“Coda, no Ritmo do Coração” – a comunicação familiar na construção de identidade na adolescência

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 CODA é um filme repleto de sensibilidade e evoca muitas reflexões acerca da deficiência auditiva e da importância da comunicação no estabelecimento dos laços familiares e sociais saudáveis.

CODA (Child of Deaf Adults, significa em português, Filho de Pais Surdos). O filme conta a história da jovem Ruby Rossi, interpretada pela atriz Emilia Jones. Ela é uma adolescente, que vive com familiares surdos: seu pai, sua mãe e seu irmão mais velho. Devido a surdez de sua família, ela enfrenta os conflitos e desafios de viver entre dois mundos: o da família e o da comunidade. Devido a morar em uma pequena cidade, família de Ruby enfrenta as dificuldades de inclusão e a falta de uma estrutura governamental que atenda às necessidades básicas de acesso aos seus direitos, fazendo
com que Ruby absorva a responsabilidade de intermediar as relações e comunicações de sua família com as demais pessoas da comunidade.

Durante todo o filme observamos que o cerne do problema é a comunicação. A jovem protagonista precisa lidar com questões complexas em sua adolescência e acaba sendo afetada por problemas que vão muito além dos comuns para a sua idade. Há uma carga grande de responsabilidade que devido à peculiaridade da surdez de sua família é compreensível, porém injusta. Tendo em vista que Ruby é a única ouvinte em sua família, ela se torna peça essencial para a comunicação familiar dentro e fora de casa, o que traz inúmeros conflitos e desconfortos à adolescente.

Para aumentar a dramaticidade da obra, Ruby tem um talento nato para a música e se envolve no coro escolar, o que a leva mais uma vez a um mundo diferente do que sua família domina e conhece. Com a ajuda de seu professor, que acredita em seu potencial e talento, a música se torna um fator de distanciamento entre ela e sua família e ao mesmo tempo provoca um processo de crescimento e amadurecimento ao fazê-la desenvolver sua comunicação familiar e alçar novos voos.

Famílias abertas ao diálogo proporcionam um ambiente acolhedor, deixando os adolescentes à vontade para falar de suas inseguranças e medos e expor seus sentimentos

A mãe de Ruby (interpretada pela atriz Marlee Matlin), vai vivenciar os dilemas da maternidade, a insegurança, o instinto de proteção e ao mesmo tempo enfrentar seus próprios medos quanto a desenvolver suas habilidades sociais e melhorar sua comunicação e interação com a comunidade. Neste processo, ela questiona se Ruby começou a cantar para irritar a família ou se ela realmente é alguém que tem este talento, mesmo sendo filha de pais surdos. É neste ponto do filme que vemos florescer a importância e necessidade de uma comunicação clara e aberta entre toda a família para enfrentar seus temores e construir diálogos que aproximam e ampliam os horizontes de cada um dos personagens quanto aos seus conflitos e inquietações. 

O irmão mais velho de Ruby, interpretado por Daniel Durant, esconde o conflito de querer se sentir independente de sua irmã, ao mesmo tempo que se preocupa com seus sonhos e deseja vê-la feliz e fazendo o que gosta. Já o patriarca da família, interpretado por Troy Kutsur, retratado com um pai amoroso, presente e sensível, protagoniza uma das mais belas cenas com sua filha, ao lhe pedir que cante para ele, fazendo-o compreender através da leitura labial e vibrações, a importância e amor que ela nutre pela música.

É importante ressaltar que o filme conta com a atuação de atores surdos que são (o pai, a mãe e o irmão de Ruby) o que traz credibilidade aos papéis e engrandece todo o elenco. Destaca-se a atuação da atriz que interpreta Ruby, a qual traz paixão e o uso da linguagem de sinais de forma impecável, após nove meses de dedicação para o aprendizado da língua e interação verossímil com seus pares surdos.   

O poeta norte americano E.E. Cummings disse certa vez que é preciso coragem para crescer e se tornar quem você é de verdade. Ao assistir ao filme CODA podemos observar toda a coragem de Ruby em sua jornada de autoconhecimento e a forma como sua percepção foi se desenvolvendo e a ajudando a reagir emocional e comportamentalmente de forma mais assertiva. Neste processo de crescimento e desenvolvimento, vemos a personagem desbravando terras desconhecidas e tendo a coragem de enfrentar seus temores, dúvidas e as reações de sua família quanto aos seus sonhos. 

Durante o filme vemos Ruby desenvolver uma ideia firme de sua identidade ao enfrentar os dilemas relativos a todos os aspectos emocionais referentes a questões importantes de sua vida. É notório o papel da comunicação, a qual foi essencial para que todos pudessem colocar seus pontos de vista e temores e assim entender uns aos outros e encorajarem-se a tomar suas próprias decisões rumo ao crescimento individual e familiar. 

A adolescência é uma das fases mais intensas da vida e a importância da família é essencial para superar os obstáculos

Ao desfrutar de uma família amorosa, que se comunica e estabelece relações empáticas e encorajadoras, vemos Ruby enfrentar os dilemas de sua existência e identificar – se com os valores de sua família, desenvolvendo o senso de pertencimento à ela e ainda assim, tomando importantes decisões sobre seu futuro e papel dentro e fora dela. 

O filme também se destaca pelo caráter político e impulsionador de mudanças na indústria cinematográfica, tendo em vista que levanta a bandeira da representação e da representatividade de pessoas com deficiências. No Brasil, segundo dados do IBGE, temos em torno de 5% da população com alguma deficiência auditiva, sendo 10 milhões de cidadãos com deficiência auditiva e 2,7 milhões com surdez profunda. CODA definitivamente é um filme repleto de sensibilidade e evoca muitas reflexões nos telespectadores acerca da deficiência auditiva e da importância da comunicação no estabelecimento dos laços familiares e sociais saudáveis. 

 

Referências

DIAS, Ana Paula. CODA: Uma história emocionante e sincera sobre encontrar o nosso lugar no mundo. Unesp Bauru, 2021. Disponível em: https://matavunesp.wordpress.com/2021/08/19/coda-uma-historia-emocionante-e-sincera-sobre-encontrar-nosso-lugar-no-mundo/ . Acesso em 15 de março de 2024.

FERREIRA, Isabela Maria Freitas, BARLETTA, Janaína Bianca; MANSUR-ALVES, Marcela. DO AUTOCONHECIMENTO AO AUTOCONCEITO: REVISÃO SOBRE CONSTRUTOS E INSTRUMENTOS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES. Psicologia em Estudo, v. 27, p. e49076, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pe/a/XQrsmHHnN7g7SSkYGpcPjqb/#

FRANCO, Gabi. NO RITMO DO CORAÇÃO LEVA ATORES SURDOS AO OSCAR 2022. UOL, 2022. Disponível em: https://tangerina.uol.com.br/filmes-series/critica-no-ritmo-do-coracao/. Acesso em 15 de março de 2024.

LEMOS, Simone. MAIS DE 10 MILHÕES DE BRASILEIROS APRESENTAM ALGUM GRAU DE SURDEZ. Jornal da USP, 2023. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/mais-de-10-milhoes-de-brasileiros-apresentam-algum-grau-de-surdez/#:~:text=Dados%20do%20IBGE%20(Instituto%20Brasileiro,ou%20seja%2C%20n%C3%A3o%20escutam%20nada. Acesso em: 15 de março de 2024.

PAPALIA, D. E. e FELDMAN, R. D. (2013). Desenvolvimento Humano. Porto Alegre, Artmed, 12ª ed. 

SCHOEN-FERREIRA, Teresa Helena, AZNAR-FARIAS, Maria; SILVARES, Edwiges Ferreira de Mattos. A construção da identidade em adolescentes: um estudo exploratório. Estudos de Psicologia (Natal), v. 8, n. 1, p. 107–115, 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/epsic/a/X5DFFZCZsb4pmrLchTsQVpb/#

 

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A comunicação aumentativa e alternativa nas escolas

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Como o uso do Sistema da Comunicação Aumentativa e Alternativa pode beneficiar as relações e aprendizagem no ambiente Escolar.

18(En)cena entrevista Amanda Lays Santos de Lima, Fonoaudióloga, graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Especialista em Distúrbios de Fala e Linguagem e Intervenção ABA para Autismo e Deficiência Intelectual e Experiência em CAA (COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA). Atualmente está trabalhando em uma clínica que tem como público alvo crianças com atraso de neurodesenvolvimento. Intervenções Precoces no Autismo. Capacitação em ABA/TEA e Atraso no Desenvolvimento. Especialista em CAA (COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA). Apraxia de Fala. PROMPT.

 

(En)cena: O que é Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA)?

Amanda Lays: A comunicação alternativa e aumentativa (CAA) pode ser entendida como um conjunto de intervenções que visa tornar mais efetiva a comunicação de um indivíduo. Para esse fim são utilizados sistemas de comunicação que não são essencialmente verbais vocais (como a fala), e que podem ou não ter algum tipo de recurso como auxílio. Essas estratégias são extremamente importantes para que o desenvolvimento das crianças, jovens e adultos ocorra de maneira saudável, sendo muitas vezes crucial para a inclusão escolar, estabelecimento de relações sociais e aprendizado de novas habilidades.Assim como qualquer outro conjunto de intervenções, a implementação da CAA deve ser feita por meio da avaliação por uma equipe multidisciplinar, para garantir que as necessidades da pessoa sejam atendidas.

(En)cena: Como o uso da CAA pode beneficiar alunos em ambiente escolar?

Amanda Lays: O aluno com e sem deficiência e/ou com TEA pode ter benefícios com o uso dos sistemas e recursos de CAA. Os benefícios podem estar relacionados com as habilidades de comunicação e com a adaptação das tarefas pedagógicas, facilitando assim sua interação e comunicação. E para que o aluno consiga utilizar o sistema em ambiente escolar, toda a equipe precisa passar por um treinamento por um profissional especializado, conseguindo assim realizar todas as técnicas de modelagem com o aluno.

(En)cena: Quem participa do processo de seleção e implementação dos sistemas de CAA?

Amanda Lays: Os professores e demais profissionais da equipe pedagógica da escola em conjunto com a família e profissionais da saúde, principalmente o fonoaudiólogo devem ter o conhecimento, reflexão e discussão para que os profissionais estejam sempre alinhados para uma melhor evolução do aluno.

(En)cena: Qual é o melhor momento para iniciar o trabalho com a CAA na escola?

Amanda Lays: É desejável que toda comunidade escolar tenha treinamento e discuta a respeito das linguagens alternativas para iniciar o trabalho com CAA. Mesmo que a escola não tenha um aluno com necessidade complexa de comunicação, os profissionais devem ser capacitados e treinados no uso de sistemas, recursos e estratégias da área da CAA. A escola é um ambiente favorecedor do modelo das linguagens alternativas para todas as crianças e jovens. Quando a escola recebe um aluno com necessidade complexa de comunicação deve estar preparada e organizada para atuar com a diversidade.

(En)cena: Quando podemos iniciar uma prancha de comunicação na escola?

Amanda Lays: A escola deve inserir os sistemas e recursos de CAA sempre o mais cedo possível. Quanto antes a escola envolver seus alunos no contexto das linguagens alternativas, há mais possibilidades de os alunos com alguma necessidade participarem das situações de interação, comunicação e demais tarefas pedagógicas.

Fonte: Acervo Pessoal

(En)cena: Há algum risco de o uso da CAA reduzir as possibilidades de fala do aluno com necessidade complexa de comunicação?

Amanda Lays: Não há riscos! O uso de CAA amplia as possibilidades de os alunos terem acesso à informação e fortalece a aquisição e desenvolvimento da linguagem.

(En)cena: Existe pré-requisitos e/ou idade certa para iniciar a CAA (Comunicação Aumentativa e Alternativa)?

Amanda Lays: Não! Qualquer criança que apresente dificuldade complexa de comunicação pode se beneficiar do uso da CAA, o ideal é que se inicie o quanto antes.

(En)cena: Quem são os parceiros de comunicação?

Amanda Lays: Todas as pessoas que convivem com o aluno, desde familiares, terapeutas e equipe pedagógica.

(En)cena: Como podemos definir os recursos de baixa e alta tecnologia?

Amanda Lays: Os recursos de baixa Tecnologia são os materiais de pranchas, cadernos, livros confeccionados em diferentes formatos para garantir que os alunos possam ter acesso aos sistemas de CAA. Os recursos de alta Tecnologia são os materiais como computadores, vocalizadores, tablet e demais dispositivos móveis que oferecem acesso ao sistema de símbolos.

(En)cena: O recurso de alta tecnologia é melhor que o recurso de baixa tecnologia?

Amanda Lays: Não tem melhor ou pior recurso, tem o ideal para cada pessoa. O melhor recurso é aquele que pode oferecer a funcionalidade de uso para a comunicação, interação e para a participação na tarefa pedagógica. É importante considerar: os domínios do aluno, o ambiente em que será utilizado o recurso, os parceiros de comunicação que vão participar e a tarefa que deverá ser realizada.

 

 

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Por que acreditamos em fake news e como combatê-las: um olhar sobre os vieses cognitivos

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Uma grande quantidade de informações que nós temos contato diariamente não são verdadeiras. Conheça porque acreditamos em fake news e como podemos combatê-la.

Pixabay

O acesso a informações e notícias está mais fácil

O termo “Fake News” tem sido amplamente divulgado e debatido, visto que é algo que impacta as opiniões e comportamentos das pessoas. As fake news descrevem histórias e manchetes sensacionalistas ou enganosas que circulam pelas redes sociais. Embora o conceito de notícias falsas não seja novo, a forma como a sociedade consome tecnologia e mídias sociais facilitou a disseminação de informações falsas em escala global. Segundo o Centro de Tecnologia da Informação e Sociedade da Califórnia, as consequências desse fenômeno vão de manipulação da opinião pública à instabilidade política. Neste cenário, a implicação da psicologia ao estudo desse fenômeno é importante porque ela pode apresentar uma compreensão aprofundada sobre esta temática e colaborar para o seu enfrentamento.

Por que acreditamos nas fake news? Na psicologia do ser humano existe algo chamado viés cognitivo, que permite que as pessoas criem atalhos e padrões mentais para conseguir pensar e executar diversas atividades no dia a dia. Esse processo biológico é o que permite o aprendizado de padrões de comportamento. Exemplos como chegar na faculdade ou como escrever, para não ter a necessidade de aprender todas essas informações continuamente, são formas como esse aprendizado se torna útil. Uma vez que esse processo é algo que acontece em milésimos de segundo, é possível que alguns erros resultam disso.

Outro aspecto psicológico interligado às fake news, é o uso da  manipulação de emoções em manchetes para ampliar o alcance, e o ato das pessoas de não lerem o que a matéria ou artigo diz. De acordo com princípios do Behaviorismo e Análise Comportamental, a memória é influenciada pela emoção, aquilo que elicia uma resposta emotiva, pode ser associado aos comportamentos. Muitas fake news geram medo e engajam reações rápidas, sendo um contexto favorável para  a sensação de pânico na população. Outra emoção comumente eliciada, é a raiva, a partir da apresentação da informação de uma forma que cria um senso de urgência nas pessoas, podendo facilitar comportamentos agressivamente.

Uma característica psicológica muito importante para entender as fake news é o viés de confirmação. Neste tipo de viés, as pessoas tendem a procurar e acreditar em informações que confirmam suas crenças e essas informações apelam para tais crenças porque existe essa tendência de acreditar no que suporta tais visões. Esses aspectos são parte da individualidade de cada pessoa, mas se associam a interesses coletivos, como assuntos sobre religião, política, ciência etc. Um dos perigos desse viés é a interpretação pouco acurada da realidade, principalmente em contextos sociais e políticos em que as notícias inflamam ou suprimem conflitos sociais.

Pixabay

Aplicativos de comunicação ampliam o alcance das fake news

Um setor diretamente impactado pelas fake news é o governo. A intencionalidade de governos e pessoas tem de ser analisada para entender o impacto social que as fake news produzem. A política é o principal motivador da geração dessas notícias, o que gera a polarização de opiniões e mobiliza a população, levando à manifestações violentas, como o caso Pizzagate. Neste caso, ocorreu a disseminação de uma teoria da conspiração envolvendo tráfico humano e a candidata à presidência dos estados unidos Hillary Clinton foi antecedente ao disparo de tiros dentro de uma pizzaria de Washington. Nesse contexto, algumas comunidades da extrema direita americana utilizaram das  redes sociais, contexto em que pessoas de vários países, bem como robôs (robôs-bots) divulgaram essa notícia falsa.

O exemplo mais recente das consequências da fake news está na atual guerra entre a Ucrânia e a Rússia, em que mídias sociais espalham conteúdos enganosos dos dois lados, o que pode gerar efeitos catastróficos para a população, de acordo com pesquisadores de Cambridge. Não saber se uma notícia é real ou falsa é confuso, e fazer essa distinção é difícil, no entanto existem formas de combater esse fenômeno, como o uso de algoritmos que detectam informações falsas e as removem. Algumas redes sociais, como o Instagram utilizam desses algoritmos para rotular e avisar os usuários quando uma postagem que foi verificada é falsa.

Outra forma de combate é a alfabetização midiática, que se tornou essencial para crianças e jovens que estão cada vez mais inseridos na tecnologia e no mundo da internet. Essa alfabetização é a capacidade de acessar e analisar informações e redes sociais de uma forma crítica para que os indivíduos possam se inserir na sociedade através das mídias. É um conceito importante para a psicologia porque as relações estão cada vez mais envoltas na tecnologia, assim como a subjetividade é influenciada por ela.

Para além das abordagens reativas, é necessária uma análise do sujeito sobre a ótica das consequências das fake news, como isso impacta a confiança? Como isso impacta a democracia? O que muda quando o sujeito é exposto a fake news por muito tempo? A tecnologia, sendo a maior propagadora disso tudo e mudando a forma de raciocínio, pode resolver esse problema?

A solução mais prudente é pensar de forma crítica sobre a veracidade das informações antes de compartilhá-las e se atentar a características dessas notícias, como sites que parecem ter credibilidade mas não tem, em vez de www.globo.com estar acessando www.globo.com.co. Uma outra recomendação muito relevante é o site https://www.aosfatos.org/, um site brasileiro de checagem e investigação de notícias. É importante saber quais canais de notícias são confiáveis e não extremistas, a verificação de fatos pode diminuir a incidência desses casos. Também existem jogos que ensinam sobre notícias falsas ao colocar o usuário em contato com a possibilidade de produzir sua própria notícia, assim se familiarizando com o processo de manipulação e podendo reconhecê-lo mais facilmente.

 

REFERÊNCIAS

Center for Information Technology & Society; Santa Barbara, CA; < https://www.cits.ucsb.edu/fake-news/why-we-fall > Acesso em 24/02/2023.

Center for Information Technology & Society; Santa Barbara, CA; < https://www.cits.ucsb.edu/fake-news/danger-social > Acesso em 28/02/2023

Center for Information Technology & Society; Santa Barbara, CA; <https://www.cits.ucsb.edu/fake-news/protecting-ourselves-teach >  Acesso em 28/02/2023

Jenny Gross;; 20/01/2023 <https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/01/como-a-finlandia-esta-ensinando-uma-geracao-a-detectar-desinformacao.shtml> Acesso em 28/02/2023

SaraBrown;Cambridge,MA;6/04/2022;<https://mitsloan.mit.edu/ideas-made-to-matter/russia-ukraine-war-social-media-stokes-ingenuity-disinformation> Acesso em 28/02/2023

SPINELLI, Egle Müller. Comunicação, Consumo e Educação: alfabetização midiática para cidadania. Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, v. 44, p. 127-143, 2021.

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Psicóloga Laís Karolinny Almeida Amaral é convidada do 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica

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No dia 25/05 o 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica irá contar com a presença da psicóloga Laís Karolinny Almeida (CRP 23/755), egressa do curso de Psicologia do CEULP/ULBRA

O 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica, que ocorrerá no dia 25 de Maio de 2022, abordará diversos temas relevantes para o mundo acadêmico e profissional, dentre eles está a Avaliação Psicológica para Manuseio de Arma de Fogo, que será apresentado pela psicóloga Laís Karolinny, na oficina que acontecerá na sala 222 do CEULP/ULBRA, às 14h.

Através da estagiária Rebeca Façanha, foi feita uma entrevista para o (En)Cena com a psicóloga Laís Karolinny, como uma forma de aproximar os inscritos dos convidados, a psicóloga respondeu algumas perguntas.

 

En (cena) – Qual sua área de atuação e quais foram os aspectos que lhe motivaram a escolher tal área?

Laís Karolinny- Atuo na Avaliação Psicológica e na clínica há 8 (oito) anos. Na Avaliação Psicológica para porte de armas em média há 6 (seis) meses e sempre tive afinidade com avaliação Psicológica desde a formação. Então sempre procurei formações complementares em me aprimorar nas diversas demandas desta área. A Avaliação Psicológica para manuseio de armas de fogo veio para complementar meu ramo de atuação

En (cena) – Qual a importância da avaliação psicológica para o processo de autorização ou não do porte de arma de fogo?

Laís Karolinny – Avaliação Psicológica é de suma importância pois tem o objetivo de avaliar características como controle da agressividade, impulsividade e exibicionismo. É necessário que o indivíduo que porte ou manuseia uma arma de fogo possa apresentar características de controle desses construtos a fim de compreender a necessidade do uso da arma e não responder de maneira inadequada de acordo com a situação apresentada.

En (cena) – Como é a caracterização da avaliação psicológica para porte de arma no Brasil?

Laís Karolinny – Para esta avaliação de acordo com a legislação vigente é necessário avaliar, aspectos cognitivos como de atenção, memória, nível intelectual, funções executivas, personalidade e questões de juízo crítico e comportamento.  Para atuar nesta área o psicólogo precisa ter o credenciamento junto a Polícia federal.

En (cena) – O que torna alguém APTO ou INAPTO ao manuseio de uma arma de fogo?

Laís Karolinny – Quando o candidato não se enquadra no perfil estabelecido de acordo com as normativas este é considerado inapto e ao contrário disso, quando o perfil se encontra dentro das características indicadas, este candidato é Apto.

En (cena) – Existe algum aspecto da avaliação psicológica para manuseio de arma de fogo da qual você considera mais importante de ser praticado com habilidade e/ou cautela?

Laís Karolinny – Eu destacaria dois pontos de suma importância: o primeiro, é imprescindível seguir todas as orientações técnicas, éticas e legais da avaliação. O segundo, elucidar ao candidato que o resultado da avaliação Psicológica é decorrente das respostas dele ao processo e não dado por nós (psicólogos). Ele precisa estar ciente que é possível a inaptidão.

En (cena) – Que competências um psicólogo(a) necessita para realizar a avaliação psicológica nessa área?

Laís Karolinny – Para o psicólogo é necessário ter no mínimo 2 (dois) anos de atuação na psicologia, ter comprovação da formação para os testes desta avaliação e estar credenciado junto a Polícia Federal.

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(En)Cena entrevista a psicóloga Keila Barros Moreira

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No dia 25/05 o 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica irá contar com a psicóloga Keila Barros Moreira

O 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica contará com uma mesa redonda como abertura do evento, tendo como convidadas as psicólogas Ana Beatriz Dupré Silva, Keila Barros Moreira, e Ester Borges de Lima Dias. A psicóloga responsável pela mediação será Ruth Prado Cabral como mediadora. O tema a ser abordado é “Métodos e Técnicas da Avaliação Psicológica”.

Através da estagiária Giovanna Gomes, foi feita uma entrevista para o (En)Cena com a psicóloga Keila Barros Moreira, psicóloga que será uma das três convidadas a participarem da mesa redonda do 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica. Como uma forma de aproximar os inscritos dos convidados, a psicóloga respondeu algumas perguntas do (En)Cena.

Ao ser perguntada sobre a sua área e tempo de atuação, a psicóloga respondeu:

Atuo na clínica desde 2014 em consultório próprio, percurso que se materializou em 2019 na criação da – Nova Instituto de Psicologia, onde além de mim atendem mais 6 psicólogos.

 Sou Especialista em Atendimento Sistêmico de Famílias e Redes Sociais e mestranda do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Saúde da UFT, onde estou pesquisando métodos educativos sobre luto para trabalhar transgeracionalmente com os idosos da Universidades da Maturidade – UMA e seus familiares.

Fonte: encurtador.com.br/fkqKP

Ao falar sobre como é a caracterização da avaliação psicológica no país, a psicóloga fala sobre a necessidade da Psicologia de superar o paradigma construído na história da Psicologia de rotular, diagnosticar, adequar, ajustar as pessoas em um perfil ou em perfis específicos.

Eu vejo que em nível de Brasil ainda precisamos superar o paradigma construído na história da Psicologia de rotular, diagnosticar, adequar, ajustar as pessoas em um perfil ou em perfis específicos. É uma luta histórica de a psicologia deixar de atuar nesse sentido e atuar respeitando as singularidades humanas e as diversas formas de manifestar tais singularidades.

Em nível de Estado, atuei como conselheira do Conselho Regional de Psicologia da 23ª Região – Tocantins, no triênio 2016 a 2019. Estive como presidente da COF – Comissão de Orientação e Fiscalização em parte desse período. Estive como membro da Comissão de Psicologia Clínica do CRP/23 de janeiro/2020 a fevereiro/2022.

Enquanto  conselheira, além de Palmas, visitei várias cidades do Tocantins, orientando e fiscalizando os profissionais.  O que víamos  com maior frequência, era a falta de conhecimento dos psicólogos sobre o processo de avaliação, o que acabava incorrendo em erros e faltas éticas.

É responsabilidade do profissional se qualificar, buscar conhecimentos e aceitar somente serviços para os quais esteja apto para realizar com rigor técnico e ético como prevê nosso Código de Ética.

Os CRP’s também devem fazer o que lhes cabe, orientar e fiscalizar. Porém, na prática, os Conselhos não têm ‘pernas’ para fazer o que deveriam.

O número de profissionais só tem aumentado e os Conselhos atuam com uma equipe muitas vezes reduzida e com pouca estrutura  para o tamanho das demandas, e apesar da boa vontade e dedicação dos  conselheiros e equipe  não dão conta de atender tudo o que deveriam.

Percebo que o CFP tem oferecido espaços de construção conjunta com os CRP’s na atualização das orientações à categoria. Eu mesmo participei desse processo de atualização da resolução que orienta a confecção dos documentos emitidos pelo psicólogo, incluindo os oriundos de avaliação psicológica, infelizmente esse momento ocorreu com pouca adesão da categoria, não só no Tocantins, mas em todo o Brasil. A resolução citada, é a 06 de 2019, que foi disponibilizada inclusive comentada, no intuito de fazer com que fosse acessível para o maior número de profissionais.

Eventos como o que irá acontecer têm um importante papel, de criar espaços de diálogos e trocas que possibilitem uma formação crítica, técnica e ética desses profissionais.

Fonte: encurtador.com.br/dwNOY

Ao ser perguntada sobre como é realizada a avaliação psicológica na prática de trabalho atual dela. Keila Barros aponta a necessidade de uma postura curiosa e provocativa, muito retratada dentro da Psicologia Sistêmica.

Para mim, o primeiro passo, a partir de uma postura curiosa, é buscar entender a demanda e provocar o demandante sobre os motivos que a(o) trouxeram para a avaliação psicológica. Não é incomum perceber que a demanda é externa e que não é o mais urgente no momento. Por exemplo, alguém que está sofrendo por não se enquadrar nas demandas escolares, e o nível de sofrimento se sobrepõe à necessidade do processo avaliativo. Talvez a situação exija outras formas de atuar, como a psicoterapia, orientação aos pais. Alguns questionamentos devem ser feitos inicialmente, como por exemplo: Porque buscaram a  avaliação? O que significa a avaliação? O que buscam avaliar? Como está o contexto desse indivíduo? O contexto tem influenciado na demanda?  Avaliação é uma necessidade de quem? Quais são as expectativas do processo avaliativo? Como se sentem com o que escutam de si e do outro sobre esse processo?  

Muitas vezes na sociedade competitiva e acelerada que vivemos, como pouco ou nenhum tempo de viver as emoções, os ciclos e processos, com o intuito de uma resposta/solução rápidas, buscamos diagnosticar comportamentos humanos e esperados em processos de mudanças como, por exemplo, a transição da infância para a adolescência, mudança de cidade e trabalho, separação, lutos…

O que estou tentando dizer, é que precisamos de um olhar crítico como psicólogos,  para não aderir mais ao lugar de avaliar e ajustar as pessoas, em prol da padronização ou de um sistema educacional ou político. Precisamos normalizar as nossas humanidades, que nos coloca como seres que tem qualidades, limites, vulnerabilidades e necessidades, que não vão saber ou dar conta SEMPRE, é isso não é um defeito ou atestado de incompetência, é nossa humanidade se manifestando, é deveria estar tudo bem. 

Quando necessária a avaliação psicológica precisa ser realizada com todos os critérios éticos e técnicos, levando em consideração seu caráter dinâmico e não cristalizado. Deve ser fundamentada na abordagem e pressupostos teóricos do profissional, o documento deve ter uma linguagem acessível, e deve ser construído a partir de um raciocínio que leve em consideração as singularidades, os diversos contextos relacionais e territórios sociais vivenciados pelo sujeito, a nível micro e macro.

Sobre existir algum aspecto da avaliação psicológica da qual ela considera mais importante de ser praticado com habilidade e/ou cautela, a psicóloga responde:

Devemos ser curiosos,  atentos, bom ouvintes, com a capacidade de realizar perguntas reflexivas e provocativas, de analisar e contextualizar, de distinguir as pistas do caminho percorrido com o avaliando sem a interferência das hipóteses levantadas pelo demandante e das nossas próprias crenças. Trata-se de um processo imprevisível, inédito e surpreendente!

Precisamos também ter questionamentos e críticas com relação ao processo avaliativo, se não, corremos o risco de incorrer nos mesmos erros do passado. 

A Avaliação Psicológica como campo do saber tem servido a que? Ou a quem?

Em que medida ainda temos servido aos desejos da normatização/adequação? Os diagnósticos psicológicos têm contribuído com o que ou quem? Qual o impacto dos diagnósticos na vida das pessoas? Um diagnóstico define alguém?

Recentemente houve a tentativa de incluir a velhice como patologia no CID 11, sem contar a patologização de comportamentos infantis e da adolescência,  não deveríamos questionar qual tem sido o nosso papel social em tudo isso? 

Apesar de ter construído algumas respostas a partir da minha experiência, meu objetivo aqui não é esse, dar respostas… mas sim,  provocar reflexões sobre o que temos feito, como temos feito e qual o impacto do que temos feito no outro, mas também em nós.

Fonte: encurtador.com.br/elvG9

Dentro da avaliação psicológica, existe sempre uma divergência entre a utilização ou não de testes. Por conta disso, foi levantada a pergunta entre a relação de vantagem e desvantagem da não utilização de testes, e a psicóloga respondeu:

Não colocaria dessa forma, é algo bem complexo para ser respondido de maneira simples.  A partir da identificação de qual é o objetivo da avaliação, da demanda, especificidades do avaliando e contexto, o psicólogo deve se questionar quanto aos métodos mais adequados para seus objetivos. Há uma diversidade de técnicas e instrumentos, entre eles os testes. Os testes cabem em todas as demandas? Penso que esta é uma boa pergunta para começar.

Por exemplo, uma avaliação para laqueadura, se com uma anamnese detalhada a pessoa demonstra ter um planejamento familiar, transmite segurança, tem consciência dos riscos de  fazer um procedimento irreversível, eu preciso aplicar um teste para confirmar o que já está claro? Ou os testes são uma forma de quantificar e validar as percepções do psicólogo?  Será que eles auxiliam para que os documentos psicológicos sejam mensuráveis e confiáveis?

Existe sempre a expectativa de que a avaliação psicológica deve fornecer respostas ou hipóteses de uma forma diretiva. Em relação a isso, Keila Barros responde e até mesmo cita autores contemporâneos como uma forma de reflexão e contribuição sobre o assunto.

Eu penso que a psicóloga(o) deve estar muito atenta, não só sobre quais são os objetivos e percurso da avaliação psicológica, mas também sobre a complexidade das pistas/respostas. É importante, como já disse, deixar claro o caráter não cristalizado do processo avaliativo. A avaliação psicológica, trata-se de um retrato do momento presente do indivíduo. Então ela não define, ela não restringe àquela pessoa há um jeito de ser e viver. Se isso não ficar claro para o profissional, infelizmente para o demandante ficará menos ainda.

Considero importante também,  enfatizar os aspectos positivos do indivíduo, e principalmente,  apresentar os aspectos tidos como ‘negativos’ como parte da constituição desse sujeito. Não é algo que deva ser negado ou excluído de nossa completude, ou do qual deveríamos nos envergonhar, faz parte de nosso universo interior. Mesmo que desejemos mudar comportamentos, não deveríamos vê-los como pecados capitais. Eu sei que essa tem sido uma construção social, buscar a perfeição, atender estereótipos/padrões pré-definidos etc. precisamos trabalhar arduamente para transpor esse paradigma de uma vez por todas.

Distingo que muitos autores e teorias contemporâneas convergem e contribuem nesse sentido. Maturana (2002), Rosenberg (2006), Aun, Vasconcellos e Coelho (2012), Bauman (2014), Brown (2013), Santos (2019)  trazem cada um à sua maneira, reflexões que nos levam à necessidade de acolher como parte de nós nossas vulnerabilidades e sentimentos que embasam comportamentos considerados negativos, que respaldam nossas necessidades, isso nos fortalece, nos liberta das prisões dos estereótipos sociais, nos conecta com nossa essência.

Primeiro porque as nossas multifacetas constituem nossa singularidade humana; segundo, eu só posso mudar em mim, o que reconheço existir; terceiro, é preciso distinguir, se a mudança é algo que escolho/desejo/necessito ou é uma demanda externa que busca me enquadrar em comportamentos padrões? Quarto, eu não me torno alguém defeituoso por ser diferente, por ser quem sou,   quando nós acolhemos, somos capazes de mudanças extraordinárias e também como assinala Maturana, de aceitar o outro como genuíno outro na relação.

No final da entrevista, foi feito o seguinte questionamento: Que competências um psicólogo necessita para realizar avaliação psicológica?. Do qual a nossa psicóloga entrevistada respondeu:

Acho que respondi essa na quarta pergunta rsrs! Além de muito do que já foi citado, precisa se identificar com os constructos do processo avaliativo, por favor, não fazer por fazer! Deve aprofundar, se qualificar, buscar conhecimentos que o capacitem para desenvolver um bom trabalho. Como já dito, respeitando os aspectos legais, éticos e técnicos do processo. E principalmente, tendo um olhar curioso e raciocínio crítico do processo avaliativo e de seus impactos no sujeito e sociedade.

REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de. Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.

MATURANA, H. Emoções e Linguagem na Educação e na Política. Tradução de José Fernando Campos Fortes. 3ª Reimpressão. Belo Horizonte. Editora UFMG, 2002.

SANTOS, E. Educação Não Violenta: Como estimular autoestima, autonomia, autodisciplina e resiliência em você e nas crianças. Editora: Paz & Terra, 2019.

ROSENBERG, Marshall B. Comunicação Não-Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. 2 ed. São Paulo: Ágora, 2006.

AUN, Juliana Gontijo, VASCONCELOS Maria José Esteves & COELHO Sônia Vieira. Atendimento Sistêmico de famílias e redes sociais: Volume I – Fundamentos Teóricos e Epistemológicos. 3ª edição, Ed. Belo Horizonte: Ophicina da Arte & Prosa, 2012.

BROWN, Brené. A coragem de ser imperfeito. trad. Ana Rita Mendes ; rev. Maria João Amorim. – 1ª ed. – Amadora : Nascente, 2013. – 237, [1] p. ; 24 cm. – Tít. orig.: Daring greatly. – ISBN 978-989-668-199-0

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Sincronicidade: quando o universo te responde

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Os seres humanos sempre foram apegados à ideia de uma entidade superior que tem o poder sobre todas as coisas. Para os cristãos, esta figura é representada por Deus, para os budistas, Buda ocupa este posto, assim como tantas outras religiões possuem os seus deuses, no caso do politeísmo.

Mas uma coisa que é comum entre todas as religiões é a crença de que for feito um pedido para a entidade suprema, ela irá responder, caso tenha fé para tal. No cristianismo, por exemplo, é possível encontrar diversas passagens que afirmam que uma pessoa que tenha fé verdadeira poderá alcançar tudo o que desejar (inclusive mover montanhas).

A partir do avanço científico, alguns eventos naturais antes atribuídos a divindades, foram sendo estudados e compreendidos, como o exemplo de Zeus e seus poderosos raios. A ciência comprovou através de diversos estudos que o universo é regrado por leis universais que regem, harmonicamente (ou catastroficamente, a depender do ponto de vista), tudo que existe.

Fonte: https://images.app.goo.gl/UJU9iCDi8zHLW4ku7

Outro campo científico que ganhou destaque foi o psíquico, com estudiosos de todo o mundo que dedicaram suas vidas para criar um extremo arsenal de informações que possam vir a contribuir para o bom desenvolvimento da mente humana.

Um dos nomes mais conhecidos é Carl Gustav Jung, autor de diversos livros e fundador da psicologia analítica. Jung debruçou sobre quase todos os temas relevantes da vida social, e, dentre eles, dedicou-se ao que veio a chamar de Sincronicidade. Mas o que é a sincronicidade e por quê ela possui alguma relevância no cotidiano das pessoas? Porquê Jung dedicou uma obra literária inteira para discutir sobre esse tema.

A bem da verdade é que esse tema é bastante delicado para algumas pessoas que são mais céticas com os acontecimentos de ordem natural que não creem que existam “forças invisíveis” operando para a construção de determinados eventos.

Fonte: https://images.app.goo.gl/YHMZHuqkVRftJ17n6

A sincronicidade pode ser conceituada como a conexão não aparente entre eventos ligados pelo significado, ou seja, o acaso. Outras expressões que podem ser utilizadas para definir a sincronicidade são a coincidência significativa e simultaneidade.

Para se ter uma noção mais completa, faz-se necessário observar a dinâmica da Lei da Causalidade da natureza, todo evento teve um ato precursor que resultou no seu acontecimento. A causalidade é regida em diversos setores, inclusive na ciência jurídica para justificar uma acusação ou condenação é necessária o nexo de causalidade (os eventos precisam estar conectados) para que possam ser compreendidos e, dessa forma, analisados.

A sincronicidade lida com uma conexão não aparente de eventos, com a coincidência das questões, e, por isso, muitas vezes não é levada em consideração. Um exemplo corriqueiro que pode ser dito são os números, ao se deparar com o número 9 em determinada ocasião ele poderá ser revisto diversas vezes no decorrer do dia seja em revistas, mercados, livros, relógios, conversas, e, lá no seu inconsciente ficará gravado a conexão entre o primeiro número 9 e os demais.

Fonte: https://images.app.goo.gl/t8veuBQkoc8coKEx5

Muitos estendem essas “não coincidências” em para um aspecto de significação de um desejo ou concretização de um pedido, por exemplo, uma pessoa fiel à Lei da Atração vive em buscas de sinais no seu cotidiano para afirmar se aquilo que está desejando será concretizado.

O exemplo mais recente que pode ser citado sobre isso é a da subcelebridade Paulinha, ex-participante do Reality Show Big Brother Brasil – BBB, que já obteve mais de 50 (cinquenta) vitórias em jogos de loteria, seja acertando todos os números ou recebendo prêmios menores.

Fonte: https://images.app.goo.gl/8Jmk4NHjicNjLCBi6

Mas como funciona tal “comunicação” universal? Como citado, existem certas situações que ocorrem durante o cotidiano que apresentam uma série de repetições que, normalmente, são tidas como coincidências pela maior parte das pessoas. Para alguém, entretanto, que possui o conhecimento sobre sincronicidade, tal situação possui mais significado e pode trazer diversos benefícios para o indivíduo que saiba como lhe utilizar.

É claro que para muitos, mesmo tendo pessoas de grande intelecto abordando esse tema, tudo isso não passará de charlatanismo e oportunismo, mas uma coisa é impossível de ser negada, as coincidências estão e estarão presentes na vida de todos, mesmo que não se creia em tais acontecimentos.

REFERÊNCIAS

JUNG, Carl Gustav. Sincronicidade. 13ª Ed. Tradução PE. Dom Mateus Ramalho Rocha. Editora Vozes. Petrópolis. 2005.

HOPCKE, Robert H. Sincronicidade ou por que nada é por caso. Tradução de Lygia Itiberê da Cunha. Rio de Janeiro. Record. Nova Era. 1999.

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Saúde mental e visibilidade: efeitos de uma produção audiovisual

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Na incorporação de profissionais em serviços de saúde mental, incluímos declarações de clientes que, frequentemente, sofrem estigmatização ou deslegitimação. Os do Grupo Viver, que ocorrem no Centro de Atenção Psicossocial II Capilé (CAPS II Capilé), de São Leopoldo (RS), acharam um artificio para enfrentar esses discursos.

Pesquisas têm sido mecanismos para causar nos serviços de saúde mental. Tem experimentos em que os próprios clientes são líderes de produções. Entre essas, determinadas se originou em documentários revelando-os como meio de intervenção ao ilusório coletivo estruturado factualmente sobre o louco, estingando o interprete para afirmar regalias e manifestar a diversidade, mudando o ‘usuário-coadjuvante’ para o lugar de ‘usuário-protagonista’, como um sujeito que pretende projetar seus projetos de vida. Ao almejarem mudar a sociedade, reformulam a metodologia desinstitucionalização de atuais significados à loucura.

A criação audiovisual propicia visibilidade de uma inovadora imagem da loucura. O Filme ‘Arte e loucura’, criado com o projeto teatral Nau da Liberdade, preiteou ao prêmio em um dos festivais de cinema mais famosos do País.  A loucura se expõe no cinema em especial através de documentários, em evidência brasileira ‘Em nome da razão’ (1979), ‘Imagens do inconsciente’ (1987), ‘Estamira’ (2005), ‘Procura-se Janaína’ (2007), ‘Ruínas da loucura’ (2009) e ‘Holocausto brasileiro’ (2016). As obras são beneficiadas para acesso e resgate de documentos de memória sobre as condutas de cuidado em saúde mental, instrumento de reflexão sobre o que do passado se atualiza no presente.

Temos apesar disso que entregar que tenho o panorama dos clientes sobre as próprias obras. Membros de produções audiovisuais propiciam espaços públicos ser uma oportunidade de experimentar e ampliar a importância de um saber sobre a humanização e não discriminação dos loucos nos: da comunidade, colocando-se nos loucos; dos acadêmicos e capacitados, para excelente atendimento; e, em especial, pela família, que convivem com o cliente.

As investigações sobre essas criações audiovisuais e como mensagens dos reconhecimentos expostos indicam para o reconhecimento do mecanismo para garantir o estrelato, a autoridade da autoridade para os métodos de reconhecimento e a superioridade da instituição.

REFERÊNCIAS

Retratos do Cotidiano da Saúde Mental Brasileira. 2017 dez. 28 [acesso em 2018 abr 11]. 1 vídeo (53 min 15s). Publicado pelo canal Grupo Viver. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yMlKleylTmE.

Christofoletti R. Ensaio-fílmico: cinema, loucura e resistência. São Paulo: Cultura Acadêmica; 2013. (Coleção PROPG Digital – UNESP). [acesso em 2018 abr 19]. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/109276.

Ateliê de Vídeo, um dispositivo clínico coletivo no campo da atenção psicossocial [tese]. Niterói: Universidade Federal Fluminense; 2015. 182 f.

Levy VLS. Oficinas terapêuticas e produção de vínculo em CAPS AD. Cad. Bras. Saúd. Ment. 2016; 8(19):97- 106.

Pereira FS. O recurso audiovisual como instrumento de emancipação na saúde mental: um estudo da TV Sã na ONG inverso de Brasília [monografia]. Brasília, DF: Universidade Católica de Brasília; 2015. 59 p.

Freitas F. Documentário e loucura: Outras Linguagens, outros olhares. In: Anais eletrônicos do 1º Simpósio de Comunicação e Tecnologias Interativas – LECOTEC, 2008, Bauru. Bauru, Universidade Estadual Paulista, 2008. [acesso em 2017 abr 18]. Disponível em: http://www2.faac.unesp.br/pesquisa/lecotec/eventos/simposio/anais.html.

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Comunicação Falha

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Fonte: Google Imagens

 

Em uma noite qualquer, um casal se dirige para um restaurante requintado de uma capital brasileira. A cidade estava em seu humor noturno resplandecendo várias luzes e vultos de carros, com seus faróis chamativos. O casal já se encontrava trajados apropriadamente para o evento superestimado, que era o jantar para comemorar os cinco anos de relacionamento.

Já estando no local, uma das parceiras estava ansiosa para escolher o prato. Olhavam atentamente a composição de cada opção do menu e se perguntavam já havia experimentado um mix de sabores semelhantes. Atentou-se também para as opções de sobremesa, e tentou combinar os sabores do prato principal à sobremesa, na qual buscava certo equilíbrio de sabores.  Perguntou à sua companheira se já havia feito a sua opção – ela negou.

Esta, por sua vez, estava concentrada e pensando sobre o assunto que iria abordar com a sua amada. 

Reparava em seus cabelos, em seu cheiro, em suas vestes, em sua pele, no detalhe das suas unhas e de como ela manuseava o menu, como fazia as expressões faciais ao se interrogar sobre as opções. E em seguida voltava a pensar como iria abordar o assunto que queria revelar, e mordia o lábio inferior com rigidez, além de apertar os dedos de forma inflexível, o que demonstrava seu nervosismo. 

 

Fonte: Google Imagens

 

Quando enfim a parceira que segurava o menu escolheu o prato, esticou-o para a outra, que não passou cinco minutos escolhendo, e pediu ao garçom anotar. Ele anotou e em seguida, a outra indagou:

-Ah meu bem! Estamos esquecendo-se de um detalhe importante, o vinho! Por favor, pode me trazer a Carta de Vinhos de vocês por gentileza? Direcionou-se ao garçom. Este confirmou e foi buscar. 

A que estava preocupada sobre o assunto que iriam conversar, demonstrou novamente aflição ao morder os lábios com mais força. A outra, que finalmente percebeu, perguntou:

– Amor, o que foi? Parece tão nervosa! Vai me pedir em casamento é? Riu disfarçadamente. 

A sua ouvinte esboçou uma cara de tremendo espanto, arregalando os olhos. E exclamou gaguejando nas palavras:

-Nossa! Bom.É…Então…Queria falar algo, mas vamos esperar o prato chegar, né? Riu nervosamente. 

Inesperadamente, o garçom chega servindo os pratos na mesa do casal. Em seguida, a moça que demorou escolher os pratos, complementa:

  • Enfim, você pode falar!

O que a parceira nervosa iria falar era que queria terminar a relação. Que queria um tempo para pensar no que ela realmente pretendia no relacionamento. Mas com o apontamento inesperado da sua companheira, ficou apreensiva a ponto de aceitar a proposta hipotética dela e disse:

  • Sim amor, é isso mesmo! Você aceita se casar comigo? Riu tão forçadamente e nervoso que começou a transpirar pela sua testa. 

A sua companheira esboçou um comprido sorriso, e deu várias tapinhas no ar de alegria, assim como baixos grunhidos. E em seguida exclamou

  • Já era hora! Claro que aceito! ENFIM NOIVAS!

Sua parceira retirou um lenço que estava na mesa e começou a enxugar as gotículas de suor em sua testa e rosto. A sua companheira disparou em falar sobre detalhes do evento do noivado, de como seria a vida delas morando juntas e de como iria anunciar a notícia aos familiares.  

A outra ficou extremamente pensativa e em uma postura introspectiva, apenas de corpo presente e em um profundo silêncio, e passando longos segundos sem até mesmo piscar seus olhos. Perguntou repetidamente em seus pensamentos o que estava fazendo, o que que ela acabou de fazer, o que que faria agora.

 Sem entender ou compreender, apenas absteve-se de falar ou de expressar qualquer expressão ou emoções. Ficou apenas imersa em seus pensamentos e com corpo de forma de estátua. A companheira, depois de passar algum tempo falando como forma de monólogo, percebeu a paralisação da sua companheira, e a perguntou:

  • O que foi? Nem para você a ficha caiu ainda? Aconteceu alguma coisa?

Rapidamente a companheira voltou em si e respondeu:

  • Ah, não, não. Só estou pensando como a comunicação falha.
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Deficiência da fala e aspectos biopsicossociais

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Os distúrbios da fala e da linguagem são passíveis de prevenção e tratamento tendo melhores resultados se for diagnosticado na infância, com acompanhamento adequado.

Existem fatores biológicos que são decisivos para compreender deficiências da fala que acometem pessoas de diferentes faixas etárias, entretanto, fatores de risco social e emocional, assim como a maneira de interação entre pais e filhos durante o início das fases de desenvolvimento, são decisivos para um desencadeamento no retardo da linguagem, segundo Ferriolli. A rotulação de crianças ou adultos sobre uma incapacidade acaba abafando qualquer possibilidade de desenvolvimento de potencialidades, portanto, compreender o ser a partir de alguma deficiência anula-o como indivíduo capaz de desenvolver habilidades. 

Desde que se nasce o ser se comunica através do choro,  olhar e gestos. A criança também pode distinguir pessoas através da voz, padrões de entoação, que baseiam o início interpretativo, que é dado por adultos, proporcionando leques de significados a partir de dada cultura para as crianças, iniciando o processo de entendimento da linguagem, que é o sistema simbólico usado para representar e significar o mundo através da fonologia, prosódia, sintaxe, morfologia, semântica e pragmática. E por fim no desenvolvimento da fala, diz respeito da troca efetiva de informações, recebendo-a e transmitindo-a através dos sons das palavras, produção vocal e fluência.

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Os distúrbios da fala e da linguagem são passíveis de prevenção e tratamento tendo melhores resultados se for diagnosticado na infância, com acompanhamento adequado. Para isso, é preciso uma observação dos cuidadores para com as crianças nas características da linguagem, sendo: extensão frasal (número de palavras utilizadas); complexidade sintática das frases; entonação; articulação de fonemas; as trocas presentes na fala da criança; o uso da linguagem pelo discurso e pela iniciativa comunicativa; bem como a fluência de fala (número de rupturas ou disfluências, velocidade de fala). 

Biologicamente, o hemisfério esquerdo é dominante da linguagem em cerca de 90% da população, e o hemisfério direito participa desse processo principalmente em aspectos pragmáticos. O processo neurológico da linguagem é complexo e envolve redes de neurônios espalhadas por diferentes partes cerebrais. Os ouvidos, capazes de captar estímulos sonoros do ambiente, decodifica-os e transforma-os em impulsos elétricos que são conduzidas por células nervosas, para a área do córtex cerebral, no lobo temporal, sendo possível transmiti-los pela linguagem, e armazenar sinais acústicos em um processo de aprendizagem, por algum período de tempo.  

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“A área de Wernicke, situada no lobo temporal, reconhece o padrão de sinais auditivos e interpreta-os até obter conceitos ou pensamentos. Ao mesmo tempo, são ativados neurônios na porção inferior do lobo temporal, os quais formam uma imagem do que se ouviu, e outros no lobo parietal, que armazenam conceitos relacionados” (CAROLINA R. SCHIRMER, DENISE R. FONTOURA , MAGDA L. NUNES)

Para verbalizar um pensamento, é acessado representações internas, presente na área da Broca, na porção inferior do lobo frontal, e convertida nos padrões de ativação neuronal necessários à produção da fala. Compreende-se que a aquisição da fala, e a compreensão de uma deficiência, têm faces multifatoriais, que devem ser analisados de forma biológica, psicológica e social (biopsicossocial) para compreender a sua origem, e tratá-las de forma a não categorizar o indivíduo a partir de sua dificuldade da execução da fala e comunicação precisa. 

ALGUNS TIPOS DE DISTÚRBIOS DA FALA:

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Refere-se ao problema na parte mecânica da fala, na expressão das palavras. Alguns dos principais distúrbios são: 

Mudez – esta incapacidade de articular palavras, geralmente é decorrente de transtornos do sistema nervoso central. Em boa parte dos casos, em decorrência de problemas na audição.

A Disfonia: caracterizada por um distúrbio de timbre, intensidade do som, e emissão vocal, podendo ter presença de voz rouca, bitonal ou de falsete. Que se dá pelo comprometimento da inervação motora das pregas vocais, a partir do nervo vagoespinal, podendo ocorrer a afonia completa.

Dislalia: distúrbio de articulação por causas multis, mas que não diz respeito a questões neuronais. Dislalia fisiológica, na qual a partir do desenvolvimento da criança, por volta dos 4 anos, tende a desaparecer, mas também pode ser provocada por malformação do aparelho fonador. Presente no personagem conhecido como “Cebolinha” na animação “A Turma Da Mônica”.

Disartria: distúrbios de articulação da palavra por alteração neurológica, em nível periférico (comprometimento dos nervos encefálicos) ou central (lesão pseudobulbares). Há presença de fala anasalada, explosiva, e nas lesões cerebelares, apresenta-se fala escandida, silabada.

Distúrbio de ritmo 

Taquilalia: Alteração do ritmo em que há aceleramento da fala, com articulação imprecisa. 

Bradilalia: Lentidão em pronunciar as palavras 

Gagueira: Caracterizado por interrupções na fala, com tal frequência que atrapalha na comunicação

Dislexia: Leitura lenta, com erros como omissão, inversões, repetições, substituição de consoantes e vogais. Dislexia de evolução se difere alexia occipital, que se configura quando o indivíduo já conseguia ler, entretanto, após alguma lesão, na qual anteriormente a ela, já existia a leitura e a fala sem qualquer problemática. 

ALGUNS TIPOS DE DISTÚRBIO DE COMUNICAÇÃO:

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Afasia: É um distúrbio de comunicação, com presença de dificuldade  de expressão, percepção, sendo uma síndrome focal, na qual há uma lesão em um lugar determinado que gerará tipos de afasia. 

Afasia de Broca: É uma afasia não fluente, pode reduzir-se a um vocabulário escasso, frases estereotipadas, pode ter transtorno na escrita (agrafia),  em outros casos, pode ocorrer anartria pura (não articulação de nenhuma palavra), entretanto à compreensão do que é falado é pouco alterado. 

Afasia de wernicke ou sensorial: A afasia interfere na compreensão, do que os outros o comunica de forma escrita ou verbal. Não conseguem repetir frases, e a existência de anosognosia, que é incapacidade de perceber seus próprios erros em sua fala.

Afasia de condução: Afasia fluente, com compreensão verbal boa e fala espontânea razoável, usualmente com presença de parafasias, e dificuldade na repetição de palavras. 

Afasia global: Mais grave, redução acentuada da expressão e compreensão, leitura e escrita comprometidas.

Afasia nominativa: Dificuldade em nomear objetos. 

Afasia transcortical: Sérias dificuldades na escrita, mas com boa compreensão de fala, escrita, e repetição de palavras, a lesão não está presente na área de Broca. 

REFERÊNCIAS

PRATES L. P. C. S.; MARTINS V.O. ;Distúrbios da fala e da linguagem na infância, UFMG). Belo Horizonte, MG – Brasil  http://rmmg.org/artigo/detalhes/808

HELENA B. FERRIOLLI V. M ;Associação entre as alterações de alimentação infantil e distúrbios de fala e linguagem CEFAC- SP; 2010 http://www.scielo.br/pdf/rcefac/2010nahead/112-09.pdf

Alguns distúrbios da linguagem e da fala; Redação Tutores Brasil, 2016 https://tutores.com.br/blog/alguns-disturbios-da-linguagem-e-da-fala/

CAROLINA R. SCHIRMER, DENISE R. FONTOURA , MAGDA L. NUNES; Distúrbios da aquisição da linguagem e da aprendizagem; Sociedade Brasileira de Pediatria; 2004 http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n2s0/v80n2Sa11.pdf

SOUZA R. ;Distúrbios de fala e de linguagem- Afasia disartria, Dislexia, Disfonia; Neurofuncional; livro base: propedêutica neuológica básica do Sanvito 2017 https://www.youtube.com/watch?v=zdYWQUoD-O0

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