O que é metaverso? E o que esperar do futuro da internet?

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O conceito metaverso começou a ganhar a mídia após o anúncio da Meta (antigo Facebook Inc.) de investir na criação de um ambiente virtual que integre todos os seus serviços e tecnologias em um só lugar[1]. Considerado como o “próximo capítulo da Internet” ou “Internet 3D”, esse  universo virtual vai permitir às pessoas interagir e realizar vários tipos de atividades de forma imersiva, como trabalhar, jogar, fazer compras, sair com os amigos. Esse mundo será criado a partir da junção de diversas tecnologias, como realidade virtual, realidade aumentada, NFTs, criptomoedas.

Apesar de parecer uma novidade,  o termo metaverso já foi abordado no ano de 1992, no livro Snow Crash, um livro de ficção científica escrito por Neal Stephenson. Na história, humanos na forma de avatares interagem uns com os outros em um mundo virtual [2]. Além disso, jogos que exploram o metaverso já existem desde os anos 2000. Por exemplo, o Second Life, que é um ambiente virtual e tridimensional que simula a vida real e social do ser humano através da interação entre avatares.

Fonte: Imagem no Pixabay

Os games são uma parte essencial do metaverso, mas o metaverso não irá se limitar aos jogos, eles são apenas a porta de entrada, um primeiro passo nessa nova tecnologia [3]. A plataforma de games Roblox, por exemplo, já é um tipo de jogo mais atual que tem a ideia de metaverso, conta com 700 milhões de usuários e é baseado em mundo aberto, que permite que os jogadores criem seus mundos virtuais e os demais jogadores possam interagir com esse mundo.

Mas qual a diferença do metaverso e a realidade virtual? A realidade virtual (RV) possibilita uma imersão completa em um mundo simulado, uma vez que é ela quem vai garantir o transporte a esse outro mundo digital. Mas a RV não é tudo. A construção desse universo amplo e integrado dependerá de muitas outras tecnologias, incluindo criptomoedas e NFTs[4].

Fonte: Imagem no Pixabay

Gigantes companhias de tecnologia, como a Google, Microsoft, Amazon estão investindo nessa nova fase da internet. Não é um interesse exclusivo da Meta, a Microsoft por exemplo anunciou recentemente no evento Ignite 2021 a chegada de avatares 3D ao Teams. Com todo esse aporte tecnológico e financeiro das principais empresas, o avanço do metaverso se dá a passos largos mas ainda com bastante cautela, isso por que essa tecnologia pode revolucionar o cenário atual, mas para que isso aconteça é necessário que as pessoas tenham acesso à tecnologia de ponta como 5G, óculos de realidade virtual, computadores mais robustos, e essa não é a realidade da maioria das pessoas.

O metaverso pode se tornar o novo “terceiro lugar”, termo criado pelo sociólogo Ray Oldenburg que se refere a lugares onde as pessoas passam a maior parte do tempo, como a casa (“primeiro” lugar) e o trabalho (“segundo” lugar)[5]. Atualmente já permanecemos bastante tempo conectados, seja por meios de smartphones, computadores, smarts tvs e videogames, e com cada vez mais a presença de dispositivos inteligentes (IoT) esse tempo tende a aumentar de forma que a realidade virtual se conectará com a realidade física.

O metaverso irá impactar a forma como vivemos e como nos relacionamos, teremos a possibilidade de passar mais tempo em outra realidade, de mudar nossos hábitos, comportamentos e cultura. Mas existem alguns questionamentos que nos fazem pensar sobre o futuro dessa tecnologia, por exemplo, qual vai ser o limite entre realidade física e realidade virtual? E até onde as ações no mundo virtual irão interferir no  no mundo físico? Ainda é cedo para termos respostas sobre esses questionamentos, até porque  o metaverso está em fase inicial, mas a partir dos planos das gigantes de tecnologia é possível identificar que esse futuro está próximo. O potencial do metaverso é muito grande, mas o seu sucesso está diretamente ligado ao comportamento das pessoas e ao seu impacto nas relações que estas estabelecem em seu meio, mas também ao acesso a essas tecnologias, que ainda estão potencialmente fora do alcance da grande massa.

Referências:

1.https://canaltech.com.br/apps/metaverso-desencadeia-compra-desenfreada-por-imoveis-virtuais-203657/

2.https://mittechreview.com.br/brasil-tem-chance-de-liderar-a-corrida-pelo-metaverso/

3.https://www.bbc.com/portuguese/geral-59438539

4.https://www.techtudo.com.br/noticias/2021/11/software-microsoft-quer-entrar-no-metaverso-com-avatares-3d-no-teams.ghtml

5.https://mittechreview.com.br/metaverso-pode-ser-nova-internet-e-vira-prioridade-das-big-techs/

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A Angústia da Realidade Simulada

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Já imaginou descobrir que tudo o que você conhece, vê e interage não passa de um simples programa de computador? Essa foi uma discussão levantada depois do pronunciamento de Elon Musk, da Tesla e SpaceX, em uma conferência de tecnologia nos Estados Unidos, chamada de Code Conference. Ele foi direto ao ponto ao afirmar que é possível que estejamos vivendo em uma simulação, com chances de “um em bilhões”.

Elon Musk na Code Conference. Fonte: https://bit.ly/2pCzIby

Musk explica que, se olharmos para a indústria de games no passado, cerca de 40 a 50 anos atrás, o que tínhamos de mais avançado era Pong, um jogo que não possuía gráficos bons ou jogabilidade excelente, pois se tratava apenas de dois “palitos”, um em cada lado da tela rebatendo um quadrado. Já nos dias atuais temos milhares de jogos online com vários jogadores simultâneos, projetos de realidade virtual e aumentada e até mesmo simulações de ecossistemas [1].

Pong. Fonte: https://bit.ly/2xn3ZhH

Continuando com suas explicações, Musk afirma que “mesmo se levarmos em consideração qualquer proporção de evolução, os games vão se tornar indistintos da realidade, mesmo se essa proporção cair mil vezes comparada o que temos agora” [1]. Com isso, lidamos com a seguinte situação: ou a humanidade conseguirá evoluir a ponto de conseguirmos fazer simulações indistinguível da realidade, ou a humanidade deixará de existir, por uma força maior, como uma guerra nuclear ou um evento cataclísmico.

Alguns entusiastas do assunto, como Max Tegmark, cosmólogo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que força a teoria de Musk ao afirmar que quanto mais aprendemos sobre o nosso Universo, mais ele parece ser baseado nas leis da matemática, “Se fôssemos personagens de videogame, também descobriríamos que as leis são completamente rígidas e matemáticas. Elas apenas refletiriam os códigos de computadores em que foram escritas” [2].

GTA 5. Fonte: https://bit.ly/2xmSMhc

Outro ponto que reforça também tais teorias e que de acordo com a física teórica Zohreh Davoudi, também do MIT, os raios cósmicos são evidências e que deveríamos prestar mais atenção nesse fenômeno, eles seriam como assinaturas deste tipo de simulação, uma espécie de limite do que poderia ser medido pela nossa compreensão. Ou seja, um limite estabelecido pelo programador, “Estes raios cósmicos são as partículas mais energéticas que podemos observar. Eles sequer podem ser fabricados em laboratório”[2].

Levando em consideração que não sabemos se existe ou não um teto para evolução tecnológica, podemos esperar que em algum futuro próximo, ou não, possamos realmente simular realidades indistinguível da nossa. Mas “relaxa” caro leitor, isso iria nos trazer grandes avanços em várias áreas, poderíamos simular como algumas doenças se propagam ou nascem e ter capacidade de desenvolver algo para amenizar ou simplesmente acabar com a essa doença, já pensou como seria se descobríssemos a cura do Câncer?

Poderíamos sair um pouco do campo da ética e simular como surgiu a própria vida desde os seus primórdios e recriar isso em laboratório, ou criar uma vida totalmente artificial. Existem várias possibilidades do que poderíamos fazer se conseguíssemos simular uma realidade igual a nossa.

Referências

[1]:https://hypescience.com/ha-chances-de-estamos-vivendo-uma-simulacao-diz-elon-musk/

[2]:https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/03/simulacao-de-computador-sim-voce-pode-estar-vivendo-na-matrix.html

Nota: Texto produzido na disciplina Gestão Tecnológica II, professora Parcilene Fernandes de Brito.

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