A.I. Inteligência Artificial: o que nos torna humanos?

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Amplamente transmitido na TV aberta, o filme “A.I. Inteligência Artificial” produzido no ano de 2001 narra a trajetória de David, o primeiro andróide projetado para amar. David, construído com a forma um menino, é adotado por um casal que teve seu filho biológico criogenizado até que a medicina avançasse o suficiente para curá-lo. Mas quando isso acontece, os conflitos entre David e seu irmão mudam completamente seu destino. A maneira como David é tratado por seus pais a partir do momento em que “descumpre” seu propósito como substituto possibilita o seguinte questionamento: o que nos torna humanos?

Alerta de spoiler!

Fonte: https://bit.ly/2ERxqfZ

Bondade

Basta citar alguns dos acontecimentos mais cruéis da história da humanidade para descobrir que bondade não é o que define com precisão os seres humanos. Eventos em situações de guerra como o Holocausto ou as bombas em Hiroshima e Nagasaki são um bom exemplo do quanto o ser humano tem a capacidade de não apresentar nenhum tipo de empatia sobre outras vidas humanas. Essas ações se estendem também para os animais e o meio ambiente, algo que é retratado com clareza no filme.

Após as brigas com seu irmão, David é abandonado em uma floresta por sua mãe. A narrativa cria um ambiente de desconforto desde as primeiras cenas e impacta drasticamente o espectador ao despertar o senso de justiça, uma vez que David tem sentimentos como qualquer humano teria.

As hipóteses de o ser humano ser essencialmente bom ou mau dividiram pensadores e filósofos ao longo da história. Para John Locke e Thomas Hobbes, por exemplo, o comportamento humano em seu estado de natureza humana é algo insatisfatório e violento. Desse modo o estabelecimento de uma sociedade civil seria positivo por garantir ordem, liberdade, segurança e respeito (LEOPOLDI, 2002). Para esses teóricos, o ser humano é essencialmente mau, e a sociedade possibilita a bondade.

Jean Jacques Rousseau, por outro lado, percebia qualidades no estado selvagem do ser humano, chegando a ser considerado o filósofo do “bom selvagem”. Para ele, o desequilíbrio no sistema entre seres humanos e a natureza é rompido a partir do momento em que a sociedade e a civilização dominam essa relação, desse modo, nossos males seriam de nossa própria autoria (LEOPOLDI, 2002). Portanto, para Rousseau, o ser humano é essencialmente bom, mas a sociedade o corrompe.

No filme, através da jornada de David após ser abandonado, percebe-se que em um futuro próximo a lógica da descartabilidade e da produção excessiva de lixo se perpetua. Ele também não foi o único a ser abandonado: inúmeros outros andróides e robôs compõe uma “subsociedade” constituída em meio ao lixo. David, após ouvir de seus pais adotivos uma história da Fada Azul, se encontra determinado a encontrá-la, e assim como o clássico Pinóquio, sonha em se tornar humano.

Fonte: https://glo.bo/2tV1zF0

Percebe-se na trama, que o egoísmo e a falta de empatia podem estar presentes desde a infância, como se pode ver no filho biológico do casal. Isso se estende para a vida adulta, e associada à lógica de descarte do que não é mais útil, promove o abandono de pessoas e objetos. Para Bauman (2009) a fluidez das relações na contemporaneidade pode gerar uma espécie de corrida, e quem eventualmente não conseguir acompanhá-la, corre o risco de ser descartado, como lixo.

DNA

O Ser Humano, possui cerca de 25 mil genes estruturais, e cerca de metade desses são exatamente iguais à composição do arroz, por exemplo (PESSINI, 2009). Seriam então, os nossos componentes genéticos os determinantes do que é ser humano?

Entre os maiores desafios da bioética no século XXI, está sem dúvidas o transumanismo. Esse termo se refere à busca pelo melhoramento biotecnológico das capacidades humanas geneticamente.  Alguns exemplos são tecnologias de prolongamento do tempo de vida, a possibilidade de reprogramação do DNA e da mente humana, bem como a futura existência de uma consciência livre do corpo mortal (PESSINI, 2009), como apresentado no filme.

Para os transumanistas, o estado biológico humano é apenas transitório, sendo os corpos, uma espécie de prótese, um substrato biológico. O pensamento pós-humano esbarra, portanto em questões éticas. Os bioconservadores, contrários a tais intervenções, sugerem que a dignidade humana não deve se estender ao pós-humano, e se apegam ao status moral da condição humana (PESSINI, 2009). No filme, podemos ver um exemplo em que a dignidade pós-humana se estende apenas para seres geneticamente humanos. E mesmo que David se comporte, sinta e aparente como um ser humano, ele é descartado como um objeto, demonstrando uma contradição ética daquela sociedade. Tais dilemas também podem ser enfrentados pela nossa sociedade nos próximos anos.

Fonte: https://bit.ly/2EBSCFx

Comportamento                            

O comportamento é, talvez, o que defina o que é humano com mais precisão. Os comportamentos são atividades do organismo que mantém relação com o ambiente, seja de maneira respondente através de reflexos inatos ou de maneira operante, quando agimos esperando determinadas consequências (DE ROSE, 1997).  A maneira como o ser humano se comporta, seja pela influência genética (como os reflexos) ou da maneira como isso é aprendido através das relações sociais, compreende a essência das diversas manifestações do que é humanidade, seja ela para o bem, ou para o mal.

As diversas influências e contingências que atuam sobre a formação e desenvolvimento de um indivíduo estão sujeitas antes, a um macrocontexto sócio-histórico, e cada época, por sua vez, compreende as características humanas aceitáveis ou não. Dessa maneira, conceitos como a ética, presente no filme, estão sujeitos a mudanças de acordo com as novas decorrências da atividade humana sobre a tecnologia. Percebe-se que a mãe de David sentiu remorso abandoná-lo, porém ainda assim o descartou, assim como várias outras pessoas abandonaram seus andróides e robôs. Desse modo, se compreendermos o adjetivo “humanidade” como sinônimo de bondade e empatia, David pode ser considerado o personagem mais humano do filme.

Fonte: https://bit.ly/2H0L16Z

FICHA TÉCNICA DO FILME:

Fonte: https://bit.ly/2VC8tdW

A.I. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Título original: A.I. Artificial Intelligence
Direção: Steven Spielberg
Elenco: Haley Joel Osment, Jude Law, Frances O’Connor, Sam Robards;
País: EUA
Ano: 2001
Gênero: Drama

REFERÊNCIAS:

BAUMAN, Zygmunt. Vida líquida. Zahar, p. 7-55, 2009.

DE ROSE, Julio César Coelho. O que é comportamento. Sobre comportamento e cognição, v. 1, p. 79-81, 1997.

LEOPOLDI, José Sávio. Rousseau-estado de natureza, o “bom selvagem” e as sociedades indígenas. Revista Alceu, São Paulo, nº4, p. 158-172, 2002.

PESSINI, Leocir. Bioética e o desafio do transumanismo: ideologia ou utopia, ameaça ou esperança?. Revista Bioética, v. 14, n. 2, 2009.

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Identidade e ciborguização: para além do corpo biológico

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A cultura é o que define a forma como age um determinado grupo de pessoas. Ao nascermos, temos nosso corpo biológico como mediador do contato com o que é externo e que, por sua vez, faz relação com o mundo privado. Os padrões a serem seguidos estão em constante mutação, mesmo aqueles ditos como normatizados e hegemônicos, devido ao intenso processo de evolução social em áreas como a política, economia, ciências humanas e o advento da tecnologia avançada. Desta forma, se faz presente um dinâmico processo de releitura das estruturas basilares nas quais se assenta o Modus Operandi de nós seres humanos que, outrora sólidas, passam por reajustes os quais alteram nossa percepção da realidade e nos conduz aos desafios do mundo contemporâneo.

Dentro desta proposta, Lima (2009) trás conceitos como os de hipertexto, adaptação tecnológica do corpo, cibernética, nanotecnologia, ciberespaço e o impacto direto dos dispositivos tecnológicos sobre nossa subjetividade e a ideia do que vem a ser inerente, exclusivamente, à condição humana. Na perda progressiva do concreto, oriunda do atual mundo cibercontextualizado, nós, enquanto indivíduos, inconscientemente, acabamos optando por um superinvestimento do único objeto que realmente temos de concreto: o corpo.

Sobre isto, Quevedo (2003) aponta que a mente dissociou-se do corpo que, a partir de então, passou a não ser mais regido pela vontade do próprio indivíduo, mas, sim, pela mídia, assentado na visão mercadológica por meio da qual os meios de comunicação e controle em massa se utilizam para passar suas mensagens, padrões inatingíveis os quais vem em forma de cápsulas, cremes, e toda uma extensa linha de produtos e aparatos que prometem um resultado que se adeque aos ideais de saúde e beleza regentes. O avanço tecnológico e sua contribuição para as ciências naturais, humanas e exatas configura um ápice do progresso intelectual da humanidade vigente que contribuiu para a transição da noção de sociedade de produção para a de consumo.

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Fonte: http://migre.me/vpn18

Tais fatores remodelaram a forma como o homem da modernidade lida com sua autoimagem, saúde e bem estar. A organização mundial da saúde (OMS), ao expandir o conceito de saúde para além da ausência de doença, aponta para áreas do campo humano até então não muito exploradas. Com o surgimento da psicologia moderna, a ideia do ser biopsicossocial veio apontar para a saúde como fruto de um tríplice aspecto do social, biológico e psicológico. Tais fatores, somados aos imperativos da modernidade líquida [1], conceito trazido por Bauman (2003), colocam o corpo como protagonista do espetáculo moderno. Um roteiro no qual nossa máquina biológica é a nossa principal fonte de prazer e frustração, expectativa e consumo, abuso e salvação à mercê de um mundo moderno onde reina o individualismo, imediatismo e competitividade.

Em meio a este grande cenário, a ideia de corpo ciborgue nasce e ganha força desmedida, sendo este, um mero produto de um contexto maior, que é esta cultura ciborgue. Sobre o corpo na modernidade, Bucci e Kehl afirmam que:

Na modalidade de concorrência predatória, sociedades capitalistas dominadas pela indústria da comunicação e da imagem, são mais opressivas do que a que explorava a força braçal, o esforço, a dedicação ou a competência dos trabalhadores. A sexualidade juntamente com a beleza (reduzida a um simples material de signos que se intercambia) é que orienta hoje por toda a parte a redescoberta e o consumo do corpo. No corpo erotizado o que predomina é a função de permuta. (BUCCI; KEHL, 2004, p. 172)

Ou seja, trazendo o corpo para o contexto de uma máquina utilizada segundo nossas necessidades, este perpassou tempos históricos nos quais foi instrumento de construção, desde a arquitetura e aspectos físicos objetivos até os morais. Porém, agora nesta era pós-moderna, perde seu protagonismo e se transforma num expectador passível o qual desfruta dos avanços da tecnologia, período histórico que serve de bojo para os conceitos emergentes da cultura ciborgue.

Lima (2009) cita três abalos fronteiriços trazidos por Dona Haraway [2], que serviram de pano de fundo para o surgimento do “personagem” ciborgue. As fronteiras entre humano/animal, orgânico/maquínico e o físico/não físico. Ambos os autores apontam como sendo ciborgue toda e qualquer pessoa que tenha em si a junção do orgânico com o maquínico. Porém, deixa claro que esta visão não se restringe apenas a acoplação/inserção de estruturas artificiais ao corpo biológico, mas desde isto até o usufruto de qualquer tipo de recursos oferecidos para mudar, alterar o funcionamento normal do organismo, seja para manutenção da saúde ou por meros fins estéticos.

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Fonte: http://migre.me/vpnmp

 O corpo, como modo de linguagem, expressão e subjetividade, ganha variadas tônicas e, assim como todos os outros aspectos inerentes ao ser humano, é um processo. Desta forma, se pode afirmar que boa parte da população moderna é um ciborgue:

As diferentes formas de se modificar e se marcar fazem com que os corpos humanos estejam em constante transformação e manipulação: as marcas com fogo, as penetrações (do piercing às tatoos), as escarificações e implantes metamorfoseiam o corpo em pergaminho ou objeto de arte. (MACHADO, 2011; MUSSÉS DE MARSEILLE, 1994)

O processo de construção dos quesitos que correspondem ao que é ser ser humano: linguagem, costumes, moral, ética, crenças e religiosidade. Tais aspectos se encontram, na contemporaneidade, plásticos e os mesmos se extravasam devido à diminuição das fronteiras, consequentemente causada pela cibernética [3] e o ciberespaço [4].

A grande aldeia global na qual o mundo tem se tornado naturalmente faz com que haja o surgimento de novas formas híbridas de existência que se metamorfoseiam e fazem nascerem novas formas de ser e estar no mundo. Um mundo pós-gênero, abstrato, maquínico, simbólico. É dentro desde grande quadro moderno que os estudiosos em geral, linguistas, sociólogos, antropólogos, dentre os demais teóricos da área humana, se debruçam para tentar visualizar o prognóstico da humanidade enquanto a drástica mudança e/ou perca de seus aspectos tidos como genuinamente humanos.

A onipresença atual das máquinas e sua tecnologia permeiam a vida humana transformando-a em variados aspectos. Facilita, media, acelera e altera os processos antes administrados pelo puro labor humano. Norbet Weiner (1970, apud. COUTO, 2009) exemplifica esta temática ao evidenciar sobre como a cibernética transformou os processos antes tipicamente humanos e analógicos, culminando em diversas teorias como as da eletronificação da informação, automação do trabalho e mecanização da guerra. Tais fatores apontam para quão vivo se encontra, na história humana, a transformação e constituição da nossa realidade por meio do avanço tecnológico.

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Fonte: http://migre.me/vpnTg

A despeito disso, Lima (2009) se utiliza de uma pergunta chave para nos despertar no que tange ao calcanhar de Aquiles proveniente do constante progresso tecnológico. Quem somos nós?  Ao lançar esta provocação, o autor se refere à linha tênue que separa o ser humano da máquina. É colocado em cheque o sentido de humanidade o qual é perdido nesta era pós-humana. O ideal capitalista que reina na sociedade hipermoderna, prega a ideologia do progresso ininterrupto.O homem hipermoderno, segundo Lipovetsky (2005, apud. GONÇALVES, 2011), surge no século XXI como um indivíduo gozando de total liberdade, livre para ser e se assumir como bem quiser na sociedade sem se preocupar com padrões disciplinares já previamente estruturados. Ou seja, vivendo o presente sobre a perspectiva do aqui agora, sem se preocupar com sua raiz histórica ou tradições.

Com isso, há o hiperinvestimento na vida privada, delineando o narcisismo e individualismo originários do mundo hipermoderno. Mas até que ponto é permitido a nós, enquanto sociedade, manter a incessante marcha do progresso tecnológico sem nos deixar virar reféns da crise de subjetividade vinda deste ápice do progresso que, apesar de alcançado, em contraponto, faz a humanidade padecer de um vazio existencial? O entendimento do velho como sendo ultrapassado, e a necessidade do novo, o consumismo desenfreado e o ideal de superação reproduzido e reforçado no psiquismo do homem moderno faz com que o ser humano se perca no meio de suas próprias criações, vivendo unicamente para si e perdendo o contato com o outro.

Presos às redes sociais, aos smartphones, servindo ao capitalismo para seguirem uma ascensão econômica, buscando atingir um padrão de vida preconizado pela mídia e fazendo com que tenha cada vez menos tempo para se reconhecer, tendo sua subjetividade roubada. É detectável, ao projetar este quadro atual para o futuro, a evidente persistência do viés tecnológico por meio de tudo o que foi exposto. A eterna busca pelos avanços tecnológicos continua instaurando a era da “Alta Performance” para satisfazer as necessidades do ego humano. O uso de próteses continua a ganhar força enquanto traz um desempenho que muitas vezes supera o do corpo biológico, estreitando cada vez mais a barreira que diferencia o artificial do natural.

O resultado é o corpo ganhando uma identidade tecnológica progressiva. Por fim, tendo como base a construção sociocultural apresentada aqui, se considera que tal questão continua em um paulatino processo o qual ainda não se encerrou. O ser humano está e provavelmente continuará inserido nas questões do progresso tecnológico, migrando entre os aspectos do ser que cria e o ser que se beneficia de suas criações. Uma eterna busca da melhoria, da perfeição e do alto desempenho, enquanto, paralelamente, aprende a lidar com o poder libertador e aprisionador de suas próprias obras, configurando um processo o qual tende a se manter até quando o planeta ainda conseguir promover esta ininterrupta marcha do progresso á custa seus finitos recursos.

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Fonte: http://migre.me/vpo9m

O artigo Cyborg e IA: a fusão programada entre o homem e a máquina, trata estas duas áreas que são utilizadas em obras de ficção científicas, são áreas difíceis de ser definidas, pois elas estão presentes em diversas áreas de conhecimentos,muitas vezes não são de acesso ao público.A ficção científica transparece a ideia de imagem ao que chamamos de “cyborg”, máquina dotada de uma “inteligência” tão sofisticada, que pode superar o ser humano.

Mas a tendência é as duas áreas se aproximarem,entre a “mecanização” do homem e a “humanização” das máquinas, tanto fisicamente quanto “espiritualmente”. O ciborgue: a fronteira entre o homem e a máquina.Chamamos de “cyborg” todo ser vivo que é “reforçado” por adicionamento de mecânica em seu corpo. Pesquisadores refletem sobre o conceito de ser humano “evoluído” que pudesse sobreviver nas esferas extraterrestres.

No século XIX nos livros de Edgar Allan Poe,o autor descreveu um homem com próteses mecânicas em “The Man That Was Used UP” (O Homem Que Foi Refeito), publicado em 1839. Desde então os cyborgs e robôs tornaram-se muito populares com obras e personagens como Terminator, Robocop, O homem de seis milhões de dólares, Os Cibermen Dr. Who, Robot. Esses filmes e séries levantaram questões sobre os limites humanos. Hoje fala-se cada vez mais de cyborg não em termos de ficção científica,mas em evoluções científicas. Com os avanços tendem a diminuir os tamanhos das tecnologias, diminuir também o peso, próteses cada vez mais discretas e eficientes, capazes de substituir ou superar membros perdidos ou a falência de um órgão.

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Fonte: http://migre.me/vpopp

O transumanismo é um movimento que consiste em diminuir as “fraquezas” do homem (recursos físicos, doenças, invalidez, velhice, morte). O progresso tecnológico e os enxertos mecânicos tornam o homem mais “poderoso”. Homens de capacidade física ou mental que dependam de máquinas. Falar de ciborgue é apenas um passo. Nós já somos “Ciborgues”? Vai depender do ponto de vista. Se um ciborgue é um homem que teve sua capacidade aumentada por descobertas científicas que ganharam novas dimensões, então parte da humanidade pode ser definida como ciborgue. Pesquisadores afirmam que já entramos na era dos ciborgues, com o aumento de aparelhos eletrônicos, que adentram nossas vidas tornando-se indispensáveis. Televisores, telefones, satélites, internet, permitem interação com o mundo e interagem com nossas ações e ideias.

REFERÊNCIAS: 

COUTO Edvaldo Souza (Org.); GOELLNER, Silvana Vilodre (Org.). Corpos mutantes: ensaios sobre novas (d)eficiências corporais. 2. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Tradução: Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. 258p.g

KIM, Joon Ho. Cibernética, ciborgues e ciberespaço: notas sobre as origens da cibernética e sua reinvenção cultural. Horiz. antropol.,  Porto Alegre ,  v. 10, n. 21, p. 199-219,  June  2004.  Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832004000100009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:  02 de Setembro.  2016.

MACHADO, Afonso Antônio; CALLEGARI, Marcelo; MOIOLI, Altair. O corpo, o desenvolvimento humano e as tecnologias. Motriz: rev. educ. fis.,  Rio Claro ,  v. 17, n. 4, p. 728-737,  Dec.  2011 .   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-65742011000400018&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 02  de Setembro.  2016.

Campos, Ivanir Glória de. A influência da mídia sobre o ser humano na relação como corpo e autoimagem de adolescentes. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/884-4.pdf>. Acesso em: 03 de Setembro. 2016

Gonçalves, Marco Antonio. Indivíduo hipermoderno e o consumo. Anais do VII Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar. 2011. Disponível em: < http://www.ufscar.br/~semppgfil/wp-content/uploads/2012/05/marcogoncalves.pdf>. Acesso em: 3 de Setembro. 2016.

[1] Termo usado para caracterizar uma sociedade contemporânea na qual as estruturas antigamente sólidas são deixadas para trás, dando espaço para a liquidez e fugacidade nas relações humanas, obedecendo à lógica capitalista. Ênfase no narcisismo, superinvestimento da vida privada com enfoque em aspectos como: consumo exacerbado, imediatismo, individualismo e competitividade.

[2] Bióloga, filósofa, escritora e professora emérita estadunidense. É autora de diversos livros e artigos que trazem questões como a ciência e o feminismo, tendo como uma de suas obras mais famosas: A Cyborg Manifesto (1985).

[3] Ciência nascida em 1942 e foi impulsionada inicialmente por Nobert Wiener e Arturo Rosenblueth Stearns e tem como objetivo “o controle e comunicação no animal e na máquina” ou “desenvolver uma linguagem e técnicas que nos permitam abordar o problema do controlo e a comunicação em geral”.

[4] Um espaço existente no mundo de comunicação em que não é necessária a presença física do homem para constituir a comunicação como fonte de relacionamento, dando ênfase ao ato da imaginação, necessária para a criação de uma imagem anônima.

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Corpus Ex-Machina: qual o limiar entre o humano e tecnológico?

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Com o advento da Globalização, os instrumentos criados pelo homem para realização de trabalhos manuais tornaram-se cada vez mais sofisticados, facilitando o distanciamento corporal no que diz respeito aos relacionamentos interpessoais. A discussão a ser feita, neste ensaio, é relacionada a mudança de comportamento dos seres humanos em decorrência da agilidade e do fascínio que as tecnologias nos proporcionam. O capítulo “CORPUS EX-MACHINA: Contatos imediatos porque mediados” de Vargas e Meyer retirado do livro “Corpos mutantes: ensaios sobre novas (d)eficiências corporais”, organizado por Couto e Goellner, salienta um cenário onde as máquinas são uma extensão do homem para execução de atividades laborais.

O capítulo do livro utilizado como referencial para elaboração deste ensaio discorre a mutação constante do corpo através da utilização dos recursos tecnológicos. Explana, ainda, sobre transformações na vida social e nas experiências individuais que contribuem para a construção de subjetividade dos sujeitos. A comparação e correlação do homem com as máquinas vai além da facilitação de atividades e expansão privilegiada de soluções. A precisão maquinaria e tecnológica, leva o homem à uma busca similar de avanços de capacidade, a citada “ciborguização”. Isso leva o homem não só a interação tecnológica, mas a uma mudança de comportamento.

Desta forma, visamos comparar estes fatos à referências teóricas que relatem a problematização dessa fusão do homem com as máquinas e a mudança de significação do mesmo, além de detectar e pontuar questões importantes que ocorrem além do cenário hospitalar, mas como também em vários outros settings da vida do homem. Neste ínterim, apresentamos este ensaio com o objetivo de complementar e relacionar conhecimentos e discutir assuntos pertinentes ao capitulo “CORPUS EX-MACHINA: Contatos imediatos porque mediados”.

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Fonte: http://migre.me/vmhbx

O que é um ciborgue?

O texto de Vargas e Meyer, no livro Corpos mutantes: ensaios sobre novas (d)eficiências corporais de Couto e Goellner (2007), apresenta o caso de uma “ciborguização” de uma enfermeira, integrante da equipe de atendimento da Unidade de Tratamento Intensiva. Primeiramente, é necessário definir o termo ciborgue (cyborg). Em termos gerais seria uma fusão do humano com a tecnologia, e, especificando, trata-se de um organismo que incorpora/incorporou uma estrutura cibernética a si mesmo. No que se refere a sua criação:

[…] o termo cyborg nasceu da contração de cybernetics organism e foi apresentado, também em 1960, por Manfred E. Clynes e Nathan S. Kline em um simpósio sobre os aspectos psico-fisiológicos do vôo espacial. Inspirados por uma experiência realizada nos anos 1950 em um rato, no qual foi acoplada uma bomba osmótica que injetava doses controladas de substâncias químicas, eles apresentaram a idéia de se ligar ao ser humano um sistema de monitoramento e regulagem das funções físico-químicas a fim de deixá-lo dedicado apenas às atividades relacionadas com a exploração espacial. (KIM, 2014)

Assim como um rato, os cientistas da época viram que o ciborgue seria um organismo mais aprimorado. Nisto, o ser humano com o seu corpo orgânico tão frágil frente às possibilidades e incertezas da natureza, poderia ser potencializado na tentativa de sair dessa perspectiva de submissão. Assim, Haraway (2000, p. 94) afirma que o ser humano híbrido tem suas funções supridas ou melhoradas através de mecanismos tecnológicos.

A partir desta premissa, é possível visualizar os avanços da medicina e bioengenharia a “favor” da saúde e da estética, pois propõe o uso de medicamentos, próteses, estudo do DNA, como formas de concretizar essa ciborguização do ser humano, de forma discreta e aceitável. Outro ponto de vista, ainda do termo referido, é a que foi exposta pelas autoras. No contexto hospitalar de UTI, tanto a enfermeira quanto os outros integrantes da equipe de atendimento se tornam cyborgs. São, não por possuírem uma parte física cibernética incorporada aos seus corpos, mas por utilizarem dos mecanismos tecnológicos e cibernéticos para sua atuação profissional, de forma que vão se mecanizando e não conseguem se dissociar destes.

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Fonte: http://migre.me/vmhK2

Além disso, a mesma tecnologia permite uma visualização high-tech (tecnológica avançada; de ponta) do corpo humano como também uma máquina, que possui estruturas decifráveis. E, portanto, pode ser investigado sem, necessariamente, ser de forma invasiva e sim simulada por um sistema informacional (cibernético). Como por exemplo:

Scanners, sistemas de ressonância magnética funcional, tomografia computadorizada dão acesso a imagens do interior do corpo. A partir de membranas virtuais, pode-se reconstruir modelos digitais do corpo em três dimensões, o que poderá ajudar os médicos em cirurgias. (Lima, 2005, p.05)

Vargas e Meyer sugerem “uma visão que concebe esse corpo, entre outras coisas, como um condutor ampliado de informação conectado a um complexo sistema computacional”, que se encontra dentro do contexto daqueles profissionais, cuja enfermeira faz parte: Reanimação de pacientes com Parada Cardiorrespitatória (PCR), precisam ser habilitados e rápidos, além desta visão.

Como ocorre a “ciborguização” dos profissionais de saúde

Dentro dessa mesma equipe os profissionais têm à sua disposição algorítimos, que de acordo com o Dictionary of Epidemiology de John Last (1983, apud Vargas e Meyer) significa: “qualquer processo sistemático que consiste em ordenar uma sequência de passos”, que também é sinônimo a protocolos clínicos. Estes direcionam o que os profissionais precisam realizar durante o atendimento de acordo com as situações peculiares de cada paciente. Ademais, os protocolos clínicos se utilizam de linguagem e siglas exclusivas dos profissionais habilitados. Desta forma, os profissionais da UTI precisam estar sempre bem treinados, à prontidão e corresponder aos protocolos indicados.

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Fonte: http://migre.me/vmgYJ

Por meio da tríade: informação – ser humano – máquina, aperfeiçoada no texto como “computador – profissional – equipamento”, há outra forma de enxergar o tema do texto “contatos imediatos porque mediados”. As autoras propõem que os termos: imediatos refere-se à rapidez do atendimento da equipe profissional, enquanto que mediados implica no serviço computacional (tecnológico) como mediador do atendimento entre o profissional e o paciente. Exemplificando no texto com o seguinte trecho:

[…] pela composição e treinamento de uma equipe preparada para agir com rapidez, os quais podem ser entendidos, nesse contexto, como sendo contatos imediatos. Já a programação de um sistema de monitoração que detecta e classifica precocemente o tipo de PCR, […] para oferecer todas as modalidades de atendimento possíveis a um/a paciente em PCR exemplificam, a priori, os denominados contatos mediatos. (VARGAS & MEYER, 2007)

O que propomos é repensar os contatos imediatos porque mediados, de modo que ao vocábulo “imediatos” pode ser pensada como a rapidez da informação, de como o sistema computacional proporciona agilidade no feedback para os profissionais (e pessoas). E em “mediados” como a mediação do ser humano entre a máquina (computador) e a informação. Fazendo, desse modo, jus à tríade citada anteriormente: “computador – profissional – equipamento”. É um panorama para acrescentar, como mais uma possibilidade de entendimento do texto. Foi formulada com base em alguns trechos, como:

Imediatos – “os humanos sempre tiveram associações íntimas com os dispositivos e tecnologias que eles/as construíram, mas nunca, antes, com tecnologias que operam à velocidade das novas tecnologias da informação” (GREEN & BIGUM, 1995, p. 230). E os mediados: “[…] a ciborguização da enfermeira intensivista, então, diz respeito menos ao conteúdo e à informação e mais ao estabelecimento ou à produção de novas relações entre conteúdo e informação” (VARGAS & MEYER, 2007, p.133). Esclarecendo, que se entendeu relações como um tipo de mediação elaborada pela enfermeira.

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Fonte: http://migre.me/vmgyt

E, a partir desses dois parâmetros ainda chegamos ao mesmo ponto: Qual o limiar entre o humano e tecnológico? Esta relação imediata e mediata faz cada vez mais o ser humano híbrido a máquina, a corporifica. De modo que não se consegue identificar a separação (se houver) do que é vivo com o não vivo. E, o sujeito se escandaliza ao perceber isto que lhe acontece. Nessa perspectiva, atentamos sobre a necessidade de refletir sobre o conceito de humano na contemporaneidade, no que ele é e pode deixar de ser (através da ciborguização). De acordo com o conceito de Heidegger (1973, p. 350 appud Lima, 2005), é preciso “meditar e cuidar para que o homem seja humano e não desumano, inumano, isto é, situado fora de sua essência” (p. 07).

Mudanças comportamentais decorrentes da mediação tecnológica

Os comportamentos e costumes dos sujeitos da sociedade pós-moderna sofrem imensas influências das descobertas tecnológicas que visam facilitar a vida destas pessoas. No ensaio “Corpus ex-machina: contatos imediatos porque mediados” a autora deixa claro ao narrar história de um acontecimento em um hospital médico cujas manifestações das ações dos sujeitos foram intensamente influenciadas e mediadas por tecnologias. Esta apropriação das tecnologias visando viabilizar uma maneira de realização de objetivos mais rápidos possuem diversas consequências, tendo como principal a desumanização das relações interpessoais.

Segundo Brocanelli (2011 p.2) o homem vive “em meio à multidão sem que lhe seja possível uma experiência autêntica”. Isto é, o ser humano, atualmente, tem a possibilidade de manter contato com diversas pessoas do planeta, de forma precisa e bastante rápida, todavia, deixando de lado as experiências que poderiam adquirir de forma empírica, mas agora obtendo-as ao conectar-se em rede.

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Fonte: http://migre.me/vmgtR

Esta escassez de experiências autênticas contribui para uma sociedade relativamente mecanizada, onde os seus habitantes estão atentos apenas àquilo que lhes é apropriado. Os momentos que foram perdidos, experiências que não chegaram a concretizar-se podem ser adquiridas sem gasto excessivo de tempo, apenas acessando redes computadorizadas que possuem todas as informações que necessitam. Benjamin traz uma reflexão sobre a perda destas experiências que

sempre fora contada aos jovens. De forma concisa, na autoridade da velhice, em provérbios; de forma prolixa, com a sua loquacidade, em histórias; muitas vezes como narrativas de países longínquos, diante da lareira, contadas a pais e netos; que foi feito de tudo isso? Quem encontra ainda pessoas que saibam contar histórias como elas devem ser contadas? Que moribundos dizem hoje palavras tão duráveis que possam ser transmitidas como um anel, de geração em geração? Quem é ajudado hoje, por um provérbio oportuno? Quem tentará, sequer, lidar com a juventude invocando sua experiência?. (BENJAMIN 1994, APUD, BROCANELLI, 2011 p. 6)

Do ensaio “Corpus ex-machina: contatos imediatos porque mediados”, pode-se trazer a interpretação não apenas contribuições negativas para essa mediação tecnológica, se for levado apenas em consideração da facilidade do tratamento biológico, porém a autora intensifica a crítica implícita da ciborguização da enfermeira como forma de enaltecer a pobreza de experiências dos valores humanos, resultado da apropriação dos mecanismos que agora, fazem parte do cotidiano dos sujeitos pós-modernos.

O cerne da ética estudada por Gadamer (1997), contribui para entendermos sobre a mediação dos comportamentos definindo que o homem não produz a si mesmo da mesma forma que produz as coisas úteis para sua vida. Baseando-se nessa ética, a tarefa mais importante na existência humana é a decisão ética, ao buscar respostas frente as diversas situações concretas. Frente a essas situações inesperadas o homem deve ter e manter uma atitude ética ao responder e, essa atitude não pode ser aprendida e nem pré-determinada pois depende da disposição humana.

mediacao-das-relacoes

Fonte: http://migre.me/vmi3S

Do título “Corpus ex-machina: contatos imediatos porque mediados” também pode-se interpretar de outra forma: A mediação tecnológica dos contatos humanos. Isto é, as relações interpessoais foram “cristalizadas” e moldadas a partir da inserção do mundo tecnológico em nosso ambiente, assim como afirmado por Brocanelli (2011, p. 6-7)

se existe um objetivo nesse desenvolvimento, é formar e acomodar as pessoas em suas tarefas, uniformemente, sobrecarregando-as com atividades e sugando suas energias até que se acostumem em um ritmo que não provoque mudanças, mas as envolva na performance acelerada, reinando o tempo administrado sobre o tempo da alma, aprisionando-a.

Portanto, Gadamer (1997) ao defender que a experiência é um acontecimento que não se permite ser apossado por ninguém, não pode ser determinado quaisquer observações, pois na verdade nela tudo se ordena de forma incompreensível, destaca a importância da abertura à experiência e demonstra que a dialética desta se executa em tal abertura, sendo posta em funcionamento pelo próprio processo de experiência.

Conclusão

No texto de Vargas & Meyer é enfatizado sobre o desenvolvimento tecnológico que está inserido no ambiente hospitalar, sendo assim, os contatos imediatos de serviços realizados pelos profissionais da saúde aos pacientes são mediados por um sistema que necessita de uma tecnologia computadorizada. Para este contato ser bem-sucedido, é necessário que toda a equipe hospitalar seja capacitada para assim lidar com pacientes com PRC (parada cardiorrespiratória) sabendo desenvolver técnicas de RCR (reanimação cardiorrespiratória) em pouco tempo.

As enfermeiras são comparadas a ciborgues, pois estão cercadas de aparelhos tecnológicos. As enfermeiras intensivistas, são tidas como ciborgues de UTI, por utilizarem programas computacionais. Essas enfermeiras citadas no texto estão interligadas ao conteúdo e informações da tríade do sistema computadorizado. Se integram a máquinas por terem que corporificar tecnologia. Dessa forma, o corpo transmite mensagem ao monitor sendo a enfermeira intensivista uma condutora de um sistema computadorizado. O serviço que as enfermeiras se inserem, torna-as robotizadas, visto que os seus sentidos como a escuta, o olhar e suas formas de se deslocarem funcionam através dos comandos de máquina.

monitor

Fonte: http://migre.me/vmipp

A questão da mediação do serviço utilizando os avanços tecnológicos nos faz pensar que outras formas de atuação no ambiente trabalho que não visem esse sistema computadorizado, seria uma quebra de paradigma muito grande, visto que o sujeito tornou-se totalmente dependente de uma máquina que orienta como desenvolver melhor o serviço. Conclui-se que é importante uma reflexão sobre se os nossos atos como seres humanos está nos tornando parecidos com máquinas, pois há outras formas de ser e viver que não depende somente de máquinas desenvolvidas tecnologicamente para prestar os comandos de serviço.

REFERÊNCIAS:

BROCANELLI, Cláudio Roberto. Experiência, formação humana e educação: reflexão a partir dos pensamentos de Walter Benjamin e Hans-George Gadamer. In: 3° CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇAO, 3., 2011, Parana: Uepg, 2011.

GADAMER, Hans-George. Verdade e método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

HARAWAY, Donna. Manifesto Ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do Séc. XX. In SILVA, Tomaz Tadeu (org.). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

KIM, Joon Ho. Cibernética, ciborgues e ciberespaço: Notas sobre como origens da cibernética é Sua Reinvenção cultural. Horiz. antropol. , Porto Alegre, v. 10, n. 21, p. 199-219, junho de 2004. Disponível em: < “http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832004000100009&lng=en&nrm=iso”>. Acessado em 07 de setembro de 2016

LIMA, R. L. A. Do corpo-máquina ao corpo-informação: o pós-humano como horizonte biotecnológico. Encontro anual da ANPOCS, 2005. Disponível em: < “http://www.anpocs.org/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=3848&Itemid=318>. Acessado em 24 de agosto de 2016.

TEXEIRA, Ivana dos Santos; FRAGA, Alex Branco. Mutatis mutandis in corporae. Movimento, Porto Alegre, v. 14, n. 02, p. 233-238, maio/agosto de 2008. . Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/Movimento/article/viewFile/5757/3366>. Acessado em 26 de agosto de 2016.

Vargas, M. A. Meyer, D. E. Corpus Ex-Machina: contatos imediatos porque mediados. In: COUTO, Edvaldo Souza; GOELLNER, Silvana Vilodre (Org.). Corpos mutantes: ensaios sobre novas (d)eficiências corporais. Porto Alegre, Ed. da UFRGS, 2007, p. 123-142.

 

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