, vale ressaltar que existe uma cobrança excessiva em relação as mulheres terem o corpo, cabelo e pele perfeitos. Em situações como o câncer, não se consegue ter controle sobre isso. Autoestima significa amar a si mesmo e sua composição está ligada a autoaceitação, autoconfiança e autoconhecimento. Ter autoestima não está ligado ao outro, mas, sim, a si próprio.

Fonte: encurtador.com.br/ghBR0

Além disso, a imagem está ligada à autoaceitação e ao entendimento. Trabalhar a autoestima não tem a ver com usar o lenço para esconder a falta de cabelos, a cabeça careca, e sim em usar o lenço porque você gosta e se acha bonita. Mas porque te faz bem.

Uma curiosidade que vale ser compartilhada é que a sexualidade é considerada pela OMS uma necessidade básica do ser humano. Estudos nos EUA analisam o impacto positivo que a prática sexual tem no bem-estar do paciente. Então, cuidar de si mesma, é se sentir bem, manter sua vida sexual saudável e principalmente trabalhar a tríade da autoestima: autoconhecimento, autoaceitação e autoconfiança. Não é fácil passar por um câncer, mas você pode e deve ter ajuda.

Acho necessário comentar a importância de acreditar na cura. Acreditar não é apenas uma ajuda na sensação de bem-estar.  Acreditar na cura, faz com que a mulher trabalhe todo seu organismo, seus neurotransmissores, seu cérebro para achar caminhos para cura. Acreditar é o primeiro passo para qualquer coisa que iremos fazer, principalmente a cura. A cura começa por você acreditar que irá acontecer. Sendo positiva o tratamento se torna mais leve e a esperança vem.

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A autoestima durante o tratamento do câncer

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A partir do diagnóstico, a jornada do tratamento para o câncer é repleta de desafios. Além da saúde, problemas financeiros tendem a surgir, já que a doença exige exames, consultas, especialistas e, em muitos casos, afastamento do trabalho. Vale lembrar que apenas no ano de 2018, de acordo com o INCA, foram registrados 59.700 novos casos de câncer de mama no Brasil. Não podemos negligenciar o que sentimos, todo cuidado é pouco!

Fui diagnosticada com câncer em 2016, lutei não só contra a doença, mas também contra a burocracia, mesmo com laudos, tratamentos e cirurgias marcadas. A criação do grupo “Unidas para Sempre”, que tem como objetivo dar suporte e apoio ao paciente com câncer e outras patologias, começou a partir de experiências como essa.

A vaidade é parte imprescindível, principalmente na vida das mulheres. O câncer de mama te força a buscar meios alternativos para recuperar sua autoestima, por conta dos impactos causados pelo tratamento. A prótese mamária, por exemplo, não nos deixa sentir mutiladas, como se estivesse faltando um membro.

Fonte: encurtador.com.br/syzK0

É muito além de simplesmente “devolver” a mama, é devolver a sua identidade enquanto mulher. Assim como a micropigmentação, que possui um papel importante, já que sem os pelos no rosto, é como se a gente olhasse para o espelho e ficasse nos procurando. A tatuagem de auréola é outro procedimento que ajuda na recuperação da autoestima da mulher mastectomizada. O desenho realista do mamilo traz de volta o que a pessoa perdeu.

O cabelo é tudo e, sem dúvida, é uma das coisas que mais arrasa com a mulher. Voltar a ver cabelo, mesmo por meio de uma peruca, é como devolver a identidade, o bem-estar e é uma sensação de cura também. Quando fica careca, perde-se toda a sua feminilidade, sua vaidade. É como se a ficha realmente tivesse caído. Isso remete muito a ideia de “estou doente, estou com câncer”. A sensação de colocar um mega hair ou uma peruca é incrível e nos devolve a alegria e a identidade, perdida durante o processo, que nos faz sentir mulher novamente.

Além disso, o acompanhamento psicológico para essas mulheres com câncer de mama é fundamental. A psicologia é o carro-chefe para a cura. A mente tem o poder sobre todo o corpo. Eu digo que a gente não entra em guerra sozinho. Pensar assim foi o meu alicerce. Com certeza, a Psico-Oncologia se torna tão importante quanto os procedimentos médicos de fato, atuando na autoestima, no empoderamento!

Fonte: encurtador.com.br/lwNS5
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